Capuz Cor De Sangue escrita por LuisObscure
Notas iniciais do capítulo
Primeiro capitulo, aqui esta, é um episódio pouco trabalhado só para mostrar o que quero fazer nessa história basicamente... mas vou fazer capitulos mais trabalhados para tentar manter uma atmosfera sombria na série
A cada dia que passa me importo menos com o que passou, e me preucupo mais com atituldes desesperadas e irreais de minha mãe, ela se afunda nas magoas do passado como se eu nem existisse, não sei se é bom ou ruim, mas talvez nem dê mais importancia, ela acha que a vida dela acabou, e esta acabando com a minha tambem.
Quando meu pai morreu no maldito acidente de carro tinha 12 anos, agora tenho 15, minha mãe entrou em depressão e me afastou da cidade, escola e amigos pra me mandar a essa area rural que eu tanto odeio, a cada dia que passa penso em simplesmente juntar minhas coisas e dar o fora, abandonar tudo, minha mãe, essa casa, essas pequenas coisas que tanto detesto e voltar ao meu antigo colégio, meu antigo apartamento.
Não tenho televisão aqui, não tenho computador, não tenho nem ao minimo um telefone fixo para que posso ligar para alguem e passar o tempo, sem nada para fazer me afundo nos mesmos livros de sempre, minha mãe se recusa a me dar outros, temos uma floresta bem em frente a nossa casa e minha mãe não me deixa colocar os pés lá, ela quer que eu fique dentro de casa o dia todo sem o minimo de diversão, ela tem de entender que a vida continua, se ela quer destruir a vida dela que seja apenas uma, e não nossas duas vidas juntas.
Tenho medo de um dia simplemente morrer e perceber que minha vida não valeu a pena, que não tenha uma história feliz antes do acidente de carro que matou meu pai, que minha mãe tirou até meu ar, o que eu mais quero é que um dia eu lembre de tudo o que aconteceu nessa nova casa e diga em alto e bom som: “VALEU A PENA”, mas não, a cada dia uma parte de mim morre, até minha vida acabar completamente.
Ouço meu nome em um grito, não exatamente um grito, parece abafado, triste, é ela, minha mãe me chama a cozinha, vou sem vontade, mas ainda assim vou lá, ela diz:
_Filha tudo bem ? – e como eu poderia estar ? – coloque suas melhores roupas, vamos para a casa da sua vó...
Ela morava do outro lado da floresta, era no meio do nada igual a nossa, mas pelo menos lá tinha comida descente, me arrumei o mais depressa que pude, voltei a cozinha, minha mãe não estava pronta ainda, peguei uma maça enquanto esperava ela.
Ela acabou de se arrumar e foi a cozinha, ficou olhando para mim até eu perguntar:
_Por que esta me olhando ?
_Nada... você me lembra a mim mesmo quando pequena...
_Aff mãe, por que tem de ser tão clichê ?
O sorriso dela mudou para um rosto demonstrando raiva e ela disse:
_Por que esta agindo assim desde que mudamos ?
Começei a gritar, não por que estava irritada com a situação, mas por que achei que precisava ou ela não iria me entender:
_POR QUE QUANDO VOCÊ DECIDIU SE MUDAR PARA CÁ EU DESAPROVEI, VOCÊ ACABOU COM MINHA VIDA E QUER ESTAR AO LIMITE DA RAZÃO... MEU PAI MORREU, ACEITE !
O olhar de raiva estampado ao rosto da minha mãe mudou, mudou para um vazio onde varias lagrimas escorriam, eu perguntei:
_Tudo bem... mãe ?
Ela disse sem olhar para mim:
_Sim, vá para a casa de sua vó, não tenho condições de ir com você hoje...
_Mas mãe...
_VÁ...
Quando eu ia sair ela apenas disse:
_Pegue a cesta de alimentos em cima da mesa, sua vó esta doente e não tem condições de ir a feiras e mercados, e pegue o caminho pela ponte, não passe pela floresta, devem ter animais venenosos lá...
Sai fechando a porta atrás de mim, odiava o caminho da ponte, não gostava de jeito nenhum pelo barro e agua que a rodeava, fora que lá sempre ventava. Mas eu nunca tinha ido pela floresta, por um momento eu pensei, não ligo para minha mãe, talvez eu deva entrar e ser feliz, e simplesmente entrei, não seria má ideia se uma cobra viesse e me picasse, e talvez só pra variar, me matasse...
CONTINUA...
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