Capítulo 62 – Fadinhanjinha.

POV do Edward

Um mês depois...

Já haviam se passado quatro meses desde que Bella fora internada em estado de coma. Os dias passaram lenta e dolorosamente para todos nós, embora eu e Helena, fossemos os que mais sofriam com aquilo. Minha anjinha já estava com dois meses, os cabelos dela estavam um pouco mais compridinhos, mas eu já podia ver o mesmo castanho que Bella tinha. E os olhos dela pareciam pedras preciosas, brilhantes. Perfeitos.

Hoje, passei a manhã no hospital e iria ficar lá a noite. Meus irmãos chegaram animados em casa, Victoria estava andando pelo jardim com Helen no colo, para que ela tomasse um pouco do sol da manhã.

- Brow... – Emmett falou animado. –Hoje é um programa só de homens.

- Eu não...

- Nem vem. O Nicholas vai, papai vai também, o Ben e você também vai! – Jazz teimou. – Você pode ficar a noite no hospital, mas hoje a tarde, ficará conosco.

- A anjinha está bem cuidada, a Vic cuida muito bem dela... – Emmett disse confiante. – Nós vamos jogar um pouco de beisebol. O Alec e um amigo dele estão aí, de passagem, vão ficar três dias aqui. Então combinamos de jogar.

- Tudo bem, eu vou. –Eu não iria ceder a depressão. – Esperam eu me trocar. Acabei de acordar.

- Opa! – Jazz e Emmett assentiram.

POV da Autora

Enquanto Victória dava algumas voltas no jardim da imensa casa dos Cullen, com Helen no colo, Edward se trocava para passar uma tarde com seus irmãos, pai e amigos. Ele fazia de tudo para lutar – inutilmente – contra o sentimento de dor que assolava o seu coração, fazendo-o querer isolar-se, esquecer-se de que havia mais que ele podia fazer; não pela Bella, mas pelo fruto do amor entre eles dois.

- Victoria... –Edward caminhava pelo jardim, indo de encontro a ela. – Vou sair com meus irmãos esta tarde. Então, volto só de noite para ver minha anjinha, tudo bem?

- Claro, Edward. Seus irmãos em avisaram. Divirta-se. Você precisa. – Ela sorriu.

Já no outro lado da cidade, na casa dos Hale, Helena e paparicava, junto com Esme, sua neta. Assim que Helen tomasse seu banho de sol, Victoria a levaria para ficar junto com as avós. Não era justo que ela ficasse somente com a enfermeira.

- Own, ela chutou. – Alice disse quase sussurrando. – Minha filha vai ser jogadora de futebol...

- Allie, menos, ok? – Rose riu, trazendo consigo um pequeno lenço para Isabelle.

- Ah, ela vai ser apelidada de Belle. – Alice sorriu. – mas vou chamá-la de Bellinha!

- Vic acabou de ligar, dona Helena. – A empregada, que antes vira Bella desmaiada no chão, falou indo em direção ao jardim. – Ela está vindo com a Helenzinha. O motorista está trazendo-a, dona Esme.

- Vic? –Elas perguntaram.

- Ah, donas... Ela é tão simpática, eu gostei dela. Nós conversamos bastante, sabe? – A empregada, de nome Diana, falou deixando uma jarra de suco na mesa do jardim.

- É, eu tenho uma boa intuição sobre ela. Eu sei que ela é uma pessoa boa... – Alice riu.

- Se a Alice diz, é porque é fato. – Diana concordou. – Vou fazer meus afazeres, me chamem se precisarem.

- Tudo bem! – Alice e Rose concordaram.

Alguns minutos depois, o porteiro anunciava que um carro vindo da casa dos Cullen chegava, Victória estava no banco de trás, com Helen em seu colo. O motorista parou perto da pequena fonte, abriu a porta e ajudou-a a sair. Ele pegou a bolsa e a acompanhou, até onde estavam todas.

- Olá, Vic!! – Alice disse acenando.

- Olá, minha querida! – Esme falou. –Ah, deixe-me pegá-la. Olá minha linda anjinha...

- Bem, seus maridos passaram lá, Edward foi jogar com eles. – Ela informou.

- Ah, que bom. Não podemos deixar Edward sozinho e... esses momentos em que estamos todos em casais, são bons mas, ele não agüenta. – Helena acariciou a testa de Belle.

- Sim, eu notei isso. Ele nem ficou no quarto quando eu estava no hospital. – Rose falou baixo.

- Não se preocupem. Edward está bem mais confiante do que antes, logo ele volta ao normal. – Alice falou.

- Não sei, minha querida...

- Porque sogrinha? – Alice insistia em chamar Esme de sogrinha.

- Edward sempre foi um rapaz sensível, ele se apega as coisas com muita facilidade. – Esme contava a respeito de seu filho mais novo. – Assim que Edward me contou sobre a primeira vez que viu Bella, eu vi nos olhos dele e na maneira que ele falou: “Ela parece ser diferente”, que ele já estava apaixonado... Então, quando os dois tocaram juntos no recital, eu pude ver um brilho diiferente nos olhos dele... eu sabia que ela iria ser a pessoa para a vida dele.

- Notei o mesmo com Bella. – Helena sorriu. – Temos muito em comum, minha amiga.

- Bem, hoje, ele parecia um pouco mais... animado. Quando me levantei, ele já estava em pé, preparando um café, me ofereceu um também e depois ficou com Helen, enquanto eu arrumava uma roupinha para ela. – Vic contava sobre sua manhã.

Algumas horas mais tarde, no hospital...

POV de Edward

- Oi amor. – Eu sorri e beijei levemente seus lábios. – Estou melhorando. – Ele desfez seu sorriso. – A sua voz dizendo ‘vivam felizes’ naquela outra vez em que você ficou internada aqui, fica na minha cabeça. Então, imaginei que você não gostaria que eu ficasse triste. Por isso, estou melhorando.

“Hoje, a Victoria passeou com a Helen no jardim, para que ela pegasse um pouco de sol da manhã, vitamina D, como você sempre dizia. Nossa filha está ficando cada vez mais bonita. Passou a tarde com suas irmãs e sua mãe. Foi paparicada pelas avós a tarde toda. Agora deve estar dormindo. Eu passo bastante tempo com ela e, assim que for possível, vou trazê-la para conhecer você.”

Acariciei a mão de Bella. A pele pálida, os olhos fechados delineados pelos cílios castanhos, os lábios rosados e as bochechas levemente coradas, mostravam a mim que ela sabia que eu estava ali. Não somente pelos bips ficarem inconstantes cada vez que eu a toco, mas por aquilo, pelo corar dela. Minha Bella estava perdida em algum lugar nas profundezas de sua mente e, quando encontrasse o caminho, iria voltar para mim.

- Edward... – Era meu pai.

- Oi, pai. Tudo bem?

- Sim, é... Alice está na sala. Entrou em trabalho de parto. Poderia ficar junto com Jasper, enquanto não damos notícias?

- Claro. – Assenti. Ele fechou a porta. – Amor, vou indo. Mais tarde eu volto. Sua irmã, a fadinha vai ter sua bebe daqui a pouco. Eu te amo. – Dei um beijo em sua testa e saí.

Andei rapidamente até a sala de espera da maternidade, que ficava em um dos andares a baixo onde eu costumava ficar com Bella. Helena e Jasper estavam lá. Parei em frente ao Jazz, que estava sentado de cabeça baixa e batendo a ponta do pé.

- Sua vez, NE Brow? – Eu ri.

- Ah, olá, Edward. – Helena sorriu.

- Olá. – Respondi. – Fica calmo, Jazz. Daqui a pouco alguém nos chama lá.

Durante algum tempo, eu e Helena tentávamos manter Jasper o mais tranqüilo possível, ele não parava de andar em círculos e de olhar em direção ao corredor. Eu ouvi alguns passos, então vi Emmett e Rosalie, junto com minha mãe, Angie e Bem.

- E a Belle? – Perguntei.

- Pedi para a Vic ficar com ela. Ela disse que não tinha problema. – Rose sorriu. – Espero que não se importe.

- Imagina. – Eu falei. – Oi Angie, oi Bem.

- I ae, Brow? Sussa? – Emmett vinha com aquelas gírias latinhas dele de novo.

- Sussa. – Eu suspirei.

Algum tempo depois...

Meu pai apareceu junto com uma enfermeira – Jay – e nos levou até o quarto. Jasper não se agüentou e saiu andando depressa – leia-se correndo – até o qaurto onde a fadinha estava. Quando entramos, ele sorria... tinha cara de bobo. Alice estava segurando uma pequena menininha.

- Ela é linda... – Helena sorriu. – Minha terceira neta.

- Ah, minha também. – Minha mãe concordou. – Vamos fazer muitos bolos e tortas, Helena.

- Claro. Assim que elas puderem se lambuzar sozinhas.

- Bem, vocês são muito molengas, só eu que consigo ver sangue aqui? A gravação do parto da Allie ficou perfeita. –Angie disse sorrindo.

- Porque não me deixa filmar e você vá vê-la mais de perto? – Meu pai pegou a câmera dela. – Bem, agora sou eu que estou filmando. Sim, o médico. – Ele riu e apontou em direção á Alice.

- Eu quero dizer algo antes! – A fadinha falou.

- O que fadinha? – Jazz perguntou abobalhado.

- O nome, eu espero... – Rose sorriu.

- Isso mesmo! – Alice olhou para sua filha e depois para a câmera. – O nome da minha fadinha... é Angie!

- Angie? – A Angie-Angela, perguntou.

- Lógico! Espero que não se importe. – Jazz sorriu. – Você alegrou nossa vida, garota!

- Oh, Alice! – Bem abraçou sua esposa. – Fico muito honrada. – Ela falou.

- Fadinhanjinha. – Emmett disse tudo junto. – Ursinhanjinha. E Anjinha.

Todos nós rimos com a piada de Emmett.

- É, sem dúvida. Um trio de anjinhas que vai dar o que falar. – Rose riu alto, ouvindo logo em seguida, um pequeno e estridente choro de criança.