Naquele mesmo dia eu liguei para a delegacia e para falar com a capitã. Ao que parecia os meninos, os três, haviam saído atrás de alguma pista, então fui até lá, não sabia como, mas eu teria que contar a Gates sobre minha recém-descoberta.

Eu entrei na delegacia com certo receio, eu ainda não estava preparada para falar com o Rick, a capitã me esperava na porta de sua sala.

_Detetive. –Ela me cumprimentou.

_Olá capitã. –Ela fez sinal para que eu entrasse em sua sala e eu obedeci, um frio percorreu a minha espinha.

_Eu estranhei quando os garotos chegaram aqui sem você detetive, me contaram que passou mal.

_É verdade senhora, e é sobre isso que eu quero falar.

_Algo errado detetive? –Seu tom era preocupado. Eu resolvi que de nada adiantaria enrolar muito.

_Não errado senhora, mas é um pequeno problema devido ao meu trabalho. –Ela esperou pacientemente. –Eu estou grávida senhora. –A expressão de Gates passava de confusa para aliviada.

_Bom detetive, em primeiro lugar meus sinceros parabéns. –Ela disse sorrindo. –O senhor Castle deve estar muito feliz. –A minha cara agora ficou um pouco desanimada.

_Obrigada, mas na verdade ele ainda não sabe senhora, e acho que não ficara tão feliz assim com a noticia.

_Porque diz isso detetive?

_Eu ouvi algumas conversas entre Castle e a mãe dele sobre filhos, e ele disse em alto e bom som que não queria mais, e isso estava totalmente fora dos planos dele.

_Entendo, mas talvez ele mude de opinião quando souber que está grávida.

_Eu espero que sim senhora.

_Bom Detetive, eu posso te dar cobertura por um tempo, não quero você na hora de prender o assassino já que pode correr o risco de tomar um tiro, nada de perseguições e muito menos ficar sem o colete.

_Sim senhora. –Eu disse sorrindo, não pensava que Gates me daria tanto apoio. –E obrigada capitã.

_Por nada. –Ela sorriu de volta e então concentrou-se novamente nos papeis a sua frente, era a minha deixa para sair. Eu vi os três, segundos depois saindo do elevador.

_Ei, o que aconteceu, eu estava preocupado. –Castle disse.

_Está tudo bem agora. –Eu disse sorrindo para convencer a ele e a mim também. –Foi uma intoxicação alimentar, vou tomar alguns remédios e logo estarei bem novamente.

_Certo. –Ele não parecia muito convencido. –Foi o caso mais rápido que resolvemos.

_Como assim? –Eu assumi a postura de detetive profissional novamente.

_Bem... –Esposito começou. –Nós vamos localizar o endereço que nos foi passado do assassino agora.

_Denuncia anônima? –Perguntei.

_Na verdade a tia do assassino quem ligou, pediu para tomarmos cuidado já que Noris sofre de problemas psicológicos graves. –Ryan explicou enquanto localiza o endereço. –Aqui está, pegamos esse rato.

Em um impulso eu levantei, olhei para os três à minha frente e peguei meu casaco, eu estava feliz de poder ir para casa mais cedo.

_Vamos lá. –E minha empolgação para pegar o cara só aumentava, foi quando Gates apareceu na porta de seu escritório e fez um anuncio para nós quatro.

_Vocês vão sem a detetive Beckett. –Ela disse.

_Mas senhora... –Espo ia argumentar, mas foi cortado. Eu me lembrei então de que não poderia ir e o porque de não poder ir.

_Eu preciso dela para ajudar no fechamento de alguns casos, vocês três são capazes de fazer isso sem Beckett. –Mesmo que não concordassem, eles obedeceram, e assim que entraram no elevador virei-me para Gates.

_Hum, obrigada capitã por ter me ajudado, mas eu ficarei afastada sempre das prisões?

_Só quando eu souber antecipadamente que o assassino oferece sérios riscos a você, ou seja sim sempre.

Ela voltou para sua sala e eu fiquei na minha mesa esperando que eles voltassem, o que parecia uma eternidade, resolvi dar um passeio pelo necrotério, eu precisava contar para Laine, ela assim como Gates me ajudaria.

_Ei. –Cheguei por trás dela que levou o maior susto, colou a mão no peito e olhou-me brava.

_Quer me fazer ter um ataque cardíaco?

_Desculpe.

_O que faz aqui? E o que aconteceu hoje pela manhã?

_Passei mal. –Ela me olhou irônica.

_Que você passou mal eu sei, quero saber quais foram as causas?

Eu hesitei um pouco antes de falar, e Laine percebeu a minha causa de humor repentina.

_O que aconteceu? Você parece preocupada, mas ainda assim tem um brilho diferente nos seus olhos.

_Eu estou grávida. –Primeiro ela ficou em choque, depois descrente e então começou a sorrir e chorar ao mesmo tempo.

_Ai meu Deus! Kate você, você está realmente grávida? –Ouvir aquilo me fazia sorrir muito.

_Sim, sim eu estou. –Ela veio correndo para me abraçar.

_Isso é demais, é perfeito. Meus parabéns! E como o Castle reagiu? –Meu sorriso se desfez imediatamente. –O que foi querida?

_Eu ainda não contei.

_E quando vai contar? Isso não é o tipo de coisa que se esconde, ele vai pirar.

_É, com certeza vai, mas não por esses motivos.

_Do que está falando?

_Eu ouvi, alguns dias atrás ele conversando com Martha.

_Então... –Ela me incentivava.

_Então ele disse que não queria mais filhos. –O sorriso dela também não era mais o mesmo, ela entendeu.

_Oh querida, eu sinto muito.

_É eu também.

_Você não está pensando em...

_Aborto? Não, de maneira alguma. Eu vou contar Laine, não sei quando mas eu vou contar.

_E se ele não aceitar.

_Então eu farei o que é certo.

Eu fiquei pensando em todos esses anos ao lado dele, Castle não podia ser esse tipo de pessoa, ela ia contar. Eu encarei Laine por mais alguns segundos, e ela esperava alguma resposta minha.

_E o que seria?

_Eu vou deixa-lo.