–Tudo bem, Tudo bem. Vamos abrir o livro. -Victoria se rendeu.

As meninas se sentaram formando um círculo no chão da sala principal. Victoria torcia para que ninguém no pequeno baile notasse sua falta e fosse a procurar. Victoria pegou o livro com cuidado, ela sabia que aquilo poderia ser muito perigoso.

Victoria abriu o livro e instantaneamente sentiu algo estranho, uma presença sombria; Victoria olhou para os lados, não havia nada. Mas quando olhou para o corredor acabou vendo a sombra de uma mulher vestida de preto, realmente muito assustadora.

-Vocês viram aquilo? -Ela apontou para o lugar que havia visto a mulher.

-Do que estás falando? -Madisson e Alisson perguntaram ao mesmo tempo.

-Algo passou por aquele corredor, uma mulher. -Disse assustada. Ela sabia que tinha algo de errado.

-Deve ser apenas um dos convidados que entrou em sua casa. -Madisson sugeriu. Talvez seja apenas um dos convidados mesmo, talvez Victoria esteja apenas vendo coisas.

-Podemos voltar a prestar atenção no livro? -Alisson lembrou. -Temos que começar agora, antes que aquela pessoa nos ache e queira que voltemos para o baile. -Avisou.

-Não entendo nada que está escrito neste livro. -Disse Madisson lendo e relendo as páginas do livro que estava em suas mãos.

-Está em latim, é claro que não iremos conseguir ler. -Alisson disse. -Eu sei mais ou menos, mas nunca vou conseguir traduzir o livro todo.

-Eu consigo, minha avó me ensinou a ler em latim, não serás tão difícil assim para eu ler. -Victoria disse pegando o livro da mão da amiga e começando a ler em voz alta.

Victoria começou a dizer coisas sem sentido, nenhuma das outras garotas conseguiam entender o que ela queria dizer com aquelas palavras desconexas.

-Então, não entendo nada do que você diz. -Maddie avisou.

-Vocês tem certeza de que querem fazer isso? -Vic perguntou. As garotas assentiram.

-Primeiramente temos que fazer um pacto de sangue, juntar nossos laços. Nos tornarmos unidas para sempre. -Victoria falava de um jeito assustador. As próprias amigas estavam preocupadas.

-Estas bem, mas como iremos fazer isso? -Maddie perguntou. Sempre a lerda do grupo.

-Temos que cortar a palma de nossas mãos, em cima da linha da vida, depois temos que dar as mãos, para nosso sangue se misturar, assim seremos ligadas para sempre, por um pacto de sangue. -Vic explicou.

-Tu tens uma faca ou algo que possamos cortar nossas palmas da mão? -Ali perguntou; ela parecia tão empolgada, diferente das amigas é claro.

-Tenho um punhal em meu quarto. -Vic logo respondeu.

-Tens um punhal? -As duas garotas disseram ao mesmo tempo, não conseguiam acreditar que a amiga mais santinha tinha uma coisa dessas escondida em seu quarto.

-Eres bem antigo, foi passado de geração em geração para minha família, já faz algum tempo que minha mãe me deu ele e no futuro irei passar o punhal para minhas filhas e assim será; eternamente! -Vic explicou. As amigas ficaram rapidamente mais tranquilas ao saber a história do punhal.

Victoria se levantou rapidamente e subia a escadaria de sua casa e foi em direção dos seus aposentos. Ao entrar em seu quarto; ela foi até sua penteadeira e dentro de uma gaveta ela pegou uma caixa de madeira que dentro guardava seu punhal de prata.

Ela o pegou e o observou por alguns segundos, não tinha certeza do que estava fazendo, sabia que se arrependeria eternamente pelo que estava prestes a fazer.

Depois de algum tempo ela voltou ao encontro de suas amigas. Andava com medo, ainda sentia a presença da criatura a observando. Ela sabia que isso não era um bom sinal.

Estava tudo pronto para começar o ritual, Vic colocou o punhal no meio do círculo.

-Certo, estás tudo aqui. Agora quem serás a primeira? -Maddie perguntou.

Ninguém se atreveu a se candidatar a ser a primeira. Depois de algum tempo finalmente alguém tomou essa decisão.

-Tudo bem suas medrosas, eu começo. -Ali disse. Ela se inclinou um pouco e pegou o punhal no meio do círculo e sem pensar duas vezes passou o mesmo sobre sua linha da vida (palma da mão), logo seu sangue escorria por seus braços e pingava no carpete. A mesma ria enquanto via a cena de seu sangue pingando. -Quem é a próxima?

Vic pegou o punhal da mão da amiga e o passou sobre a palma da mão, e depois entregou o punhal para Maddie que fez o mesmo que a amiga, ambas as três agora estavam com as mãos cortadas e seu sangue pingava e escorria por todos os lados.

As três deram suas mãos e deixaram seu sangue se misturar. Assim que encostaram suas mãos uma nas outras sentiram suas mãos ficarem quentes, quase pegando fogo, a dor erá insuportável mas necessária para terminar o ritual. 

Sentiram uma pequena rajada de vento que acabou fazendo com que todas as lamparinas se apagassem. Mas rapidamente se acenderam sozinhas, estava realmente acontecendo algo sobrenatural naquele mesmo lugar.

As garotas se assustaram quando olharam para as paredes e viram escrito com uma substância vermelha, talvez sangue "Não digam que eu não as avisei".

-Vamos logo, quero terminar com esse maldito ritual o mais rápido possível. -Pela primeira vez as garotas puderam perceber no tom de voz de Alisson que ela estava com medo. -Como acabamos com isso?

-Começamos, agora temos que terminar. -Maddie avisou a amiga que a olhou com cara feia.

-Agora nos levantamos e vocês repetem inúmeras vezes "volo esse immortalem" (tradução: imortal quero ser). Enquanto isso eu irei ler o ritual. -Vic disse.

As garotas se levantaram, continuaram de mãos dadas e formando um círculo, Ali e Maddie começaram a repetir as palavras que Vic as mandou falar enquanto vic lia o ritual...

Lorem mutare qui sim, velit esse creaturam, mitte nos in omnibus copiis opus umbra tua carmina Me paenitet. Turnum in creaturas nocte cruenta, uncaring frigoris umbris creaturae. Hic sumus orantes mutaret, lamia convertere nostrum. Unde non curant, vis immortalis.

(Tradução: Quero mudar quem sou, quero ser uma nova criatura, jogue todas suas forças em cima de nós, precisamos de seu feitiço Oh queridas sombras. Nos transforme em criaturas da noite, sedentos por sangue, sem sentimentos, frios, criaturas das sombras. Estamos aqui, implorando para que nos mude, nos transforme em vampiros. Não ligamos para consequências, apenas queremos ser imortais).

Neste momento as velas que estavam no recinto começaram a apagar e a acender, a mesma coisa acontecia com as lamparinas; as janelas e portas se abriam e fechavam; sangue escorria pelas paredes e inundava o chão da sala; se formou um pequeno tornado vindo de dentro do livro que estava no meio do círculo das garotas, agora as meninas não conseguiam mais respirar, seus pulmões ficaram totalmente sem ar e as meninas estavam morrendo sufocadas aos poucos. 

Na hora em que o ritual acabou; a ventania simplesmente cessou, as garotas estavam totalmente fracas, morrendo aos poucos, caíram no chão, mortas. Tudo tinha acabado para elas, ou será que aquilo era apenas o começo??!

Continua...