Anjos De Redenção escrita por Arthur Almeida Souza


Capítulo 10
Tempestade




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         Duas semanas atrás.

            Os quatro cavaleiros do apocalipse se reuniram no terceiro céu.

            Todos sentados na mesma mesa.

            O primeiro a se pronunciar foi à guerra.

            __Tem algo de errado. Eu posso sentir.

            O aspecto de todos os cavaleiros era mais ou menos igual, cada um com uma túnica com a sua cor representante, o rosto deles os fazia lembrar o que cada um era.

            A guerra tinha longos cabelos brancos, olhos azuis, um rosto ferido por guerras, brigas e levantes passados. A fome tinha cabelos verdes curtos, com um rosto magro, como alguém que procura a magreza, olhos profundos. A peste tinha um rosto pálido como o de alguém doente, tinha um longo cabelo e era desleixada.

            A morte era diferente de todas as outras, trazia consigo um ar de superioridade natural, tinha poucos cabelos negros em sua cabeça, pupilas de cor lilás, mas o fundo ainda era negro, o seu rosto era coberto por uma mascara branca com traços e linhas de um vermelho vivo, ele era o mais poderoso ali, além de ser um cavaleiro era naturalmente o anjo da morte, mas odiava se envolver nos assuntos dos irmãos, nos assuntos do apocalipse.

            __Talvez seja apenas você com seu paladar para briga querido irmão— a peste contestava guerra.

            __Não seja tola irmã! Você também sabe que tem algo errado.

            __Eu não sei de nada...

            __Como sempre não é irmã? Você sempre esta fora de tudo. Você é mesmo muito fraca.

            __Como é que é? Diferente de você irmão eu não preciso de causas, ou quem sabe humanos para acontecer, eu sou algo natural, mato milhões em dias, você em anos.

            __Não estamos aqui para debater quem é o mais forte e aumentar o ego da guerra não é? Peste se sente agora, e você irmão guerra, apresente seus pontos para que essa reunião aconteça. —a fome colocou ordem em tudo, como sempre.

            E a morte não se pronunciava em nenhum instante, parecia estar perdida em memórias olhando para o horizonte.

            __Certo, sinto que nos últimos dias tem havido uma perturbação no plano da terra.

            __Também senti isso, mas o que você quer que façamos irmão?

            __Que descemos irmão fome, é o melhor a se fazer.

            __Por que nós?

            __Você por acaso é burro guerra? Caso descemos será uma desobediência direta ao cordeiro.

            __Eu acho que devemos ser nós a inspecionar isso, e não peste, eu não sou burro, entendo os riscos. E vou descer agora, se algum de vocês quiser me acompanhar.

            __Mas como fazer isso sem quebrar o selo?

            __Podemos sair digamos de forma “não oficial”.

            __Então vamos guerra. O que estamos fazendo aqui?—a peste se levantou da mesa.

            __Vocês não devem ir. —a voz da morte atravessou a sala, era uma voz gélida. —não devem descer a terra sem ordens.

            __Desculpa irmão, mas, dessa vez você não ganha, são três contra um...

            __Cale-se guerra! Não aguento mais a sua presunção. Vocês deve obediência a mim! Sou o mais poderoso, o mais velho, não sou uma criança como vocês.

            Os três recuaram, nunca tinham sentido algo assim vindo do seu irmão mais velho, o mais calmo, o mais sábio, agora ele tinha acabado de explodir.

            __Vamos ficar aqui e esperar ordens do cordeiro.

            __Desculpe irmão, mas não.

            __Eu não irei com vocês, ir é se colocar em perigo por nada, se quiserem ir vão, não vou ajuda-los, nem eu nem ninguém.

            A morte saiu da sala e voltou ao se posto. Os três saíram da sala e se encontraram em um jardim. Um jardim em meio a um canyon, logo acima deles existia um domo de vidro, sustentado por quatro pilastras, cada uma com uma sacada.

            Cada sacada tinha um trono, abaixo dessa sacada, existiam, nas pilastras, bifurcações que se juntavam no centro formando um “x”.

            Cada trono pertencia a um cavaleiro, eles costumavam passar muito tempo lá, menos a morte que ficava mais no segundo céu cuidando das suas atividades como anjo morte.

            Mas hoje ele estava lá, sentado em seu trono, olhando seus irmãos irem de encontro à derrota. De alguma forma a morte sabia que o que estava na terra era algo acima deles. Mas eles eram os mais altos, então somente o cordeiro poderia derrotar ele, então ir para a terra é uma perca de tempo.

            Os cavaleiros do apocalipse iriam ser derrotados, e a tempestade só estaria começando.

            Eles sabiam que seu irmão mais velho estaria os olhando.

            Eles caminharam até chegar e um grande portão feito de pedra com detalhes dourados. Era gigantesco.

            Parecia não ter maçanetas, como uma porta que só pode ser aberta de um lado. Nesse caso, o lado de fora.

            __Como vamos ir Guerra?—a fome olhava para o céu tentando descobrir o fim do portão.

            __Eu nunca me perguntei onde isso acaba agora observando é mesmo alto. — a peste já esperava um empecilho como esse diante deles.

            __Vamos sobrevoa-lo guerra?

            __Não acho possível, talvez haja alguma abertura pelos lados? Talvez uma rachadura ou algo parecido?

            __Agora sim eu já vi que você guerra é muito idiota, algo feito por Deus para ter controle sobre o apocalipse vai ter uma...

            __Achei.

            __Como assim achou fome? Você realmente achou uma rachadura no selo do apocalipse?

            __Quem é o idiota agora peste.

            __Você guerra.

            __Já vi que hoje você quer brigar.

            __Cai dentro!

            __Já chega vocês dois!

            __Vamos logo com isso guerra, estou te esperando!

            __Eu vou te trucidar.

            __Eu disse chega! Agora!

            Todos se calaram diante do grito da fome.

            __Se formos descer para olhar essa anomalia vocês tem que parar com isso, parecem duas crianças, nem parecem existir desde criação humano, ate parece que nasceram ontem.

            __A fome está certa peste. Vamos embora.

            __Vamos... Mas só pra você saber, não obedecerei a ordens suas.

            __Que seja assim, todos nós cairemos juntos.

            __Vamos, e não cairemos, venceremos, o que quer que seja será assim.

            __Belas palavras fome, só não gosto que elas tenham saído da sua boca não da minha.

            __Já chega de aumentar o seu ego guerra, vamos fome?

            __Vamos.

            Os três passaram sobre a erosão que existia na parede, eles estavam sobre o mar, se materializaram não como pessoas comuns, mas como cavaleiros do apocalipse, como o que eram, ou seja, não houve mudanças nas suas características.

            Eles estava em pleno ar, sabiam onde ocorria a anomalia, por um instante se entreolharam, sabiam onde deviam ir, então apenas foram...

            Em um instante sobrevoando o mar calmo, de um lado do horizonte o sol se pondo e do outro a lua nascendo.

            Parecia ser um campo de futebol, já estava à noite, os três caíram no chão e olharam em volta. A dúvida era cruel, quem estaria ali? Quem os teria trago até ali?

            Ao longe viram um ser com capa negra, na capa existiam desenhos sem formas que obedeciam as leis da gravidade, algumas até saiam do traje e se ligavam ao ambiente negro que existia lá.

            Estava montado o cenário sombrio que Tehom queria.

            __Vejo que vocês realmente vieram.

            __Tehom?... Eu não creio que tenha sido você a nos trazer aqui.

            __Assustado guerra? Você ainda continua a mesma criança medrosa?

            __Não... Calada! Eu nunca fui uma criança medrosa!

            __Não minta pra você mesmo. E você peste? Vejo que ainda se arrasta pra ser o melhor entre os cavaleiros não é?

            __Eu não me arrasto para ser o melhor! Você está enganada Tehom!

            __Claro que sim peste, eu estou certa como sempre. E você fome? Se esforçando pra ser sempre a mais sensata, adequada, sempre essa chata sem nunca se divertir.

            __Não é isso, eu apenas sigo as regras.

            __Quem diria que seria tão fácil trazer os três aqui. Nem acredito que realmente deu certo, mas oras onde está a morte?

            __Ela não quis vir, mas eu acho que só nos três já damos conta de você Tehom.

            __Vamos começar o julgamento de vocês três.

            Tehom fez um movimento jogando seu corpo para trás, antes não existia nada, mas ao se aproximar um trono surgiu, e ele caiu confortável em seu trono como se estivesse em seu palácio.

            __Que lugar é esse Tehom?

            __Esperava alguém perguntar, obrigado peste, essa é a minha base na terra... Um belo vórtice, diga-se de passagem.

            __Então aqui e um vórtice na terra?

            __Calado fome! Eu quero lhes propor algo. Venham para meu lado, digo, saiam das saias de Deus, Quero formar meu próprio time para o apocalipse...

            __Então seremos apenas peças na sua mão?

            __Eu não diria assim peste, mas é uma forma de ver as coisas. —Tehom riu. —Mas vamos, você sabem que estar ao meu lado e melhor que ao lado do seu Deus.

            Tehom se ergueu e as palavras mudavam os seus passos.

            __Quem diz? É o senhor das trevas, algo me diz para não acreditar em você.

            __Certo esse é o seu ponto de vista guerra, e você peste? Poderia ser mais poderosa em minhas mãos, apenas aceite.

            __Poderosa em que sentido? Ambos sabemos que se eu realmente entrar para seu lado, o que eu já acho quase impossível, eu serei só mais um escravo, descartável, substituível, indesejado, porque só você e insubstituível para você mesmo, essa e uma das diferenças entre você e Deus, ele trata cada um como insubstituível, você trata só você dessa forma.

            __Não me lembre de meu irmão, só de lembrar ele já me dá ânsia de vomito, se sacrificar em uma cruza dando todo o seu sangue por uma criação imperfeita. Ele é mesmo fraco. Mas e você fome? O que me diz de um trato? Tudo escrito e confirmado, não há como você sair perdendo em meio a tudo isso, vamos?

            __Não, claro que não, na verdade me assusta você esperar que eu me junte a você, é claro que não.

            Tehom se sentou novamente.

            __A estrela da manhã queria vir comigo até aqui parar tentar convencer vocês, que pena que eu não acreditei nela, com certeza com menos palavras ela teria  convencido-os de que nosso lado esta certo.

            __Nem mesmo ela seria capaz de nos convencer Tehom.

            __Talvez você esteja certa fome, eu esperava ter que fazer isso em ultima opção, mas vocês não me deixam outra opção não é?

            __Do que esta falando Tehom? Mal voltou da escuridão do universo e já esta louco? Nunca, eu disse nunca me juntaremos a você.

            __Não diga isso guerra, não antes de saber o que vou fazer...

            Um sorriso irônico tomou o rosto de Tehom, ela estava tramando algo mal, não havia duvida nisso.

            __Vamos lá, quem vai ser o primeiro?

            __Já chega disso Tehom, eu estou indo embora.

            A peste se virou e caminhou sem rumo, eles estavam envoltos as trevas, não havia saída aparente.

            __Aonde pensa que você vai?

            As trevas envolveram a peste, eram como nuvens, mas de cor escura, o abraçaram e tomaram sua forma, agora o que antes era uma túnica se tornou um jaleco médico, ainda branco.

            __O que você fez com ele?

            __Eu? Nada oras... —Tehom era mesmo muito sarcástica.

            __Solte-o agora Tehom!

            __Por que aceitar uma ordem sua fome?

            __É mesmo maninho, pra que ele vai me soltar agora me sinto tão bem...

            A peste agora estava diferente, era irreconhecível até mesmo para seus irmãos, tinha no rosto um aspecto serio o que antes era algo até incomum para o cavaleiro agora era algo passado pelos seus poros.

            __O que ele fez com você peste?

            __Saia dessa idiota, ele só quer te controlar, pensei que você era mais esperto peste.

            __Vocês não entendem... Não compreendem, o poder dele é superior ao de Deus, é algo maior, mais amedrontador.

            __Eu não posso acreditar que você esteja dizendo isso...

            Os olhos de Tehom admiravam o novo ser que havia aparecido ali, mas graças à declaração da fome ele saiu da hipnose que estava e agora se virou para a fome.

            __Vejamos... Acho que você é o próximo.

            Da mesma forma peste foi envolto pelas trevas. Poderia ser algo até pejorativo classificar as trevas como algo simplesmente escuro, mas realmente era isso, não tinha forma, na verdade poderia tomar qualquer forma, era uma massa simplesmente escura.

            Ao “renascer” a fome trajava um terno, parecia ser o mais caro de uma loja inteira, ele agora arrumava a gola da camisa e parecia mais fútil do que nunca.

            __Vejo que agora terei um problema quanto a vocês irmãos... Será mesmo que terei que enfrenta-los? O pior de tudo é saber que a morte estava certa, isso é o que mais fere, não há mim, mas a meu orgulho, talvez isso seja um castigo.

            __Você é sempre o mesmo não é guerra? Lembro-me quando Deus, aquele imprestável terminou a criação do universo e partiu para o seu descanso, e você e seus irmãos surgiram, você a peste e a fome, a morte já existia há algum tempo.

            __Como você pode dizer com tanta clareza? Onde você estava?

            __Oras estava na sombra do universo vendo tudo aquilo, e se quer saber enjoado, mas a única coisa que me deixou menos pavoroso diante daquela falha foi você, você prometia ser grande, assim como Lúcifer, mas o que diferencia os dois é a agressividade, adoro isso em você, quanto à estrela da manhã... Bem... Falta-lhe agressividade. Mas isso fica entre nós.

            Tehom fez com o dedo um sinal de silêncio.

            __Já vi que seremos só nós aqui.—a guerra tirava uma espada da suas costas, não de uma bainha ou algo parecido, mas sim de sua pele, de sua própria carne. Era uma espada de duas mãos, era grande, feita de um material especialmente claro, chegava a brilhar mesmo sem nenhum raio de sol.

            __Vejo que Deus te deu á Justiceira... A espada feita com o sol em seu estado sólido, essa sim é uma espada especial... Pena que não pertence a você...

            __Deus me confiou ela até que o garoto fique pronto... Ele ainda não está.

            __Por que acho que estou atacando agora? O garoto não esta pronto, tenho que utilizar isso a meu favor.

            __Então existem interesses por de trás disso. Conte-me mais.

            __É necessário que você saiba, Vamos lá. Mas antes disso uma pergunta rápida, o que o garoto carrega, já que você esta aqui com Justiceira, uma mentira?

            ­­__Não, a espada está com o garoto, mas não agora, na verdade ele não usa nem uma pequena porcentagem da espada, ainda tem limites básicos em seu poder.

            __Então o que você traz aqui é a espada em seu clímax, e o garoto leva ela em um nível “aceitável” para ele? Ah é mesmo, vocês adoram ter tudo em seu controle, que espada formidável, ela existe em duplicada. Que interessante, seria melhor ainda tê-la comigo.

            __Você nunca vai tê-la, na verdade vai ser com ela que eu vou te derrotar e te mandar de volta a escuridão do universo.

            __É o que veremos.

            Tehom com um movimento de mão mandou as sombras ao encalço da guerra pelo chão, ela com um grande salto tentava fugir e não se tornar um alvo tão fácil, ao se aproximar do teto percebeu que estava ficando sem espaço, teria que passar a uma ofensiva ou perderia.

            Logo abaixo dele as trevas formavam quatro tentáculos como se fossem se fechar em cima dele, a guerra empunhou a espada e cortou perfeitamente um desses “tentáculos” e saiu dessa armadilha.

            Caiu ao chão cansado. Precisou de muita força para cortar o “tentáculo” da escuridão.

            __Vejo que você esta fora de forma.

            __Calada Tehom... Só preciso respirar um pouco...

            __Desde que vocês entraram aqui eu venho sugando boa parte do seu poder. Como eu estava pensando, vocês não tem chance contra mim, mesmo eu enfraquecido.

            __Vamos acabar logo com isso! Prefiro a morte a me render a você.

            __Isso é um blefe? Você não pode estar falando serio, você não pode morrer, nenhum de vocês pode morrer vocês são mais profundos que a vida ou a morte, são imortais, enquanto existir um humano você existiram para atormenta-lo.

            __Agora você é que está errado. Não somos uma tormenta, somos uma redenção. Se você não entende isso, não é capaz nem de nos controlar.

            __É uma pena mesmo que vocês não queiram estar ao meu lado por vontade própria.

            Tehom trouxe uma arma consigo, parecia uma espada, tinha um tamanho normal, mas simulava estar quebrada, faltava um pedaço da sua ponta.

            Tehom a apontou para a guerra que estava de joelho no chão, Tehom cortou o ar com a lâmina, da distância onde estava não poderia acertar a guerra... Se aquela fosse uma arma normal...

            As sombras seguiram o rastro da espada e se lançaram a guerra. Aquele seria o fim evidente da guerra, não havia mais nada a se fazer, a guerra apenas se arrependia por perder ali para Tehom e por seu irmão estar certo.

            Mas ela era a guerra! Não poderia perder assim, sem ao menos significar um desafio para Tehom.

            O nosso cavaleiro do apocalipse guerra reuniu todas as forças que lhe restavam e se ergueu a peste e a fome agora admiravam o irmão de pé diante de tal desafio, pensavam consigo: “como ele pode fazer isso?” “não tem chance contra o grande Tehom”.

            “É assim que acaba afinal de contas? Eu morto para Tehom?” essas palavras rodeavam a mente da guerra.

            Quando se pôs de pé percebeu que o assalto já estava próximo demais, não daria tempo dele sequer preparar um ataque, só poderia utilizar de sua espada para se defender.

            Colocou Justiceira suprema diante do seu peito e aguardou.

            As trevas o alcançaram e com a batida arremessaram longe a guerra que agora parecia um boneco de testes. No chão ele abriu caminho, levando a terra consigo.

            __Pelo que vejo ainda resiste a mim guerra. Pena que terei que acabar com isso agora.

            A guerra agora não conseguia sequer se erguer, estava machucada e ferida demais, a única coisa que lhe restava era suplicar, ela estava deitada no chão, Justiceira suprema estava longe de seu braço, para a espada não havia um trincado sequer, ela era mesmo formidável.

            __Isso acaba agora Guerra!

            E com um corte diagonal Tehom levou metade do lugar a balançar, era um ataque muito grande, boa parte das trevas que matinha o “santuário” agora se agitavam.

            Seria o fim para a guerra, não havia como escapar de algo assim. Não naquele estado.

            __O que você esta esperando para se levantar?

            A guerra olhou para frente e viu sua irmã morte, portava uma foice, parecia ser feita de ossos, parecia não, era feita de ossos.

            A morte agora girava a foice de forma muito rápida para defender o irmão do ataque, depois de alguns segundos ele cessou.

            __Olha só quem resolveu se unir a nossa festinha, seja bem vinda morte!

            __Vamos irmão se levante— a morte levava a mão para a guerra e a erguia.

            __Você veio mesmo.

            __Eu não poderia deixar vocês, são meus irmãos.

            __Sempre pensei que você nos odiava morte.

            __Não é bem assim, só é meio difícil ser a morte.

            Os dois apertaram as mãos, Tehom correu até eles, chutou a barriga da guerra que foi empurrada contra uma das paredes, Tehom virou sua lâmina contra a morte. Em um reflexo a morte segurou a lamina com a base de sua foice.

            __Que bom que você esta aqui, me poupou o trabalho de ir atrás de você.

            __Na verdade você é que me poupou esse trabalho Tehom.

            A morte ergueu sua foice e fez com que a espada de Tehom a percorresse completamente até desabar no chão.

            __Até que enfim um inimigo a altura.

            A morte agora segurava a ponta de sua foice, com um movimento rápido a girou, tomou espaço e a colocou tocando a nuca de Tehom.

            __Qualquer movimento Tehom e você é devolvida a escuridão do universo.

            __Você deve se achar poderoso demais para mim não é morte? Admito você é poderoso, mas será poderoso contra um deus ancestral, e três cavaleiros do apocalipse?

            __Três cavaleiros do apocalipse?...

            Nesse instante Tehom se abaixou e saiu da armadilha tramada pela morte, logo atrás dele vinham a fome e peste, ambas desnorteadas sobre ordens de Tehom.

            No primeiro momento a morte tratou de se esquivar de quaisquer ataques dos irmãos, eles pareciam duas bestas loucas atacando sem pensar, a morte não desejava feri-los, o que não refletia nas atitudes dos irmãos.

            A morte deus cinco passas para trás desviando de cada ataque e se perguntando o que era aquilo. Até sentir o aço frio da Justiceira suprema o atravessar.

            A morte não pode virar para trás então com dificuldade moveu o pescoço, avistou seu irmão guerra, o que de fato foi uma surpresa, o que ele tinha vindo salvar o acabava de acertar.

            Não seria um problema, a morte não pode ser morta, nem ferida gravemente por armas, mas aquela era a Justiceira suprema, ou seja, a morte não sabia o que esperar.

            Antes de se virar e voltar e enfrentar seus primeiros agressores a morte pode perceber ao pitoresco no rosto de seu irmão, aquela não era a guerra, tinha algo de diferente. Ao vislumbrar a peste e a fome percebeu que também tinha algo de diferente com eles, algo de obscuro e excêntrico em seu rosto.

            A guerra com um chute empurrou a morte para o chão. A morte não sangrava, era algo diferente, era possível ver através do corte, como se ela fosse um ser vazio.

            Diante daquela visão, do irmão caído no chão machucado, a guerra por um instante recobrou o controle.

            __Irmão você esta machucado?

            __Se afaste de mim!

            __Do que está falando? Sou eu a guerra.

            __Se acalme morte, eles estão no meu controle... Corrompidos... O que ocorreu com a guerra foi um pequeno erro— Tehom estava novamente sentada em se trono. —que logo, logo será corrigido...

            __Rápido irmão... —a guerra se abaixou e se aproximou do irmão. —pegue isto.

            A guerra entregou Justiceira suprema ao irmão.

            __Acho que agora entendo nossa participação no apocalipse... Na visão de Deus. Somos apenas pedras no caminho de ambos os exércitos.

            __Talvez seja isso mesmo guerra. Ou talvez seja algo mais profundo do que esses dois lados que existem, Miguel e Lúcifer... Talvez seja mais complexo do que isso.

            __Talvez você esteja certa morte, mas é necessário escolher um lado não é? Então que seja o que está mais próximo de Deus.

            __Olhe só para nós irmão, aqui filosofando enquanto o mundo desaba.

            __Sempre fomos sonhadores não é? Morte creio que ele não conseguira me controlar completamente, em outras palavras uma parte da minha consciência ainda lutara contra o controle...

            __Você sabe quem vai deter vocês não é? Será o anjo. Tente ajuda-lo, ouvir dizer que ele tem asas de ouro...

            __Verei o que posso fazer... Agora irmão você tem que ir embora, entregue a Justiceira suprema ao garoto, ele já tem parte dela, apenas a entregue.

            A morte se levantou, olhou uma ultima vez ao irmão guerra, os dois se olharam e sentiram que aquela poderia ser a última vez, pena que não havia tempo para abraços ou despedidas, a morte olhou agora para seus irmãos que estava em frente à majestosa cadeira de Tehom, pareciam dois “zumbis”, qualquer traço de vida os tinha sido roubado, parecia não haver esperança para eles, ao perceber que a norte encarava de tal forma os irmãos Tehom foi sarcástica ao dizer:

            __Eles ainda não estão prontos sabe... Tenho que mudar cada um deles, fazer com que eles se pareçam mais comigo... Pra mim já chega, agora é a sua vez de se juntar as forças de Tehom a deusa do caos!

            A morte não podia enfrenta-lo ali, e também de qualquer forma perderia, não podia se dar ao luxo de seguir um instinto desses já que carregava a única esperança consigo a Justiceira suprema.

            A morte olhou para cima e viu o domo em que se encontrava, as paredes eram compostas de escuridão pura, talvez fácil de ultrapassar talvez difícil, era algo que a morte não sabia como seria, a menos que tentasse.

            Ela se preparou, dobrou os joelhos, os retalhos da roupa cobriram o corte, mas não o curaram, a morte voou com um simples alto mais de 7 metros, ao se aproximar do ponto mais alto do domo foi surpreendido por um ataque espiritual de Tehom que com uma rajada de energia tentou fazer com que a morte caísse, o golpe foi inútil e o domo foi rompido e a morte se viu liberta.

            Alguns segundos depois Tehom ousou romper o silencio e disse.

            __Peste, Guerra e Fome se preparem para a guerra, cada um de vocês vai para um lugar diferente da terra e comecem seus reinos de dor.

            __Sim senhor!—o som foi uníssono e agora a guerra esta de volta ao controle de Tehom.

            __Tenho uma reunião agora com o filho do alvorecer e com o “príncipe” das milícias celestes. Lembrem-se para todos os efeitos todos vocês, os quatro, estão sobre meu controle, creio que a morte não se intrometera nisso, ela esta ferida, sozinha e concerteza com medo de mim. Então é só esperar ela se render aos meus desejos, peste! Faça os vírus, os faça para serem de total controle meu, e novamente para todos os efeitos Lúcifer também pode controlar através dele.

            __Sim senhor.

                __Já vi que será divertido esse apocalipse... Então que comecem os jogos!


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