Reflexos De Sophie. escrita por Mrs Skars


Capítulo 11
Compartilhando Nossas Desilusões.


Notas iniciais do capítulo

Quero dedicar esse capítulo para a Gabi R, apesar dela não estar merecendo e ser muito chatinha. É isso u.u

Beijos e Boa leitura amores!!!!



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# Versão Nathan

Era normal que eu estivesse desanimado, afinal era mais uma semana que eu estava procurando o meu irmão e isso cansava de verdade, sugava minhas forças não só física como mental também. Eu não podia desistir, o reino inteiro dependia de mim e foi quando em uma das milhares de visitas ao escritório que tinham documentos eu ouvi uma voz atrás de mim:

- Quem procura?

Eu olhei para trás, era uma moça magra com olhos grandes e esverdeados, seus cabelos eram cor de mel que caíam pelos ombros, sim ela era uma humana linda e eu podia ver uma curiosidade pelo seu olhar.

- Meu irmão.

- Desculpa por falar assim... é que trabalho aqui e lhe vejo muitas vezes por aqui. Prazer Lauren.

Ela estendeu a sua mão, eu não sabia muito o que significava e aí eu repeti a mesma coisa. A sua pele era macia tocando a minha, eu podia agora perceber o seu cheiro de rosas pelo ar. Ela esboçou um sorriso tão lindo que nem eu mesmo que morava em um mundo mágico havia visto algo tão perfeito.

- Prazer Nathan.

- Então vou vê no que posso lhe ajudar Nathan, vamos tomar um café e aí você me explica melhor sua história tá bom?

Ela sorriu gentilmente e assim que tirou a sua mão sobre a minha ela caminhou, eu estava ali sem muito o que dizer, apenas a segui. Nós conversamos pelo caminho, ela era natural não era aquela beleza muito forçada e também um pouco tímida, percebia isso pelas reações da sua bochecha corando. O que estava acontecendo comigo? Senti minha pressão tão forte que era capaz de ouvir as batidas do meu coração, o seu cheiro, o seu toque e o seu jeito me fascinaram, nunca tinha visto uma humana igual, não que eu não fosse um humano, aos olhos deles eu era, mas eu possuía características diferentes e eles não, além do mais eu nasci em um lugar diferente.

Passamos horas conversando e a expliquei sobre o meu irmão que tinha desaparecido, estava a procura de papel de adoção, qualquer coisa. 

- Eu entendo a sua situação Nathan, eu prometo que darei uma olhada para ver pelo menos o ano e se tem alguma queixa sobre o desaparecimento ou até mesmo algum registro.

- Muito Obrigado Lauren, és muito gentil.

- Eu gostei mesmo de conversar com você, pode passar no trabalho mais tarde para conversamos?

-Tudo bem, que horas?

- Estarei saindo as 18h.

- Certo, muito obrigado.

Nos levantamos e ela sorriu e me deu um beijo na bochecha, senti aqueles lábios macios e finos percorrendo sobre a minha pele, eu nunca havia sentido algo igual aquela sensação, era um frio e calor queimando ao mesmo tempo. Assim que ela se afastou eu vi aqueles olhos esverdeados indo embora pela porta. O que havia sido aquilo?? Eu não poderia me envolver com ela, seria apenas sobre o meu irmão. Seja lá o que esteja o que esteja acontecendo, tinha que parar e agora.

*****

Ao decorrer da semana eu tinha visto a Lauren todos os dias, saíamos para tomar café, caminhar no parque e até mesmo para almoçar no seu apartamento. Ela havia me ajudado em algumas coisas, porém estava sem sucesso e quando isso me deixava cabisbaixo ela me levantava pra cima, porém foi em uma dessas noites em que eu estava em sua casa que as coisas começaram a ficar estranhas.

- Sabe que eu gosto de você não sabe Nathan?

- Eu também Lauren.

- Eu digo de verdade, fico esperando todos os dias que acabe logo para vim te ver.

Eu senti meu corpo congelar naquele momento, ela se aproximou de mim, estávamos sentados no seu sofá assistindo televisão e senti seu corpo agora perto do meu, eu a olhei enquanto aqueles olhos conseguiam penetrar dentro da minha alma. Era isso mesmo o que estava acontecendo? Senti seu rosto macio tocar o meu, sua bochecha percorreu a minha e cala frios permaneceu, que sensação era essa? Eu nunca havia experimentado. Assim que ela afastou o seu rosto eu podia ver ele agora claramente perto do meu, elevei uma mão até a sua bochecha e a alisei, agora seus lábios estavam grudados aos meus, eles deslizaram eu podia sentir sua boca quente percorrendo pela minha e aos poucos a intensidade do beijo foi aumentando.

Com todo desejo do mundo ela sentou no meu colo e eu já estava a beijando abruptamente, ela puxou o seu vestido e eu a olhei, seu corpo era perfeito, o desenho das suas curvas, a beijei com toda vontade do mundo enquanto ela arrancava praticamente toda a minha roupa na mesma hora, não deu tempo de explorar era uma explosão de desejos naquele momento, eu estava com muita vontade de possuí-la naquele momento, aquele rostinho angelical havia se transformado, eu a olhava e ela mordia e sussurrava coisas em meu ouvido. Não aguentando mais eu a penetrei, ficamos muito tempo assim em muitas posições, a senti dentro de mim, era desejo demais para aguentar, ela gritou e gemeu, senti que estava mais quente e mais úmido, sim aquele era um orgasmo dela, eu não aguentei e logo explodi também de desejos.

Nós estávamos cansados, minha respiração estava fora do normal, começamos na sala e paramos no quarto, ela agora estava deitada sobre o meu peitoral. Eu podia ver claramente seus cachos cor de mel espalhados pelo meu corpo, alisei os seus cabelos enquanto ela respirava e aos poucos quando ela foi me olhando eu a olhei.

- Foi intenso - Ela sorriu encostando seus lábios no meu.

- Eu sei, foi sim.

*****

-Nathan meu filho, essas porções não estão mais dando conta, seu corpo já se acostumou e o mundo também já está sugando suas energias - Baity falou enquanto me olhava preocupado.

- Não ligo, eu preciso delas para vê-la.

- Nathan, me ouça é complicado ficar com uma humana para nós, é um risco que corre, poderás até morrer. 

- É ela que eu quero e vou me casar.

- Como Nathan sem ela saber quem é você de verdade?

- E daí? Eu quero viver agora no mundo real, eu quero ficar ao lado dela.

- É muito arriscado Nathan, essa é a última porção que eu sei que fará efeito, depois disso... eu não sei.

- Eu vou me cuidar Baity, não se preocupe.

Eram minhas últimas palavras para ele, eu saí novamente do meu reino, eu tinha passado um mês inteiro e só entrava no meu reino para pegar as porções que duravam uma semana. Isso significa no meu reino que era mais ou menos um ano que não havia ninguém no trono. Eu não queria saber de mais nada, eu queria apenas a Lauren e nada mais me importava.

Eu passei em uma floricultura para comprar algumas rosas e foi quando nessa confusão do destino e talvez por aviso eu a olhei, ela estava no mesmo café em que nos conhecíamos conversando com outro cara, eu não percebi muito suas características físicas, eu apenas a olhei, ela estava bem distraída e ele estava ajoelhado no meio do estabelecimento, ele abriu uma caixinha com um anel dentro e ela sorriu, assim que ele levantou eles se abraçaram e se beijaram bem ali na minha frente. O Buquê de rosas caíram na minha mão, eu tinha enfrentado tudo, largado meu reino por ela e era assim que as coisas eram no mundo real, por isso que as energias me sugavam tanto, ninguém fazia questão de lhe trazer coisas boas, apenas sofrimentos. Eu fiquei em pé parado e não esperava que seus olhos esverdeados parassem nos meus, queria sair o mais rápido e foi aí que eu caminhei por aquelas ruas e ouvi aquela voz :

- Nathan, espere.

Eu tentei acelerar os passos e entrar em algumas ruas e ela insistia, eu estava puto de raiva, o único sentimento que estava tendo era ódio, eu a amava e foi quando ela me puxou.

- Nathan eu...

- Parabéns pelo casamento Lauren.

- Deixa eu explicar.

- Tem todo tempo do mundo. - Eu falei com raiva.

- O Bill é meu ex namorado, nos reatamos essa semana e ele me pediu em casamento. Eu gostei de ter ficado com você Nathan, mas eu o amo.

-Eu te amava Lauren, eu lhe disse isso e você me amava também, passamos noites juntos, nos divertimos juntos, você causou sentimentos em mim que eu jamais achei que existisse... eu larguei tudo por você... tudo...

- Eu nunca disse que te amava Nathan, eu sei que me disse isso e nunca quis brincar com você, apenas aconteceu e me desculpa, espero que possamos ser amigos.

- Nunca mais me verá Lauren, Adeus.

- Nathan... não faz isso...

Eu saí dali o mais rápido e me certifiquei de que agora ela não fosse atrás de mim e de fato não estava. Todo mundo do reino estava certo, aqui era um mundo de desilusões, como ela poderia ter feito isso comigo? Eu estava praticamente morando com ela, passava os dias dormindo lá e não tinha mais o que continuar pensando, a dor havia me dominado, minhas lágrimas escorriam e tentei correr o mais rápido que consegui, eu fui parar em um parque, passei horas ali perto do lago enquanto senti as lágrimas rolando pelo meu rosto, a dor era tanta que nunca havia sentido algo parecido em minha vida. Eu me joguei naquela grama e fiquei olhando para cima, estava decidido eu desistiria de tudo. Aquele era o meu fim, eu estava fraco e me deixei me levar por aquele sentimento, eu não sei quanto tempo eu fiquei ali deitado, as pessoas me olhavam e alguns até me davam comida, mas eu não queria isso, desejava não estar mais ali, que aquela dor sumisse que tudo não passasse de uma história infeliz com um final triste. Eu fechei meus olhos, não tinha forças mais para me levantar, meu corpo estava fraco e foi quando eu vi alguém me tocar com muita energia.

- Meu pobre Nathan, não pode desistir.

- Você tinha razão Baity, esse mundo é cruel. - Falei com dificuldade.

- Vamos pra casa meu menino, olha o seu estado, está machucado.

- Não, me deixa aqui Baity, ela estava com outro. Eu a queria como minha esposa e ela preferiu outro.

- Eu lamento Nathan, mas ainda viverás muito e aparecerão muitas mulheres.

- Nenhuma será como ela Baity, nenhuma.

- És jovem meu menino, ainda tem muito o que aprender, não será o único que sofreu desilusão amorosa.

Ele tentou me carregar, eu resisti um pouco, só agora eu tive noção de que era tarde da noite, eu olhei para o banco da praça e tinha um espelho, ele me carregou com dificuldade e tentou me arrastar para o espelho, aquela era a minha hora marcada, eu podia sentir meu corpo desistindo. Ele entrou no espelho e eu resisti uma metade minha estava dentro e outra fora e foi quando eu senti minha pele rasgando por uma metade do corpo, era uma dor indescritível, eu não resisti mais e apaguei, assim que acordei eu vi que estava no meu quarto.

****

- Uau, realmente é uma história impressionante.

Sophie estava com os seus dois olhos arregalados e curiosos me observando e analisando a história, eu sabia que ela iria perguntar mais alguma coisa, não seria apenas aquela a sua fala final, ela era sempre tão imprevisível, porém se tratando de histórias ela nunca se calava.

- Eu lamento Nathan, o mundo real é sim uma droga por conta disso, pode-se tirar como exemplo a minha vida, entretanto são pessoas que ainda gostam de mim que não me fazem desistir lá. E a Lauren soube dela?

- Não, nunca mais tive notícias, até onde eu fiquei sabendo pelo Baity ela havia casado.

Eu estava sentado na cama e senti sua mão pequena e quente encostar no meu ombro, a Sophie tinha algo nela em que me despertava curiosidade e eu era fascinado pela sua história. Como alguém tão jovem como ela suportou tantas coisas? Eu admirava o seu jeito forte e de lidar com as situações, ela transmitia uma energia uma fortaleza que eu nunca tinha sentido. As sensações que ela causavam em alguém apenas pelo seu jeito de ser e de agir eram únicas.

- Eu concordo com Baity, ainda aparecerão mais meninas, afinal não ache que é apenas o único que sofreu desilusão amorosa.

A forma dela falar era divertida, suas expressões, eu sentia sinceridade nas suas palavras e sorria por isso, pelo seu jeito de expressar.

- Então você já sofreu desilusão? - Eu a perguntei.

- Não sofri uma como você,sofri várias - Ela falou sorrindo levando ironia naquilo como se fosse uma história divertida, mas no fundo eu sabia que não era.

- Me conte, quero saber. Acho que eu tenho direito de saber.

Ela suspirou e me olhou, sabia que eu tinha razão.

- A minha não será grande assim como a sua e linda, será apenas fatos tristes.

- Sabe que a minha não é linda e teve fatos tristes. 

- Tudo bem.  - Ela suspirou e deu início a sua história.

- Eu estava morando com minha vó ainda e acabou que surgiu um garoto do colégio. Nos aproximamos, o seu nome era Brian. Eu achei que ele seria meu primeiro amor sabe? De fato foi, estava começando a me apaixonar por ele e como algo novo para qualquer menina eu perdi minha virgindade com ele. Foi uma ação que me arrependo amargamente, da forma como foi, sem amor, sem carinho, apenas doeu bastante, eu sentia que aquilo era intenso sabe? Não era apenas sexo e para ele era isso que significava. No dia seguinte no colégio todo mundo estava sabendo,me apontavam e riam inclusive ele que já estava com outra menina. Ele espalhou horrores de mim sobre o meu corpo, me expôs de uma maneira que doeu bastante. Acabou que eu troquei de colégio e aí conheci o Ryan que se apaixonou pela minha amiga e fim. 

Ela suspirou, eu sabia que dizer aquelas coisas para ela não era fácil, afinal a Sophie era muito quieta e reservada, eu confesso que senti muita raiva daquele menino o Brian, como alguém pode ser assim? Será que esse mundo só tem crueldade? Quantas meninas não devem ter sofrido isso, pobre Sophie ela tinha acabado de perder os seus pais e talvez se envolver com alguém fosse amenizar a sua dor, mas não tinha que ter um imbecil que a fizesse sofrer mais ainda. Eu aproximei meu braço até o seu ombro e a abracei, senti sua cabeça deitar no meu ombro enquanto ficamos calados por um tempo e aí resolvi quebrar o silêncio

- Eu lamento Sophie.

Ela apenas balançou a sua cabeça afirmando, aos poucos eu afastei fazendo com que ela me olhasse, coloquei minhas duas mãos no seu rosto, sua pele era macia e bem alva, ela tinha um rosto lindo, seus traços eram bem afilados e seus lábios eram rosados e volumosos, seus olhos eram grandes com par de cílios em que não precisava ter maquiagem ou algo do tipo, a sua beleza era natural e o seu jeito de ser apenas a deixava ainda mais linda.

- Ainda encontrará um cara legal também, nós dois encontraremos alguém legal e nossos filhos casarão.

Ela abriu um sorriso divertido e encostou seus lábios nas minhas mãos dando um beijo gentil e sussurrou;

- Sim eu sei que vão, eu preciso... ir agora. Minha tia deve tá preocupada eu estou sentindo.

- Tudo bem.  Quando vamos nos encontrar de novo? - Eu a olhei curioso.

- Não sei, eu realmente não sei como entrar aqui de novo.

- Basta apenas fechar seus olhos de frente para o espelho e desejar muito, assim ativará o portal e entrará.

- Olha só, se eu soubesse que era tão simples eu não jogaria tantos livros nele.

Eu não entendi o que ela quis dizer mas nem deu tempo de perguntar, ela se levantou e se despediu de mim, em seguida eu a olhei enquanto ela atravessava o espelho. Toda aquela conversa tinha sido intensa não só para mim, creio que para ela também, era  a primeira vez em que eu contava algo assim para alguém e não sabia porque com ela parecia mais fáceis de contar coisas, talvez porque ela não me julgasse. Eu senti uma tristeza naquele momento, pelo fato de que não sabia quando eu poderia a ver de novo, eu gostava da sua companhia e da sua presença.


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