A Brisa Da Morte escrita por huntress
Notas iniciais do capítulo
Esse capítulo ficou um pouco rápido, mas a jornada dele está para começar...
Já na frente do chalé 4, Dipper tenta analisar seu estado: As roupas com manchas de graxa, já impossíveis de tirar, mas isso é normal, suas roupas estão assim na maioria das vezes. O cabelo castanho está tão desajeitado e desalinhado que ele desiste de tentar arrumá-lo com a mão. Podia imaginar que sua cara devia estar tão apresentável quanto as roupas e o cabelo, mas mesmo assim sorriu e bateu na porta.
“Toc toc”
A porta se abre e um rosto ‘’brota’’ ― não literalmente ― em sua frente.
Uma menina de olhos verdes lhe oferece uma tigela de cereais e ordena para que Dipper entre logo.
― Esse vento gelado faz mal ás minhas orquídeas. ― explica a menina.
Dipper resolve obedecer. Ainda estava com a tigela de cereais na mão quando a garota fechou a porta.
― Arg! Esse tempo está terrível não acha? ― ela reclama ― Toda essa ventania assusta minhas pobres plantinhas.
O tempo nem está tão desagradável assim, pensou Dipper.
Ele devolveu a tigela à menina e deu uma breve analisada no local, todos os ali presentes o olhavam com pena.
― Com licença ― diz ele ― Procuro por Hallie Jakes, ela está?
A pergunta de Dipper gera uma espécie de entendimento geral e enquanto todos saem porta afora, uma garota de cabelos cor-de-mel fala:
― Aqui, Dipper, sente-se nessa poltrona ― ela diz apontando uma poltrona de couro ― Vamos ter uma conversa.
Dipper se perguntava o porquê de todos terem saído quando ele disse que procurava por Hallie Jakes, é provável que todos já saibam da morte de Skyler.
Quando ele sentou-se na poltrona, Hallie disparou:
― Todo o chalé sente muito por Skyler e por você também, coitadinho, você mal apareceu ao pavilhão! Está com fome?
Dip apenas balançou a cabeça negativamente.
― Meus irmãos saíram para nos dar privacidade, você sabe, as pessoas sempre choram quando conversam comigo e eu acho que ninguém gosta de chorar na frente de muitas pessoas, estou certa? ― diz Hallie.
― As pessoas choram quando conversam com você? ― pergunta Dipper levemente preocupado.
“O que ela pode falar que me faça chorar?”
― Ah sim, é provável que elas tenham se emocionado com a beleza de minhas palavras ― diz ela ― Mas no seu caso, você tem outro motivo pra chorar, posso apostar que você segura as lágrimas pra passar longe dos costumeiros “olhares de pena”.
O filho de Hefesto não disse nada, longos minutos de silêncio se passaram. Hallie permanecia imóvel, apenas esperando o momento certo para continuar a falar.
― Se importa de me contar todos os detalhes? ― ela pergunta finalmente ― Preciso saber de tudo para poder encaixar alguma história.
Dipper conta para Hallie tudo o que julga suspeito, e o que não julga também, ela insistia em saber de tudo, até coisas do tipo “o que você jantou ontem?”
Quando Dipper chegou á parte em que Skyler estava estranha na noite anterior e fora dormir mais cedo, Hallie o interrompeu, pôs-se de pé e andou até a soleira da janela, onde haviam algumas flores brancas enroscadas, que em plena luz do dia estavam fechadas.
― Essa flor, é chamada de Dama da Noite ― ela diz enquanto passa as mãos sob uma das flores ― É por isso que ela está fechada agora, só se abre á luz do luar. Uma das flores mais brilhantes que eu já vi, o cheiro dela é tão doce, você consegue sentir mesmo de longe.
― Entendo ― diz Dipper ― mas não entendo como isso pode me ajudar a...
Hallie não deixou Dipper completar a frase, continuou:
― Um certo dia, quando me sentei para observa-la não notei que o tempo estava passando, a noite já havia chego e ela não se abrira... Eu pensei ‘’algo está errado’’.
Alguns segundos de silêncio se passam até que Hallie termina:
― Eu estava certa, descobri que tinham a envenenado.
― E o que aconteceu depois? ― perguntou Dipper, tomando interesse pela história.
― Ainda não era tarde demais, eu cuidei dela muito bem e aqui está ela firme e forte.
Mas para Dipper já era tarde demais.
― Obrigado pela ajuda Hallie ― diz ele ― Eu acho que estou cansado então eu... vou indo.
Hallie assentiu e sorriu.
― Até mais.
Dipper estava realmente cansado, voltou para seu chalé e deitou-se em seu beliche, mas não adormeceu. Estava perturbado demais para isso.
“Uns soníferos agora cairiam bem” pensou, lembrando-se da oferta de Edwin.
Após alguns minutos contando carneirinhos ele adormeceu.
Quando acordou já parecia ser noite, olhou pela janela e viu ao longe uma multidão reunida. Estava na hora de queimar a mortalha de Skyler e ele não queria ter que presenciar aquilo, ele não iria.
Saiu silenciosamente do chalé e caminhou até o lago, logo que chegou procurou por algum lugar para sentar e aninhou-se atrás de uma pedra relativamente grande.
Talvez ninguém me ache aqui, pensou ele.
Alguns segundos depois, pôde ouvir passos silenciosos na grama e uma figura de roupa preta sentou ao seu lado.
― Por favor, diga-me que não veio aqui me convidar para assistir a confirmação de que minha namorada morreu. ― pediu ele.
― Não, eu também odeio aquilo tudo. ― respondeu Jade.
Jade era filha de Hades e uma das poucas amigas de Skyler, talvez porque não tivesse um espirito muito atlético, portanto nunca discutia nem se irritava com Skyler.
― Se eu descobrir quem fez isso com ela, eu juro que...
― Do que vai adiantar? Digo, do que vai adiantar saber quem a matou? Isso não a trará de volta, Dipper. ― diz a garota.
De repente foi como se uma lâmpada se acendesse bem a cima da cabeça dele.
― Traze-la de volta... ― ele repetiu de um modo assustadoramente psicopático ― Jade, você é um gênio!
― O que eu fiz? ― ela perguntou, as sobrancelhas arqueadas.
― Você pode me ajudar ― ele diz ― Conhece a história de Orfeu?
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