A Brisa Da Morte escrita por huntress


Capítulo 3
Capítulo 2




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Era uma manhã ensolarada. A maioria dos campistas estavam na aula de arco e flecha com Quíron.

― Muito bem, quem acertar exatamente no meio do alvo mais rápido, acumula 10 pontos. ― Quíron explicava algumas das regras da competição de arco e flecha que ele havia sugerido para estimular os campistas nas atividades do Acampamento.

Todos os competidores estavam em uma linha horizontal. Cada um representando seu chalé. Walden foi escolhido para representar o chalé de Apolo, não era tão bom em medicina como seus irmãos mas com toda certeza era o melhor arqueiro do Acampamento. Pelo menos até agora.

Skyler , é claro, representava o chalé de Zeus.

Talvez a maioria dos campistas esperassem que consecutivamente o chalé de Apolo ganhasse essa, como sempre.

Dipper estava sentado ao lado de seus irmãos, não estava representando o chalé de Hefesto e isso era meio que auto explicativo já que a sua mira não era uma das melhores.

― Ao meu sinal... ― informa Quíron ― [...] AGORA!

Dito isso, flechas passaram em um flash pelos olhos de Dipper.

Algumas foram parar na floresta, outras passaram longe do alvo. Isso é porque os campistas geralmente preferem espadas.

Quíron analisou os contadores que estavam pregados atrás do alvo, serviam para cronometrar a chegada da flecha (algo inventado por algum filho de Hefesto). Apenas duas flechas foram certeiras no centro do alvo. Essas flechas eram de Walden e Skyler.

― Hum ― resmunga o centauro ― Por 2 milésimos de diferença, a grande ganhadora é Skyler Walker representando o chalé 1.

 Skyler apenas sorri como se já soubesse.

― O que? ― se manifesta Walden ― Ela trapaceou, eu vi!

― Como se pode trapacear em arco e flecha? ― pergunta Skyler em sua defesa.

― Você soprou ― grita Walden ― eu vi!

― Eu não posso fazer nada se o vento sempre sopra ao meu favor ― diz Skyler.

― O vento? Não mesmo! Você fez com que o vento lhe ajudasse e isso é trapaça! ― as orelhas do menino começam a ficar vermelhas. Raiva. Isso não é nada bom.

― Ora, se você não sabe perder eu lamento porque isso vai começar a acontecer constantemente com você agora que eu estou aqui ― diz Skyler pronta para começar uma briga.

― Walden, desculpe meu jovem mas se você não tiver provas disso, não pode acusa-la ― diz Quíron em uma tentativa de acabar com a discussão.

Walden reúne toda sua força e joga seu arco no chão. Skyler sorri vitoriosa enquanto Walden se afasta batendo os pés e praguejando em grego antigo.

Os pensamentos de Dipper são interrompidos por um toc toc.

Ele anda até a porta e abre-a com cara de poucos amigos. A sua frente está Edwin.

― Olá, novamente ― diz ele ― Vim perguntar se precisa de alguma coisa.

― Não, obrigado. ― responde Dipper pronto para fechar a porta.

Edwin o impede.

― Imagino que não esteja com apetite nenhum então não vou perguntar se você vai estar no pavilhão daqui a meia hora para almoçar.

― Exato, agora se me der licença eu estou tentando dormir ― diz Dipper tentando (novamente) fechar a porta.

Edwin (novamente) o impede.

― E vejo que não está conseguindo pois está com uma cara terrível, se quiser eu lhe arranjo alguns soníferos ― diz ele.

― Não, obrigado novamente Edwin ― diz Dipper enquanto fecha a porta.

Era difícil para Dipper entender os motivos de Edwin estar tão preocupado com ele. Afinal, eles nunca foram de fato amigos. Apenas conhecidos de vista.

Talvez fosse apenas a velha e boa solidariedade.

Decidiu esquecer-se de Edwin e focar novamente em seu pequeno flashback. Ainda que ter o titulo de melhor arqueiro do Acampamento fosse um motivo miserável para matar alguém, ele não poderia ser descartado, era tudo o que Dipper tinha no momento.

Tudo aquilo ficava martelando em sua cabeça, impedindo-o de pensar em qualquer outra coisa. Queria esclarecer as coisas, então ele tomou uma decisão: Ia conversar com Walden.

Acampamento Meio-Sangue; Chalé 7-Apolo; 12:00.

― Não vai vir conosco, irmão? ― pergunta um dos meio- irmãos de Walden ― ultimamente você não tem comido direito...

― Ah, eu estou bem ― bufa o garoto ― Pare de fingir que se importa comigo e vá encher o pandulho de comida.

O meio-irmão do garoto apenas encosta a porta do chalé 7 e se dirige ao pavilhão.

Dipper está na frente do chalé 7, esperando Walden sair. Visto que isso não acontece durante uns 10 minutos, Dip resolve entrar.

A porta está encostada então ele entra sem nenhuma aparente dificuldade. Walden está lá, de costas para a porta, em um canto qualquer do chalé.

― Walden? ― chama Dip.

Walden se vira lentamente, a expressão em seu rosto é sempre a mesma: rabugenta. Algo do tipo “O que você quer comigo?”

― Ah, é você ― murmura ele ― Sabia que viria, quer falar sobre os boatos, não é mesmo?

― É... isso... ― Dipper se sente um pouco desconfortável com toda a situação, mas mesmo assim pergunta ― É verdade? Digo, que você não estava em seu chalé na hora...

Walden o interrompe:

― Olha, não é mais fácil você perguntar “Você matou a minha namorada ou não?”

Antes que Dipper pudesse ter qualquer tipo de reação, Walden continua:

― Não, a resposta é não ― revira os olhos, levemente irritado ― É verdade eu não estava no chalé na hora do assassinato, mas eu não matei a sua namorada, se é o que você quer saber.

Dipper assente, retornando a realidade.

― Nunca pensei que tivesse sido você...

― Eu e ela nunca fomos best friends forever, você sabe, mas eu nunca teria coragem de fazer uma coisa dessas, nunca. Fica a seu critério acreditar em mim ou não.

― Tem razão, me desculpe por isso, mas era tudo o que eu tinha no momento ― diz Dipper.

― Eu entendo, no seu lugar eu faria a mesma coisa. Sabe, você deveria falar com Hallie Jakes, do chalé de Demeter, ela e  todas aquelas metáforas sobre flores e tudo o mais, de um jeito ou de outro, ajudam ― diz Walden.

― Vou fazer isso, até porque não tenho outra opção ― sorri Dipper ― Foi um erro desconfiar de você, sabe, você tem esse jeito de espantar as pessoas ao seu redor, mas no fundo é um cara legal, acho até que a sua rixa com Skyler era uma maneira de dizer ‘’Ei, podemos ser amigos!’’

Walden mantêm a expressão séria.

― Pode ser.

Dipper se aproxima da porta, e antes de encosta-la e ir para seu chalé ele conclui:

― Ah, vamos lá Walden, não pode ser tão rabugento assim, ela era parecida com você em certos aspectos, um deles é o orgulho. Você a odiava por ser tão parecida com você, sei disso, no fundo você gostava dela.

― Mais do que você imagina... ― murmura Walden quando Dipper já está distante demais para ouvir.


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