Como Assim Eu Sou Uma Meio Sangue? escrita por Lise Muniz


Capítulo 4
Capítulo 4 - Meu encontro fracassado


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela imensa demora na postagem desse capítulo, mas para quem ainda não sabe, o ensino médio é uma grande bosta. Fiquei sem tempo de digitar e postar, mas não deixei de escrever. Espero que me perdoem,
Lise Muniz (sim, mudei meu nome)



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– Susan? Susan, meu amor, está tudo bem? – minha mãe perguntou assim que me viu tão desatenta

– Ahn? Ah sim. Está tudo bem sim. – olhei meu relógio. 11 horas. – Mãe, me convidaram para almoçar no Jack’s. Posso ir?

– Quem? – ela cruzou os braços

– Uma amiga da escola. – menti – Posso?

Ela pensou um pouco e olhou pela vitrine da loja para o restaurante do outro lado da rua.

O restaurante era apenas um pequeno prédio azul que ficava entre uma lavanderia e um beco. O nome havia sido em homenagem ao pai do dono, que montara o negócio há alguns anos. Não era um lugar frequentado por delinquentes ou por gente ruim e também nem era muito caro. A meu ver, não havia nenhum ponto negativo contra ele.

– Ok, você pode. – ela respondeu finalmente – Vá para casa e se arrume com calma.

– Obrigada mãe. – eu respondi animada e lhe dei um abraço apertado

Acabei indo para casa ainda vestida com o avental da Cafeteria, mas eu estava tão animada com que eu imaginava que ia acontecer que nem me importei muito com o fato.

Depois de chegar em casa e de tomar um bom banho, fiquei parada em frente ao guarda-roupa, tentando decidir o que usar. Foi bem estranho fazer isso, pois era a primeira vez na vida que eu o fazia, mas ao final acabei por escolher o de sempre. Jeans, all-star e uma camisa verde com babados. Pus brinco de argola nas orelhas, uma pulseira dourada no pulso, um anel folheado a ouro com a inscrição: “Siga em frente” e o meu colar com o pingente de sigma (∑).

Antes de sair, parei na frente do espelho, passei um gloss rosa nos lábios e ajeitei meus óculos de armação preta. Olhei para a foto de Leo no mural e para a caixinha dourada com o pássaro e saí, rindo.

=D

O garoto me esperava em uma mesa próxima a porta do restaurante. Consegui vê-lo pela vitrine do restaurante, bebendo um copo de suco.

Respirei fundo e me preparei para entrar, mas um garoto de cabelos e olhos castanhos, com um sorriso travesso parou ao meu lado. Ele era centímetros mais alto que eu, por isso o percebi ao meu lado.

– Anel bonito. – ele disse e eu o encarei. Aquele olhar... De onde eu conhecia aquele garoto?

– Obrigada. – murmurei corando e comecei a brincar com o anel em meu dedo

Então, como se fosse super normal, ele pegou minha mão e a beijou. Eu olhei para ele, abismada, e senti meu rosto corar ainda mais. Por que, em nome de Hades, ele estava fazendo aquilo?!

Com um sorriso bobo, ele foi embora e me deixou ali, plantada, no meio da calçada. Como que por instinto, levei a mão até o pingente do meu colar... E foi então que percebi que o anel havia sumido do meu dedo.

– Filho de uma Medusa! – praguejei – Quando eu encontrá-lo...

– Olha você aí! – uma voz masculina soou atrás de mim. Eu me virei e dei de cara com o loiro gato que estava, um minuto antes, me esperando no restaurante – Eu estava te procurando.

– D-desculpa. – gaguejei nervosa e senti minhas mãos tremerem. Algo no meu subconsciente dizia “FUJA!”, mas eu não tinha ideia do porquê – E-eu sinto m-muito por te atrasar.

– Está tudo bem. – ele disse com um sorriso – Vamos entrar?

Ele abriu a porta para mim, como um cavalheiro e puxou a cadeira para que eu me sentasse quando chegamos à nossa mesa. Ele se sentou de frente para mim e eu pude apreciar sua beleza masculina. Ele era loiro, tinha olhos castanho-esverdeados e um sorriso fofo. Seu cabelo era liso e estava levemente despenteado, o que o fazia ficar mais lindo ainda. Ele vestia uma camisa cinza e uma calça jeans escura com tênis de corrida da Olympikus (a marca dos Olimpianos;)).

– E então? Qual é o nome da bela donzela de olhos cor de esmeralda à minha frente? – ele perguntou com uma voz suave, arrancando-me de meus devaneios

– Susanna. – respondi corando com o elogio – Mas pode me chamar de Susan.

Uma garçonete parou ao lado da nossa mesa e pôs pratos à nossa frente. Havia arroz, batatas fritas e frango empanado. Olhei para meu acompanhante, confusa.

– Ah. Espero que você não se importe. – ele disse acenando para a garçonete – Eu fiz o pedido antes de você chegar. Achei que gostaria de frango empanado e batatas fritas.

Vou ser sincera. Não era exatamente isso que eu iria pedir. O Jack’s é o restaurante onde se faz o melhor taco de carne com quesadillas de Nova York e eu amo comida mexicana, mas fiquei quieta. Eu não ia estragar meu encontro por causa de comida, né?

– Você... Ainda não disse o seu nome...

– Ah! É Zack. – ele respondeu distraído, bebendo um gole de sua Coca-Cola. Ao olhar para o meu pescoço, ele se arrepiou – Onde arranjou esse colar?

– Eu o ganhei de um... Amigo. É a letra S em grego.

– É... Muito bonito. Parece... Mágico.

Sorri e toquei no pingente em forma de sigma. Era como um tique que tinha quando ficava nervosa, sem graça ou ameaçada. Nunca entendi o porquê.

A comida estava mais deliciosa do que eu imaginava. O queijo que estava derretido sobre as batatas ainda estava quente e o arroz era à grega. Mas Zack quase não comeu nada, só ficou me encarando com interesse, o que me deixou envergonhada, e mais vermelha que um tomate maduro. Quando terminei de comer, limpei a boca com um guardanapo e cruzei os talheres em cima do prato.

– Finalmente, meio-sangue. – ele disse me olhando ferozmente – Enfim você será minha.

– O que? – eu disse confusa – Meio-sangue?

– Meu olfato não me engana, Susanninha. Agora se levante dessa cadeira como uma boa menina e fique quietinha.

Se eu obedeci? Bom... Se um maníaco gato chegasse para você, te chamasse de meio-sangue e te ameaçasse indiretamente, o que você faria?

É bem óbvio que eu não obedeci. Ao contrário disso, eu me levantei da cadeira com um salto assim que ele se aproximou de mim e joguei o resto da minha Coca-Cola na cara dele. Por precaução, peguei uma faca de mesa e a coloquei no bolso da calça jeans. Corri para a porta, pensando em atravessar a rua e pedir auxílio à minha mãe ou à Joana, mas quando eu estava a poucos centímetros da porta, ela se fechou com um estrondo alto e achei até milagre o vidro não ter se estilhaçado. Olhei em volta, para as outras pessoas que almoçavam serenamente ao meu redor, em busca de auxílio, mas percebi que eles não faziam ideia do que estava acontecendo. A névoa obstruía completamente a visão e a percepção deles.

Tentei inutilmente abrir a porta, mas Zack puxou-me pelos cabelos. Eu gritei e tentei chutá-lo.

– Tsc. Tsc. Tsc. Grite, meio-sangue bobinha. Clame por ajuda. – ele murmurou no meu ouvido com a voz suave que antes eu achara tão atraente – Está vendo aquelas pessoas? Elas não nos veem e não nos ouvem.

– Eu sei. Acha que sou idiota? – grunhi, debatendo-me na tentativa inútil de me soltar dele – Por favor, me solta. Não sou meio-sangue. Só sou uma mortal que vê através da névoa!

De repente ouvi um “clang” atrás de mim e as mãos de Zack soltaram meu cabelo. Eu estava chorando. Meus óculos estavam embaçados e meu rosto molhado quando me virei e dei de cara com o garoto que havia roubado meu anel. Ele segurava uma frigideira em uma das mãos e tinha uma expressão zombeteira no rosto. Zack estava no chão, mas agora ele não era o garoto bonito que eu havia conhecido. No lugar de suas unhas haviam longas garras; seus dentes pareciam ser feitos de ferro e de suas costas saía uma ameaçadora cauda de escorpião. A compreensão brilhou em meus olhos. Zack era uma mantícora, como o Sr Espinhudo no Colégio Militar de Westover Hall.

– Tá tudo bem? – o ladrão mirim perguntou – Ele te feriu?

– Devolva meu anel. – eu disse encarando-o fixamente

O garoto me deu aquele sorriso travesso novamente e eu estendi a mão. Ele riu e pôs o anel de volta no meu dedo.

– Você o apagou com uma frigideira? – perguntei um tanto incrédula, encarando o corpo inconsciente de Zack no chão

– Se eu tivesse uma espada ou uma faca eu o teria matado, mas infelizmente estou desarmado no momento. Por isso tive que solicitar a ajuda de minha fiel amiga, a frigideira. – ele respondeu e girou o cabo da frigideira nas mãos

– Você é um meio-sangue, não é? – perguntei, ajeitando meus óculos – Qual o seu nome?

– Connor. Connor Stoll, filho de Hermes e subdiretor do chalé 9 do Acampamento Meio-Sangue.


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Notas finais do capítulo

Se gostaram, por favor, deixem reviews. Alguns não tem ideia do quão triste e frustrante é ter uma fanfic sem nenhuma crítica, sejam elas positivas ou negativas.



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