Vivo Por Ela escrita por MayLiam


Capítulo 11
Mais do que deveria...


Notas iniciais do capítulo

Olá! Amanhã eu verei se consigo postar Rainha do Egito.
Está bem corrido, com estágio, monitoria e trabalhos acadêmicos.
P.s: eu não lembro de ter revisado este capítulo, então perdoem os erros de digitação.
Boa leitura!



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Estamos de volta a província da casa de Vale Ford. Estou ansiosa para encontrar com Damon. Ele tem realmente muitas explicações a me dar. Encaro Sage risonha ao meu lado. Ela está realmente feliz com nossa volta. E tinha toda razão. Mesmo com a grosseria do duque em não me responder nenhuma carta, eu não poderia estender minha estada na corte. Eu detestei o lugar. E espero sinceramente que após nosso casamento, Stefan escolha morar na mansão com o irmão. Afinal eu posso conviver com a frieza de Damon, mas com a futilidade de toda uma corte...

Quando avistamos a subida para a mansão o sorriso de Sage amplia-se.

–Tinha esquecido de como aqui era frio. – digo me encolhendo contra o vento que entra pela janela.

–Sim, temos que lembrar que ainda está em tratamento.

–O pior é que com a falta de consideração do duque, nem sabemos dizer se ele próprio melhorou completamente de sua virose. – reclamo e ela sorri para mim. – Ele é um grosso.

–A senhorita repetiu isto a viagem inteira.

–E estou prestes a dizer a ele, pessoalmente.

Mais alguns minutos e chegamos a entrada da mansão. Senti saudades deste lugar. De alguma forma, minha nova casa é aqui. Finn e Kol estão a nossa espera e ajudam os homens de meu noivo a descer nossa bagagem. Encontramos Rebekah dentro da casa.

–Minha tia. Senhorita Gilbert. – ela cumprimenta. Procuro ao redor, mas não vejo Damon.

–O duque? – pergunto.

–Em seu quarto, senhorita. – certamente está.

–Vou subir para um banho. Acho que poderemos nos ver no jantar. – falo.

Sage não sobe comigo, depois, Rebekah vai preparar meu banho. Como estou cansada da viagem, fico o resto da tarde em meu quarto. Durmo e acordo a tempo de me vestir para o jantar.

Quando desço não encontro ninguém a mesa, embora ela esteja posta para uma pessoa.

–Onde está o duque? – pergunto a Sage.

–Ele pediu para ser servido em seu quarto. – olho feio para ela. Ah, mas ele não vai me escapar.

–Então me sirva lá também, Sage. – ela assente e eu subo na direção do quarto dele.

Bato e não obtenho resposta. Como estou sem paciência entro de uma vez e lá está ele. Tomando uma sopa metodicamente em sua cama. Ele nem sequer me olha.

–Boa noite, Damon. – falo.

–Você voltou. – diz ele.

–Não seja irritante, eu avisei que voltaria, mesmo você sendo tão descortês.

–Eu? Descortês? Não sabia senhorita Gilbert, que este é um de meus nomes do meio? – ele provoca.

–Você me deixou preocupada. – falo batendo a porta em minhas costas.

–Mesmo?

–Damon, por favor... – ele para de comer e me olha pela primeira vez. Está tão pálido. Ele tosse de leve revelando que ainda está doente. Me aproximo. – Você é muito grosseiro e mal educado, mas esta foi de última.

–Bem, devo dizer que me surpreendi com você. Eu estou apenas devolvendo o favor. – ele me encara.

–Pode me dizer, então, quando foi que fui grosseira com você?- falo ficando de frente para sua cama de braços cruzados. Ele respira profundamente antes de me responder.

–Não faça-se de tola, Elena. – rosna.

–Não fale comigo assim. – reclamo. O que deu nele? Ficamos nos encarando como dois ensandecidos, prestes a avançar um contra o outro, os olhos dele nos meus. Profundos e desafiadores, eu não recuo, nem ele. É então que ambos falamos no mesmo momento.

“Porque você não me respondeu?”

Damon ergue a sobrancelha e eu dou um passo para trás.

“Você me escreveu?”

Falamos juntos novamente e ele revira os olhos.

–Ora, deixemos de jogos. – diz irritado. – Obvio que lhe escrevi. E, obviamente, você esteve muito ocupada em seus bailes reais para encontrar tempo de me responder.

–Eu não recebi nenhuma correspondência sua. Esta é sua melhor desculpa? – ele estreita os olhos para mim.

–Desculpa para o quê?

–Por não ter respondido a centenas de cartas que lhe enviei neste mês. – grito.

–Não recebi carta alguma. – ele grita.

–Nem eu. – falo e tusso no final. Que irritante. – Você pode perguntar para Sage. Ela esteve ansiosa por notícias de Finn e Kol, ou mesmo Rebeklah. Você poderia ter tido ao menos consideração de endereçar uma resposta pra ela. – ele leva a mão à cabeça e inspira com força.

–Eu já lhe falei que não recebi carta alguma.

–Então o que diabos aconteceu? – grito.

–Rebekah! – ele grita. – Rebekah!!! – por Deus, meus ouvidos.

Ficamos nos olhando em silêncio até que a moça aparece diante de nós.

–Recebeu alguma carta enviada pela senhorita Gilbert?

–Não, senhor.

–Endereçou todas as cartas que enviei para ela?

–Sim. – ela diz em um tom seguro. Damon me encara vitorioso. Rebekah diria qualquer coisa para protegê-lo.

–Sage! –é minha vez de gritar – Sage! – mais uns segundos e ela surge, quase sem ar.

–Por Deus, o que houve?

–Recebemos alguma carta do duque enquanto estávamos na corte?

–Não, senhorita.

–Estávamos esperando resposta das que eu enderecei a ele?

–Sim. Ansiosamente. – Sage termina e Damon franze a testa para mim.

–Alguém pode me explicar o que está havendo? – Sage quer saber.

–Acontece que o duque falou que nunca recebeu uma carta sequer minha. E acusa-me de não ter lhe respondido nenhuma das que me enviou.

–Como pode algo assim? – ela pergunta confusa e sinto minha cabeça dando voltas.

–É o que eu quero saber. – a voz de Damon está sombria. Ele olha para Rebekah, mas ela está encarando o chão.

–Bem, Sage, você pode vir servir meu jantar aqui. Tenho muito o que conversar com o duque, uma vez que ele não sabe das novidades na corte. – Damon está me olhando confuso.

–Rebekah, nos deixe. – ele diz e ela se curva e sai, seguida pela tia.

Quando ambas saem eu sento numa poltrona perto da cama dele e ele se livra da badeja e fica de pé, vestido um roupão, e vem sentar-se ao meu lado.

Ficamos uns segundos em silêncio até que ele fala:

–Achei que estava me ignorando. – bufo.

–Bem, eu estava decidida que você tinha voltado a ser o tosco de antes. – ele ergue a sobrancelha para mim. – Você ainda está doente... E parece mais magro. – ele se remexe na cadeira e passa encarar a gente.

–Você ainda está tossindo. Não pude deixar de notar. – dou de ombros.

Ficamos mais uns segundos calados e o clima está estranho. Toda a ira de antes agora se tornou uma terrível inquietação, constrangimento até. Eu acreditei tão fácil em sua falta de educação em não me responder. Ele confia tanto em mim que pensou que eu estava prestes a voltar atrás em minha palavra. E ambos estávamos enganados. Sage trás minha janta e um novo prato para o duque também. Comemos quietos, mas sei que no fim da refeição devemos nos encarar.

Quando finalmente acontece é ele quem começa a falar.

–Deixe-me adivinhar o conteúdo das cartas que nunca recebi. – ele diz e força um sorriso – Queixas da corte. – eu assinto.

–Você te razão em querer se ver longe daquelas pessoas, mas isto me inquieta. – ele ergue a sobrancelha e depois franze o cenho, confuso e surpreso pelo o que eu disse.

–Não entendo.

–A corte precisa de pessoas como você. – ele revira os olhos - O rei é cercado de bajuladores. Eu entendi de cara porque o rei lhe queria no conselho. – ele se remexe incomodo.

–Stefan está se saindo bem.

–Mas ele é só um.

–Ele é o conselheiro chefe do rei, Elena. – suspiro.

–Eu sei. Vi como as pessoas na corte olham pra ele. Outros conselheiros. Tenho medo por ele. Me sentiria tão tranquila se vocês estivessem juntos na corte.

–Aquele lugar não me interessa. – ele diz me cortando.

Eu me remexo, sei que chegou a hora de falar dela. Talvez ela seja o motivo de que ele precisa para mudar de ideia sobre sua volta a corte. Não que eu queira que ele vá, mas eu realmente queria ele junto com Stefan.

–Bem, eu passei semanas lhe escrevendo reclamações, mas foi na última que algo verdadeiramente relevante aconteceu por lá. – ele me encara curioso.

–Me diga. – pede.

–Conheci a condessa Star. – seu rosto empalidece a medida que seus olhos arregalam.

–O quê? – é só o que ele diz. Fica paralisado na poltrona.

–Ela chegou à corte na noite do baile de encerramento. Causou o maior alvoroço. A rainha não simpatiza com ela. E pelo que notei metade das damas da corte. – ele está me olhando paralisado – Pelo menos os homens demonstram simpatia, incluindo Stefan.- Damon reage desviando o olhar do meu, ele fica pensativo. – Ela é uma bela mulher.

–Sim, ela é. – ele diz sem me encarar.

–Sage me falou que ela sabe de você. Do que houve.

–Ela me escreveu uma semana depois que tudo ocorreu. Eu a dispensei sem pestanejar. Não queria que ela olhasse para mim. Estou seguro que você é capaz de saber o porquê. Minha carta foi bastante descritiva. Foi o suficiente pra ela se sentir dispensa de qualquer compromisso ou preocupação comigo.

–Ela é tão diferente. – ele me encara.

–Você também é.

–Mas como ela disse, não sou inglesa. – Damon bufa.

–Ser inglesa é super estimado por estas bandas. – sorrio. – Acredite-me Elena, meu irmão pode gabar-se na corte por ter ao seu lado uma das damas mais interessantes que já conheci. – ele me encara firme e sincero.

–Bem, já sabemos de que se trata minhas cartas. E as suas? – ele dá de ombros.

–Basicamente estava querendo saber de sua saúde. Os cuidados com ela e as queixas que certamente estaria me endereçando. Devo ter mandado umas três e quando não obtive resposta, bem. Eu parei.

–Três? Eu lhe escrevi dezenas. Praticamente uma por dia. Como sou tola. – ele me encara e sorri.

–Você é a mulher. Mulheres sempre tem muito a dizer. Somos mais objetivos. – ele sorri. Depois, aos poucos seu riso se desfaz. – Achei que você ia ignorar tudo, até sua promessa de voltar. – sua voz sai tão baixa.

–Eu jamais faria isto. Dei minha palavra. – suspiro. – Achei que você tinha voltado a ser o eremita que sempre foi. – ele força um riso para mim. Ficamos nos encarando, por longos segundos. Sua expressão é abatida, cansada.

“Senti sua falta”. – dizemos juntos e ele bufa.

–Ah, por Deus. Isto é muito estranho. – sorrio. No entanto meu sorriso morre ao ouvi-lo tossir.

–Você está doente...

–Apenas cansado.

–Não consigo saber com o que se cansou. Pela cor de sua pele posso jurar que você trancou-se no quarto outra vez. – ele dá de ombros.

–Não tinha porque sair. – ele olha a sua frente, pensativo e calado.

–Você e Stefan tiveram problemas por causa dela? – quero saber, ele me encara confuso.

–Quem?

– Andie. – Damon bufa.

–Isto é fofoca burguesa, Elena. Stefan nunca esteve interessado por Andie.

–Mas na corte eu ouvi histórias sobre uma mulher com quem vocês dois se envolveram. – ele me olha receoso, mas responde.

–Senhorita Pierce. Foi a muito tempo. Para mim acabou no momento que começou. Para Stefan foi um pouco mais sério, ele quase se casou com ela. Mas não cabe a mim falar disto com você. – ele adquire um tom duro.

– Disseram que não deu certo para Stefan, porque ela era completamente apaixonada por você.

–Ela era uma menina, como meu irmão. Foi um amor adolescente, mas estou certo de que Stefan levaria adiante, se ela quisesse. Mas como você disse ela não quis. Talvez pelo conselho da família ela tenha sido trazida a realidade. As pessoas na corte falam demais, Elena. Terá que ser mais racional se quiser extrair a verdade das paredes do palácio real.

– Percebo. – ficamos calados, mas eu encontro logo mais palavras. – Conheci outra dama. Esta passou todo o mês importunando meu noivo. – Damon me olha curioso – Eu poderia facilmente sentir ciúmes de seus ataques se eles não tivessem um objetivo bem específico. – ele dá de ombros.

–Seu tom implica que devo ficar curioso... Bem eu estou. Fale!

–Rose Delamarick. – os olhos dele reviram e posso jurar que ficou com um pouco mais de cor. – Meus Deus, pela sua reação as queixas dela fazem sentido... – digo perplexa e ele sorri, sem jeito. Esconde o rosto entre suas duas mãos e abre a boca para se explicar, mas falha voltando a sorrir. – Duque de vale Ford! – faço minha voz soar tão indignada como eu queria. – Estou escandalizada. A pobre dama...

–Aquela mulher me persegue. – ele se defende.

–Damon, você deixou a mulher para trás do nada, nem lhe escreveu uma única vez.

–Eu me senti satisfeito por finalmente ter algo mais concreto para me livrar dela. Ela era insuportável.

–Damon! – grito e bato de leve em seu ombro.

–Ora, não vire uma defensora das mulheres de minha vida agora...

–Certamente não da condessa. – falo sem pensar e ele perde o riso. – Desculpe. – oh, não fique assim, estávamos sorrindo...

–Tudo bem. – ele diz sério. – Fico feliz que esteja de volta, senhorita Gilbert.

–Também estou feliz por voltar, meu caro duque. – ele sorri novamente.

–Porque toda vez que ouço isso de sua boca, soa mais como um insulto do que um cumprimento? – ele me encara perplexo.

–Vai ver seja exatamente isto. – dou de ombros e ele sorri ainda mais.

Ficamos conversando sobre cada pessoa na corte. Damon demonstrou conhecer todas as pessoas, quase não lhe apresentei novidades. Ele concordava com os perfis que tracei de cada um, mesmo os que ele já conhecia. Pensávamos igual.

As horas se passaram rápido, e logo tivemos que nos despedir, pois já era bem tarde. Prometemos conversar mais pela manhã, na mesa pro café. Eu estava me sentindo ótima por estar de volta, mas havia uma questão em minha mente. Tenho certeza que na de Damon também. Onde foram parar nossas cartas? O que houve?

Eu faria tudo para responder estas perguntas. E garanto que ele também.

–Bem, boa noite então. – digo da porta de seu quarto.

–Sentiu mesmo minha falta? – ele pergunta do nada em tom surpreso.

–Você não é tão ruim assim. – digo e ele me olha feio. – Tudo bem... Eu senti sim. Muita. – ele sorri irônico. - E você? – de repente ele fica sério e meio inquieto, algo em seu olhar muda, quando sua voz sopra a resposta pra mim, está rouca e um tanto hesitante.

–Sim. Mais do que deveria. – ele diz com o olhar se perdendo, depois como se acordasse, muda sua postura e tom. – Boa noite, Elena. – eu hesito na porta, o observando. Ele está tão diferente...

–Até amanhã. – digo e ele assenti e eu me vou.

Mais do que deveria...

Esta frase fica dando voltas em minha mente mesmo quando estou em meu quarto, prestas a cair no sono. E depois de não sei quanto tempo, quando a inconsciência me atinge, eu desperto em um mundo onde o Duque de Vale Ford, segura meu rosto com as duas mãos e me beija docemente nos lábios. Isto me faz sobressaltar e encarar a luz forte do sol que entra pela minha janela.

Toco meu peito agitado. Meu coração está palpitando.

–O que há comigo?


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Notas finais do capítulo

Até mais!