Reflexos De Sophie. escrita por Mrs Skars


Capítulo 2
Impondo Limites.


Notas iniciais do capítulo

Eu agradeço de verdade pelos comentários das minhas meninas fofas que sempre acompanham minhas histórias:
Penguins,Counting Stars,Blue Jackson,1dharrystyles e
leticia amarilha.

Eu fico feliz que apesar do número de fantasmas ainda existirem tem pessoas que aparecem e me incentivam, 1dharrystyles obrigada por me favoritar de verdade, fiquei feliz com isso. Beijos e Boa Leitura!



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O meu despertador tocou, eu só queria ficar ali deitada dormindo,  porém minhas obrigações me chamavam e ficar ali na fossa eu sabia que iria piorar, apesar de que imaginava que não seria nada fácil o meu primeiro dia de aula. Assim que terminei de tomar banho eu coloquei uma roupa bem descolada, não era muito de me arrumar, apenas passei um lápis de olho e um rímel, talvez para amenizar a situação e não para ficar linda. Assim que terminei eu peguei um caderno que tinha a capa do RHCP. Caminhei até as escadas e desci enquanto eu vi que a Jessi já tava pronta tomando café e a Tia Penny ainda colocando algumas panquecas.

- Bom Dia - Eu falei tentando ser simpática.

- Bom dia, blusa legal - Meu tio Ian sorriu enquanto terminava de ler o jornal.

- Bruce, vem tomar café você vai se atrasar. -Minha tia falou um pouco mais alto.

Eu me sentei na mesa e comi, realmente a Penny sabia fazer cozinhar, estava uma delícia a panqueca, comi e depois tomei um suco. O Bruce chegou e comeu bem rápido, assim que terminamos eu caminhei com o Bruce e com a Jessi para o carro, eu fui no banco de trás, não estava muito afim de conversar, coloquei os meus fones e liguei o meu ipod que tinha ganhado de presente de aniversário dos meus pais, aquela música me invadiu, como amava as batidas eu cantei sem voz, apenas meus lábios mexiam:

With the lights out it's less dangerous

Here we are now, entertain us

I feel stupid and contagious

Here we are now, entertain us

A mulatto, an albino

A mosquito, my libido

 Sem demorar muito chegamos, só que era o pavilhão da Jessi, eu tirei os fone e olhei ela enquanto descia do carro.

- Tchau Mano, Tchau Soph's e boa aula.

- Tchau Jessi, obrigada.

Assim que ela saiu e eu senti que o Bruce ia dar a partida no carro novamente eu falei:

- Pare, deixa ela entrar.

- Como assim?

- Deixa o carro parado e espera ela entrar.

- O que quer dizer?

Eu olhei para frente e ela já tinha entrado no colégio, eu abri a porta e saí do carro, o Bruce ficou sem entender e me gritou:

- O que tá fazendo?

- Essa é a hora em que eu vou sozinha pra escola e você também sem correr o risco de ser visto com uma gorda órfã.

Eu sorri bem irônica e depois coloquei meus fones, sinceramente ele deve ter falado alguma coisa mas não dei muita atenção e honestamente eu não me importei de repetir aquilo, gorda e órfã, o menino tinha sido sincero pelo menos e aquilo era tão pequeno do que eu estava passando que não liguei, claro que me atingiu, mas hoje parecia que eu tinha encontrado forças que nem eu sei de onde tinha vindo.

Aquela música era bem típica de entrada do colégio na primeira vez, sim eu estava hoje na pegada do nirvana e amava a banda, o CD que tinha deles no ipod identificava isso. A música estava bem alta e não podia ouvir nada apenas algumas pessoas me olhando, umas meninas com um olhar atravessado como sempre e alguns olhares curiosos, afinal eu era nova naquela cidade que se chamava Lakewood - Califórnia, para uma menina do estado de Massachusetts - Boston aquilo era pequeno, era uma cidadezinha de verdade.

Entrei na secretaria onde me informei para uma moça da recepção até bem simpática:

- Olá eu sou Sophie Cohen, novata....

- Ah sim Senhorita Cohen, aqui estão seus horários.

Ela me entregou um papel que tinha as minhas matérias e as salas, claro que os corredores estavam cheio de gente  mesmo com toda dificuldade eu achei a sala que já estava cheia de alunos, todos conversando e quando entrei eu percebi os olhares para mim, claro que era o ''brinquedinho'' novo deles só podia ser. Entrei calmamente e sentei no fundo em um lugar no canto. 

Assim que o professor chegou eu vi algum grupinho de meninas me olhando e rindo, claro que estavam falando da minha roupa ou do meu jeito, sabe como são essas meninas realmente metidinhas as Fakes Barbie's. O professor estava dando um assunto até aí tudo bem, e foi quando eu ouvi uma piadinha de uma menina  do grupo das Fakes Barbie's.

- Pois é professor, a sala aqui já está cheia de aberrações e ainda chegou mais uma.

Grande parte da turma caiu na risada, entretanto ainda tinham algumas pessoas mais simples que ficaram quietas, eu olhei para o Bruce (sim ele era da minha sala) era do mesmo grupinho, ele riu. E aí foi quando eu não aguentei, aquele tipo de gente eu tinha sofrido a minha vida toda, eu precisava ter uma atitude e foi quando eu falei alto e em bom som:

- Olha só por um momento achei que você não soubesse raciocinar, mas está de parabéns. Se reconheceu não é aberração?

Eu vi muitas pessoas assustadas e outras rindo por isso, não que eu fosse a super heroína de ninguém, mas alguém tinha que falar aquilo, estava entalado e claro que eu já tinha declarado guerra aquela menina, afinal ela era a Barbie Popular, mas eu sabia que aquilo acabaria ali mesmo, eu daria um ponto final.

- Já chega das piadinhas Senhorita Flynn e Senhorita Cohen, vamos prestar atenção na aula.

O professor prosseguiu a aula e passando um tempo o sinal tocou, eu sabia que aquela Barbie iria me perseguir nos corredores e iria zombar de mim sempre. Até então era o intervalo,fui para o refeitório e peguei o lanche, fiquei na minha como sempre, sentei em uma mesa e estava sozinha nela, ninguém se aproximava e eu também pela primeira vez queria isso, queria ficar ali sozinha sem ninguém. Eu ouvi aquela voz irritante de novo:

- Se acha muito espertinha não é baleia assassina? - Era ela com aquela voz irritante, eu não aguentei e tive que rir, acho que isso a fez pirar com aquilo. Eu olhei a sua volta e estava mais uma menina, devia ser sua amiga inseparável, outra Barbie Fake morena.

- Do que está rindo gorda? - Ela falou com uma voz enjoada e irritada.

- Vocês que permaneceram com a mentalidade do maternal com essas piadinhas do tempo da minha vó.

- Olha aqui garota... você não sabe quem é a minha amiga, ela é a Natália Flynn, filha do Augusto Flynn maior empresário dessa cidade.

Eu realmente não estava interessada em saber que diabos ela era filha, eu me levantei e a olhei e falei baixo apenas para as duas ouvirem, afinal estavam todos no refeitório curiosos nos olhando.

- Sabe de onde eu vim? Eu vim de um reformatório e tenho um canivete aqui na minha cintura que a qualquer momento eu posso pegar e retalhar essas carinhas de vocês duas e se vocês continuarem a encher meu saco garanto que pessoas que eu ando da pesada virão aqui e pelo menos você vai servir uma boa quantia de dinheiro para o sequestro Flynn, por isso me deixa em paz que não mecho com vocês.

Nem eu sabia de onde aquilo tinha vindo, eu coloquei o meu fone e vi as duas paradas com olhos arregalados, sim eu tinha assustado elas, não tinha quantia de dinheiro que fizesse o medo sumir, acho que elas entenderam a mensagem, as Barbie's saíram e eu suspirei. Realmente eu me surpreendi na minha performance, pelo menos elas se afastariam até descobrirem a verdade, mas creio que o Bruce não queria falar que era primo de uma "marginal" então estava segura por enquanto.

Por ter afastado as Fakes Barbie's do meu caminho eu percebi que tinha ganhado um "respeito", esse respeito era vindo de medo e por algumas pessoas ou de outras que simplesmente me admiravam, foi em uma conversa no banheiro que cheguei a esta conclusão. Eu estava no BOX e as duas meninas não imaginavam que eu estava ali.

- Você viu a novata ?? Parece que ela é da pesada - Disse uma voz de uma menina mais enjoada.

- Eu achei ela o máximo, a Natália e Priscila precisam de alguém assim, pelo menos deixam ela em paz. - era uma voz mais calma e confiante.

- Sério? Eu que não quero me meter com ela, o colégio todo está comentando que ela veio de um orfanato e foi adotada por uma família que acabou assassinando todo mundo e por isso foi parar no reformatório, agora está a solta e veio parar aqui.

Eu queria prender a minha risada, realmente aquilo foi a pior coisa que já inventaram de mim de verdade, eu ficava abismada com a criatividade das pessoas, claro que a Barbie deve ter espalhado o horror para todo mundo e a única pessoa que sabia  a verdade sobre mim era o Bruce e sabia que meu primo não falaria nada apenas concordaria.

A minha semana se resumiu nisso no colégio, as pessoas me olhando com medo e mantendo uma certa distância, era melhor isso do que me zombarem, eu preferia que fosse assim porque minha vida estava ruim demais para piorar no colégio. Não troquei nenhuma palavra mais com o meu "priminho querido", apenas nos olhávamos de longe e na volta para casa eu dava um jeito de ir sozinha, claro que inventava mil desculpas para meus tios dizendo que saí mais cedo ou que precisava caminhar um pouco.

Em mais um dia no colégio, a aula era vaga (sem aula) por conta do professor que não pode ir, pois estava doente. Eu caminhei para fora do colégio, em direção ao  jardim e me sentei perto de uma árvore encostando minhas costas no tronco da mesma. Aquela música me invadia realmente, eu sentia o ritmo e a melodia, cantava ainda sem voz algumas partes:

Like I said

You know I’m almost dead

You know I’m almost gone

And when the drummer drums

He’s going to play my song

To carry me along

Like I said

You know I’m almost dead

You know I’m almost gone

Eu estava com olhos fechados e quando abri eles tinha um garoto na minha frente, ele era alto, seus cabelos eram um loiro mais claro, seus olhos eram escuros e isso realmente dava um contraste ao seu rosto, ele era bonito e certamente estava perdido só podia ser, o seu casaco identificava que ele era do time de futebol do colégio, ou seja, devia ser da mesma turminha da Barbie's Fake. Ele não disse nada apenas se sentou do meu lado, eu realmente não tinha entendido que diabos ele queria, na certa tentar zoar da minha cara.

- Olha garoto eu não tenho tempo para mais uma tentativa de zoarem da minha cara então...

- Calma, só vim falar com você. Eu me chamo Noah.

- O que quer? Fazer uma encomenda de uma morte para quem? - Eu sorri irônica e ele riu por isso.

- Acha mesmo que coloca medo em mim não é?

- Não acho nada, apenas estou aqui quieta e você veio me atrapalhar.

- É sempre assim grossa com as pessoas?

- Do que adianta? Fala logo o que quer.

- Eu só queria falar um Oi e desejar boas vindas, realmente é bem diferente do que esperei.

- O que esperava? - Revirei os olhos.

- Esperei que fosse pegar uma faca e me matar.

- Confessa que deu cagaço pra falar comigo não?- Eu ri e ele admitiu.

- Em parte sim.

Eu tinha sacado, eles tinham feito uma aposta, sim eu não pagaria para ser Carrie a estranha, não tinha nem vocação para isso. Um menino da turminha deles, lindo vindo falar comigo??? Só podia ser uma aposta de verdade. Eu me levantei e ele ficou um pouco confuso, peguei no meu bolso 10 dólares e joguei em cima dele.

- Aqui, toma seu dinheiro pra aposta, diga a todos que sou frágil e que conseguiu falar comigo, não me procure nunca mais.

Ele parecia surpreso de verdade, eu vi seus olhos arregalados e eu deveria ter acertado na mosca, ele ficou ali sem reação e não esperei mais, o sinal tinha tocado e entrei novamente na sala.

 

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Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero mesmo que gostem *_*