My Secrets Bond - Meu Laço de Segredos escrita por uchiha rsa-san


Capítulo 3
Conhecidos.....[ou não?]


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o "tal" Encantado aparece na história...e Agatha se balança.

[Olhei de novo os olhos penetrantes dele. Eram profundamente negros. Não falei mais nada, embora sabia que precisava ir. Não fui eu quem quebrou o silencio depois de alguns instantes.]



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No outro dia, quarta-feira, nós não teríamos aula no horário normal. Iríamos entrar às oito e meia por que os professores teriam uma reuniao que nos não sabiamos o motivo. Mamãe me pediu pra ir ao mercado comprar uns legumes pro almoço. Logo após que o mercado abriu eu já estava lá. Não queria me atrazar pra escola.

Fui passando pelas gôndolas até a área de hortifruti. A história da noite anterior não me saia da cabeça. Pra mim já era óbvio que eu tinha imaginado aquela tal sensação mágica quando passei pela tal casa, a questão agora era entender: por que raios eu inventei aquilo? Por que inventaria uma sensação daquelas? Como inventaria? Eu não sabia a resposta. Não sabia nem mesmo que estava se aproximando o momento em que eu obteria essa resposta.

Fui andando apenas por instinto, não conseguia me concentrar em legumes. Aquela história me intrigara! Fazendo reflexões na minha cabeça eu bati o carrinho na banca das laranjas e de repente aquela pilha enorme de bolinhas redondinhas laranjas começou a cair e se  esparramou pelo chão. Na tentativa de arrumar meu erro antes que as laranjas se espalhassem mais, com um movimento virei o carrinho ainda vazio pro lado, e sem ver, bati em um garoto e derrubei sua cesta de compras no chão, incluindo que também machuquei seu braço. AQUELE NÃO ERA MEU DIA!!

- Ai meu Deus! Me desculpe! Foi sem querer, foi MESMO sem querer!

O garoto abaixou para pegar o saco de pães que tinha caído e uns pacotes de café que também estavam na cestinha. Me abaixei para ajudá-lo. Incrivelmente o garoto olhou pra mim com um sorriso muito expontâneo e disse:

-Sem problemas. Eu já tinha reparado como você é meio destraída Agatha.

Fiquei atônita. Nunca tinha visto o garoto na vida e ele sabia meu nome. Sim, sim, as pessoas sabiam meu nome naquela maldita cidade pequena, mas mais frequentemente só as garotas o pronunciavam para me humilharem um pouquinho. Em geral, os garotos sabiam meu nome, mas fingiam que nunca tinham me visto e diziam para eu ser meis atenta ou ia bater em um poste.

Mas aquela situação era inédita. O rapaz não parecia nem um pouco aborrecido. Pelo contrário, agia naturalmente e voltou a colocar as coisas na cesta. Só assim pude desviar meus olhos dos dele e voltar à realidade.

-Sabe meu nome?

O garoto riu baixinho.

-Quem é que não sabe seu nome? Vejo você todos os dias!

Hã? Ele me via todos os dias?

-Onde me vê?

Eu continuava sem desviar minha atenção dele. Ele percebeu.

-Acho melhor parar de fazer perguntas e olhar para mim e colher essas laranjas. Elas estão se esparramando muito. Eu vou te ajudar.

Olhei em volta. Era verdade. O chao estava quase todo laranja, elas já haviam se esparramado bastante. Só então entendi que passei um certo tempo olhando pro garoto sem nem me mecher. Estava sendo ridícula.

Comecei rapidamente a pegar as laranjas do chao. A sorte era que o mercado ainda estava vazio. Mas ainda assim tinha sido um grande mico. O garoto continha a queda das laranjas. Depois começou a pega-las também. Em pouco tempo já tinhamos recolocado tudo na banca.

-Obrigada pela ajuda.

-Não tem problema. Deve ter sido seu sono. Quer ajuda para comprar o resto?

Era brincadeira. O menino se ofereceu pra me ajudar. Ah, sim. Eu podia esperar, dali a pouco surgiria uma piada.

-Não, obrigada.

O garoto pareceu decepcionado. Era mesmo surreal.

-Bem,... tudo bem então. Bom dia.

Virou as costas e começou a andar. Eu era mesmo uma idiota. Ainda tinhas umas coisas para comprar, queria saber como o menino sabia e meu nome e onde me via, e tinha dispensado a pessoa que foi gentil comigo. Ridículo. Eu ainda podia fazer alguma coisa.

-Ei! Espera!  

Ele se virou.

-Você ainda não me disse onde me via. Podia me dizer enquanto termino de comprar umas coisas.

-Ah, tudo bem então.

 O garoto voltou e começamos a conversar enquanto eu ia pegando as outras coisas.

-Então, onde é que você me vê?

-Você parece bastante determinada, hein? É a terceira vez que me pergunta isso.

Dãã. Porque você não respondeu antes. 

-É claro. Você que não respondeu das outras vezes.

Ele riu. Nossa que engraçado, né?

-Eu não respondi antes porque pensei que você se lembraria de mim. Eu te vejo todo dia na escola.

-Na escola? Eu nunca te vi lá.

-É, ...bem, eu não sou muito popular. Mas te vejo desde a sexta série.

- E como é o seu nome?

- Christopher Utada.

O sobrenome não era tão comum. Com certeza era asiático. Mas como eu sou tão estúpida, só naquela hora fui reparar em seus olhos puxados como os japoneses. Era óbvio Agatha, era óbvio.

-Você é descentente de japoneses?

Pergunta estúpida Agatha!

 A risada foi estrondante. Me senti ridícula.

 -Não, não sou. Sou Japonês mesmo.Vim pros Estados Unidos quando tinha 4 anos.

-Ah, sério?

Putz, aquele dia eu estava fora de mim mesmo! 

-Sim, por que?

-Não, nada. Tá explicado porque me conhece. Vou pagar minhas compras.

Era melhor dar o fora dali rápido. Christopher foi ao outro caixa. Eu quis passar as compras primeiro pra não ir pra casa companhada dele. Merda, peguei com pressa a sacola, e acabei puxando apenas por um lado. A porcaria acabou rangando e o iogurte caiu no chão. Sorte que não rasgou. Também, era só o que faltava. Christopher se aproximou para me ajudar.

-Parece que não é o seu dia hoje, né?

Não, não, imagina.Tá tudo ótimo, ÓTIMO.

-É...parece que sim...

Saímos. Foi inevitável que ele me acompanhasse. Eu ainda não entendia por que ele era tão gentil comigo. Era mesmo muito estranha aquela sensação que eu havia sentido ao passar na frente da casa. Eu ainda poderia senti-la, se procurasse me lembrar. Na verdade, acho mesmo que nunca mais serei capaz de me esquecer dela. E o que mais me intrigava é que, naquele momento, onde eu voltava para casa com Christopher, eu sentia a mesma sensação daquele momento! Era incrivelmente forte. Na minha mente, eu queria dizer pra que ele me deixasse ir para casa sozinha, eu tinha mais no que pensar do que falar com ele. Mas algo maior, algo mais forte e invencível dentro de mim, me fazia apenas ficar ali, andando, e quando olhava nos olhos dele, o resultado era ficar hipnotizada com aqueles olhos negros, que me diziam esconder alguma coisa.

E, ao mesmo tempo, aqueles olhos me mostravam que queriam dizer à alguem o que eles escondiam dentro de si. Não sabia explicar como eu via isso, mas eu via. E via mais. Via que queriam contar o que escondiam...à mim. Realmente inacreditavel, e eu via.

Tentei mudar o rumo de meus pensamentos. Puxei conversa.

-Então, por que foi ao mercado tão cedo?

-Acho que...pelo mesmo motivo que todo mundo que eu conheço....

-E...qual é o motivo?

-É mais vazio nesta hora,... e...eu não gosto de lugares muito cheios.

-Então como vai pra escola?

Ele riu. Uma risada bonita,...e algo me dizia que tambem, nervosa.

-Bem, somos todos obrigados... 

Era verdade. Em muitos momentos eu também queria que a escola sumisse da minha vida. Daí o motivo pelo qual Elisabeth e Stephanye eram tão importantes pra mim.

-É...não há como fugir.

E então fomos desacelerando o passo. Não protestei. Daí paramos. Christopher me olhou, como quem se admira com algo. É, se admirando com a paisagem, só pode, porque comigo... Apontou para o outro lado e disse:

-Minha casa é pra lá.

Vinhamos descendo pela Avenida Central, que ficava realmente no centro de nosso bairro. Minha residencia era pro lado oposto. Então apontei pro lada esquerdo, contrário ao dele.

-É...a minha é pra cá.

Olhei de novo os olhos penetrantes dele. Eram profundamente negros. Não falei mais nada, embora sabia que precisava ir. Não fui eu quem quebrou o silencio depois de alguns instantes.

-Então... te vejo na escola... mais tarde.

-Ah, sim...te vejo também. Obrigada pela ajuda.

-Não tem problema. Tenta ficar mais atenta da próxima vez, nem sempre estarei lá...pra te ajudar.

-Aham...eu j-já esotu mais acordada ag-agora...

A resposta saiu assim, fraca, longe. Tinha de sair dali.

Virei as costas e saí andando. Me contive o suficienta pra não olhar pra traz. Lembrando da sensação da casa, contive meu andar rápido. Ficava pro mesmo lado que a casa de Christopher. 

Virei-me pra vê-lo.

Christopher já não estava mais lá.


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Notas finais do capítulo

ÔÔ o que será que vai acontecer entre Agatha e Christopher...? Só lendo o próximo capítulo pra saber... **)

Valeu pro lerem mais esse pessoal!!
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