Contos De Guerras escrita por Tales of Wars


Capítulo 3
Medo de cobras




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Quando acordou Marina estava sozinha, coberta pelo moletom de Jake. Levantou, prendeu o cabelo com uma presilha que estava em seu pulso e foi ate o lago lavar o rosto.

 - Se não se importa, cansei de comer destas maçãs azuis. Não muito longe daqui encontrei isto. - disse Jake mostrando as mãos cheias de amoras.

- Amoras!- disse a menina com os olhos brilhando. Os dois comeram e saíram andando pelo bosque sem rumo.

- Como era antes de você vir pra ca?

- Como assim?

- A sua vida, quero dizer, como e sua casa, onde estuda, essas coisas.

- Certo, eu moro num apartamento não muito grande – falava a menina – divido meu quarto com minha Irmão, ele só tem três anos e parece que já manda nos meus pais. Mas gosto de brincar com minhas primas Meredith, Kamille, Malany e Alice, na verdade a Alice e minha Irma, e eu brigo muito com ela. Na escola a tia Kami e muito legal e minhas amiguinhas também. E para como era Jake?

- Bem sou o mais velho de cinco irmãos e eu e meu irmão, ajudamos minha mãe em casa, os outros são muito pequenos ainda. – deu uma pausa e continuou – Gosto de jogar futebol na rua, bem acho que e isso.

- Não vejo muita graça em meninos correndo atrás de uma bola e chutando na rede.

- O nome certo e gol, e eu também não vejo graça.

- Mas acabou de dizer que jogava.

- Sim, mais jogo futebol americano.

- Então você e da America?

- Da Austrália. Você não?

- Sou mexicana Jake.

- Curioso.

- O que e curioso?

- Nada, esquece.

E continuaram conversando e andando pelo bosque. Mas tarde, sentiram fome, Jake tirou seu moletom e pediu para Marina segurar enquanto ele subia em uma imensa bananeira para pegar um cacho. Marina observava o menino pegando as bananas quando sentiu algo passando por seus pés, algo gelado. Olhou para baixo e tremeu.

-Ja -JAKE tem uma cobra-  deu um grito bem agudo e saiu correndo.

- Marina, espera.- disse desesperado, descendo a arvore o mais rápido possível e vendo uma falsa cobra coral, nada ameaçador. Esqueceu a cobra e foi atrás d sua pequena amiga, seguindo as folhas pisoteadas no chão.

Jake andou bastante ate um ponto em que os rastros acabaram. Parou um pouco para respirar e olhou em volta, a menina se encontrava no galho de uma grande arvore.

- As cobras conseguem escalar arvores- gritou ele ironicamente.

- AAH!- deu um grito e desceu rápido, se abraçando ao amigo- Não me assuste Jake.

- Certo, me desculpe. Agora vamos as bananas ficaram la.- enquanto falava a puxava pela mao.

-Não vou voltar la.- disse ela recuando- A cobra.

- Era uma falsa coral Marina, não são venenosas, vamos logo. – e sorriu.

- Tudo bem, então vamos. - Seguiu o garoto ate o  local onde estavam, olhando atentamente para a cobra, agora enrolada em um galho de arvore. O menino pegou uma banana e entregou para ela.

- Ela não e venenosa Marina, vamos.

- Ainda sim e assustadora- disse ela com a boca cheia.

 O menino riu e eles continuaram comendo enquanto caminhavam pelo bosque.

- Onde estamos indo?

- Silencio Mari. Preciso ouvir o rio.

- Pra que você quer ouvir o rio.- disse a menina alto.

- Xiiiu- colocou o dedo na boca da garotinha e respondeu baixo- Precisamos tomar banho, quero ouvi-lo para encontrá-lo.

- Agente vai tomar banho sem sabão?

- Sim- pensou um pouco e explicou. - Será um banho de rio

- Ah, certo.

 Eles andaram pelo bosque seguindo o som do rio, ate chegar em sua nascente. Pularam no rio de roupa e brincaram na água ate se cansarem. À noite comeram peixe e dormiram com as cabeças escoradas numa arvore, e pela primeira vez esqueceram que estavam sozinhos e perdidos, foram felizes naquele momento.

 No outro dia quem acordou primeiro foi Marina, comeu duas bananas e esperou o amigo acordar. Um pouco depois Jake acorda com uma cara não muito boa, nariz e olhos vermelhos. A menina o assistiu comer e percebeu que ele tossia e fungava o nariz, deixou aquilo pra la.

- Então, o que vamos fazer hoje?

- Não sei Mari, acho melhor ficarmos mais quietos hoje.

- Você esta doente. – disse seria.

- O que? – estava negando para se mesmo sabendo que era verdade. – Não, não estou doente.

- Sim, você esta doente, e vou procurar alguma coisa para resolver, você fica aqui.

- Não vou deixar você ir sozinha.

- Você não manda em mim.

- E, mais você não sabe nem o que procurar.

- Meu avo cultiva ervas Jake, ele e farmacêutico, fique quieto aqui que vou procurar alguma coisa para você.

 Sem respostas, Jake deixou ela ir e ficou sentado esperando ela voltar. Marina andou um pouco, sempre observando os cantos para ver se encontrava alguma erva. Depois de um tempo encontrou, perto de alguns cogumelos e de algumas rochas. Quando foi arrancá-las tomou um susto, uma cobra estava escondida entre as rochas. A cobra também se assustou e rastejou atrás da menina. Ela correu tão desesperadamente que não soube calcular o quanto, e quando parou a cobra já não a perseguia mais, mas estava perdida e não sabia como voltar, cansada, sentou-se ali mesmo e começou a chorar.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem (:



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