Wib - Women In Black escrita por Estressada Além da Conta, ariiuu


Capítulo 9
Não sabe dançar?


Notas iniciais do capítulo

DEPOIS DE DIAS ESCREVENDO! EU CONSEGUI! DEUS É BOM! LEIAM AS NOTAS FINAIS!

Links:

Roupa da Nami: http://www.polyvore.com/sexy_hunter_red/collection?id=3258450#fans

Dança dos dois: http://www.youtube.com/watch?v=yUdzYaUkXhE



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Law's POV

"Dois dias se passaram e Sexta finalmente chegou. Durante esses dois dias, eu pesquisei o que pude sobre WIB, principalmente sobre a mulher de cabelo laranja. Sabia que não teria nada na internet ou em qualquer outro meio público de comunicação. Era uma agência secreta, afinal. Tive que me contentar com o pouco que B e R se permitiam dizer. Nada de muito relevante, mas não esperava outra coisa. N e eu nos evitamos. Sei que ela não hesitaria em me matar se tivesse a chance, e ainda não sou suicida para dar-lhe essa chance. Prefiro manter o cano de seu revólver bem longe.

Kid não foi de muita ajuda, aliás, ele não ajudou nem um pouco. Parecia mais preocupado em brigar com a jovem de cabelo rosa. Eustass consegue ser mais inútil que uma lasca de lápis no lixo.

Pesquisei também sobre meu cliente. Quero dizer, Mugiwara e Roronoa fizeram isso, e conseguiram coisas bem interessantes. Arlong não é muito cuidadoso e Buggy, seu secretário, funcionava a elogios. Bastava dizer algo como "Uau, você é tão legal!" que ele dava com a língua nos dentes sem nem notar. Eu fui pessoalmente até ele e tirei a prova. O palhaço não desconfiou de nada. Nesse mundo, existem pessoas ainda mais estúpidas que uma porta, pois a porta ao menos tem utilidade. Pessoas como Eustass."

– Ei, Trafalgar, seu maldito. – Falando no diabo. Eustass escancarou a porta do meu quarto e foi até minha escrivaninha, parando ao lado de minha cadeira – Tá escrevendo em seu diário, é? – Questionou, tentando ler o que eu escrevia.

– Eustass-ya, se você soubesse usar ao menos 1% de seu cérebro, saberia que para resolver qualquer problema, organizar fatos, dados e teorias é de muita importância. – Alfinetei, fechando a caderneta negra que sempre levava comigo.

Anotava ali tudo o que podia, para, assim, poder organizar as ideias e pensar em soluções. Obviamente, era o único que fazia isso, os outros sequer conheciam o significado de organização.

– E esse caso realmente é complicado. Aquela mulher não é idiota, nem as amigas dela. Vai ficar calada até a morte. O que só me dá a opção, já que você é um completo inútil, de correr atrás e anotar cada detalhe para poder ligar os pontos.

– Sabe o que eu ouvi?

– Ainda não aprendi a ler mentes, Eustass-ya.

– "Blá, blá, blá, sou um imbecil apaixonado, blá, blá, blá." – Ele disse, ignorando completamente minha ironia e fazendo aspas com os dedos. Ergui uma sobrancelha, incrédulo. Imbecil apaixonado? Além de inútil, estava senil? – Não faça essa cara, qualquer trouxa consegue ver que-

– Não me interessa o que qualquer trouxa consegue ver, Eustass-ya. – Cortei sua sentença. Porém o ruivo não se deu por vencido. Decidido a confirmar sua teoria estúpida de que eu estava apaixonado por N, começou a me interrogar:

– Você não a acha atraente?

– Qualquer ser do sexo masculino a acharia atraente. Eu não sou diferente.

– Você não a acha interessante?

– Ela é um mistério ambulante. Qualquer ser da face da Terra a acharia interessante. Até mesmo Mugiwara-ya. – Comentei, revirando os olhos.

– Você não vive se lembrando de quando ela te salvou?

– Bem, você também se lembraria disso se fosse atacado por um cachorro infernal e fosse salvo por uma menina de cabelo laranja. – Respondi, levantando-me – Se me dá licença, já são seis e quarenta.

– Você vai pegar a ruiva às sete horas, pra que vai se adiantar 20 minutos?

– Assim você me deixa em paz por 20 minutos. – Respondi, pegando em meu guarda roupa um terno branco que não usava há muito tempo, uma camisa negra, jeans escuro e meus sapatos tradicionais, mais o par de meias – E vão ser os melhores 20 minutos da minha vida por causa disso. – Completei, saindo do quarto Eustass me seguiu e, antes de eu entrar no banheiro, indagou:

– E por que a chamou para sair?

Kid's POV

– E por que a chamou para sair? – Eu tinha que perguntar.

A questão era a seguinte: Trafalgar gostava da garota. O que por si só já era surpreendente, pois eu nunca o vira mostrar algum tipo de interesse pelo sexo oposto. Já até achava que ele era gay. Ou assexuado, já que também nunca demostrou interesse por homens. Deixando de lado a opção – duvidosa – dele, Trafalgar nunca foi do tipo que se importa com algo ou alguém. E agora estava se arrumando 20 minutos antes de um encontro! Ou ele tinha ficado caduca, ou tava apaixonado.

E os dois casos assustavam.

Law me fitou, pensativo. Ou talvez só estivesse me analisando, sempre foi difícil de saber. Ele era como um baú com um cadeado enferrujado: difícil de abrir e ver o que tem dentro. Ficou me olhando por longos segundos – eu já estava cansando de ficar de pé olhando praquele imbecil sádico – até, finalmente – ALELUIA! –, resolver me responder:

– Como eu disse: "Correr atrás e ligar os pontos.", Eustass-ya. – E se enfiou no banheiro, enquanto eu ficava ali com cara de palerma.

– Mas que infernos esse cara maluco quis dizer? – Resmunguei, procurando algum sentido nessa frase.

Law's POV

– Mas que infernos esse cara maluco quis dizer? – Ouvi Eustass resmungar. Como dizer que significava exatamente o que eu quis dizer? Eu correria atrás e ligaria os pontos sobre tudo. N, Arlong, WIB, eram pontos que, de alguma forma, se ligavam a mim. Eu sentia isso. Mas por quê? Era isso que pretendia descobrir.

Nami's POV

– Pela enésima vez: Eu não quero saber! – Exclamei, exasperada. Perona e Hancock me atazanavam por causa do suposto encontro – Não é como se eu nunca tivesse tido um encontro, sabiam?

– É, você jpa teve alguns encontros... Há uns sete ou oito anos atrás. – P alfinetou.

– Façam-me um favor, amadas, idolatradas e maravilhosas superiores: Deixe-me. Em. Paz. – Disse pausadamente, para ver se elas se aquietavam. Não funcionou. Irritada, tirei meus revólveres dos coldres e mirei em suas testas.

– Você não ousaria... – H disse. Sua voz demostrava receio. Ela sabia que podia esperar tudo de mim.

– Querem tentar a sorte? – Nesse momento, Vivi interveio na conversa:

– Vamos, não precisam brigar, certo? N sabe se cuidar melhor que todas nós juntas. – Baixei as armas. Não queria me gabar, mas V tinha razão. Diferente das outras WIB, que ainda tinham alguma vida além da agência, eu me dediquei inteiramente ao trabalho por muito, muito tempo. Seria capaz de coisas inimagináveis, apenas para proteger a mim e a quem estivesse por perto. Minhas cicatrizes, invisíveis e visíveis, me fizeram crer que isso era uma WIB Elite.

– V tem toda razão. – R, brotando do chão – como ela conseguia surgir assim, do nada? –, comentou – N só não toma a liderança da agência, porque isso não está em seus planos. N, você tem alguns minutos antes de ir ao encontro. Vá se banhar e trocar de roupa.

– Sim, chefinha! – Bati continência num gesto debochado e saí dali. Peguei meu carro, meu belíssimo Camaro negro – Cortesia de Hancock, já que ela me devia uma por ter salvado sua vida e resolvido dois casos ao mesmo tempo. É, eu sou incrível –, fui para casa me arrumar.

E me vacinar contra aquele sorriso insuportavelmente irritante, instigante e sexy do infeliz do Trafalgar.

A verdade, é que eu estava um tanto nervosa com a situação toda. Por anos me dediquei somente ao trabalho, e, de repente, iria jantar fora com alguém que mal conhecia. Apesar de saber que o assunto de qualquer conversa nossa seria nossos respectivos... "Empregos". Respirei fundo algumas vezes, tentando me acalmar. Bastava manter a postura firme de sempre. Uma hora ele cansaria, deixaria de me atormentar e eu poderia voltar com minha rotina de matar youkais.

Pelo menos, já estava vacinada contra qualquer tipo de paixão, atração ou o raio que o parta. Já me era um consolo.

Law's POV

Entrei em minha BMW negra e girei a chave. O motor cantou. Isso me fez sorrir de canto. Uma de minhas paixões era cuidar do carro.

– Certo... Vamos pegar a senhorita irritadinha. – Comentei e dei a partida.

Dirigi até o Baratie, nosso ponto de encontro, e de lá nós iríamos para o local do encontro. N nunca diria algo como "Pegue-me em minha casa", então resolvemos marcar o ponto de encontro ali mesmo. Por algum milagre – ou macumba que os três patetas que dividiam a casa comigo fizeram -, não havia trânsito algum – macumba, com certeza -.

Estacionei ali e entrei. Sentei-me num banco perto do balcão, e Sanji-ya veio me atender. Ou melhor, me expulsar. Afinal, a última vez que estive ali, o Baratie recebeu muitos danos. Era surpreendente o fato de já terem consertado e estar funcionando. Provavelmente, havia um dedo de N nisso.

– Vá embora, sádico de merda. Você vai destruir meu restaurante de novo.

– Não se preocupe, Sanji-ya. Não pretendo ficar muito tempo. Estou esperando uma garota.

– E desde quando você tem encontros? – Ele questionou, assustado – Eu já estava até apostando que você era assexuado ou coisa do tipo.

– Perdeu a aposta. – Repliquei. Por incrível que pareça, aquilo não me afetou. "Acho que o fato da investigação estar indo bem aplacou meu mal humor.", pensei com meus botões. A porta do lugar se abriu.

– Boa noite, Nami-san! – Como o loiro sabia quem era quem, nem Holmes ou Poirot saberiam dizer – Vai querer o... De... Sempre... – Sua voz foi morrendo e seu cigarro caiu de seus lábios escancarados. Virei-me para saber o que ele tanto fitava de forma tão patética e deslumbrada. Mas...

Eu não estava preparado para aquilo.

Ela estava com um vestido vermelho até os joelhos, mais ou menos, com alças. Sapatos também vermelhos de salto. Usava brincos brilhantes, e um colar combinando. A maquiagem se resumia em uma sombra negra e batom vermelho. As madeixas alaranjadas esvoaçavam com a brisa quando ela caminhava com seu andar felino. Numa das mãos, segurava uma bolsinha sem alças (Que a autora estúpida nunca consegue lembrar o nome). As alças do vestido deixavam à mostra uma tatuagem um tanto peculiar num de seus ombros.

Ela era deslumbrante e eu não estava conseguindo raciocinar direito. Nem queria.

Nami's POV

Entrei no Baratie, não sem antes notar a BMW que pertencia a Trafalgar. Tinha sorte de morar perto e, assim, não correr o risco de perder meu amado carro deixando-o sozinho num estacionamento ou numa calçada. Olhei o horário em meu celular. 5min para as 19h. Eu não era a única que gostava de me adiantar, pelo visto. O restaurante estava como sempre foi. Era bom ver que o lugar já estava inteiro de novo. Vi Trafalgar no balcão, conversando com Sanji. De costas, tive de admitir, estava muito charmoso com os cabelos desgrenhados, o terno branco, o jeans escuro e – senti vontade de rir – aqueles sapatos de velhinho (Ando assistindo muito "O Aprendiz de Feiticeiro") que, por algum motivo que só Deus sabe, ficavam ótimos nele.

– Boa noite, Nami-san! – Sanji exclamou, em mais uma de suas tentativas de chamar minha atenção.

Eu geralmente fingia dar atenção a ele, porém era impossível até mesmo fingir com a presença do moreno ali. Vi que o loiro fixou seu olhar embasbacado em mim, deixando seu sagrado cigarro cair de seus lábios. Isso atiçou a curiosidade do moreno, pois ele se virou para mim. E ficou estático, fitando-me. Completando seu look, estava uma camisa negra simples e um tanto justa.

Pude perceber que Trafalgar me olhava como se eu fosse algo raro. Aproximei-me. O salto do sapato me incomodava um pouco, já que, na maioria das vezes, usava sapato social, tênis ou botas sem salto – para facilitar a luta, caso precisasse. E eu precisava-. Parei em sua frente, nervosa diante do olhar penetrante dele. Esse cara nunca tinha visto uma mulher?

– Qual o problema, Trafalgar? – Provoquei, erguendo uma sobrancelha – Nunca viu uma mulher? – Trafalgar me analisou por mais alguns segundos, antes de fechar os olhos e dar aquele sorriso.

– Não como você, Nami-ya. – Ele replicou, com a voz grave, rouca e sexy. Merda, merda, merda, merda – Vamos, então? – Perguntou, se levantando e oferecendo o braço. Eu o aceitei. O toque de nossos braços, mesmo que o dele estivesse parcialmente coberto pelo terno, fez com que uma corrente elétrica passasse por meu corpo.

Law's POV

A pele dela era quente. Não importava o quão rápido fosse o toque, sempre que ela tocava em minha pele, parecia queimar. Guiei-a até meu carro. Para minha surpresa, esse foi nosso primeiro assunto da noite. Mal havíamos entrado no automóvel e N me questionou:

– Você deve dar um trato geral nele, no mínimo, umas duas vezes no mês.

– Acertou. E também... – Ela não me deixou terminar:

– Lava-o semanalmente. Os pneus estão muito bem cuidados e o capô brilha feito holofote. É um carro muito bonito.

– Gosta de carros? – Sabia que perguntava o óbvio, mas fazia parte do plano. Fazê-la se sentir confortável para poder retirar o máximo de informações possíveis.

– Sei o que deve estar pensando. A maioria das mulheres está preocupada com a maquiagem ou o cabelo, não com carros. – Deu uma pausa – Respondendo sua pergunta: Sim, eu gosto.

– Mais um motivo para eu nunca ter visto uma mulher como você. – Liguei o motor. Ele cantou, no entanto, não fui o único a apreciar seu canto.

– Que som lindo! – N comentou, com os olhos brilhando.

– Concordo.

Passamos os trinta minutos de trajeto conversando sobre carros. Nami me confessou sua paixão por Transformers. Contei das estatuetas de edição limitada que tinha. A conversa passou de carros para máquinas, até chegar ao Homem de Ferro, e daí passar para super heróis da Marvel. Seu favorito era o Batman, pelo simples fato de ele ser apenas um humano sem poderes. Nami estava, finalmente, relaxando. Estava mostrando sua face que se escondia atrás da máscara de WIB elite.

– Mas é verdade! O Batman é mais herói que todos eles! Ele não tem armadura, poderes e não é um gênio como o Homem de Ferro. Tudo que o Batman tem é agilidade, inteligência, astúcia, experiência em lutas mano-a-mano, senso de justiça e coragem!

– Ele é como você, então? – Deixei escapar.

– Hã?

– Tirando o fato que não se veste de morcego, e sim de corvo e que é mulher, você é como o Batman. – A ruiva ficou pensativa.

– Nunca tinha visto dessa forma...

Nami's POV

A conversa era agradável. Eu queria aproveitar para relaxar um pouco, já que depois ia me meter em mais uma missão maluca que colocaria minha vida em risco. Como, aliás, toda e qualquer missão minha. Eu e Law tínhamos mais em comum que esperávamos. O ambiente no carro era tão descontraído, que permiti até um sorriso surgir em meus lábios. Um sorriso pequeno, alegre, que eu não dava com muita frequência nesses últimos anos.

– Chegamos, Nami-ya. – Trafalgar estacionou numa vaga perto do restaurante.

Saímos do automóvel e ele me ofereceu o braço novamente. Entramos de braços dados no lugar, cujo nome era El Fuego. Nome ridículo, eu sei. Entramos e fomos atendidos por um garçom de cabelo verde e uma carranca no rosto. Eu o conhecia de algum lugar, mas de onde?

– Por aqui. – Ele disse, com a voz grossa. Eu me recordava. Era o idiota que estudara comigo na faculdade. Seu nome era... Roronoa Zoro.

O lugar era suntuoso. Muito bem iluminado, parecia um palácio francês, com algumas lâmpadas imitando tochas nas colunas. Mesas redondas perfeitamente arrumadas com toalhas brancas e beges, e, dando um toque de realeza, com flores brancas, vermelhas, azuis e amarelas em vasos transparentes nos centros. As cadeiras eram de um metal muito bem trabalhado, e brilhante, formando imagens de frutas exóticas nas costas altas delas. As pernas, tanto das cadeiras quanto das mesas, eram do mesmo metal, cordado em tiras e entrelaçado. No meio do restaurante, havia uma pista de dança e, logo atrás, um belíssimo palco coberto com ladrilhos vermelhos.

Ali tocava uma banda um pouco estranha. Reconheci um deles, eu o havia salvado de um youkai. Era alto e se vestia de um jeito bizarro. No dia, me perguntara se podia ver minha calcinha. Fi-lo esquecer de tudo, mas acho que ele nunca esqueceria o galo que deixei em sua cabeça após aquela pergunta.

Law's POV

Nami fitava o lugar, impassível, imperiosa, indiferente. Porém sabia que estava fascinada. Só de olhá-la, dava para se deduzir que gostava de luxo. E eu havia acertado em cheio.

Roronoa nos guiou até nossa mesa. Havia pedido para ele fingir que não me conhecia. Ele parecia já acostumado com isso. Ou simplesmente estava de péssimo humor. Ou os dois. Tanto fazia.

Puxei a cadeira para a ruiva sentar-se, e ela o fez sem cerimônia, como dissesse "Não é preciso, mas já que insiste...". Pedimos e esperamos. Durante a espera, conversamos novamente. No entanto, desta vez era pra valer.

– Bem, aqui estou, jantando com você. Agora é hora da minha parte do trato fazer efeito, não? – N questionou, voltando a colocar a máscara de WIB. Cruzou as pernas e descansou os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos e apoiando seu queixo neles.

– Como prometido, responderei a tudo aquilo que perguntar... E que estiver dentro de meu alcance.

– Vamos começar. – Disse, sorrindo ousadamente – Por que esse interesse repentino em mim?

– Apenas negócios.

– Comigo ou apenas estou no meio?

– Você é o negócio.

– Certo. Isso limita um pouco minha lista de possíveis loucos tentando me matar. Quem te contratou?

– Essa resposta não está dentro de meu alcance.

– Como eu esperava. Quantos além de você estão atrás de mim?

– Somos apenas eu e Eustass-ya. – Isso não era mentira. Monkey e Roronoa estavam cuidando de Arlong, então apenas eu e o ruivo estávamos investigando sobre ela.

Kid's POV

Trafalgar e N tomaram seus lugares pontualmente às 19h35. E eu os segui junto a uma maluca de cabelo rosa que apostou comigo que N ia chutar o moreno ainda naquela noite. Apostei que ele quem daria o fora nela. A aposta já estava ganha. O único problema é que tive que usar um terno muito desconfortável. E ter que levar a cabeça de chiclete para jantar.

– N, pare de enrolar e dê logo um pé na bunda dele! – B resmungou, com os fones no ouvido. Estava tão interessada na conversa, que nem tocara em seu prato.

– Ela não vai te ouvir, chiclete. – Retruquei. Ela me fuzilou com o olhar. Até que estava apresentável no vestido roxo de alças.

– Cale a boca, ruivo! – Ficou uns segundos sem falar, até tirar um dos fones e colocar, bruscamente, no meu ouvido – Escuta isso.

Ouvi as vozes do sádico e da ruiva intercaladas. Parecia bem o tipo de conversa que pessoas como eles teriam. Não importava o quanto eu odiasse aquele imbecil, confiava plenamente em seu sigilo e em sua habilidade para retirar informações. Só esperava que ele não acabasse se apaixonando de verdade, pois, dessa vez, Law corria esse risco.

Law's POV

– Há algo que possa me contar?

– Isso depende do que você pode me contar. – Tirei no bolso da calça minha caderneta negra. Ela sorriu mais ainda, abriu a bolsa e tirou uma caderneta um pouco menor, branca.

– Imaginei que diria isso. – A ruiva tinha o mesmo raciocínio que eu. Seria interessante. Sorrimos impetuosamente um para o outro, abrindo as cadernetas e mostrando uma das páginas.

A que Nami me mostrava estava em branco, assim como a que eu mostrava a ela. Entendi o recado. N conhecia bem meu jogo, e mostrava que não aceitaria ser um mero peão.

Naquele jogo, ambos éramos coringas.

Mas todo baralho tem apenas um coringa.

Nami's POV

Nosso pedido estava demorando. Guardei minha caderneta e repousei minha bolsa na mesa. Fixei meus olhos nos cinza dele. Acenei de leve com a cabeça. Ele acenou de volta, confirmando. Nossos subordinados eram muito parecidos. Soltei uma risada, que não passou despercebida por meu acompanhante.

– Qual é a graça?

– Nada. Estava apenas pensando...

– Em quê? – Questionou, recostando-se na cadeira e cruzando os braços. Tentei não pensar em como ele ficava irresistível naquela pose e soltei uma indireta para minha amada, idolatrada e maravilhosa parceira:

– O que B e Kid estão fazendo agora? – Podia jurar que ouvi um "gasp!" de Bonney. Law estrou na brincadeira:

– Não sei. Assistindo TV, jogando, matando youkais... Seguindo pessoas... – Na lata!

– E se estivessem juntos? Eu acho que estariam apostando alguma coisa...

– Ou saindo juntos... Mas se você estiver certa, sobre o quê apostariam?

– Não sei. A vida de alguém que eles conhecessem...

– Talvez sobre nosso jantar...

– Ou podemos estar enganados e quando voltarmos, estarão exatamente onde os deixamos. – Concluí, negando tudo que sabia apenas para brincar um pouquinho com eles.

– Provavelmente. – Concordou, com um sorriso de canto. Senti vontade de bater nele por sorrir daquela forma para mim. A música lenta acabou, dando lugar para a voz daquele tarado bizarro:

– O casalzinho aí! – Disse, apontando para nós do palco. Ergui a sobrancelha – Sabem dançar? Que tal um tango? Ou preferem uma valsa? Vamos, não sejam covardes!

Eu fiz que não com a cabeça. Sabia dançar, mas não estava ali para isso. Não dançaria com Trafalgar, muito menos um tango ou uma valsa. O Mr. Bizarro continuou nos chamando. Revirei os olhos, irritada. Estava pronta para me levantar e mandá-lo calar a boca, quando o moreno se levantou e me ofereceu a mão, num pedido mudo. Fitei-o incrédula.

– Qual é o problema? Não sabe dançar? – Sorriu debochado. Cerrei os punhos.

– É um desafio?

– Se prefere levar dessa forma. – Olhei para ele, desafiadora, levantei-me, deixando minha bolsa junto de sua caderneta, e estendi minha mão, segurando a sua.

– CERTO! – O músico berrou – TOCA O TANGO!

Fomos para o centro do salão, ficando de costas para a banda. Posicionei-me atrás do moreno. A música começou. Respirei fundo, inalando o perfume masculino de Law. Era inebriante. Pisquei algumas vezes. Levei minha mão até seu tronco e subi até o peito. Ele segurou minha mão, que, perto da dele, era muito pequena.

Law's POV

N estava atrás de mim. Seu perfume de laranja invadia minhas narinas e imobilizava minha capacidade de pensar. Tratei de colocar meus pensamentos no lugar, eu quem a havia desafiado. A música começou. Ela levou sua mão até meu tronco e subiu, lentamente, para meu peito. Senti um arrepio subir até minha nuca. Segurei a mão dela. Tão delicada, mas podia matar se precisasse. Começamos a dançar.

Nami & Law

Ele me tocava como se fosse algo feito da mais pura porcelana. Um toque suave e delicado, que eu nunca imaginaria que um homem como ele tivesse.

Usei de uma suavidade que não sabia que possuía. Naquele momento, naquela dança, N era uma boneca de porcelana. Minha boneca de porcelana, e não a deixaria se espatifar.

A cada toque dele, minha pele se eriçava e um delicioso arrepio percorria minha espinha. Eram sensações que eu nunca havia sentido, porém eram maravilhosas. Enquanto dançávamos, nossos olhos nunca se deixavam, nem por um segundo. Percebi que tínhamos uma sincronia surpreendente.

Quando nos tocávamos, algo me incendiava por dentro. Eu não conseguia deixar de fitar aquele mar castanho. Algo me puxava para aquela imensidão achocolatada. Em alguns momentos, nossos rostos ficavam muito próximos, o que me fazia lutar para segurar a vontade de tomar aqueles lábios apenas para mim. Porém não podia deixar de roçá-los com os meus.

Ali, éramos apenas nós dois. Por alguns momentos, esqueci meus problemas, meu trabalho e tudo o mais. Só conseguia pensar nas mãos grandes e nos braços fortes me segurando. No perfume másculo que ele exalava e que entorpecia meus sentidos. Na intensidade em que seus olhos cinza fitavam os meus, deixando minhas pernas fracas. E na forma como nossos lábios se roçavam, deixando-me ofegante. Odiava admitir, mas Trafalgar Law conseguia mexer comigo.

Não importava quantas vezes nossos olhares se encontrassem, o brilho dos olhos dela sempre me surpreenderia. Podia sentir seu coração palpitar, creio que o meu não estava muito diferente. Seu aroma de laranja embriagava-me. Seu corpo suava fascinava-me. Sua face delicada encantava-me. Nami parecia ofegante, e suas bochechas adquiriram um leve tom rosado. Parecia uma garota de quinze anos tímida. Entretanto, sabia que não o era. Era uma mulher como nenhuma outra. Era única. A única maldita mulher que conseguia mexer comigo de forma avassaladora.

Foi fitando aqueles olhos cinza que uma memória veio em minha mente. Abri os olhos mais que o normal. Como eu poderia ter me esquecido? Ele era o moreno que eu encontrara há dois anos. Esse era o motivo de Trafalgar me olhar com nostalgia.

– Você... Eu me lembro de você... De dois anos atrás...

Não pude perguntar sobre isso, pois não raciocinava. Afirmei, apenas, com um baixo e rouco "sim". Ela se lembrava de quando me salvara, isso fez algo em mim se encher de alívio. Sorri para ela, o mesmo sorriso que sabia que a irritava. Mas, ao invés de se irritar, ela sorriu de volta, maliciosa. Ergui uma sobrancelha. Ia perguntar o que era tão engraçado, no entanto, a música estava acabando. Segurei-a em meus braços, abaixando-a lentamente.

Kid's POV

Eu não sabia que Trafalgar sabia dançar. E era palpável o quanto desejava aquela mulher. Ela também parecia desejá-lo. Sorri sacana e virei-me para minha companhia. Ela parecia abismada com tudo aquilo. Percebeu que eu a olhava e ergueu uma sobrancelha.

– Nem vem, tomate, que eu não sei dançar.

– Mesmo se soubesse, e eu também, não escolheria você para dançar, chiclete. – Respondi, sarcástico – Eu estou sorrindo porque tive uma ideia, mas vou precisar de uma ajudazinha sua.

– E qual seria essa ideia?

– Vamos juntar aqueles dois.

– Certo. Aposto cinquentinha que N termina com ele depois de um ano.

– Aposto que duram um ano e meio e Trafalgar vai chutar a bunda dela. – Estendi a mão.

– Feito. – Ela aceitou.

Nami's POV

Voltei a minha postura normal, colando meu corpo com o de Law. Ele segurou-me firme, parecia saber que minhas pernas estavam um tanto fracas. Fechei os olhos e respirei fundo, em busca de autocontrole. Senti seus músculos ficarem tensos, como se estivesse se segurando para não fazer algo. Abri os olhos, deparando-me com o olhar penetrante. Trafalgar aproximou-se lentamente e depositou um suave beijo em meus lábios. Um simples selinho que deixou minhas pernas bambas. Sem ter como pensar, o beijei de volta, e o que era um selinho, se tornou um longo beijo quente e intenso.

– VIVA AO AMOR! – Mr. Bizarro berrou.

Não prestei atenção em suas palavras. Talvez minha vacina contra a paixão tivesse vencido, mas a contra o amor eu tomava quase todos os dias. Amar era apenas um verbo para mim (Confesso: Também é para mim. É estranho alguém que nunca tenha se apaixonado ou amado escrever sobre o amor?). Inúmeras pessoas aplaudiam, fazendo uma algazarra infernal. Separei-me dele, ofegante.

– Por que não me contou? – Referia-me sobre a lembrança que consegui ver.

– Assim não teria graça. – Disso, dando aquele sorriso provocante e me soltou – Nossos pedidos chegaram, está com fome?

– Um dia eu ainda te mato. – Passei a andar até a mesa que algum tempo atrás nós estávamos. Ele não só me acompanhou, como também passou o braço por meus ombros. Abusado. Resolvi não reclamar, assim que me livrasse de quem estivesse atrás de mim, esse cara não se lembraria de nada, já que eu apagaria sua memória no fim de tudo. Sentamo-nos e comemos.

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Algum tempo depois, o jantar havia acabado. O moreno pagou a conta. Um silêncio incômodo se fez presente. Levantei-me, e Trafalgar me seguiu. Mal demos um passo e outro moreno apareceu. Ele tinha sardas no rosto. Reconheci-o na hora.

– Nunca vi ninguém dançar em meu restaurante com tanta paixão! – Ele batia palmas – Foi muito bonito, Srta. WIB Elite.

– Então você é o dono do El Fuego, Portgas D. Ace?


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Notas finais do capítulo

Queridos leitores, parem de falar/insinuar que eu desisti, ou vou arrancar seus olhos e usar como bolinhas de gude.

Estarei ignorando todo e qualquer horário e deixarei minha vida fora do Nyah de lado pois farei MARATONA DE FICS! Vou postar capítulos e fics seguidos, então parem de dizer que desisti. Ou vou arrancar suas unhas com um alicate e jogar sal em seus dedos, certo? Boa noite!

Reviews?



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