Lyan - o Amanhecer de Hiuhou escrita por sancho


Capítulo 3
#02 - Antes da tempestade.


Notas iniciais do capítulo

- Você a amava? - uma voz grave irrompeu a sala retangular.
— O que? - A pergunta deixou o jovem estarrecido.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/36012/chapter/3

Capítulo II – Antes da tempestade

 

 

     O dia já se esvaia no horizonte, como se escorresse pela terra e fosse tragado pela escuridão da noite. Os guardas da extensa muralha patrulhavam na escuridão, iluminados pelas lamparinas de óleo e pelas enormes fogueiras.

     Os bravos guerreiros faziam suas rondas trocando sempre de lugar e observando tudo a sua volta. Trajados de armaduras de cor âmbar e cotas de malha prateada, eles protegiam a cidade de qualquer invasão.

     As muralhas rodeavam a cidade por completa, permanecendo bem no centro – em uma colina – o castelo da cidade; Hera. O castelo que tinha o mesmo nome do local, se destacava pelo tamanho e pelos doze cristais sagrados que flutuavam ao seu redor.

     A Catedral Austhim que ficava no topo do castelo era um grande centro arcano, porém há muito tempo não era usada como escola, mas sim como o Thorrot – O lugar das Execuções – como era chamado desde a queda do Rei mago Matherion.

      Estava escuro quando o jovem recobrou a consciência. Os olhos castanhos vasculharam a sala retangular com dificuldade. Nunca pensou que o calabouço seria um lugar tão gelado. Os pés estavam descalços e o peitoral nu. As mãos estavam presas a correntes que mantinham-no de braços abertos e em suas costas inúmeras sangue-sugas neporianas sugavam seu poder mágico, impedindo-o de conjurar qualquer magia.

     A cabeça mantinha-se curvada para frente enquanto que as pernas sustentavam o peso do corpo. Uma dor excruciante nas costelas proveniente de uma “conversa amigável” com os guardas, fazia com que elas bambeassem. Já estava seguindo esse ritmo por três noites seguidas, sem comida e sem água.

     Todos os dias desde sua chegada, os interrogatórios reais vinham cheios de murros e chutes, porém na quarta noite, algo diferente aconteceu...

Assim como era de se esperar, a porta escura de madeira velha se abriu quando a lua atingiu o brilho máximo no céu negro. O algoz estava encapuzado, e vestia-se com um longo manto negro que impossibilitava seu reconhecimento. Os passos eram pesados e a respiração assim como a do jovem encarcerado, jogava uma espeça nuvem de vapor branco no ar. A porta se fechou.

 

 

- Vai me bater de novo hoje? - Perguntou o jovem sem levantar o rosto.

 

 

Nenhuma palavra foi pronunciada pelo ser misterioso.

 

 

- Eu não ligo se me matarem aqui ou lá fora... - Ele mantinha uma expressão vazia em seu rosto.

 

     Mais uma vez misterioso encapuzado manteve-se em silencio. Apenas a respiração ficava cada vez mais rápida e ofegante.

 

 

- Vai ficar em silencio? Venha fazer o que é pago para fazer.

- Você a amava? - uma voz grave irrompeu a sala retangular.

- O que? - A pergunta deixou o jovem estarrecido.

- Você amava Rachel? - Mais uma vez o homem falou.

- Seu desgraçado!!! Quem é você?! - o rapaz jogou o corpo para frente, sendo segurado pelas correntes que o aprisionavam.

- Apenas me responda. Dependendo de sua resposta eu o solto.

 

 

     Aquelas palavras deixaram Yan confuso. Quem seria aquele que conhecia seus sentimentos? Ele lentamente deixou o corpo cair para traz e pensou em sua resposta.

 

 

- Eu a amo... mais que a mim mesmo. Por isso não posso fugir daqui. - o homem se moveu, parecendo inquieto.

- Porque não foge daqui? Sei que seria capaz de fugir com suas habilidades. - o homem insistia.

- CALE-SE! - vociferou Yan. Ele deixou a cabeça cair e falou em voz branda. - Eu não posso fugir e nem contar porque não faço isso. Apenas me deixe sozinho. Não me basta minhas memórias e as palavras de Rachel, agora você também? Na verdade nem sei quem é você. Então suma da minha frente. - aquelas palavras fizeram o homem misterioso se virar para a porta.

- Eu irei embora Yan.

 

 

     Yan olhou para o estranho ser que estava parado em frente porta e viu que lentamente o manto negro pegava fogo, e já consumia até a altura da cintura. O jovem rapaz olhava abismado para a visão diante de seus olhos; uma marionete se desintegrava e deixava no ar apenas uma fumaça cinza que desaparecia com o tempo.

     Antes de queimar a face do boneco ele se virou.    - Sinto muito...   - E desapareceu, deixando na sala apenas o jovem e seus pensamentos conflitantes. Ele não entendia o que havia acontecido, apenas que estava mais uma vez sozinho naquele lugar gelado. Sua única companhia era um rato que andava de um lado para o outro no lado de fora.

     Passos foram ouvidos do lado de fora e o barulho de uma maçaneta girando interrompeu os pensamentos do jovem. Cinco pessoas entraram na sala, três estavam vestidas de amaduras prateadas e duas de vestes negras. Aquele era o início do interrogatório que decidiria o futuro de Yan; na verdade o ultimo.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

* Um capítulo curto...
* Gostaram? Não? Critiquem...
* Quase um mês depois eu venho postar um capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lyan - o Amanhecer de Hiuhou" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.