Maison De Rosalia (Black Rose) Interativa escrita por Izabell Hiddlesworth


Capítulo 25
Unique


Notas iniciais do capítulo

Oii!!

Bem... Acho que vocês vão detestar o Ginger mais um pouquinho e.e

Boa leitura!! ^^



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"Agora... Ele é o único". Fran acordou arfando. O feixe de luz matinal que se esgueirava por entre as persianas atingia o lençol. A maçaneta da porta do quarto foi girada suavemente.


–Prinz Fran? - Ginger chamou um tanto preocupado.


O garoto tentou controlar a respiração. Passou a mão pelos cabelos quase prateados e sorriu debilmente para o mordomo. Ginger adentrou o quarto, com as sobrancelhas levantadas e passos um tanto precisos.


– Guten... tag, Ginger - Fran cumprimentou.


– Guten tag - o mordomo reposndeu.


Ginger encostou as costas de sua mão na testa do pequeno, descendo pra seu pescoço e para a lateral do rosto.


– Hm, você não está com febre - ele constatou.


Uma expressão confusa se formou no rosto pálido de Fran. Ele balançou a cabeça rindo baixinho, lançando-se ao pescoço de Ginger.


– É claro que não estou - ele sorriu.


– Que bom - Ginger se soltou do abraço. - Tenho que começar minhas tarefas do dia, arrume-se para o colégio.


O mordomo deixou o quarto. Fran arrepiou-se quando a porta se fechou com um baque.


– Você poderia ser um pouco mais gentil - ele fez beicinho.


Desde do dia em que Pequena Tragédia brincou com eles, a mesma frase estava martelando na cabeça do pequeno. "Agora... Ele é o único". O que o incomodava era o agora. Ainda mais porque essa mesma frase tinha sido pronunciada por Ginger quando o diabrete lhe perguntou: "Você ama seu protegido de verdade?".


Levou a mão ao peito, agarrando a camisa do pijama. A respiração tornou a ficar descompassada e ele sentiu a necessidade de se deitar. O teto amplo, quase sem detalhes em sua imensa brancura não lhe trazia paz. Era como se alguém estivesse dizendo que um pouco de nada, de vácuo, faria bem.


Fran se revirou na cama, querendo desesperadamente um ponto de apoio. Se ele era o único somente agora, quem tinha ido na sua frente - ou ao mesmo tempo do que ele? No tempo em que ficaram separados, Ginger não havia cumprido sua promessa de pertencer somente a ele? O teto não apresentava nenhum conselho ou resposta.


– Agora... - Fran murmurou roucamente. - Só agora...


Ele se sentou, apoiando a testa na palma da mão. Alguém bateu à porta com toques leves.


– Entre - ele permitiu.


– Hey, desça para o café-da-manhã. Temos treino para a maratona hoje - Cashmire informou.


– Hai, hai - ele saiu da cama. - Eu já estou indo.


– Você não está bem - ela julgou.


– Por que acha isso? - O garoto entrou no banheiro.


– Essa sua cara de preocupado - Cashmire o seguiu.


– É só o sono - ele tentou esquivar.


– Pensei que o Ginger fosse uma pessoa - ela se apoiou no batente.


O albino engoliu em seco, quase se engasgando com o enxaguante bucal.


– Hm, eu vou descendo na frente.


E mais uma vez ele se esquecera que sua prima sabia muito sobre ele. Suas bochechas já estavam rosadas inevitavelmente. Cashmire tinha razão, Ginger era a causa do mau-estar aparente em suas feições.


Mas não era para menos. Ele tinha acabado de juntar as peças e descobrir que Ginger estivera com mais pessoas além dele, e, somente agora, o pequeno era o único. Seu peito queimava por dentro, em uma centelha angustiante que lhe tirava o fôlego. Os joelhos fraquejaram e ele caiu no tapete bege e felpudo.


– Acho melhor não ir para o colégio hoje - ele cedeu.


Recostou-se no armário da pia e deixou o olhar fixo na banheira clara. Seu corpo doía, enquanto sua mente continuava zunindo ideias absurdas de como Ginger tinha se esquicido de pertencer somente a ele. Colocou-se de quatro e voltou para a cama.


– Prinz Fran, já se aprontou? - Ginger apareceu na soleira da porta. - Por que ainda está deitado? Vai se atrasar!


– Hm, não me sinto disposto - ele cerrou os olhos. - Estou com um pouco de tontura.


– Se é assim, vou pedir à Darker-san que venha cuidar de você - o moreno se aproximou.


– Porque você mesmo não cuida de mim? - Fran jogou.


– O senhor sabe que tenho muitas coisas para fazer - Ginger ajeitou o colarinho.


– O símbolo que você carrega no nó da gravata diz que você deve servir à mim, em primeiro lugar. Sendo assim, você vai cuidar de mim.


– Mas...


– Sem mais discussão - Fran virou de lado e puxou o cobertor mais para cima.


– Como quiser - Ginger fez uma reverência.


O moreno sentou na cama e colocou a cabeça de Fran em seu colo. O pequeno se arrepiava ao toque.


– Ginger?


– Diga.


– O que você quis dizer quando falou que agora eu sou o único? - Fran lançou.


Um lampejo de perplexidade correu nas pupilas do mordomo. Não achava que Fran fosse se lembrar disso, e também não queria que o tivesse feito.


– Você é o único para mim.


– Isso não justifica o agora - Fran olhou para cima para o encarar. - Houve alguém antes de mim, não é?


– Houveram algumas pessoas - o mordomo admitiu.


– C-Como assim - o albino balbuciou as palavras com certa desconexidade.


– Eu já te amava antes mesmo de deixar sua casa, mas até lá nós fomos apenas bons amigos. Fiquei oito anos no exterior, carregando o filho de meus patrões no coração, como você esperava que eu reagisse? Não podia depender do talvez de uma relação incerta.


A pele alva gelou com a sinceridade que se derramava. Muito provavelmente, teria sido melhor se Fran tivesse ficado quieto.


– Tentei te apagar com todas as pessoas que se arrastaram atrás de mim. Porém, só obtive prazer carnal com elas, nada comparado ao fogo que você me faz experimentar só por tocar em mim - os olhos verdes transmitiam paixão.


– Ótima desculpa - Fran se levantou com os olhos mareados.

Cashmire abriu a porta.


– Nee, já está pronto? Fran? Não vai para a escola?


Ginger se levantou e ajeitou o terno.


– Fran-sama não está se sentindo muito disposto, ficará em casa para repousar - ele informou.


– Hm, eu disse que você não estava bem - Cashmire encarou o primo. - Tá, que seja. Bye, bye, até mais tarde. Melhoras.


Ela fez menção de sair, quando se lembrou de algo aparentemente importante.


– Ah, Ginger! Só não vá querer brincar de médico com o Fran - ela piscou maliciosamente. - Hm, pensando bem... Brinquem de médico! Bye!!


A veia na testa de Ginger latejou irritada. Ele limpou a garganta para recuperar a calma e caminhou até Fran.


– Vou chamar a Darker-san - ele disse.


– Faça como quiser - Fran se levantou.


O mordomo parou já fora do quarto. Lançou um olhar triste e arrependido ao pequeno.


– Só quero que o você saiba que foi uma necessidade humana, nada mais - sua voz tinha um tom de desculpa.


"E comigo deve ter sido pelo mesmo motivo. Agora... Eu sou só mais um", concluiu o albino.


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Notas finais do capítulo

Prevejo... Mais barracooooo!! x.x

Bjs