Acordei meia hora depois, mais ou menos. Estava em casa na minha cama, como se tivesse dormido e agora acordando lá.

- Mas que... merda aconteceu, velho... – falei, levantando, e percebi que tinha mais alguém no quarto.

- Maninha, finalmente! – Suzuno olhou pra mim e Nagumo também, mas se virou bem rápido e olhou a porta. – Esse cara não queria sair até você acordar, sabia?!

- Cala a boca, floco de neve. – disse a Tulipinha Desgraçada Maldita.

- Digo o mesmo, tulipa desgraçada.

- Ó aqui o quanto eu ligo. – deu o dedo do meio.

- E eu. – abaixou a pálpebra e deu a língua.

- Olha aqui, seu cubo de gelo, eu só queria ver se ela ficava bem, ok? Vou embora.

- Ah, não, você vai ficar, ate contar pra ela o que você ficou gritando na minha cara por 20 minutos, sua tulipa em chamas!

- Ora seu... – Nagumo segurou a gola de Suzuno e armou o soco.

- PAREM!!! –gritei, entrando entre os dois. – Podem me explicar, por favor? – cuspi o por favor.

- Gllup... Gomen, Ge-chan... – engoliram em seco.

- É que o chato do Tulipa Cabeça de Grama Em Chamas não quis ir embora ate a hora de você acordar, e quando eu perguntava por quê, ele sempre dizia – pra não dizer gritava – que te-

- CALA A BOCA, EU NÃO DISSE NADA, MALDITO PICOLÉ! – só eu e a autora pensamos em coisas poluídas depois disso?

- CALA VOCÊ, E CONTA SUA PARTE DA HISTÓRIA, DEPOIS DE EU ACABAR A MINHA!

- Humpf, ta, chato.

- Enfim, ele ficou gritando-

- Essa parte não conta! – gritou Nagumo. – Por favor, eu conto ela. Olha, depois que você desmaiou, liguei pro picolé – pensamento perva on – ele me disse o endereço e como estávamos perto, cheguei logo aqui, ele te botou na cama e fiquei “conversando” com ele, como pode perceber.

- Quer saber o que ele estava gritando, irmãzinha do meu coração? – Suzuno falou e o ruivo engoliu em seco. O puxou para um cantinho mais afastado de onde eu estava e sussurrou alguma coisa.

- E por que eu faria isso? – ouvi meu irmão perguntar.

- Porque... sei lá, somos amigos? – disse Nagumo.

- Nagumo, não somos nem nunca seremos nada, bote isso na sua cabeça de tulipa. – respondeu e deu as costas.

- DÁ PRA ALGUÉM ME EXPLICAR O QUE TÁ ACONTECENDO, DUPLA DE FDPs???

- Tecnicamente, Ge – falou Suzuno. – somos irmãos, então somos filhos da mesma mãe...

- To pouco me lixando, só me expliquem logo!

- Vou fazer o seguinte, imouto: vou sair daqui que essa certa tulipa tem algo para falar pra você. – e saiu.

- Eeer... – Nagumo se envergonhou. – Bem... Por que você desmaiou?

- Porque a autora tava querendo fazer drama e porque não era uma boa parte para ela parar de escrever pra postar.

- Ah.

- E agora, responde: O que você estava gritando quando eu estava desmaiada.

Bem... Ele corou. Já não bastava o cabelo, então o rosto e as orelhas ficaram tão vermelhas, que ele parecia um tomate, só que bem mais barato (rsrsrsrs)

- Errr... Tenho mesmo que responder isso? – Apostaria um milhão (se eu tivesse) que ele está rezando pra que a resposta seja não.

- Sim – falei.

- Etto... É que... Boom... – super vergonha on – Posso fazer de um jeito que você entenda?

- Contanto que explique.

- E você me mataria se eu fizesse algo que ninguém espera mas que meus amigos pagariam para ver?

-...- le cara OMG. – VOCÊ TEM AMIGOS???

-... – cai pra trás. – Siim... Mas mataria ou não?

- Depende muito, tuli-

PORRA QUEM É QUE DEIXOU ELE ME BEIJAR??? ELE ME BEIJOU, COMO ASSIM QUEM ELE PENSA QUE É ORA EU MATO AQUELA TULIPA DE MERDA, PORRA!!!

Mas... Devo admitir que depois de certo tempo parada, em choque, acabei... Gostando? Correspondendo? Querendo morrer? Acho que tudo.

- He-hey, Ge-chan... – gaguejou depois de se separar de mim.

- Na-nani... Nagumo... – eu GAGUEJEI??? COMO ASSIM???

- Eu... te amo... – e saiu correndo.

Tacou a cara na porta e ri um pouquinho, tímida (QUE BICHO ME POSSUIU??). Abriu a porta de uma vez e esbarrou no cabelo de sorvete, que provavelmente estava ouvindo tudo detrás da porta.

- Ge? – ele me chamou, enquanto eu continuava paralisada no mesmo canto. – O que aquela tulipa fez com você?

- Que tulipa? – perguntei mais quieta (na boa, acho que to doente). – Eu só vi o Nagumo.

-... – ele botou a mão na minha testa, como que pra ver a temperatura. – Se arrume, vamos no seu psiquiatra.

- Que psiquiatra? – fiquei confusa.

- O que vou contratar pra ver o que diabos te possuiu.

- Na boa? Eu acho que precisamos é de um exorcista. To suspeitando que eu esteja possuída. – me joguei na cama, toda largada.

- Acho o mesmo. – riu.

-... O Nagumo vai treinar com você hoje, né? – perguntei sonolenta e ele assentiu. – Posso... ir com você?

Ele sorriu de um jeito que eu nunca tinha visto antes e saiu, sussurrando algo como:

- O que aquela tulipa fez como minha irmã pra ela chamá-lo pelo nome...?

Ri com isso e me joguei no travesseiro.

- É, garota... – falei sozinha. – Você enlouqueceu mais que o normal, parabéns...

O treino seria só umas cinco da tarde, e como no meu relógio de cabeceira era só duas da tarde, tirei um cochilo.

...

- GE, VOCÊ JÁ TA PRONTA??? – algum vadio me acordou do meu sono de beleza.

Andei me arrastando até a porta e abri, gritando na cara do cubo de gelo.

- POR QUE DEMONIO VOCÊ ME ACORDOU, VIADO MALDITO??

- Porque você pediu pra ver o treino. – respondeu simplesmente.

Então me lembrei que tinha pedido isso... Olhei para minhas roupas, que ainda era o uniforme escolar e corri na maior pressa do mundo, escolhendo uma camiseta qualquer e uma calça jeans com um tênis preto.

Corri e quando saímos, esbarrei com a pessoa que menos esperava:

O cabeça de tulipa.

Bem, só porque nos beijamos, meu irmão ta aqui, então, pra não levantar suspeitas:

- OLHA POR ONDE ANDA, TULIPA EM CHAMAS!!! – e ele se encolheu segurando a cabeça, tipo pra proteger de um soco.

- Foi mal foi mal foi mal foi maaaal... – gemeu esperando o murro.

- Vamos logo ou você se atrasa. – ele me encarou com uma cara de WTF e Suzuno disse:

- Não ligue, ela está possuída.

- Ah. – falou.

Fomos caminhando até onde seria o treino deles, com Suzuno entre nós.

- Então, garotos, o que fizeram mais cedo pra estarem tão calados? – o cubo de gelo interrompeu o silencio.

- Er... Nada... – falamos juntos. O QUE DEMONIOS ESTÁ ACONTECENDO COMIGO, INFERNO?

Passamos o resto do tempo em silencio. Assisti o treino quieta, sem falar nenhuma palavra. Minha mente estava focada só nele e eu queria morrer.

Quando acabou, fiquei esperando todos saírem e quando Nagumo (tipo, repararam que do nada não consigo mais xingar ele?) estava saindo do vestiário, puxei-o para onde ninguém poderia ver-nos e perguntei:

- Haruya, o que foi aquilo no meu quarto? – cruzando os braços. O cara ficou vermelho igual o cabelo.

- Er... Posso ligar pra minha mãe preparar meu funeral antes?

Ri baixinho, dando um sorriso tímido e gentil (okay, ou eu to possuída, ou viver com o cubo de gelo congelou meus neurônios).

- Olhe, vou falar uma coisa, mas se você falar algo pra alguém, qualquer coisa, eu te mato. – ESSA SOU EU, ACHEI QUE JÁ NÃO TINHA MAIS JEITO.

- Okay... – le assustado. – P-pode dizer...

- Vem cá. – Ele veio mais pra perto e sussurrei em seu ouvido, mais corada que nunca: - Também... Te amo.

O que aconteceu a seguir, foi meio estranho. Tipo, meus olhos estavam fechados, então só senti seus lábios serem imprensados contra os meus. Ao contrario da outra vez, eu correspondi. Sim, eu correspondi! Era algo que eu não sabia se podia chamar de tímido, mas que também era violento.

Não sei como esse ruivo desmiolado conseguiu fazer essa proeza. A de me fazer me apaixonar. É hilário. Menos para... Uma pessoa.

- O QUE INFERNOS ESSA TULIPA AMBULANTE ESTÁ FAZENDO??? – o retardado do cubo de gelo chegou bancando o irmão protetor e ciumento –sqn- -sq+- -.

E esse é o inferno que eu chamo de amor.