Sthephy pagou um lanche pra mim. Aquela história já estava indo longe demais, eu estava até esquecendo dinheiro. Incrível.

Depois do fim das aulas, Beth reafirmou que iria procurar algo pra mim e pra ela também. Fiquei feliz por ter conseguido o apoio dela. Era bom ter alguem racional do meu lado. Sthephy não falou nada mas continuou parecendo que achava tudo um absurdo.

Mas o pior mesmo foi contar aos meus pai a minha decisão. Assim, de repente, você aparece com uma historia que quer trabalhar, quando nem mesmo fica gastando dinheiro por ai pra ter a desculpa de que tem que ter suas propias economias.

Meu pai, como eu havia imaginado, me apoiou incondicionalmente. Chegou até a criar ilusões de que agora teria alguem para ajudar ele a criar a Tão Sonhada Oficina que ele sempre quis montar. Foi difícil explicar pra ele que eu não queria trabalhar em um lugar como uma oficina, embora ele ficasse descepcionado com meu comentario.

Já minha mãe ficou muitissimo desconfiada, brava até. Fez toneladas de perguntas, do tipo: Por que esta querendo trabalhar assim, tão nova? Você sabe que tem até os seus dezesseis pra estudar, somente. Por que está antecipando isso? Foi dificil escapar de suas inquisições, mas tive certeza que não a havia convencido quando ela me chamou para cozinha para ajudá-la com a janta, e de repente, disse: Você pode fazer o que quiser. Só não se esqueça que eu tenho olhos por toda essa cidade.

Ah, aquilo não foi uma ameaça, não foi. Tentei me auto-convencer enquanto tomava banho pra ir dormir. Não foi uma ameaça, ela quis apenas dizer que eu estaria segura, que ela saberia onde eu estava todo o tempo. Mas, apesar do esforço, isso não soou nada convincente em minha cabeça. Fui dormir pensando em como um instinto maternal pode ser infalível.

                              *-*-*-*-*

 Na sexta de manhã, meu pai já tinha arrumado um bom local pra eu trabalhar: a sorveteria dos Miller, a Sweatest Ice-cream. Era um bom local, não muito longe de casa,pouco depois da escola. Então, qunado pensei nisso, me lembrei que poderia ir pra lá pela Rua Hicktory. Maldito pensamento, maldita casa! Liguei para Beth e combinei que depois da aula ela iria até lá comigo, para eu conhecer mais o local. Eu também iria com ela em um mercadinho que ficava umas ruas atrás de minha casa, pois ela iria trabalhar ali também. Pensei que tudo estava indo quase certo não fosse a desconfiança de minha mãe, mas isso também passaria com o tempo. Eu naõ tinha motivos para decepcioná-la, não tinha mais Christopher, nem casa, nem nada rondando meus objetivos em trabalhar. Na verdade, isso já era uma fuga de todas essas coisas.

Meu pai comentou que já tinha o tornozelo curado, e que iria voltar a trabalhar na segunda-feira. Maravilha.

Fui pra escola. De novo, não vi Christopher, o que só confirmou que eu estava certa em minha decisão. Depois da aula, fui até a Sweatest Ice-cream com Beth. As coisas lá eram boas. A soveteria tinha uma faixada bonita e dentro as paredes eram laranjas cítrico, com um piso branco. Meg Muller e Jeff Muller, dois irmãos insuportáveis, trabalhavam na loja. Eram filhos de Mandy e Alice Muller. Meg tinha ido fazer faculdade em Washingtown, então precisavam de uma substituta para cuidar do caixa. Jeff não me suportava, assim como sua irmã e o resto dos meninos da cidade. Droga, e lá me vem Christopher na cabeça de novo. Maldita mente retroativa!

Quando eu estava conversando com Mandy e Alice sobre me esforçar para dar o meu máximo, ele deixou uma cara evidente de quem acha que uma garota loira não pode trabalhar em um caixa. Eu pouco ligava. Ele que fosse dizer isso à Ashley, a gamação dele.

Fui aceita com muita felicidade pelos Muller. Isso me aliviou. Depois, fomos ao Big Corner, o mercadinho onde Beth iria trabalhar. Era bem simples, mas o que seria bem complicado para Beth é que lá trabalhava Paul Steeven. Um carinha gamado em Beth e que a perseguia em todos os contos onde ia. Ela uma vez me contou que ele, um dia, tentou paquerá-la na fila da contina, dizendo que os cachos negros do cabelo dela exlavam um ótimo perfume,... Beth, previsivelmente, com seu ótimo humor,respondeu que ao contrário dele, ela tomava banho todos os dias. Depois dessa o garoto não tentou se aproximar mais de Beth, embora continuasse olhando fixamente pra ela sempre que a via. E do modo como ele olhava agora, parecia que sua atitude provia apenas de falta de oportunidades o que naõ aconteceria mais, felizmente.

Ou infelizmente, para Beth.

Fui para casa, e a noite, comuniquei à todos que trabalharia mesmo na sorveteria.Meu pai ficou feliz. Minha mãe, desconfiada como sempre. Tentei alimentar as esperanças de que isso mudaria. Amanha já seria uim outro dia. Eu também trabalharia sábado, na parte da manhã.

Eu finalmente estaria ocupada. Agora, era só esperar.