Maison De Rosalia (Black Rose) Interativa escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 4
Do You Leave Me?


Notas iniciais do capítulo

Oii!! Bom, agora temos apenas mais uma vaga disponível XD

Boa leitura!! ♥



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Depois de ficar forever alone nos jardins, resolvi entrar e tomar um banho. Fiz a lição de Matemática e algumas questões de Química. E com essas matérias tão complexas, me diga como não pensar nele. Eu me perdi várias vezes pensando se ele estaria bem e que tipo de missão era essa.


Ginger veio me servir chá e cookies feito por Fran duas vezes. O estranho é que seu terno, os cabelos negros e ondulados e a gravata com o símbolo do contrato estavam totalmente desalinhados, coisa que não condiz com seu perfil meticuloso. Nessas duas vezes, pude ouvir Fran grunhindo por ele no corredor. Explicado, pensei com um sorriso malicioso, enquanto o mordomo de olhos verdes escuros me servia com pressa de voltar para sua criança.



– Excuse me, Cashmire-sama - ele fez uma reverência curta e me deixou sozinha de novo.



Dark pulou na poltrona e se esfregou na minha coxa, claramente pedindo um cookie e um pouquinho de chá.



– Ah, Dark - acariciei o bichano. - Será que o Yusuke-kun está bem?



Ele ronronou como resposta, sentando-se para tomar o chá.



– Yusuke-kun, queria que você estivesse aqui - sussurrei.



Depois de 1 hora, Fran veio me chamar para o jantar, e disse que os agentes já tinham retornado da missão. Tentei controlar o entusiasmo - obviamente falhando. Mas meu primo perceberia de qualquer jeito.



– Calma, ele não vai te abandonar- Fran riu.



– Não sei, vai que ele resolva voltar para Osaka? - Eu sugeri. - Como eu fico?



– Se ele voltar para lá - Fran colocou a mão em meu ombro -,você ainda vai ter a mim e ao Ginger.



Sim, não seria o fim do meu mundo lógico. Porém, ainda tinha o meu mundo sentimental. Ele desabaria sem Yusuke ao meu lado, ficaria completamente em ruínas. Eu não conseguiria suportar, certamente iria ficar depressiva e traumatizada. Ah, como sou dramática.



Chegamos no mezanino do salão de jantar. No piso inferior, todos estavam com suas respectivas duplas, mas ele não estava em lugar nenhum. Acalmei minha mente. Yusuke poderia ter ido ao banheiro ou para nosso andar. Corri para o elevador e apertei o botão.



– Por que essa coisa não anda mais rápido? - Me irritei.



Enfim, a coisa parou e abriu suas portas para o aquário iluminado embutido na parede. Apressei o passo pelo corredor até alcançar a porta do quarto dele, mas ela estava trancada. Chamei seu nome, sem obter resposta. Talvez estivesse em meu quarto?



Yusuke também não estava lá. Então a ficha caiu, ele não voltou com os outros. "Ele não vai te abandonar", as palavras de Fran tentaram me consolar. E se Yusuke tivesse desistido de mim? Não duvido que tenha sido isso. Porém, ele deveria ter me avisado antes.



O chão pareceu se sacudir sob mim quando me escorei até o chão pela porta. Ele tinha me abandonado. Não queria tirar conclusões precipitadas, no entanto tudo levava a essa resposta. Me encolhi contra o mogno negro, indefesa e frágil, como sempre fui.



As traiçoeiras lágrimas começaram a escorrer, uma de cada vez, uma pesando mais do que a outra. O piso ficou gelado, e a porta não oferecia conforto algum. Já fazia alguns minutos, Dark estava deitado ao meu lado, me encarando com seus olhos amarelos.



– Tenho que colocar sua janta - me levantei e fui para a mini-cozinha.



Coloquei a ração do neko no seu pratinho e depositei no chão. Ele parava em intervalos de segundos demorados, checando minha situação. Esperei ele limpar o prato e fui colocar meu pijama.



A camisola cinza escorregou suas mangas por meus braços e caiu sobre meus ombros. Não me preocupei em prender os cabelos, só queria me deitar e esquecer desse dia, particularmente devastador.



Provavelmente eu estou exagerando, mas e daí? Eu me sentia mais distante de Yusuke do que nunca. Bastaria uma ligação, mas eu não posso fazer isso porque: a) ele está em missão; b) talvez não queira me ver.



As estrelas de neon grudadas no teto do quarto pareciam girar e se ocultar ao repousar de meus olhos. Dark estava aninhado em seu cesto, ronronando no escuro. Meu celular não tocou, não acendeu o visor nem ao menos vibrou. A insônia se instalou em mim, porém ainda não era nem 20h.



– Como você pôde? - Murmurei para que as estrelas sintéticas ouvissem.



A cólera deve ter deixado meu rosto vermelho, porque eu sentia minha pele fervendo.






Eu estava correndo, sem direção, sem pensar. Alguém gritava por mim, eu estava perseguindo esse grito. Era um grito de dor, de desespero, de tortura. O som cortava meus ouvidos, mas não mais do que as agulhas que eram atiradas contra mim cortavam minha pele.






– Cashmire!



Reconheci a voz, e inconscientemente meus pés começaram a se mover mais rápido.Era Yusuke, estavam-no torturando e eu não estava lá para salvá-lo. As lágrimas que escorriam de meus olhos se misturavam ao sangue do corte nas bochechas, nos lábios e no queixo.



– Yusukeeee!! - Eu berrei.



Meu fôlego todo se foi. E na sexta vez em que gritei por ele, acordei. Eu tinha me sentado na cama, com um braço estendido para a frente, os olhos perplexos e o suor brotando na testa. Fora um pesadelo, um senhor de um pesadelo.



Na verdade, este pesadelo já tinha me visitado outras vezes. Sempre que eu me desentendia com Yusuke, cada vez mais forte e com um detalhe há mais. Dessa vez, o detalhe foi o jardim devastado em que eu corria.



– Cashmire-sama? - Ginger chamou atrás da porta.



Quase caí da cama, me apressando em atender o mordomo. Só quando abri a porta que percebi que ainda estava de camisola. Mas como não era Yusuke, não tinha problema...



Espera aí! É exatamente esse o problema: não era Yusuke!! Meu nariz formigou, indicando o início do choro.



Ginger levantou meu queixo, me fazendo olhá-lo nos olhos.



– Você é uma hime*, e himes não choram por bobagens como essa - ele jogou.



O mordomo engoliu em seco e percebeu o que tinha dito. Balbuciou algumas palavras, tentando corrigir-se antes que eu respondesse.



– Err, digo - seu rosto assumiu um leve rubor pelo embaraçamento.


Ele limpou a garganta de leve.

– Yusuke-san vai voltar. Vamos descer para que a senhorita possa tomar seu café da manhã. Mas antes se troque, por favor.



Uma mecha fina de sua franja caiu sobre um olho verde. Ginger a retirou sem floreios. Fui até uma poltrona na parte do quarto e me troquei. Não havia necessidade de fazer isso fora do olhos do moreno claro, ele me conhece desde de pequena.



– Estou pronta - eu disse.



Todos já estavam no salão - menos Arthur e Alex, claro. Me sentei junto com Fran e Ginger nos serviu com um delicioso bolo de laranja com cobertura de chocolate e um suco da mesma fruta.



– Você ainda está preocupada com ele? - Fran inclinou a cabeça, fazendo seu rabo de cavalo pender para o lado.



– Alguma dica de como evitar a preocupação? - Mexi a colher dentro do copo.



Ele colocou uma mecha branca-prateada de sua franja atrás da orelha e olhou ao redor, claramente procurando algo para dizer.



– Acho que seu silêncio já foi uma resposta completa - ironizei. - Então eu devo apenas deixar pra lá, não é mesmo?



– De certa forma sim - os olhos avelãs com tons de magenta se baixaram para a mesa.



– Acabei - disse à Ginger, me levantando.



– Não vai querer algo há mais, Cashmire-hime? - Ginger se inclinou atrás de mim.



– Não, estou satisfeita - não era bem verdade.



Voltei a meu apartamento e juntei os materiais que faltavam. Pouco tempo depois Ginger veio me chamar para irmos para o colégio.



– Ele não vai voltar, não é? - Perguntei mirando o chão, enquanto seguíamos pelos corredores.



– Yusuke-san ainda está em missão - Ginger respondeu. - Acalme-se, Cashmire-hime. Em breve ele estará de volta.



– Em breve quando? - Eu quis saber, com a voz num tom grosseiro como um desafio.



– Mais breve do que você imagina - ele se limitou a dizer.



Bufei de leve, fechando os punhos.



– Já lhe disse que himes não devem se preocupar tanto assim com seus servos - Ginger me reprimiu.



Acontece que Yusuke não é apenas meu servo. Ele nem deveria trabalhar para mim nem nada. Sua família é tão renomada quanto a minha, não precisava se submeter a uma pirralha como eu.



– Se ele realmente a abandonou como estás pensando, a senhorita pode facilmente conseguir um mordomo ainda melhor - ele disse. - Mas essa falta de compostura não combina com o Yusuke-san. Não desconfie tanto dele desse jeito.



Hã? Você diz que eu não devo me preocupar com ele porque é apenas um servo, e eu posso conseguir outro. Mas ao mesmo tempo pede que eu não desconfie dele? Decida-se, sr. Castro.



Chegamos na varanda do hall de entrada. Hoje Arkane iria conosco, Hikaru estava ocupado com mais alguma parte da missão de hoje e não teria tempo para bancar o pervertido antes de irmos para o colégio.



– E se ele não voltar, Ginger-san? - Fiz cara de choro.



E aí consigo perceber que só Yusuke consegue me deixar tão fraca e vulnerável quanto agora.



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Notas finais do capítulo

*Hime = Princesa em japonês.

E aí, acham que o Yusuke-kun abandonou a Cash-chan?

Vejo vocês nos reviews ^^

Kissus