Teaching A Lesson escrita por fernanda


Capítulo 6
Capítulo 5




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Finalmente segunda-feira. Nunca pensei que diria algo assim na vida, mas o domingo foi muito monótono. Acordei às 7h, bem na hora. Me levantei, fui ao banheiro e comecei minha rotina matinal. Depois que saí, desci as escadas com cuidado, por causa do meu pé engessado. Senti um delicioso cheiro de bacon e ovos. Uhm, minha mãe estava caprichando, pelo visto. Porém, quando cheguei na cozinha, fui surpreendida ao ver meu pai manuseando as panelas enquanto minha mãe lia o jornal sentada.

- Acordei num mundo paralelo ou o quê? - brinquei.

- Quase isso - meu pai riu. - Na verdade, só estou comemorando enquanto tenho tempo, porque eu fui promovido no trabalho.

- Sério? Aaaai parabéns pai! - corri para abraçá-lo.

- Só que eu vou ficar mais tempo fora, ok princesa? Meu turno é das 8h da manhã até as 20h da noite. Mas eu vou ficar até umas 22h, pois eu tenho umas coisas para organizar lá. Sua mãe vai chegar na hora de sempre, às 17h. Tudo bem?

- Não tem problema. Você sabe que eu me viro.

Comi o meu café da manhã (que por sinal estava delicioso) e subi para me arrumar. Escovei os dentes, escolhi uma roupa mais quente, pois estava meio frio, e a vesti. Arrumei o cabelo, mas não precisei de muito, pois ele se ajeita naturalmente. Terminei de me aprontar, peguei minhas muletas e saí de casa.

Cheguei na escola meio cedo, mas tudo bem. Sentei no meu lugar, coloquei os fones de ouvido e comecei a ouvir música, esperando ansiosamente pela chegada de Ashley.

Aaaah como eu queria ver a reação dela diante de tudo que aconteceu... E como queria. Ela deve estar toda confusa. Vou ter que me esforçar para não rir na cara dela.

Eu estava distraída com a música, quando senti um cutucão no ombro. Era Ash. Ai Deus.

- Ooooi! Nem te vi chegar - exibi um grande sorriso pra ela e a abracei.

- É, percebe-se né. Parece que sua cabeça está longe, pensando em outras coisas... - isso foi uma indireta? Opa, tá funcionando. - O que houve com a sua perna?

- Eu caí no dia da festa, no jardim. Daniel viu e me levou pra casa.

- Ah.. Quando você tira o gesso?

- Daqui a 5 dias.

- Hm...

O sinal tocou bem na hora. Sem brincadeiras, cara séria... Bom sinal. Tá realmente funcionando. E melhor do que eu esperava! Tive que me segurar para não rir. A reação dela.. Uau.

A aula no geral foi chata. No almoço, Ashley estava muito calada. E ela nem tocou no assunto da festa. Eu tentei perguntar o que ela tinha feito lá, e quem era o cara que ela estava ficando, mas ela me deu uma resposta curta dizendo que tinha dançado e que ela nem se lembrava direito quem era aquele cara. Achei aquilo estranho, mas ela mudou de assunto rápido.

Nós estávamos paradas na frente da escola, na saída, conversando com umas outras garotas, quando Daniel se aproximou. Me preparei para "atuar" de novo.

- E ai... - ele chegou e me abraçou, me dando um beijo na bochecha. Ashley ficou nos encarando, meio séria e curiosa. - Como foi a aula hoje?

- Normal - Ashley respondeu antes que eu pudesse falar alguma coisa. Lancei um olhar para Daniel e acho que ele compreendeu. Estava funcionando.

Ficou um silêncio esquisito entre a gente. Até que Daniel resolveu quebrá-lo.

- Ahm, Cassie, eu posso ir na sua casa hoje? Preciso falar com você sobre.. Algumas... Coisas.

- Claro! Pode sim. Na verdade estou indo agora, se quiser vir...

- Pode ser.

- Então, a gente se vê amanhã Ash? - falei.

- Aham. Tchau - ela respondeu, secamente.

- Tchau...

Eu e Daniel saímos abraçados, e percebi que Ashley continuava nos fitando, confusa. A reação dela foi realmente melhor do que eu esperava. Ela estava MUITO esquisita. Mas tudo bem.. Isso é só o começo.

Quando chegamos em casa, coloquei minhas coisas no quarto e logo voltei para a sala.

- Bom, bem-vindo - falei.

- Linda casa... - logo que ele falou isso, apareceram Maia e Adolph. Não tinha ideia de onde estava Freud, mas ele sempre se esconde, então... - Ah, quem são esses? - ele começou a afagá-los.

- Bom, a grandona é a Maia, e o pequeno é Adolph.

- Adolph? - ele riu.

- É, Adolph Hitler. Também tenho um gato chamado Freud. Me deixa, tá? - eu ri também.

- Oook.

Mostrei a casa pra ele e paramos no meu quarto, sentando na cama. Eu estava meio desconfortável com a presença dele na minha casa. Pra ser bem sincera, nenhum garoto tinha vindo aqui antes. Eu nunca tive muitas amizades masculinas. E não estou dizendo que ele é meu amigo, bem pelo contrário, não gosto dele, mas não custa ser gentil né?

- Você parece nervosa - ele disse.

- Ah, é que minha mãe vai me matar se ela chegar aqui e ver você. A propósito, ela chega lá pelas 17h30, então por favor, se você dá valor à sua vida, não fiquei até muito tarde - isso é verdade em parte. Mas não é por isso que eu estou nervosa.

- Tudo bem, mas não acredito que seja por isso que você está nervosa...

- Então qual você acha que é o motivo, oh dono da verdade? - tentei disfarçar meu mini ataque cardíaco com sarcasmo.

- Eu acho - ele sentou mais perto de mim, me encochando - que você está nervosa pois não está acostumada com a presença de caras como eu perto de você. Na verdade, meninos em geral.

Merda. Ele acertou em cheio. Ele é bom nisso...

- Quê? Por favor, ouça o que está dizendo. É da garota que estava rebolando em você naquela festa que você está falando - não sinto orgulho disso, mas nesse caso qualquer coisa serve de argumento.

- Claro, você estava bêbada! E estava insegura antes de eu te dar toda aquela cerveja pra beber.

- Óbvio! Você acha que eu saio rebolando no primeiro cara que vejo na rua?

- Começando a se contradizer, hm... Como está seu pé? - Daniel disse isso num tom mais malicioso, enquanto posicionava sua mão em minha cocha.

O olhar dele estava pesado sobre mim, e eu respirava com dificuldade. Parecia que meu coração ia saltar pela boca. Eu já estava nervosa, imagine depois disso. 

- B-bem... Dói um pouco mas e-eu to tomando.. Err... Remédio e tal e.. - eu tentava desviar o olhar, mas ele ia chegando mais perto. Como um joguinho dele para arrancar a verdade de mim. - OK PARA COM ISSO! - praticamente surtei.

Ele soltou uma gargalhada, deitando em minha cama. Permaneci séria. Ele é tão.. tão... idiota! Ugh.

- Sabia que não ia resistir! - ele se recompôs. - Você não tem muito contato com o sexo oposto, né?

- Na verdade não - tive que ser sincera.

- Vamos ter que trabalhar isso se quiser fazer isso parecer real. A propósito, como a Ashley tava na aula?

- Esquisita. Quieta.. No almoço também. Isso é bom, né?

- Muito. Ela vai surtar daqui a alguns dias...

- Com certeza. Foi mais fácil do que eu imaginei. Não vamos precisar de muito pra convencê-la.

- Uhum. Acho melhor eu ir agora..

- Tudo bem, te levo até a porta.

- Você não via a hora de eu ir embora, hein?

- Cala a boca.

Fiquei desconfortável de novo, mas o levei até a porta. A despedida foi esquisita, apenas dei um tchauzinho com a mão pois não estava confortável o suficiente para abraçá-lo.

Depois que ele saiu fiquei pensando em como seria a vida sem a Ashley irritante, apenas a Ashley melhor amiga que sempre foi. É, não vejo a hora...


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