Cap SPV

Pov Percy

Estava com meu pai na igreja. Mal havíamos conversado sobre minha viagem. E muito menos sobre o casamento. E muito menos sobre ele. Eu acho incrível como três meses não mudam quase nada. Pensei que depois do acidente todos se acalmariam, bem estava errado.

–Como foi com a Reyna. – ele perguntou-me.

–Tudo normal.

–Normal? Com a Reyna? Percy, o que você me aprontou agora?

–Eu nada.

–O que você quer dizer com isso?- Ele perguntou, porém não deu tempo para responder, me chamaram para entrar com os outros.

–Boa sorte, pai.

**

Tyson e Ella já estavam em posição. Eu ainda não tinha visto a ruivinha ainda. Ella usava um vestido azul, que destacava seu cabelo. Pensando bem... Todas estavam com o mesmo vestido. Cumprimentei rapidamente e segui a meu posto.

–Annabeth

–Jackson.

–Você fica tão sexy falando meu nome. - Impliquei.

–Cala a boca.

–Quer me dar?- falei sugestivamente. Ela olhou para mim como se fosse me dar um soco (literalmente). – O braço! Dar-me o braço! Olha pra todos. As garotas estão com o braço enganchado. –Relutante ela me entregou seu braço. A música começou e entramos, e depois Atena.

–Não estou vendo seu namorado por aqui. Ele esta estuprando alguém?- sussurrei para Annie. Como ela é uma cabeça a menos do que eu, me deu uma dor no pescoço.

–(1) Ele não é meu namorado.

–Se você diz. – Interrompo, eu a vejo revirando os olhos.

–(2) Ele estava bêbado. Preciso lembrar-te o que fizeste quando ficaste bêbado?

–(3) Ele acabou de chegar. –Isso é verdade. Que droga!

–(4) Cadê a sua namorada?

–Ela... Ah. Rey não pôde vir.

–Ela não pôde, ou não quis?

–É complicado. - Annabeth riu baixo. - Não vejo a graça.

Posicionamos-nos no altar.

–Percy, você falando do Jason é hilário, principalmente quando não tem razão.

–Bom, para a sua informação, você não pode falar da Reyna.

–E você não pode falar do Jason.

–Ótimo.

–Ótimo.

–Perfeito. - eu respondi.

–Maravilhoso.

–Brilhante.

–Magnífico. –Annabeth falou antes dê nossos pais nos repreenderem com olhar. Mais tarde ainda na cerimônia, sussurrei para Tyson.

–O que você esta achando disso?

–É estranho ver ele com outra pessoa. Mesmo sendo a Tia Atena.

–Acho que é estranho por ser a Tia Atena.

–É pior do que eu imaginava. –Tyson comentou.

–Já vai acabar meninos. Também não é fácil pra mim. Ver a minha mãe se casando de novo. Isso é terrível.

**

Depois da cerimônia ia me dirigindo ao meu carro quando notei Annabeth olhando para os lados e com uma sacola em mãos.

–Hey. - Disse me aproximando. – Cadê seu namorado?

–Ele não é meu namorado. – ela falou brava.

–Se você diz. Mas porque ele não vai para a festa? Vai encontrar umas gatas pra passar a mão?

–Cala essa boca, imbecil. – Ela gritou, atraindo olhares. Eu sorri torto.

–Te acalma loira. Você não tem com quem ir? –Annabeth revirou os olhos e bufou um “não”.

–O imbecil aqui pode dar uma carona pra você?

–Por que você quer me dar uma carona?- ela perguntou.

–Para mostrar que não sou tão imbecil assim.

–Se importa com a minha opinião, Percy? – Ela sorriu. Fazia tanto tempo que não a fazia sorrir. Foi como um presente de boas vindas um pouco atrasado. – Eu preciso me trocar, não posso ir com você. – ela disse levantando a sacola.

–Annie querida, está com memória curta? Se esqueceu que já te vi de todos os jeitos possíveis? –Ela ficou vermelha. Ficava mais linda assim.

–Esta bem, então. Mas só se você me prometer que seu gosto musical só melhorou. - Sorri torto.

–Nada piora em mim. –Fiz a volta no carro e abri a porta para ela entrar.

Coloquei um CD do Imagine Dragons e Annie começou a se trocar. Quer saber, não devia ter convidado-a para ir comigo. Que merda ela fez? Annabeth conseguiu ficar mais linda.

–E como foi a viagem? –Ela perguntou.

–Melhor impossível.

–Hum. Onde foram?

–Em muitos lugares. No Coliseu, numa torre que estava caindo e etc. – Falei me lembrando de como ela ficaria feliz em visitar tudo aquilo. – Tem umas fotos no porta luvas, se quiser ver.

–Claro.- ela abriu e pegou o pacote.

–Você e a Reyna ficam muito bem juntos. – eu freei bruscamente. Entendi errado produção?

–Eu e quem o que?- Olhei para ela, que parecia tão assustada quanto eu. E depois olhei para as fotos caídas em seu colo. Não acredito que esqueci que as fotos de mim e da Reyna estavam lá. –Todas elas são assim?

–Só algumas. Esta tudo bem. – Ela sorriu. – Tem umas fotos de nós ai também. Pode voltar a dirigir. Eu não vou pirar com isso, Percy. Só se tiver umas da Rachel. Ai sim! Eu chamo o Luke e você já era.

–E quem disse que eu não ganharia?

–Ganharia pela Rachel?- ela perguntou levantando uma sobrancelha.

–Ganhei por você, não foi? Quer dizer, não deu dois dias e já te perdi pro meu irmão. Mas é a vida.

–Olha, chegamos. - Annabeth anunciou.

**

Lá dentro tudo estava maravilhoso. Era uma mistura de dourado e branco. Mesas tinham uma toalha branca por cima de uma dourada. As cadeiras eram brancas. Havia um palco na parede oposta da entrada. E uma mesa de doces ao lado da porta. Colunas gregas enfeitavam as paredes, junto com telões com fotos de meu pai e Atena. Falando neles, estavam recepcionando os convidados.

–Annie, Percy. Que bom que chegaram. Estávamos ficando preocupados. Tyson e Ella chegaram a tempos. A mesa de vocês é a mesma que a deles. –disse meu pai.

–Annie, pode dar uma palavrinha comigo antes de ir para lá?- Atena perguntou.

–Ok, mãe.

–E você, como está? – Poseidon perguntou depois que se afastaram.

–Bem. Tyson também está bem.

–Ele está segurando a barra melhor do que você possa imaginar. Você já falou com a Annabeth sobre a dança?

–Dança? Que dança?

–Bem, se você não sabia, agora sabe. Você e a Annie vão dançar. Junto com Tyson e Ella. E os outros. E vocês três vão dar umas palavrinhas no palco.

–Eu não preparei nada.

–Você irá se sair bem.

–Poseidon. – chamou uma voz feminina. Não reconheci imediatamente. Mas meu pai sim. Virei para olhar a tiazinha. Ela era morena, e tinha uma pele bronzeada, mas não tanto. Os olhos tão azuis quanto os de Thalia. Tinha uma altura mediana e usava um vestido vermelho muito bonito, não que eu entenda disso. Ela tinha algo familiar.

–O que você está fazendo aqui? – meu pai perguntou.

–Vim comemorar seu casamento. Achei tudo tão maravilhoso. Qual o seu decorador?

–Minha esposa. Ela tem um gosto excelente.

–Sim. Principalmente para maridos. Para ter uma filha tão linda assim, o primeiro dela deve ter sido um rei. Você também tem sua beleza. Mas será que consegue superar o primeiro? Quer dizer, o primeiro, é o primeiro. Tem que ser muito pra ultrapassar.

–Acho que dou conta do recado. – Poseidon respondeu. Quem ela pensava que era para falar aquilo? Mulher louca. Bateu a cabeça e ficou biruta. Dãdã. Lunática. Satanática. Ela não é de Deus não gente.

–Anfitrite! O que faz aqui?- Annabeth perguntou. Stop ai produção. Anfi-sei-lá-o-que não era a mãe do... ah vai a merda.

–Mas isso não é obvio? Vim para a festa.

–Acho que essa idéia não foi muito boa. - Atena falou.

–Ah é? Por quê? Está com medo?- Ai, essa foi pesada. Atena deu um passo e enganchou o braço com o de meu pai.

–Medo de quê, por exemplo? De perder meu marido pra uma amante? Ou de você arrastar ele pra um motelzinho de quinta e fazer algo que não iria durar mais de um dia? Ah! Não, já sei. Tenho medo de uma aventura de anos atrás. É... eu acho que não. Mas na verdade, eu to aqui me prestando pra falar tudo isso, pra ver se você se toca e sai do meu casamento. Ok? Preciso te levar até o carro?

–Não, eu sei muito bem o caminho.

–Então, o que está esperando? Que o circo venha te pegar?

–Mãe, Anfitrite. Por favor, vamos parar por aqui. –Annabeth puxou o braço de Atena.

–Tudo bem, pelo Tritão. –Anfitrite disse - Ele ia amar estar no lugar deste daí. - apontou o queixo pra mim e saiu andando.

–OK, hora da dança. Chamem Tyson e Ella e se aprontem. –Poseidon disse virando para Annie e eu. Fizemos o que ele disse e nos posicionamos no meio do salão. Bem, digamos que não começou a tocar nenhuma porcaria daquelas musicas com violinos sabe. A que normalmente se toca pra valsa. Ah vocês entenderam. Invés de uma dessas começou I’ll be.

Olhamos para Tyson e Ella. Estavam sentados rindo em uma puta cadeira. Traidores! Annabeth me olhou sem saber o que fazer. Puta merda. Pais filhos das putas! Irmão ingrato!! Cunhada que não abre a boca!!! Droga tinha que fazer alguma coisa. Puxei Annie pra dançar. Observação do Percy: Isso durou mal e porcamente um segundo.

–Sabe o que esta fazendo?- Annabeth me perguntou.

–Sem chance. Não acredito que eles fizeram isso. - respondi. –Annie, sobre ontem... Eu não deveria ter surtado com o Jason e contigo. Quer dizer, vocês são namorados agora, então não tinha por que eu fazer aquilo.

–Nós não somos namorados! Por que você continua dizendo que ele é o meu namorado quando já falei mil vezes que não é?

–Por que, é mais fácil pra eu assimilar que você só ta com ele por que eu to com a Reyna.

–E qual a serventia que isso lhe trás?

–Saber que ainda existe alguma coisa entre nós. Sabe, esse joguinho ciumento que fica cada vez mais interessante. – falei.

–Isso já ta cansando. E, além disso, você continua muito convencido.

–Eu sei. Sou o rei do convencimento. Um narciso em pessoa. Ninguém é mais convencido do que eu.

–Então eu sou ninguém. Prazer, ninguém.

–Prazer. –Annabeth riu. Sentia falta desse sorriso. –Iaí, o que vamos fazer para o gran finale?

–Você irá ver. E seu “não namorado” chegou. – Annabeth sorriu mais largo.

–Ele esta se comportando, sabe? Parou de beber, e adora passear com o Tedy. Eles se adoram! É tão fofo.

–Cachorro traidor. – Annie riu. Jason cumprimentou meus pais e se sentou junto com nossos amigos. – Hora do final. Pronta?

–Manda Jackson.

POV ANNIE

“Essa tortura já iria acabar”, eu repetia em minha mente. Pelo menos eu achava que sim. Quando a música estava no último verso, Percy simplesmente me beijou. Eu senti uma lágrima cair. E sem perceber, eu ouvi o moreno gritar. Mais outras lágrimas escorriam de meu rosto. Eu havia chutado Percy. Fui até a mesa dos meus pais e falei:

–Amei a música. – olhei para Jason e apontei para fora com a cabeça. Ele confirmou. Sai dali o mais rápido possível. Respirei profundamente quando saí de lá. As lágrimas ainda caíam soltas.

–Hey, hey.- Jason me abraçou. – Calma, ok?

–Aquele... Idiota. Como ele...?- não consegui terminar a frase. Nem eu conseguia entender as minhas palavras. Jason alisava meus cabelos. Era tão reconfortante. Me agarrei ainda mais a ele.- Jason, por favor. Tira-me daqui.

–Vem aqui. – ele me puxou para seu carro. –Quer ir pra onde? Pra casa? Pra minha? Minha mãe não se importa, você sabe.

–Casa, Jay. Só a minha casa.

**

POV JAY

Annie acabou dormindo no banco. Não posso julgar Percy, mas eu senti muita pena da loura. Ela era doce demais, claro que sabia conquistar quem quisesse e que o fez de gato e sapato. Ela agora é minha melhor amiga e foi a única que me ajudou, agora ajudo ela.

Assim que cheguei à casa dela peguei a chave reserva e entrei. Tedy veio logo latindo. Coloquei Annie no sofá e acalmei o cãozinho e fechei a porta. Levei-a até seu quarto logo a colocando na cama. Desci e tomei um pouco de água. Tirei o paletó e coloquei em uma cadeira da sala de jantar. Subi para ver como ela estava. Arrumei-a melhor, porém apesar de meus esforços, ela abriu o canto do olho.

–Jeeeey.

–Shh. Calma, só estupro as morenas. - Annie sorriu.

–Muito engraçado. Fica aqui hoje.

–Você esta delirando. Vai dormir. Passo aqui amanhã. E coloca um pijama.

–Só coloco se você dormir aqui.

–Annabeth, por favor.

–Que foi? Ah vai. –Ela fez biquinho.

–Eu não tenho pijama.

–Haha. Dorme sem camisa.

–Coloca seu pijama que eu durmo ok?

–Ok!- ela levantou como um jato e se dirigiu ao banheiro. Tirei a camisa e me deitei na cama dela. Ela logo saiu. – Obrigada, Jey.- sussurrou antes de dormir no meu peito.

–De nada, Annie.

**

–Acorda dorminhoco. –Annabeth dizia meio cantarolando. Eu abri meio olho. –Bom diiiiiiiia.

–Bom dia. - disse sem animo.

–Ahh não dorme. Jey acorda, ou eu vou chamar o monstro das cossiguinhas! –abri os olhos no mesmo instante.

–Você não faria isso!

–Um... Dois...

–Tudo bem, já levantei. – suspirei. Com essa garota você nunca se entedia. – Por que você não toma um banho e eu arrumo um café para nós?

–Pode ser.

–Já trago o café. – estiquei a minha mão em um cumprimento. Era bom ter a Annie divertida.

Desci as escadas e fui logo para a cozinha. Parei na porta. Percy, Clarisse e Chris me olhavam. Clarisse e Chris estavam sentados na mesa, e Percy do outro lado da bancada, terminando de preparar um sanduíche, pelo que percebi. Ela sorriu pra mim, contendo a risada sem disfarçar. Chris só deu um gole em seu café (identifiquei pelo cheiro). E Percy me olhou como se pudesse me matar com o olhar.

–Bom dia. – eu disse para todos.

–O meu já começou mal.- Percy respondeu indo se sentar com os outros.

–Sério? Que pena! O meu começou mais do que maravilhoso.

–Pelo menos agora sabemos de quem é o paletó. - Clarisse comentou. – Você tem bom gosto, Jason. Isso, não é?

–Isso mesmo. – disse abrindo a geladeira.

–Olha que maravilha, ele já se instalou. - Percy disse com um sorriso de lado.

–Na verdade, eu só estava procurando as coisas para levar um café para Annie.

–Por que ela não pode descer? Ela é uma pessoa comum. - Percy perguntou.

–Não, ela não é uma pessoa comum. –eu disse continuando a preparar o café para Annie e para mim. – ela é a pessoa mais maravilhosa e divertida que já conheci. Tem um coração enorme. Ajuda aos outros, e sabe das coisas. Adora ler e ver filmes. Sabe jogar videogame, futebol e vôlei. Ama história e tem paciência zero pra tudo. Amo o jeito que ela fica vermelha. Amo como a gengiva dela aparece quando sorri. E adoro dar a ela esse prazer. Adoro fazê-la feliz e ponto. – peguei a bandeja e já ia para o quarto quando Percy bateu nela, fazendo-a cair no chão e um estouro se apoderar dos ouvidos de todos na casa.

–JAY?JAY TUDO BEM?- Era Annabeth. Podíamos ouvia a voz dela se aproximando, e seus pés descendo as escadas. Ela parou na porta. Seus cabelos estavam soltos sobre seus ombros. Ela usava um vestido floral rosa e um salto branco. Ela colocava brincos quando chegara. Annabeth examinou o cômodo.

–Clarisse, Chris... - ela não precisou terminar a frase. Eles já apontaram para Percy. – Podem dar-nos licença por um minuto?

–Claro. Vamos Chris. – Clarisse disse se levantando e indo na frente. Chris foi logo atrás levando uma torrada e seu café.

–Eu não vou falar com você, Percy. Só peço que junte a sujeira que fez. Jey, meu pai nos convidou para tomarmos café da manhã com ele e a família. Então vamos?

–Claro. Só me deixe escovar os dentes. Já desço.

POV ANNABETH

Fiquei esperando por ele na porta. Percy até tentou falar, mas o cortei antes que terminasse a primeira palavra. Peguei o paletó de Jason e entreguei a ele, assim que nos encontramos.

–Qual música você quer?- ele perguntou assim que entramos no carro.

–Jason M. tem?

–Porta-luvas, o menor- ele disse se referindo aos porta-cds. Pegui o cd e coloquei. – Onde vamos nos encontrar com eles?

–Em um Starbucks. Aquele perto do posto.

–Sei qual é. E levanta esse volume. – levantei o volume no máximo. Mal podia esperar o que esse dia me reservava.