Como Assim Eu Sou Uma Meio Sangue? escrita por Lise Muniz


Capítulo 3
Capítulo 3 - Leo Valdez aqui?


Notas iniciais do capítulo

O capítulo ficou um pouco curto porque eu o dividi em dois. Antes o cap 2 era composto por ele também, mas espero que gostem.
Quem gostou, por favor, reviews *-*



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– O-o que você vai querer, Leo? – eu disse sentindo minhas mãos tremerem, mas mesmo assim segurando a caneta e o bloco de anotações com um sorriso idiota no rosto – Capuccino, Latte, café puro, chocolate quente...

– Eu vou querer um Latte e como você sabe o meu nome? – ele perguntou franzindo o cenho

Eu não respondi. Apenas me virei, peguei o leite, coloquei-o na máquina para que ele fosse batido e quando enchi o copo de café foi que percebi que Leo não devia beber café. Porque Leo + café + mundo = BUM!

– Leo? – chamei sem me virar para encará-lo – Você sabe que não deveria beber café, não é?

– Sei. – ele respondeu – Já me disseram isso, mas eu não ligo. Café é bom para me manter acordado. Agora você pode, por favor, me dizer como sabe meu nome, Susanna?

Pus a xícara no balcão em frente a ele, tentando controlar minhas mãos trêmulas e o encarei enquanto ele tomava um gole de seu Latte.

– Você nunca me viu na vida, Leonardo Valdez. Como sabe o meu nome? – perguntei ajeitando meus óculos que haviam escorregado pelo meu nariz

– E você também nunca me viu, mas sabe meu nome. – ele respondeu, bebendo mais um gole de seu Latte

Eu cruzei os braços e o encarei, fulminando-o com os olhos.

– Seu nome está bordado no avental, bobinha. – ele disse sorrindo. A espuma do Latte que ele estava tomando acabou por lhe deixar um bigode esbranquiçado acima dos lábios. Resisti a tentação de pegar um lenço de papel e limpá-lo eu mesma. – Mas você ainda não disse de onde me conhece, Susanna.

Tentei pensar em alguma coisa para dizer a ele. Eu não podia simplesmente dizer a ele que o conhecia de um livro que eu tinha lido e que fora enviado a mim pelo e-mail de alguém que eu não tinha a mínima ideia de quem fosse! Pensei no que eu sabia sobre ele e uma ideia me veio a cabeça.

– Eu te conheci na Escola de Vida Selvagem. – menti – Você andava para cima e para baixo com uma nativo-americana e um garoto alto e loiro. Acho que os nomes deles eram Piper e Jason... – fingi parar para lembrar – Acho que você não se lembra de mim. Fui detida por espancar um garoto com um taco de beisebol.

– Nossa! O que ele te fez?

– Eu o peguei flertando com minha melhor amiga. Ele era meu namorado na época. – respondi em um tom bem natural, como se espancar uma pessoa com um taco de beisebol fosse normal

Leo apenas sorriu e começou a remexer nos bolsos de sua calça jeans.

– Quer mais alguma coisa? – perguntei me apoiando no balcão – Algo para comer?

– Por que não me traz seu favorito? – ele disse cruzando os braços sobre o balcão – Aí você poderia largar esse avental, sentar aqui comigo e dividir um ótimo café da manhã. E então?

Isso é sério? Eu realmente estou ouvindo isso? Leo Valdez está flertando comigo???? O que?

Por mais que eu gostasse daquele garoto, eu odiava flertes. É. Eu ia arranjar um jeito de sacanear ele.

– Eu adoro chilli com MUITO jalapeño.* – eu disse e o encarei com um sorriso malvado nos lábios – E amo beber MUITA gemada também.**

– Bom, então eu acho que vou querer apenas meia dúzia de donuts de chocolate e um capuccino pequeno pra viagem. – ele respondeu meio desconfortável

Me senti um pouco mal por ter sido má com ele, mas eu tinha certeza de que ele ia superar. Não fora mais ou menos assim que ele se apaixonara por Quione e Thalia?

Juntei os melhores dunets de chocolate que haviam na Cafeteria, separei meia dúzia deles e os pus na caixa mais bonita que encontrei. Era uma caixa marrom-café estampada com smiles coloridos e com o nome da Cafeteria em uma faixa laranja no centro. Preparei o capuccino com carinho e cuidado e o pus em um copo de plástico com labaredas, que minha mãe costumava dar as crianças mais comportadas (N/A: para manter o espírito de criança dele). Ao fim, pus tudo dentro de um saco de papel com a logomarca da Cafeteria e entreguei a Leo.

– São $11,50.

Ele pôs o dinheiro no balcão junto com uma caixinha dourada que ele havia tirado do bolso, agradeceu e quando estava na porta da Cafeteria...

– Leo! – chamei

Ele se virou e eu lhe estendi a caixinha, mas ele apenas sorriu e foi embora. Encarei a caixinha desconfiadamente por um tempo e então...

– O que é isso? – Joana perguntou de repente

Dei um grito e pulei para trás, assustada.

– Você me deu um susto Joana! De onde você veio, mulher?

– Eu estou aqui do seu lado já faz dois minutos. Você anda muito distraída hein? Mas enfim... O que é isso?

– Não faço a mínima ideia.

– Então abra.

– Mas eu não sei como!

– Descubra ora!

Procurei um lugar por onde eu pudesse abrir a caixinha e achei um pequeno botão na parte de baixo. A caixa se abriu e revelou um passarinho feito com as peças que havia no bolso do Leo (com certeza). O pássaro ergueu as asas e alçou voo.

– Nossa, que lindo! – Joana murmurou e encarando minha expressão deslumbrada acrescentou – Foi aquele latino-americano que você estava atendendo que deixou?

O pássaro pousou na minha frente, me encarou de forma curiosa, abriu o bico e deixou um papel na minha mão antes de voltar para sua caixinha e fechar a tampa.

Na caligrafia de Leo, a mensagem era: “ME LIGA”.

Comecei a rir e olhei para Joana, que ainda esperava uma resposta.

– Desculpa. Foi ele sim. – respondi entre risos – Foi Leonardo Valdez.


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Notas finais do capítulo

* Referência ao Herói Perdido, onde Leo diz que Tia Calida havia lhe obrigado a cortar jalapeños (pimenta mexicana que arde muito) e ele cometeu o erro de coçar os olhos.

**Referência ao Diário dos Semideuses, onde as servas de Dioniso trocaram o vinho dele por eggnog, ou gemada, como é a tradução correta.



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