Fucking Deads escrita por Coralino


Capítulo 3
Na cabeça


Notas iniciais do capítulo

Bom esse capítulo me fez suar um pouco, é complicado escrever momentos de clímax, tomare que tenha dado certo. xD



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/360303/chapter/3

Corredor, próximo à sala D 7ª série

Alice corria evitando caminhos barulhentos, até que finalmente a amiga conseguiu se soltar, seu pulso estava vermelho por causa do aperto de Alice.

–Alice, o que ouve? Tenho que terminar de assistir a aula da professora Camile. – Disse Karine assustada, a garota estava acostumada a falar baixo, por ser quieta demais, Alice nunca tinha visto a amiga levantar a voz ou fazer uma expressão exagerada.

–Kah, é verdade tudo o que eu disse, a escola está um caos. Não podemos voltar, eles já devem ter chegado lá também. Eu acho que minha sala foi uma das primeiras a ser atacada, demorei muito pra chegar à sua por que não encontrava um caminho seguro.

A bailarina estava confusa. Eles quem? Caos? Alice está exagerando! Karine queria bombardear a amiga de perguntas. Ela estava realmente preocupada, porém deixou que Alice a guiasse.

–Um lugar onde dê para ver tudo, e poucos possam te ver. – Alice susurrou.

Karine considerou a pergunta, e pensou em um lugar também.

–Terraço? Lá as pessoas se escondem dos professores. - Ela respondeu.

As duas amigas trocaram sorrisos, e correram até as escadas logo à frente. Até que viram alguém.

–Ei você! O que está fazendo nessa janela? Saia daí, sua louca! – Alice gritou sem rodeios.

A garota era uma das estudantes, Karine a conhecia, a bailarina tinha as notas mais altas do colégio. Aquela era Samantha, a que estava em segundo lugar no rank de melhores notas.

Samantha deu um sorriso e soltou sua mão da janela. Deixou seu corpo solto e se inclinou pra frente. Foi muito rápido, as duas amigas encararam a janela vazia, horrorizadas pela situação.

Alguns segundos foram tomados pelo desespero de Karine, a amiga apenas abraçou Alice, enterrou o rosto na camisa da amiga, e chorou por minutos de modo silencioso. Alice sentiu vontade de chorar também, mas percebeu que a jovem amiga estava realmente mal e ela era o único conforto que a delicada bailarina tinha.

Por segundos as duas fecharam os olhos, e havia apenas o corredor vazio e silencioso, Alice desejou apenas acordar e chorar pelo pesadelo, mas no fundo ela sabia que era tudo real.

Houve um grande barulho de ferro sendo amassado, vindo do corredor ao lado, Karine tremeu assustada e tirou o rosto da camisa de Alice.

A jovem Alice colocou o dedo nos lábios em sinal de silêncio e andou sem fazer barulho algum ao corredor. Karine limpou suas lágrimas e encostou na parede.

–Acho que achamos aliados - sussurrou Alice. Sorrindo vendo a ação do jovem rapaz. – O bonitão da oitava tá aqui.

Karine se aproximou.

–Jonathan!

John virou de um jeito rápido, parecia um gato que se concentrava em um mosquito. Seu rosto estava sujo de sangue, e ele estava sem feição no rosto. Por um segundo Alice se assustou, mas logo em seguida John abriu um sorriso.

–Olá Alice. Não quis se juntar ao grupo de loucos lá fora para o jantar?

–Acho que vou preferir sair sem pagar a conta. – Disse Alice sorrindo.

Os três se juntaram e Karine ficou o tempo toda escondida atrás de Alice, com apenas a cabeça a vista.

–Estou indo buscar Kátia, ela está demorando, vocês vão se juntar a nós?

–São só vocês dois?

–Eu fui o primeiro a sair da sala. –John explicou a situação.

–Entendo, vamos com você então, afinal você se provou merecedor da minha companhia.

Karine apertou a camisa da amiga quando viu o corpo que John abateu no chão ensanguentado. Sussurrou algo inaudível.

–Calma, isso não vai mais fazer mal a você. – John disse sorrindo.

–Assasino! - Cuspiu Karine - Você o matou, Alice vamos sair daqui! – Gritou com sua voz rouca.

–Não! Ele vai nos ajudar, as pessoas, elas estão mudando aqui! Não podemos ficar sozinhas agora.

John foi em direção à sua sala. Karine ainda estava com medo dele, mantia toda a distância possível. Alice foi até o armário do zelador, o que era questão de caminho, conseguiu achar uma ferramenta pesada chamada chave de grifo e um machado de cortar madeira, vermelho.

Prendeu o machado na calça que usava e o escondeu com a blusa, e ficou com a chave de grifo nas mãos.

Sala 8ª série A

–Merda, feche a porta, rápido Jorge!

Mais deles estavam chegando, os adolescentes com medo se encontravam no canto da parede, Jorge, Kátia e Jake estavam do outro lado da sala, os três jogando cadeiras em qualquer um que se aproximasse. Uma onda deles tinha chegado, primeiro três deles, depois mais quatro, logo a sala já estava começando a lotar.

As criaturas finalmente conseguiram chegar até a turma de medrosos, eles gritavam aterrorizados com a cena. Os que estavam mais próximos à porta já tinham sido pegos, as criaturas de pele cinzenta não demonstravam nenhum sentimento, nada, apenas fome.

Jorge correu com a cadeira até a porta, usando a cadeira como escudo, Kátia foi com ele apenas dando cobertura e usando suas técnicas de luta pra tentar derruba-los.

Chegando a porta, Jorge o apoiou nela com força largando a cadeira, os errantes dentro da sala se aproximaram de Kátia, com dificuldade ela os jogava para longe, ou apenas os derrubava.

Jake se concentrava em quebrar uma das carteiras da sala, ele levantou a carteira e pensou ''sempre quis fazer isso'', jogou o objeto no chão com força, causando um grande estrondo.

Os zumbis viraram a cabeça se interessando no jovem vândalo. Jake pegou um dos pés da carteira que se soltou, agora era um pedaço de ferro preto.

–Podem vir desgraçados.

E foi o que fizeram, correram como desesperados em cima de Jake, cerca de cinco deles. O primeiro foi acertado na barriga, o fazendo cair em direção à janela, quebrando e jogando cacos para todos os lados. Kátia chutou um deles que a tentava morder e correu para ajudar o novo companheiro. Jake viu que o golpe na barriga não tinha causado nenhum dano no zumbi, ele apenas avançou em cima dele mais uma vez.

Jake perdeu o equilíbrio e caiu, batendo a cabeça em uma das carteiras e desmaiando. Jorge notou que o amigo tinha apagado, colocou uma cadeira na fechadura da porta e torceu para que isso segurasse.

–Jake! Acorde! – O amigo gritava, enquanto corria em direção a ele.

Lágrimas escorriam do rosto do ruivo, ele corria já exausto, derrubando carteiras e ignorando qualquer coisa que o tentasse atrapalhar.

Kátia pegou um dos pés da cadeira que foi quebrada, sacudiu o pedaço da carteira como um taco de golfe, acertando em cheio a cabeça do errante que atacava o jovem apagado. O sangue espirrou para todos os lados, manchando o rosto pálido de Jake e sujando as paredes.

Kátia bufou e fez o mesmo com outro errante que se aproximava.

Corredor

John finalmente se aproximou de sua sala, já tinha avistado alguns alunos cinzentos. Batiam suas cabeças na janela de leve, outros empurravam a porta que parecia estar sendo bloqueada do outro lado.

O jovem preparou o taco com sangue seco, e acertou o errante que batia na porta. Porém o golpe tinha sido usado na barriga, o errante segurou o taco com uma força considerável e puxou, tomando-o de John.

Kátia ouviu o barulho vindo da porta, supôs que seria seu namorado.

–Na cabeça! – Ela gritou rouca.

John a ouviu, entendeu no mesmo instante. Mas estava desarmado e os errantes se aproximavam dele como se estivessem considerando ter uma nova refeição.

Jonathan recuou desviando das mãos da criatura faminta e ficou ao lado dele. Segurou o braço cinzento da criatura e o jogou no chão.

Alice entendeu o recado enquanto se aproximava, bateu com a ferramenta no errante caído, estraçalhado a cabeça da criatura. O sangue espirrou em seu rosto e a garota encarou a cabeça esmagada com náuseas.

Logo os outros famintos se aproximaram, John pegou o taco e os acertou, suas cabeças foram torcidas, quebradas e depois esmagadas.

Sala 8ª série A

Kátia tentou acordar Jake depois de finalizar com os cinzentos que se aproximavam. Alguns deles se alimentavam dos alunos que estavam do outro lado da sala, Jorge ainda chorando, pegou o amigo e o colocou no colo.

–Vamos Kátia, enquanto eles estão ocupados. – Disse Jorge cochichando.

Os três saíram da sala sem fazer barulho. Kátia viu os mortos caídos no chão, junto a muito sangue e sorriu para o namorado.

John abraçou Kátia e a beijou na testa.

–John você está fedendo. – Disse a lutadora ainda sorrindo.

Os outros se cumprimentaram, Jorge se mostrou mal-humorado e Karine não olhava para ninguém. Correram até as escadas silenciosamente.

Agora estavam cientes da situação do colégio, todos eles. Chegaram até o terraço do primeiro prédio e abriram à porta, o lugar estava vazio e deserto.

O terraço era uma espécie se quadra vazia, constitui-se de um lugar exposto ao ar livre protegido por grades de ferro com uma casinha pequena ao lado da casinha das escadas, usado para guardar coisas velhas da escola.

Chegando lá, colocaram Jake no chão, Karine apoiou a cabeça dele em seu colo, já se preocupando com o garoto apagado. John usou os pedaços de madeira que ele encontrou para prender a porta. O grupo se aproximou da grade, deixando o amigo desmaiado com Karine, a garota acariciava o rosto dele.

Chegando à grade, avistaram uma boa parte da cidade, havia um trânsito fora do normal, saía muita fumaça de vários locais. Era possível ouvir gritos vindos de algumas ruas.

Kátia segurou o braço de John, e apoiou a testa no ombro dele. Alice apoiou-se na grade e abaixou o rosto. Jorge colocou seus joelhos no chão e suas mãos no rosto.

–E agora? – Perguntou Alice pra ninguém em especial.

–John e eu não temos um lugar objetivo para ir – Disse Kátia.

–Vamos buscar a Annie, ela provavelmente vai estar viva. - Jorge se arrependeu imediatamente de ter considerado a possibilidade dela estar morta, e agradeceu silenciosamente pelo amigo estar apagado. - E vamos procurar o paradeiro de nossos pais, juntos.

Todos eles afirmaram, não queriam considerar que estavam indefesos e imobilizados dentro do colégio, e assim que encontrasse um adulto estariam mais seguros.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Caso tenha errado alguma coisa me avisem por favor, gostaram? xD No próximo capítulo, eles vão tentar escapar do colégio. Bom dia pra vocês!