Obsession escrita por Isabelle Masen


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oláaa belas flores do meu jardim de maçãs -uhauahuah -



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POV Edward



Um dia se passou desde que eu peguei o dinheiro na mão de Isabella. E um dia se passou desde que garanti o apartamento, mas ainda me sinto medíocre por ter aceitado o dinheiro, pois se aquela inútil conseguiu seiscentos dólares vendendo limonada, por que eu não consigo? Eu fiz faculdade de administração, cursos extras, ganhei bolsas de uma das faculdades mais renomadas de Seattle, fiz estágios e tudo que consigo pelo esforço de ter me matado de tanto estudar é um belo “não”.



Me remexi na cama. Minha cabeça ainda doía depois da balada de ontem.



“Prim Prim”



A campainha tocou Pensei em gritar pra Emmett abrir, mas não lembro de ele ter vindo pra casa comigo. Coloquei a cabeça enterrada no travesseiro, tentando retomar meu sono.



“Prim Prim”



Resmunguei um palavrão baixo e abri os olhos rapidamente, constatando que eram 8h. Quem diabos bateria em minha porta de madrugada? Hoje é sábado de ação de graças, os vizinhos devem ter ído festejar com suas famílias ou algo assim. Poderia ser Emmett, mas ele tem as chaves, assim como minha mãe. Pode até ser a psicótica da Isabella mas ela sabe que não levanto antes das 11h.



Tomado pela maré de dúvidas me levantei, ainda minando de raiva por me incomodarem. Cocei os cabelos e passei pelo corredor, pronto para descontar toda a minha ira nesse ser humano infeliz que bate na porta do meu apartamento.



Abri a porta.



–-- Oi! Você deve ser Edward Cullen, né? - uma garota baixinha com a voz irritantemente animada sorria de orelha à orelha. Na maior cara de pau, ela saltitou pra dentro do apartamento.



–-- Ei! - tentei advertir, mas minha voz saiu baixa e rouca porconta do sono. Pigarreei e fechei a porta, atordoado.



A mulher lançava os olhos em cada cômodo do lugar.



–-- Nossa, isso precisa de uma faxina. Eu conheço uma ótima, se quiser eu te passo o número - virou-se para mim e piscou. Mal pude ver sua aparência, pois ela já andava para a cozinha.



A segui, tentando manter os olhos abertos.



–-- Você…



–-- Isso é uma cueca? - ela disse com uma careta enojada apontando para a cueca de Emmett, em cima da louça suja. Franzi o cenho, igualmente surpreso de aquilo ter parado ali.



–-- Caraca, você não tem vergonha de deixar isso assim? As garotas não gostam disso! Por que você me deixou ver uma cena tão repugnante? - perguntou empinando o nariz em minha direção de um jeito cômico.



–-- Mas eu não…



–-- E cale essa sua boca! - ergueu um dedo - vá escovar esses dentes antes de falar comigo! - me empurrou pra fora de minha própria cozinha.



–-- Ora essa! - resmunguei e ao sentir meu próprio bafo decidi seguir seu conselho.



Depois de estar devidamente higienizado e vestido, fui até a sala e a encontrei escavando as gavetas da minha escrivaninha.



–-- O que está fazendo? - ergui uma sobrancelha e a garota arrumou tudo novamente, com um sobressalto.



Acho que o manicômio estava aberto, pois essa garota com certeza sofria de alguma doença. Céus! Acho que nem a própria Isabella é tão estranha assim… Ok, ela é, só não é histérica como essa.



–-- Desculpe a indelicadeza, é que sou uma grande fã sua - ela caminhou até mim com um sorriso - sou Alice Brandon, colunista do The New York Times - estendeu a mão pequena pra mim. Eu permanecia estático, me perguntando se aquilo era uma alucinação por causa da ressaca de sete garrafas de vodka.



Percebendo que eu não retribuiria o cumprimento, devolveu a mão à sua cintura sem abalar seu sorriso.



–-- O que você quer? - murmurei lentamente, sentando na poltrona de frente pra ela.



–-- Nossa! Eu ia falar um pouco de mim, mas se quer ir direto ao ponto eu vou - riu - eu quero saber sobre você - disse rápido. Demorei dois segundos pra entender o que ela havia dito.



–-- Você não é louca por mim, é? - desconfiei.



Ela riu com vontade.



–-- Não, claro que não. Afinal você é comprometido - disse olhando uma foto minha ao lado de Emmett na mesinha de centro com um sorriso de canto.



Me manifestei.



–-- Olha aqui, eu não sou gay! - adverti e ela engatou em uma gargalhada - espera, o que estou fazendo? Eu sou o macho desta casa!



–-- Claro que é - ela disse entre risos, me enfurecendo ainda mais.



–-- Eu exijo saber o que você quer aqui! - fiquei vermelho.



Ela parou de rir repentinamente e tomou uma postura séria. Que garota mais estranha!



–-- Eu queria te fazer uma entrevista.Você sabe, coisas do cotidiano, segredos… Para um trabalho que estou fazendo.



–-- Não deveria entrevistar uma pessoa famosa? Não sou tão interessante assim.



–-- Não é isso, que eu ouvi - deu um meio sorriso - ao que parece você é a causa de uma obsessão de uma garota, uma linda garota…



Meu DEUS! Como as pessoas são fofoqueiras!



–-- Você pode ajudar essa pobre aprendiz de colunista humilde a alcançar o sucesso? - fez uma cara pidona e minha mente trabalhou.



–-- Minha mãe é escritora… Vejamos… - me levantei e comecei a perambular pela sala com o dedo indicador no queixo - ela recebe em torno de quatro mil dólares por cada gravação que ela faz com pessoas comuns. Então, se você é do mesmo ramo… - olhei pra ela e ela engoliu em seco.



Rá! Te peguei.



–--... quero dois mil - falei na lata e ela arregalou os olhos. Sorri. Ela achou mesmo que eu era algum idiota de cair na conversa de “humilde colunista”?



–-- Mas essa é a metade de meu dinheiro!



–-- Eu vou te contar tudo, não irei esconder nada…



Ela revirou os olhos e fitou o chão, pensativa. Parece ter murmurado algo como “pelo Jasper, pelo Jasper!” que eu fiz menção de ignorar.



–-- Tudo bem. Te pago na semana que vem - vibrei internamente por ter garantido o dinheiro do próximo aluguel - mas então vamos começar. Você precisa assinar esses termos de publicidade - disse me entregando quase uma tonelada de papéis enquanto preparava seu gravador de voz.



Assinei todos pacientemente.



–-- Então - apertou o botão vermelho - de onde você veio, Edward Cullen?



–-- Eu vim do norte da Inglaterra quando tinha treze anos, quando meu pai fora transferido do hospital.



–-- De vez em quando eu saio pra procurar emprego, à noite eu estou sempre em festas e baladas, e se eu tiver dinheiro até consigo uma garota. Ah, e recebo diariamente visitas de Isabella Swan.



Ela curvou-se, interessada.



–-- Quem é Isabella Swan?



–-- É uma magricela que eu conheci na minha antiga turma de literatura. A garota é uma fracassada - cruzei os braços atrás da cabeça, relaxando o corpo na cadeira - fez curso de design gráfico e fora uma das mais talentosas no ramo, mas desde que ficamos uma vez em seu aniversário, ela abdicou de um bom futuro para me perseguir. Todos os dias ela aparece por aqui, com aquela maquiagem horrorosa, aquele cabelo despenteado e aquelas roupas enormes. E ainda tem a audácia de fazer cara feia quando me vê com alguma mulher! - eu ri - quer dizer, uma baranga daquelas nunca chegaria aos pés das curvas de Victoria, Tanya ou Kate. É ridículo! Como ela quer que eu me apaixone por aquilo? Eu deveria estar mesmo muito bêbado para ter pegado aquela coisa. E, ai que parece, sou um cara irresistível, pois ela vive querendo me seduzir novamente. Bom, ela não se esfrega e mim e acho que nem se ela o fizesse eu me animaria. Então Isabella - balancei a cabeça - é uma garota com problemas psicológicos que “pensa” - fiz aspas com os dedos - que sou algum tipo de príncipe encantado ou sei lá o que, e provavelmente ela se corta. Ela é deprimente.



Alice ouvia tudo com a expressão atenciosa e um tanto repulsiva.



–-- Eu soube que ela te ajudou a pagar o seu apartamento esse mês.



–-- É, ela quebra o galho de vez em quando - balancei a cabeça, debochado - mas nada, NADA vindo dessa garota é puro. Ela faz tudo calculado, não duvido que algum dia ela tente me chantagear ou coisa assim.



Fui sincero e um tanto cômico, e Alice percebia a verdade em minhas palavras.



–-- Ok, então… O que você acha que pode fazer para “ajudá-la”?



–-- Ligar para a clínica mais próxima e barata possível - gargalhei - eu não pagaria nada por ela. Seus pais são ricos, podem pagar um bom lugar - falei me levantando e indo até a cozinha - quer uma água?



–-- Não, obrigada - deu um falso sorriso e eu ignorei.



Quando voltei da cozinha ela olhava o gravador com os lábios torcidos e uma postura pensativa, como se fosse uma bomba.



–-- Aconteceu alguma coisa? - perguntei bebericando uma vodka que poderia ser facilmente confundida com água.



Ela me olhou, despertando do transe.



–-- Não, não… Vamos… voltar a falar de você - disse e eu sentei em uma posição descontraída na poltrona.





POV Bella




Olhei pela janela enquanto assava uma fornada de biscoitos. Cookies com pingos de chocolate, os preferidos de Edward.



–-- Eu também vou provar um, né? - meu irmão perguntou do sofá.



–-- Por que eu daria pra você - zombei com um sorriso.



–-- Por causa disso aqui - mostrou as mãos queimadas pelo limão - acho que mereõ uma recompensa.



Sentei ao seu lado com um sorriso.



–-- Achei que a vantagem de ter um irmão era o apoio psicológico, e não o dinheiro.



–-- Eu não te dou apoio psicológico.



–-- É por isso que estou falida - falei e ele riu.



Meu celular começou a tocar e eu estranhei. Ninguém nunca me ligava ou sequer sabia o meu número com a excessão de Riley e meus pais. Estiquei o braço e atendi.



–-- Alô? - até mesmo Riley ficou curioso.



–-- Bella?



–-- Jessica Stanley? - relembrei a voz da antiga garota que me colocava por dentro de todas as fofocas do colégio.



–-- Bella Swan! Iai menina? O que anda fazendo?



–-- Eu… - tentei mudar de assunto, constrangida - como sabe o meu número? - Riley se levantou.



–-- Caraca, você não sabe como foi difícil conseguir! Eu perguntei a todos se eles tinham o seu número, ninguém o tinha! Precisei ir à casa de seus pais!



–-- Por que você está ligando? Sem querer ser desagradável, claro - falei indo à cozinha.



–-- Bella, sempre tão educada! - ela riu, mas senti a ironia de suas palavras - estou te convidando para um reencontro de alunos espartanos da classe de 2008. Será black tie, um luxo! - disse, animada.



Dei um tapa no braço de Riley, que tentava atacar minha bandeja de biscoitos.



–-- Quem vai nessa festa? - perguntei, hesitante.



–-- Festa? - Riley perguntou cuspindo farelos de biscoito pra todo lado enquanto mastigava. Lancei-lhe um olhar furioso, do tipo “eu vou pegar você!”.



–-- Ah! Aquela galera de sempre. Eu, Rosalie Hale, Irina Denali, Jane Volturi, Alec, Peter, Jacob Black, Leah Clearwater, Angela Weber, Riley Swan, Edward Cullen, T… - não ouvi mais nada.



–-- Quando vai ser? - perguntei.



–-- Bem, será meio em cima da hora, será amanhã por que o diretor Molina será internado na semana que vem em Washington.



–-- Conte comigo.



Conversamos mais alguns minutos e eu desliguei, apoiando as mãos no balcão. Edward vai para a mesma festa que eu. Nossa! Dessa vez ele não terá desculpas para ficar com raiva de mim, pois eu fui convidada e não irei de penetra ou algo do tipo. Essa pode ser a minha chance de apagar essa história de maluca e conseguir, enfim, alguma aproximação com ele. Há tanto a fazer! Comprar um vestido, pintar as unhas…



Ah meu Deus! Eu preciso estar perfeita!



–-- Bella? - meu irmão me chamou, estralando os dedos em frente ao meu rosto e então percebi que estava em estado catatônico.



Um sorriso foi surgindo gradativamente em meus lábios e Riley, já prevendo que eu lhe pediria algo, recuou um passo.



–-- Nem vem! O que foi agora?




(...)




–-- Bella, eu sempre apoio em tudo, mas é sério, você tem que parar com isso! Não é que eu esteja preocupado com a sua reputação nem nada, é só que… Eu não quero perder a minha irmã - dizia enquanto andávamos com a bandeja de biscoitos na mão.



–-- Ta maluco, Riley? Você acha que eu vou morrer por isso? - ri, achando aquilo absurdo.



–-- Não, estou falando de clínicas. Bella, se você for parar em um lugar desses eu não a verei denovo!



–-- Eu não sou louca! - falei parando de andar para fitá-lo.



–-- Eu sei que não, mas se for pra lá, eles vão te enlouquecer! Bella, você irá viver a base de remédios controlados e atividades ocupacionais! Você não aguentaria aquele lugar! Eu… Eu não quero que isso aconteça com você - disse o final com a voz vacilante.



Nunca o vi ser tão sério, pensei que ele só estivesse falando essas coisas por que eu não estava pagando-o pra nada.



Andei até ele e o abracei forte.



–-- Nada vai acontecer, eu sei o que estou fazendo. Confie em mim - falei.



–-- Eu confio - falou me soltando. Sorri pra ele e voltamos a caminhar.



Quando chegamos na rua de Edward, Riley cumprimentava todos com sorrisos doces. Ele não tinha a reputação afetada pelas minhas atitudes, muito pelo contrário. Ele era bem recebido por todos em qualquer lugar por ter um diploma autenticado por Harvard.



Ele sempre teve esse estranho instinto protetor comigo. Cuidava de mim como a mamãe, e eu nunca o questionei, afinal é bom ter algum parente que interaja normalmente comigo, diferente de meus pais que conversam comigo com sorrisos falsos como se eu fosse um tipo de aberração prestes a acabar com a vidinha perfeita deles.



–-- Espera aqui - falei e peguei a bandeja de biscoitos, andando para o fundo do prédio tentando não ser vista. Subi pelas perigosas paredes da sacadas que protestaram com rangidos e inclinações pra baixo, pois estavam velhas e seus ferros apodrecidos.



Consegui chegar no seu andar, mas a porta estava trancada e com vários pregos e fios descobertos pra fora. Provavelmente eles já sabiam que eu iria querer entrar por aqui.



Suspirei e olhei em volta. Sorri quando encontrei sua janela do quarto aberta, convidativa.



Estiquei a perna pisando em um reboco da parede e estirei o braço pra cima, pegando a bandeja. Coloquei-a ali. Tirei um papel de meu casaco e sorri, escrevendo um “de: Bella para: Edward”. Porém quando fui esticar o braço novamente para jogar o bilhete, o reboco desabou. Tive que ser rápida e fiquei com as duas mãos penduradas no ferro apodrecido do corrimão da sacada.



–-- Puta que pariu! Larga o meu sapato! - me sobressaltei quando uma voz gritou. Espera aí…



–-- Jacob? - murmurei, erguendo um pouco a cabeça.



Jacob brigava com um cachorro imenso, que mais parecia um lobisomem que comia um sapatênis azul. Ele estava sem camisa, mostrando seu abdômen definido e forte. Engoli em seco. Apesar de eu já ter dormido com Edward, eu não me lembro bem de seus músculos abdominais.



Pensei em chamá-lo, mas dizer “oi, tudo bem? Você anda malhando?” de uma janela do oitavo andar seria constrangedor. Acho que eu empurraria uma pessoa que fizesse isso comigo.



Depois do cenário louco em que me encontrei, eu e Riley fomos para o shopping.


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Notas finais do capítulo

Iai, o que será que vai rolar nessa festa afinal? Muitas surpresas vão aparecer no próximo e vai haver uma grande reviravolta... O proximo ta pronto, se eu tiver comentários suficientes posto ainda essa semana babys ;*



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