Unexpected Ways escrita por Ling


Capítulo 4
Forja Matrimonial


Notas iniciais do capítulo

Olá...

Dessa vez, não tenho muito a declarar, então...

Boa leitura; espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359824/chapter/4

O auto-proclamado homem arrastou os pés pelo assoalho branco recém lustrado, uma trouxa em seu ombro e um par de maletas em padrões de roseiras da dobra de um dos braços.

Olhou por cima do ombro para mirar Evergreen com uma carranca irritada, que por sua vez continuou a avaliar o lugar de ponta à ponta. Era uma pequena estalagem, simples ainda que com um toque de requinte, com um valor de estadia que Elfman sabia que, caro ou não, teria de pagar.

Chegando ao balcão deu de cara com uma jovem de grandes olhos castanhos inocentes e madeixas arroxeadas presas num coque bagunçado, com alguns fios recaindo por sob a franja . A menina parou de limpar a bancada, que esfregara fervorosamente momentos antes, e voltou a olhar para ele, um sorriso gentil e caloroso se arrastando pelos lábios cálidos.

—O-olá... posso ajudar? — perguntou em sua voz fina, corando e desviando instantaneamente o olhar ao se dar conta da camisa mal abotoada.

O mago ergueu as malas de Evergreen enquanto alongava os músculos do braço, dormentes tanto pela viagem quanto pela cabine apertada que tivera o azar de encontrar.

— Quero fazer reservas... — fechou os olhos e abriu-os novamente, tentando expulsar a rigidez de suas pálpebras — Preciso de...

A garota balançou a cabeça negativamente e ergueu a mão, impedindo-o de continuar.

— Senhor... esse estabelecimento apenas aceita casais. Geralmente atendemos à pessoas casadas em sua lua-de-mel ou então de viagem. — vendo seu olhar interrogativo, continuou: — E apenas aceitamos pessoas casadas... é uma estalagem para... bem, eu já disse. — retrucou ruborizada.

— Por que? — veio a pergunta mal-humorada do rapaz.

— Seria estranho ter alguém sozinho no meio de tantos casais, nossas regras são essas... até porque não temos nenhum quarto para uma pessoa só, mas se o senhor quiser...  podemos — juntou os indicadores de ambas as mãos e pressionou-os — bem... o senhor pode... — ergueu o olhar para encará-lo — Nós...

O abrupto som de saltos finos firmemente fixamos e erguidos do chão, se aproximando em alta velocidade, não pareceu fazer sentido para a pobre atendente. Apenas quando um leque, excentricamente aberto a sua frente, se interpôs entre ela e seu cliente, ela pareceu se dar conta do motivo dos padrões florais na maleta que o homem carregava.

— E-em que posso... — começou sem mesmo ver com quem falava.

— Queremos um quarto — replicou casualmente, e mesmo sem ter a coragem de encará-la, a garota pôde sentir o peso de seu olhar sob ela.

—Como eu estava dizendo, é só para casais — sua voz soou firme, e finalmente olhou para ela.

O primeiro impulso de Evergreen foi levar o dedo ao óculos, mas logo retirou-o. Um pequeno sorriso se formou enquanto ela falava.

— Somos um casal — ignorou os olhares de horror que recebi de Elfman, e continuou: — E queremos um quarto.

A menina assentiu e murmurou uma desculpa breve enquanto adentrava um quarto por trás do balcão para buscar pelos registros dos cômodos restantes.

Evergreen se aproximou do mago e usou o braços dele para contorná-la, pressionando-se contra seu torço sem qualquer hesitação, ainda que a viciosa vermelhidão em suas bochechas estivesse de volta.

— E-ever...

Se remexeu um pouco mais e aconchegou-se no calor de seu abraço, pressionando ainda mais seu toros contra o dele.

— Temos que fazer com que acreditem que somos casados... — disse na ponta dos pés, puxando suas gravata para deixá-lo próximo a ela, seus lábios quase roçando o lóbulo de sua orelha — Você não leu a placa?

— Eu...

A porta bateu estrondosamente contra a parede, desviando a atenção do casal para o local de colisão. A fada relutantemente se afastou e mirou divertidamente a garota que anteriormente tentara flertar com seu parceiro.

— Tem uma chave! É... uma suíte, e bem cara também... — disse ofegante, esticando o corpo esbelto por sob o balcão na direção da besta, a chave tilintando ao bater no chaveiro enquanto ela a oferecia à ele. — É só assinar o registro e podem ir — recuou para pegar a prancheta por baixo de si. Mas quando tentou retornar à posição original, a mesma mulher de antes arrancou as folhas de sua mão e pressionou-as na ponta da bancada enquanto assinava.

—Aqui está — endireitou os óculos novamente e puxou-o pela gravata.

Elfman suspirou no auge do mal-humor e impaciência. A fada usava saltos tão grandes que por mais que tentasse não era capaz de andar rápido o suficiente para ele. Cansado do som das colisões de seu salto alto ecoando pelo corredor deserto, parou e fechou a mão conta seu pulso.

O aperto em sua gravata afrouxou e a mulher permaneceu congelada, incapaz de olhar para trás e expor o calor facial que insistia em denunciá-la.

A fada sentiu uma presença forte por trás de si. Braços musculosos encontraram a dobra de suas pernas e coluna, e ela sentiu seu corpo ser erguido e pressionada contra algo ainda mais forte.

Quando o choque inicial passou e foi capaz de ver aquele que a carregava, se debateu incondicionalmente. Balançou as pernas e deu tapinhas no peito descoberto, sem real esforço em se libertar.

Com a cabeça virada para longe dele, ela grunhiu.

—Me solte, Elfman!

Uma resposta monossilábica foi tudo o que recebeu.

—Não.

— O que pensa que está fazendo?! —Acusou-o, erguendo o tom de voz. — Me solte! Agora!

Tudo o que conseguiu foi a o aumento da firme pressão dos braços a seu redor.

—Ei! Não se atreva...

O rosto da fera se aproximou do dela, e sentiu incapaz de desviar o olhar. Aqueles olhos tão próximos aos seus pareciam a cada segundo ainda menos distantes. Sua mente gritou para se afastar, mas não foi capaz de seguir seus avisos.

Um sorriso sorrateiramente provocante se alastrou pela carranca que ostentava.

— Algum problema, Ever?

Tentou atingi-lo com o leque, mas então o corpo dele se inclinou para frente e pressionou-a contra algo tão duro quanto uma parede.

O estalar da fechadura sendo aberta a fez voltar a realidade, e quando se deu conta Elfman já chutava a ponta entreaberta e adentrava, carregando-a em seus braços como se fossem recém-casados.

Se sentiu decepcionada a ser posta no chão, mas não deixou a sensação transparecer. Ergueu o leque e acertou-o  um única vez.

Bufou dramaticamente e se dirigiu ao banheiro, imaginando como versão mal-humorada de seu companheiro a soava conveniente.

Talvez devesse provocá-lo mais vezes.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sei que a escrita provavelmente não está tão boa assim.

Muitas vezes tenho que escrever com certa pressa (e minha falta de contato com livros - por mais que goste de lê-los - não ajuda muito).

Bem... espero que tenha ficado bom, apesar de tudo.

Qualquer opnião, comentário, correção,crítica ou sugestão será bem-vinda.

Até a próxima o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Unexpected Ways" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.