~ Capítulo 4 ~

~ Lembranças de uma boa vida ~

Sem mais aguentar "a solidão" de uma vida naquele habitat fajuto... Fui atrás de companhia, um amigo para dividir as demais ideias...

Sem andar muito, eu encontro um grupo de amigos conversando a rindo a toa, enquanto crianças estendiam comida para eles... Amei esses caras... Fui logo tentar me enturmar com eles me atualizando ao assunto...

Mal cheguei perto, e fui logo falando besteira:

- Pois é... Que tosco isso não é? - e rio forçadamente.

Isso não agrada nem um pouco a eles, pois todos se calam e olham para a minha cara pensando: "quem é esse idiota, mesmo?"...

Eles se uniram em um pequeno grupo, e saíram de forma arrogante para bem longe de mim... E quando olhei de novo, já estava sozinho...

Caminhava triste e solitário... Até que me deparo com Pandina... Ela já estava bem melhor do que eu! Estava com duas pandas fortonas e mal-encaradas, lhe seguindo e obedecendo...

Mas eu saio da frente e as deixo passar... Minha vida estava deprimida demais para sentir orgulho de mim mesmo...

Mas, tenho uma enorme surpresa ao me virar e me deparar com um menino... Sim! Um panda filhote... Me encarando e virando a cabeça... Me admirando...

Eu fico logo confuso... Mas suavemente, eu lhe pergunto, querendo saber qual era a dele:

- Algum problema "pandinha"? Se perdeu da mamãe? - e me sento na sua frente.

Ele se senta também, e me após suspirar me fala arrogante e com "vozinha de bebê fofo":

- Olha aqui seu gorducho... Eu não vou me ferrar por sua causa! - e faz careta para mim - Me perdi do meu bando, e agora quero que você me leve até ele...

Respondo logo irritado :

- Não mesmo! Quem é você para me dar ordens? - e me ergo novamente para exibir importância ao pequeno.

Ele simplesmente, se joga para trás, e finge que bateu a cabeça e faz um escândalo, que chama a atenção de todos, e ao notar a atenção grita:

- AI, AI, AI... Esse urso malvado me bateu! E ele nem quer me ajudar... - isso faz com que todos olhem para mim com olhar de raiva e desaprovação.

Olho nos olhos do menino e com um suspiro digo a ele:

- Tu devia ter apanhado de verdade sabia? - e ponho as mãos na cabeça.

Num pulo o garoto levanta e aponta a direção... O negócio é que ele apontou para o grande portão do zoológico. Pelo susto, eu grito com ele:

- Está ficando doido moleque? - e dou um tapa na sua cabeça - Não vou me arriscar a passar por aquele portão! Não se sabe o que se tem por lá... Um outro mundo...

Ele ri da minha cara e me diz com uma carinha fofa:

- Sei que quer! E se sair comigo... Poderá voltar para a sua antiga vida... Seu amado lar... - e põe a mão na minha perna (até onde alcançava).

Eu encho meus olhos de lágrimas, ao lembrar da minha antiga vida, meu lar. Mas sentia que devia ficar apesar de tudo, por conta da minha paixão...

Até que algo que ele diz muda tudo para mim e meus doces pensamentos:

- Pense que você irá fugir, não só daqui... Mas também da Pandina... - e ri disfarçadamente.

Eu ergo minha cabeça determinado e com fervor e alegria dou a minha resposta final ao garoto:

- Vamos nessa garoto!!! - e nos abraçamos profundamente, comovendo a todos que estvam lá.

Senti algo nele... Uma esperança, ele era que ia ser o meu verdadeiro amigo!

| Cap. 5 - 04/05/13 |