Perfectly Wrong escrita por Juliiet, Nana


Capítulo 9
Fugindo dos vestidos de noiva perseguidores


Notas iniciais do capítulo

Heeeeey, tudo bem? Então, eu sei que eu demorei, mas vou falar o motivo (sim, é só um) da demora lá embaixo.
O capítulo é especialmente pra Feeh, pra semiaddiction e pra katherinelady, pelas recomendações que eu AMEI. Muito obrigada, meninas :3
O cap não tá lá essas coisas, mas é porque eu não ia escrevê-lo...enfim, falo mais disso nas notas finais.
Boa leitura!



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   – Mas ele não tinha descoberto tudo há umas duas semanas? – JJ perguntou, depois de tomar um gole do seu mocha. – Eu lembro que você chegou que nem uma louca no trabalho pra me contar.

   – Nah, foi tudo alarme falso – respondi, esquentando minhas mãos no meu próprio café. – A Allison conseguiu fugir pela escada de incêndio e tudo o que o Sr. Tweed descobriu foi o F que a Joker tirou em Cálculo II. Bom, até ontem. Agora ele descobriu tudo mesmo.

   Eu estava explicando a JJ todo o drama da minha vizinhança enquanto esperávamos a Erin na Starbucks na frente da Union Square. Ela ia fazer a primeira prova do seu vestido de noiva e exigiu nossa presença. JJ estava tão animado quanto ela – enquanto eu estava me concentrando em não vomitar.

   Falar sobre os problemas alheios meio que ajudava.

   – Max – JJ disse lentamente, o máximo que a palavra de uma sílaba permitia, olhando-me de maneira meio esquisita. – Como você sabe que a garota tirou F em Cálculo II?

   Fitei-o sem entender.

   – Asher tem um binóculo muito bom – respondi inocentemente.

   Ele começou a balançar a cabeça, incrédulo.

   – Você é maluca, sabia? Vocês dois são.

   Antes que eu pudesse retrucar, Erin entrou no lugar com uma animação que fez todo mundo olhar para ela. Minha amiga era inacreditavelmente bonita todos os dias, mas naquele momento ela estava radiante. Me perguntei se era finalmente o brilho prometido da gravidez. Ela continuava sem aparentar estar grávida, com seu corpo esguio e alto, vestia jeans justos, botas de salto alto e cano curto e uma blusa japonesa azul escura. A cortina de cabelos chocolate balançava suavemente em suas costas enquanto ela caminhava até nossa mesa com um sorriso brilhante.

   – Andem logo, vocês dois! Já estamos atrasados! – mandou, como se fosse nossa culpa. Estávamos ali há quase meia hora.

   – Oi pra você também – falei enquanto me levantava.

   Erin acenou como se cumprimentos fossem desnecessários e me puxou pelo braço para fora. JJ trotava atrás de nós, parecia até que ele que era a noiva. Eu me esforcei muito para não rolar os olhos.

   Não era como se eu não estivesse feliz por minha amiga. Eu estava e muito. Mitch era o melhor cara do mundo e o par perfeito para Erin. Eles se completavam e ele aguentava as merdas dela. Isso era algo para se comemorar mesmo, já que nem eu conseguia aguentar as loucuras de Erin vinte e quatro horas por dia. E, apesar do meu período de convivência com Asher Lockwood estar colocando isso à prova, eu costumava ser uma pessoa bem paciente.

   Não, não era por nada disso. Eu queria ver Erin feliz mais do que qualquer coisa. Eu só não me sentia muito confortável com essa coisa toda de casamento. Não por ser o dela, mas por sempre que estávamos falando sobre isso, ela virava para mim e dizia algo como “a próxima é você, Max!”.

   Isso fazia o meu estômago se torcer num nó doloroso.

   Não era como se eu não quisesse me casar. Um dia. Era só que...eu não estava preparada para isso ainda e, ao ver Erin já quase casada, parecia que a pressão para que eu fizesse o mesmo ficava ainda mais forte.

   Fomos andando em direção à Kleinfeld, a loja onde Erin havia comprado seu vestido. Aquela segunda-feira estava ensolarada e amena, e a caminhada não durou nem quinze minutos. A loja me causava calafrios, lotada de vestidos brancos de todas as formas e tamanhos, que pareciam se espremer de todos os cantos. Fomos rapidamente atendidos e, depois de apenas alguns minutos no provador, Erin saiu, inacreditavelmente linda em seu vestido.

   JJ a havia ajudado a escolher, já que os dois tinham ignorado todos os meus palpites. Só porque eu achava que ela tinha que se casar com um vestido curto, eu não precisava ser ignorada, não é? No fim, eles haviam optado por um vestido mais tradicional. Bom, nem tanto. Pelo menos ele não era curto. Mas era o vestido mais lindo que eu já tinha visto na vida. A saia era feita de várias camadas de um tecido leve, branco, delicado e meio transparente. Não era muito armado, mas também não era colado ao corpo. O corpete era de um tom mais perolado, o decote em formato de coração, e todo entrelaçado com pérolas de verdade, que formavam uma espécie de tela. Parecia mais um vestido para um casamento no verão do que no outono. Por algum motivo, eu conseguia visualizar Erin usando-o para se casar em um vasto e florido jardim, mesmo que soubesse que, na verdade, ela se casaria no The Prince George Ballroom. Mas o resultado final, na pele morena de Erin, era incrível demais para colocar em palavras.

   JJ estava falando, porém. Ele parecia notar todos os detalhes, dizendo quais ajustes precisavam ser feitos e coisas assim, mas eu não conseguia ver nada de errado. Erin estava perfeita.

   – Você não vai dizer nada, Max? – Erin perguntou, seu sorriso morrendo ao ver que eu não dizia nada.

   Eu balancei a cabeça, tentando encontrar palavras. Mordi o lábio, mexi as mãos, sorri e ri.

   – Mitch vai precisar jogar você no ombro dele e fugir para as montanhas – finalmente disse, levantando-me do sofá e ficando de frente para ela. – Você está tão linda que todos os caras na cerimônia vão querer casar com você.

   Talvez tivessem sido os hormônios da gravidez ou qualquer coisa assim, mas Erin – com seu vestido de noiva e tudo – praticamente se jogou em cima de mim, passou seus braços por meu pescoço e me apertou tanto contra ela que eu senti que ficaria com as marcas das pérolas do vestido dela para sempre no meu braço.

   – Eu te amo, Max – ela soluçou, e só então eu percebi que ela estava chorando. – Obrigada por tudo. Eu não seria nada sem você, eu só queria que você soubesse disso.

   Eu a abracei de volta, mergulhando meu rosto nos seus cabelos com cheiro de pêssego.

   – Eu também te amo, Erin – eu respondi. – Mas eu nem preciso dizer, você sabe disso.

   E enquanto estávamos no nosso momento de lindo e emocionado de amizade, a atendente que estava ajudando Erin com o vestido entrou de repente e soltou um suspiro de satisfação, dizendo:

   – Vocês ficam tão lindas juntas! Você vai usar um vestido de noiva também?

   Soltei Erin na mesma hora e fiquei olhando a mulher de meia idade, que sorria para nós.

   – Perdão? – falei.

   – Hoje em dia, não há uma regra para isso – foi a resposta. – E você ficaria linda num vestido de noiva. Vocês fazem um casal muito bonito.

   Certo, ou eu estava entendendo errado ou a louca ali estava pensando que era eu quem casaria com Erin. Minha suspeita se confirmou quando JJ começou a rir escandalosamente e Erin só olhava da mulher para mim com a mesma expressão de confusão que eu devia ter na cara.

   – É o que eu vivo dizendo – disse JJ quando finalmente conseguiu respirar o suficiente para conseguir falar. – Max acha que vai ficar feio as duas se casarem usando vestidos de noiva.

   Eu não podia acreditar no que estava ouvindo. Que aquele cara estava fazendo?

   – Ei, não é nada disso – comecei a dizer, mas Erin, que finalmente tinha entendido a suposição da mulher, resolveu entrar na brincadeira.

   – Vai negar agora, meu amor? – ela me perguntou, com ares de indignação fingidos. – Você não parou de falar como seria ridículo as duas usarmos vestidos de noiva. Mas eu acho que você vai ficar ainda mais linda em um – e então seu olhar se tornou claramente malicioso. – E eu vou adorar tirar ele de você na nossa noite de núpcias.

   Agora era oficial. Meus amigos precisavam de uma passagem só de ida para o hospício mais próximo.

   No final, o pior aconteceu. Eles convenceram a consultora a pegar alguns vestidos para eu experimentar. E nada do que eu dissesse os fez mudar de ideia. Quando finalmente eu fiquei sozinha com Erin no provador, usando um vestido de noiva que me deixava trinta quilos mais gorda, minha vontade era estrangulá-la.

   Ou vomitar no vestido.

   Mas aí eu teria de comprá-lo.

   – Por que você está me torturando? – perguntei em voz chorosa para aquela que eu achava que era minha melhor amiga.

   Ela sorriu maldosamente.

   – Uma pequena vingança por você ter me deixado a noite toda preocupada com você. Quando eu peço pra ligar, é pra ligar, Max.

   Rolei os olhos e bufei.

   – Até parece que eu tenho doze anos e você é minha mãe, Erin.

   – E você não me atendeu quando eu liguei ontem – acusou.

   – Eu estava assistindo um filme!

   – Com o Cary Grant?

   – Bem, não...

   Ela sabia que ele era, basicamente, o amor da minha vida.

   – Então não é desculpa! – disse, dando de ombros. – Além disso, estou te fazendo um favor. Um dia você vai ter que começar a procurar um vestido. James não vai querer perder tempo quando sair da faculdade.

   Senti como se meu peito ficasse apertado, como se duas mãos de aço estivessem envolvendo meus pulmões. Eu queria sair daquele vestido e daquela loja. Queria respirar.

   – Me ajuda – disse, sem fôlego, quase arrancando o vestido de mim.

   Erin me olhou espantada, mas me ajudou. Rapidamente vesti meus jeans azul claro, minhas sapatilhas vermelhas e minha camiseta do Edgar Allan Poe.

   – Preciso ir – falei, pegando minha bolsa. – Desculpa.

   Saí correndo da loja. Aliás, continuei correndo mesmo depois de sair dela. O que diabo havia de errado comigo? Estava quase na fonte da Union Square quando parei para tomar ar e percebi que estava realmente enjoada. Minhas mãos tremiam e eu suava, embora estivesse fazendo uns 20 graus ali fora. Sentei em um banco e coloquei a cabeça entre os joelhos. Fiquei um tempo assim, até que meu celular começou a tocar. Queria ignorá-lo, mas era provavelmente Erin ou JJ preocupados comigo.

   – Merda, onde você está? – Erin trovejou no celular.

   Respirei fundo e esfreguei os olhos, sentindo a náusea se transformar lentamente em dor de cabeça.

   – Eu não estou me sentindo bem, Erin, desculpe – respondi sinceramente. – Estou indo para casa.

   – Você não espera que eu compre isso, espera? – ela retrucou, ainda soando preocupada e irritada. – Você pode ir abrindo a boca, mocinha. Eu sou sua melhor amiga, estou noiva e grávida, mas eu ainda posso chutar sua bunda.

   Isso me fez rir. Às vezes eu esquecia, mas era impossível não amar Erin.

   – Eu sei, eu sei... meu comportamento foi meio estranho...

   – Meio? Foi uma mistura de psicopatia com síndrome do pânico.

   Apenas sorri dessa vez, sentindo-me muito melhor depois desse diagnóstico.

   – Vá lá em casa amanhã à noite, depois do trabalho – pedi, pensando que uma noite de garotas me faria bem. – Aí nós podemos conversar melhor.

   Ela concordou, relutante. Queria me ver agora, mas eu não estava no clima para explicar coisas que nem sequer entendia.

   Eu estava nervosa com o casamento da minha melhor amiga, me sentindo pressionada por uma mão invisível, irritada com meu colega de quarto – por ter de lavar as roupas dele – e basicamente aterrorizada com a festa de Halloween.

   Mas isso não era nada perto do que eu sentia a respeito da visita de James.

   Meu coração parava por alguns segundos só de pensar nisso, meu sangue corria gelado e eu me sentia doente. Algo me dizia que aquilo não daria certo, que James descobriria tudo, que eu não devia ter mentido para ele, que seria tudo como da outra vez...

   Mas você não fez nada de errado dessa vez, Max.

   Isso não era bem verdade. Mentir sempre seria errado e era o que eu fazia todos os dias para o cara que eu amava.

   Onde havia ido parar minha vida perfeita?

   Parei para pensar nisso por um momento. Sempre haviam me dito isso. Max, você tem a vida perfeita. Eu tinha pais amorosos, que sempre me davam tudo o que eu queria enquanto eu crescia. Eu não era dada à falsa modéstia e sabia que era bonita. Era razoavelmente inteligente, ainda que não tivesse muitos talentos. Eu havia sido líder de torcida, então sabia dançar e agitar pompons, mas não considerava isso como grande coisa. Mesmo assim, havia conseguido entrar na universidade que queria e havia me formado e arrumado um excelente primeiro emprego. Tinha um namorado lindo, que me amava e me queria para sempre.

   Quantas garotas podiam dizer que tinham tudo isso?

   Claro, havia Asher, minha cruz. Mas agora que eu pensava no assunto, ele era um problema que eu mesma havia criado. Se eu tivesse conversado com James desde o início, talvez Asher não fosse o grande problema que havia se tornado e eu não tivesse precisado viver de mentiras pelos últimos meses.

   Claro que James nunca aceitaria que eu morasse com Asher e me faria conseguir um apartamento mais barato em algum outro lugar da cidade. Seria mais distante do trabalho e essas coisas, mas qual seria o grande problema nisso? Sim, seria um inconveniente, mas seria tão impossível assim?

   A resposta era não. Se eu realmente estivesse pensando em fazer James feliz, eu faria como ele quisesse. Até porque se a situação fosse invertida, eu não iria querer que ele vivesse com uma mulher – ainda mais uma que fosse tão sexy como Asher.

   Por que eu estava com todas essas coisas na cabeça de repente? Eu precisava aprender a me controlar ou eu realmente começaria a pensar que tinha algum tipo de fobia social. Afinal, ninguém normal sai correndo por medo de vestidos de noiva, como se eles estivessem me perseguindo.

   Bom, mas de acordo com JJ, eu era maluca.

   Espionar meus vizinhos com um binóculo – e comento pipoca – era assim tão estranho? Quer dizer, as outras pessoas não faziam isso também?

   Não, Max. As que fazem isso acabam trancadas numa cela.

   Suspirei e resolvi voltar para casa. Fui andando devagar, começando a sentir um pouco de frio e esfregando meus braços. Meus pés começaram a doer – ainda não estavam completamente curados –, mas não era nada insuportável e, quando eu cheguei em casa uma meia hora depois, eles haviam sobrevivido sem nenhuma nova bolha.

   Rapidamente, tirei as sapatilhas dos pés e as guardei no meu quarto, junto com a minha bolsa. Peguei meu celular e fiquei olhando-o por um tempo, como uma retardada.

   Desliguei-o.

   Troquei meus jeans por um vestido de algodão amarelo, velho e confortável. Peguei minha manta, alguns DVD’s, o que havia sobrado dos doces que Asher me trouxera e fui para a sala. Assim que pisei fora do quarto, a porta do apartamento se abriu e o próprio Asher entrou, de braços dados com uma mulher. Ela era baixinha e delicada, com longos cabelos loiros e ondulados, e olhos azuis. Usava jeans tão justos que eu não sabia como ela estava conseguindo respirar neles e uma camisa do 30 Seconds To Mars, que deixava bem claro que ela seguia a linha de Asher.

   Ele só saía com mulheres com uns vinte quilos de peito.

   – Hey, Max. Pensei que você ia passar a tarde com Erin hoje... – Asher disse, olhando-me meio confuso. – Ah, essa aqui é Erika.

   – Oi, Erika – cumprimentei sem vontade. A última coisa que eu precisava naquele momento era tentar escutar os diálogos entre Cary Grant e Grace Kelly por entre os gemidos que certamente viriam do quarto do meu colega de quarto promíscuo.

   A loira sorriu e acenou com a mão.

   Eu suspirei e comecei a voltar para o meu quarto. Talvez se eu escutasse música com os fones de ouvido no máximo volume, eu poderia esquecer de todo o resto. Fechei a porta do meu quarto com o quadril e joguei na cama as coisas que eu estava segurando. Sentei-me e peguei um pirulito. Estava abrindo a embalagem quando uma batida soou na minha porta.

   – Eu não tenho camisinhas! – gritei, esperando que Asher fosse embora e me deixasse em paz.

   Mas ele abriu uma fresta da porta e enfiou a cabeça pelo pequeno espaço, com um sorriso malicioso.

   – Eu ia sugerir que nós assistíssemos um filme – ele disse e então me olhou de cima a baixo e seu sorriso foi perdendo a força. – Mas se você tem outras coisas em mente, não se preocupe. Eu sempre estou preparado.

   Revirei os olhos e reprimi a vontade de jogar uma almofada nele.

   – O que você quer, Asher? – perguntei, cansada. – Achei que você fosse ficar ocupado com a Erika.

   Ele abriu a porta totalmente e entrou no meu quarto, dando de ombros.

   – Ela foi embora – foi só o que disse.

   Eu o fitei com o cenho franzido. Ele estava com a expressão inocente, mas eu o conhecia o bastante para saber que não havia um osso inocente naquele corpo. Ele ficou parado nos seus jeans justos e botas costumeiros, e na sua camisa preta com gola em v, parecendo apenas esperar que eu dissesse alguma coisa.

   – Por quê? – eu perguntei finalmente.

   Ele deu de ombros mais uma vez, mas sua expressão não era indiferente nem descuidada. Ele foi se aproximando de mim até chegar à minha cama, colocando um joelho no meu colchão e se inclinando para ficar com os olhos no mesmo nível que o meu.

   – Você não parece bem e eu achei que talvez você quisesse companhia – respondeu, como se não fosse nada.

   Eu ri, mas não achava realmente engraçado. Só não queria que ele soubesse das coisas estranhas que as palavras dele haviam feito com a minha barriga.

   – Então você jogou pela janela uma boa transa para ficar assistindo filmes comigo? – perguntei, mantendo o tom leve.

   Ele voltou a sorrir daquele jeito malicioso que só ele sabia fazer e colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha.

   – Bom, se você quiser uma boa transa no lugar do filme, eu que não vou reclamar.

   Dessa vez eu realmente joguei uma almofada nele. Mas estava rindo e ele também. Senti-me melhor imediatamente e, totalmente do nada, me veio uma vontade de apoiar minha cabeça bem onde a gola em v dele acabava.

   Senti uma súbita vontade de ouvir o coração dele batendo em minha orelha, enquanto sentia o cheiro de loção pós-barba, balas de canela e, bem fraquinho, de cigarros.

   Eu o havia proibido de fumar no apartamento e tinha sérias esperanças de que ele tivesse parado, mas o cheiro continuava nele.

   Eu nem sabia se me incomodava.

   Balancei a cabeça e continuei sorrindo enquanto pegava os DVD’s espalhados na minha cama.

   – Qual vai ser? – perguntei, mostrando os títulos para ele, que só balançou a cabeça.

   – Nenhum desses, eu já escolhi o filme – respondeu com um sorriso verdadeiro, sem vestígio de malícia.

   – Eu não vou assistir pornô, Lockwood – falei para provocá-lo, fazendo-o rir.

   Ele se levantou, dizendo:

   – Poxa, agora eu fiquei realmente triste.

   Então, ele fez um sinal com a mão para que eu esperasse e foi até a sala, voltando segundos depois com um DVD nas mãos e ainda com o sorriso nos lábios.

   Era a versão de Jane Eyre de 2011, com a Mia Wasikowska e o gostoso do Michael Fassbender.

   Olhei-o sem acreditar e, pela terceira vez naquela tarde, ele deu de ombros.

   – Eu terminei o livro e fiquei com vontade de ver o filme – respondeu à minha pergunta muda.

   Eu me levantei e voltei a pegar minha manta e os doces.

   – Você faz a pipoca – mandei, enquanto corria para o sofá.

   Ele se virou para mim, que já estava toda encolhida e enrolada na manta no sofá.

   – Queimada? – perguntou.

   – Sempre.

   Ele fez uma reverência exagerada que ficaria ridícula se fosse feita por qualquer outro cara, mas nele parecia estranhamente natural.

   – Como minha dama quiser.


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Notas finais do capítulo

Então, como alguns de vocês sabem, eu voltei a ser plagiada. Dessa vez, em dois lugares diferentes. Um, em outro site de fanfics (mas que felizmente já foi retirado) e o outro, em um blog. E esse que tá me dando problema, eu não consegui fazer o google tirar TUDO. É uma coisa bizarra, ele tirou algumas das postagens, mas não todas. E eu tinha dito a mim mesma que não iria postar mais nada aqui enquanto eu não conseguisse tirar da internet todos esses plágios.
Mas como eu consegui tirar um pedaço e algumas pessoas vieram me perguntar se eu tinha parado de postar e essas coisas, eu resolvi dar um sinal de vida. Plágios me deixam MUITO revoltada e chateada e, mais de uma vez, me fizeram pensar em largar isso aqui.
Mas tudo bem, eu estou otimista e acho que vou conseguir, só achava que vocês (os que não me plagiam né?) mereciam uma consideração da minha parte.

Bom, agora falando de coisas boas, vocês não adivinham quem eu conheci pessoalmente essa semana! a Brus! Gente, ela é tão fofa!!! ♥ queria poder conhecer todos vocês! Mas então, de onde vocês são? Tipo,de que estado?
Beijos e - eu espero! - até a próxima :3