Como Nos Livros escrita por Nobody


Capítulo 8
Capítulo 8




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Já se passou uma semana após o pedido de Leonardo para Dylan. Apesar do que sentia, Jin continuava agindo normalmente. Explicou ao seu amigo que precisaria um pouco de tempo para poder tentar alguma coisa.. talvez ele mesmo poderia aproveitar esse tempo.

Nesta mesma semana o professor de história apresentou-lhes um trabalho: eles teriam que apresentar partes do Brasil colônia e para isso poderiam misturar certa parte de ficção, já que os registros não continham muitos dados da paisagem virgem do país. Alexia adorou. Ela lia cartas enviadas a portugual para se preparar na realização da sua parte do trabalho: retratar a paisagem. Ela não desenha muito bem, mas sua imaginação poderia recriar aquela paisagem a partir dos dados; e como apoio para o desenho, Dylan dividiu o trabalho com ela, já que ele fizera algumas aulas de desenho e tinha uma ótima precisão nos traços. Para o restante do grupo ficou a caracterização de como era a sociedade, entre demais detalhes.

O decorrer dos dias foi de pesquisas e resumos, apesar disso, parecia que todos estavam se divertindo ao fazer o trabalho. Em uma semana quase todo o trabalho estava pronto: faltava apenas a pintura do desenho de Alex e Dylan, que pensaram em fazê-lo com tinta para que ficasse com uma melhor aparência. Então, na sexta feira, Alexia, Dylan e Claire ficaram no centro comprando tintas guaches para o trabalho que teria seu término no domingo.

Era domingo de manhã. Alexia arrumara uma sacola com pincéis e algumas tintas que ficaram com ela para ir à casa de Dylan. Ela estava com uma sensação de nervosismo, mas não sabia de onde vinha. Há tanto tempo que não ia à casa de Jin.

Quando chegou e entrou na casa de Dylan, seu nervosismo se transformou em uma leve tristeza: a casa não estava mais igual. A frente da casa não tinha mais a balança que a divertira na infância, a tintura mudara, o chão de madeira que quando criança andava e escutava os rangidos feito por ele agora havia sido trocado por pisos; todos os detalhes foram mudados.

Dylan, que a esperava sentado na calçada, estava vestido de forma bem casual: usava uma bermuda cinza xadrez, uma camisa regata bem solta e um chinelo de dedo, que apesar da simplicidade do visual, destacava o corpo do rapaz habituado ao uniforme. O moço adentrou pela habitação e ela o seguiu, até que ele entrou no quarto e ela ficou o esperando na porta. O coração da menina bateu de maneira desregulada, ela fechou os olhos e respirou o ar do quarto com toda a força de seu pulmão: o quarto tinha o cheiro de Dylan... e ela gostava daquele cheiro. Jin, ao olhar para a menina, viu-a com os olhos ainda fechados e suspirando, e estranhou tal gesto.

– Alex, você está bem? - A menina abriu rapidamente os olhos e corou-se. Por que fizera aquilo?! - Sabe.. meu quarto não está tão bagunçado a ponto de ter que fechar os olhos.... - disse Dylan em tom de brincadeira enquanto pegava algumas coisas no guarda-roupa.

Na verdade o quarto de Dylan estava muito organizado. Alexia deu uma rápida olhada no quarto do garoto: tinha uma cama com uma colcha azul encostada na parede e ao lado dela uma televisão com um videogame e DVD.

Jin fechou as portas do armário e convidou-a para ir à área de trás da casa. Lá ele colocou os materiais no chão e começou a abrir os potinhos de tinta.

– Aqui tem mais espaço para pintarmos...

Alexia olhou ao redor. Após percorrer a casa inteira com o rapaz ela não vira ninguém. Onde estavam os pais de Dylan? Ela estava sozinha com ele?! A inquietação que sentia voltou.

–Jin, onde está a sua mãe...?

– O quê? Minha mãe? Ah.. ela e meu pai foram na casa de um parente...

Ela gelou-se. Verdade, estava sozinha na casa com ele. Ela olhou para Dylan sentado no chão do lado do cartaz abrindo as latinhas de tinta e percebeu o quão idiota era. Por que estava nervosa?! Estava apenas fazendo um trabalho com um de seus amigos... Ela sentou-se no chão também, já calma. Dylan ao vê-la sentando ao seu lado, sorriu para ela. Mas que coisa! Seu coração voltou a palpitar erroneamente. Estava com vergonha da situação, apesar de sempre repetir para si mesma que achava-se apenas com um amigo.

– Alex?.. o que você tem hoje? - Dylan disse isto rindo do jeito estranho que a menina estava agindo. - Até parece que você nunca veio aqui.

Relembrando memórias do passado, Dylan conseguiu, mesmo que não soubesse, acalentar o espírito da menina. Assim continuaram a conversar normalmente.

O cartaz que pintavam era grande: era composto por quatro cartolinas emendadas, mas já estava no fim do delicado trabalho. Eles retrataram uma aldeia indígena. Mas que perfeição que estava ficando!

Para dar os últimos retoques, Alexia passou o pincel por entre um dos braços de Dylan para pegar um pouco da tinta para sombreamento que estava atrás dele, e na volta de sua mão, ela acabou por pintando boa parte de Dylan. Ele olhou para o braço manchado de tinta e para a garota que estava rindo pedindo desculpas.

– Mas é claro que te desculpo! - e ele passou o braço com tinta no da garota.

– Dylan!

Assim começou uma pequena guerra entre eles. Ela esfregou o pincel no nariz no rapaz, que retribuiu passando no queixo dela, e após isso mãos que atacavam e defendiam começaram a lutar. Dylan ajoelhou-se, erguendo-se consideravelmente em consideração à garota, a qual estava sentada em cima dos pés em frente para ele. Ele fingiu avançar com o pincel para passar no rosto na menina, mas ela, que segurava os pulsos do rapaz com tamanha força, esquivava-se dando grandes gargalhadas em pequenos intervalos de tempo. Dylan tentou avançar mais para perto de Alexia, mas ao levantar o seu pé ele bateu contra uma latinha de tinta. A latinha caiu espalhando a tinta sobre os pés de Dylan que também havia caído a lado de Alexia.

Alexia ria-se do tombo do amigo, que estava com um dos braços sobre o seu pescoço e o resto do corpo de seu lado. Dylan olhou-a sorrindo e levantou-se apoiando sobre os braços, ficando assim com o rosto em frente ao de Alex. A menina que sorria viu Dylan a encarando seriamente e deu um último sorriso perguntando o que aconteceu, e logo teve em seu rosto uma expressão de confusão. Dylan abaixou a cabeça e encostou a sua testa na dela e permaneceu deste jeito por um tempo.

Alexia estremeceu. Seu coração palpitava agora mais forte do que nunca, parecia que iria sair-lhe pela boca. Seus braços estavam sem forças para retirar o amigo daquela posição e não estava conseguindo respirar direito. Mas não era só ela: a respiração de Dylan estava pesada e lenta e seus braços tremiam como se não o aguentassem.

No momento, um podia sentir o calor do corpo do outro. Dylan, como se despertando de um sonho, saiu de maneira ligeira de perto de Alexia e sentou-se na mureta da área. Olhou para a tinta derramada e para seus pés encharcados por ela e sorriu para a garota:

– Vamos ter que arrumar tudo isso depois...

Alex ficou sem entender o que foi aquilo de minutos antes, não conseguindo retribuir o sorriso por conta da sua confusão.

Dylan remoía-se por dentro. Sentia-se como um traidor. O que ele estava pensando? Ele percebeu que não podia passar daquilo ou até mesmo, ter feito aquilo, afinal, ele havia prometido para um amigo que o ajudaria com ela.


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Notas finais do capítulo

Heey, povo.. acho que agora irei demorar a postar novamente.. mas vou me esforçar para tentar colocar o mais rápido possível, ok ? ^^



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