Garota Dos Lobos escrita por Anna Mafort, Amanda Suellen


Capítulo 5
Capítulo Quatro - Prazer Em Conhecer.


Notas iniciais do capítulo

Capítulo escrito pela linda Lady Mel. Quem teve a ideia geral para toda essa fic, aliás. Obrigada, linda ♥
Espero que gostem tanto quanto eu (Anna) do que ela escreve.



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Melissa olhou para baixo analisando sua roupa. Uma calça jeans, blusa de lã gola alta azul e um cinto preto. Calçava uma bota de cano alto preta, sem salto, por cima da calça e usava uma maquiagem leve. Por cima de tudo isso vestiria o sobretudo, não suportaria o frio que fazia em Forks somente com uma blusa de lã.

Olhou mais uma vez a hora em seu relógio de pulso, havia acordado mais cedo devido a ansiedade de seu primeiro dia de aula na Forks High School. Respirou fundo e pegou sua bolsa, saindo de casa. Iria com sua moto, já que a escola não era muito próxima.

Estacionou em frente ao primeiro prédio, onde uma plaquinha na porta indicava a secretaria, não havia ninguém estacionado por ali o que lhe rendeu alguns instantes a mais de tranquilidade. Desceu da moto e se dirigiu a secretaria com sua bolsa no ombro.

O ambiente era pequeno, se resumia a uma salinha de espera com cadeiras acolchoadas, carpete laranja - este provavelmente fora trocado recentemente - e a parede coberta por recados e prêmios. Havia nela ainda um relógio grande fazendo seu tique-taque alto. Plantas estavam por toda parte, em grandes vasos de plástico, como se toda a natureza presente do lado de fora tivesse contaminado aquele ambiente. A sala era divida ao meio por um balcão, atrás deste se encontravam três mesas e uma mulher ruiva vultosa de óculos, esta ajeitava os inúmeros papéis e folhetos que cobriam o balcão.

– Posso ajudá-la? – Perguntou ajeitando a camiseta, assim que notou a presença de Melissa.

– Prazer, sou Melissa Torres Swan, a aluna nova. – avisou e viu os olhos da ruiva se iluminarem. Dizer que Melissa seria alvo de fofocas era um eufemismo. A filha nunca antes comentada do chefe de polícia da cidade havia vindo morar com o pai, isso seria um assunto a ser criticado por um bom tempo.

– Oh sim, é claro. – ela procurou no meio de alguns papéis até encontrar o que buscava. – Este é seu horário, e aqui está um mapa da escola. – esticou as folhas para que Melissa pegasse, e assim a morena fez. – Estes são os prédios de suas aulas, a primeira será bem aqui, no prédio dois. – assinalou o prédio no mapa com uma caneta vermelha. - Não é muito fácil encontrar uma vaga para estacionar lá, mas perto do prédio três é bem vazio.

– Ah, quanto a isso não se preocupe, estou de moto. – Melissa sorriu e a mulher a olhou um pouco espantada.

– Isso é bem perigoso, tome cuidado. – aconselhou e Mel assentiu. Era justamente por isso que gostava de andar de moto, por ser perigoso, gostava de aventuras. – A vaga de motos é aqui, em frente ao prédio um, você terá que dar a volta depois. – explicou para a garota que assimilava o máximo de informações que conseguia. A secretária terminou de explicar tudo o que Melissa precisava saber para conseguir andar na escola, deixando o mapa cheio de rabiscos vermelhos, pretos, verdes e azuis. Cada cor representava uma aula que ela teria. – E você deverá me trazer isto assinado pelos seus professores. Espero que goste de Forks, as pessoas costumam ser receptivas. – sorriu, sendo bem retribuída pela jovem. Melissa agradeceu e saiu pela porta, sentindo o vento frio bater em seu rosto.

“Estacionar em frente ao prédio um, dar a volta até o prédio dois, depois seguir o risco verde para a próxima aula. Não parece tão complicado.”

Mel guardou os papéis em sua bolsa e subiu novamente na moto. Os outros alunos já começavam a chegar, então teve que parar em uma pequena fila de veículos. Pôde notar que várias pessoas a encaravam, mas não saberia dizer se era por sua moto ser um veículo caro, já que o carro mais caro que ela tinha visto até agora era um Celta Life, ou por ser uma novidade. Talvez fosse pelos dois.

Não foi difícil encontrar as vagas reservadas para motos, era ao lado do bicicletário e perto da entrada de pedestres, o que lhe rendeu mais olhares. Tirou o capacete e o enroscou no braço, iria guardá-lo em seu armário.

– Melissa! – escutou seu nome quando estava indo em direção ao prédio três e virou-se na direção de onde viera à voz masculina. Avistou um Mike acenando em meio à multidão que entrava pelo portão de pedestres, deu um sorriso e acenou de volta. A pesar de um pouco saidinho, havia achado Mike muito simpático e gentil na loja. – como vai? – perguntou o loiro trocando os livros de braço.

– Bem, um pouco nervosa. – confessou mordendo o lábio inferior. – e você? – perguntou enquanto voltavam a caminhar.

– Estou ótimo. – concordou animado. Todos os olhares naquele momento eram para os dois. – Qual é sua primeira aula? – Melissa deu uma conferida no papel que levava na mão antes de lhe responder.

– Inglês, com a senhora Palmer, no prédio dois. – notou os ombros de Mike minguarem levemente.

– Não teremos esta aula juntos, tenho trigonometria, no prédio seis. – falou cabisbaixo.

– Mas você pode me acompanhar até a entrada do meu prédio, não pode? – perguntou e viu a feição do rapaz se iluminar. Era exatamente o que queria, deixá-lo animado novamente.

– Sim, posso. – suas palavras foram acompanhadas por sua cabeça sacudindo afirmativamente. – aqui, por aqui. – ele virou para a direita e Melissa o acompanhou.

Seguiram conversando durante todo o caminho, Mike ainda a apresentou para um grupo de pessoas que disse treinarem vôlei com ele na aula de educação física.

O grupo era formado por dois garotos e duas garotas. Alex, John, Jenny e Alison.

Alex era o mais velho da turma, havia repetido um ano e por isso ganhava alguns centímetros, ficando mais alto que os outros, era esguio e um tanto desajeitado; Possuía cabelos castanhos que lhe cobriam os olhos verdes por serem um pouco compridos e usava um chapéu de tecido, combinando com sua jaqueta.

John, a pesar de mais novo, já estava quase alcançando Alex no quesito altura; Era forte e comunicativo, fazendo piadas durante todo o pouco tempo em que conversaram; Seus olhos eram negros, assim como seus cabelos curtos; mas, definitivamente, o que mais chamava atenção em John era seu sorriso.

Já as meninas, por serem irmãs, eram bem parecidas fisicamente. Jenny era dona de cabelos loiros, longos, e levemente cacheados, seus olhos eram de um verde marcante, seus traços eram suaves, lhe passando delicadeza. Alison possuía a mesma cor de cabelo e olhos que a irmã, isso se você olhasse superficialmente; Se analisasse melhor veria que o cabelo de Alison era alguns tons mais escuro, além de ser cortado na altura dos ombros, e em seus olhos ela possuía uma quase imperceptível linha negra envolvendo todo o verde, linha essa que a irmã não possuía; Os traços do rosto de Alison também eram mais firmes, como que desenhados por uma mão menos delicada.

As roupas que os alunos usavam acabaram por fazer Mel se sentir um pouco exagerada, mas ela logo tratou de mudar este pensamento. Era a estrangeira, afinal.

– A Senhora Palmer é uma chata e, provavelmente, vai querer te testar nessa primeira aula. – Jenny dizia enquanto as duas caminhavam lado a lado para a sala, após passarem nos armários para guardar o capacete de Mel. Teriam a primeira aula juntas.

Ela estava certa. Das vinte perguntas feitas pela professora, dez foram dirigidas à Mel. Felizmente a novata não teve nenhum erro, o que deixou a professora com um mau humor ainda maior.

As próximas aulas seguiram calmamente, Melissa pegou todas as assinaturas com os professores e, na hora do almoço seguiu para o refeitório lado a lado com John que tivera a ultima aula com ela.

– Todos ficaram te encarando quando o professor Varner te obrigou a se apresentar, principalmente os garotos. – ele a cutucou com o cotovelo e ela o olhou.

– Não é verdade, ambos os gêneros me encararam igualmente. – Mel estava um pouco constrangida com o comentário. Sempre lhe diziam que chamava a atenção dos garotos, mas ela não via nada de especial em si mesma. Não se achava feia, mas também não se achava muito bonita.

– Ah sim, mas as meninas estavam com inveja.

– Para John. – pediu, agora com a face levemente enrubescida. Ele ergueu as duas mãos em sinal de inocência.

– Só estou lhe dizendo a verdade, Mel. – afirmou. – A propósito, brincar com o próprio sotaque antes que alguém fizesse isso foi uma boa maneira de escapar de futuras chacotas. Eu mesmo confesso que pretendia fazer isso e fiquei meio desapontado. – ele fez um biquinho e logo depois recebeu um soco no braço. Melissa, porém, não estava brava, pelo contrário, estava rindo, feliz por já ter feito amizades em tão pouco tempo.

Entraram no refeitório ao mesmo tempo que Mike, este estava ao lado de Bella e acenou para Melissa, lhe chamando com a mão.

– Vou ver o que ele quer. – ela avisou para John. Via ali uma oportunidade de se aproximar da irmã, já não estava mais ressentida devido ao tratamento da noite anterior. Se recuperava rápido de coisas assim, a pesar de ser bem orgulhosa às vezes.

– Mas senta com a gente, não é? – perguntou e ela assentiu sorrindo e saindo logo depois.

– Oi, Mike. Oi, Bella. – cumprimentou os dois, mas Isabella apenas a ignorou.

– Oi, Mel. – ele cumprimentou, erguendo uma sobrancelha para a atitude de Isabella. Resolveu deixar isso de lado. – Quero te apresentar a mais alguns amigos. – avisou quando chegaram à mesa onde costumavam almoçar. – Esses são Jéssica, Lauren, Ângela, Ben e Eric. – apontou para cada um e Melissa os cumprimentou com um sorriso e um aceno de cabeça.

Jéssica e Lauren a analisaram dos pés a cabeça e depois abriram um sorriso. Eric, Ben e Ângela apenas lhe deram um sorriso de boas vindas. Mike puxou a cadeira para que Mel se sentasse e assim ela fez, decidiu ir para a outra mesa depois. Isabella logo engatou em uma conversa com Ângela, deixando a irmã em segundo plano. Eric foi o primeiro a se dirigir diretamente a novata.

– Então você é a garota nova, se falou muito de você por aqui. – Mel fez uma careta, era o novo alvo de fofocas da cidade.

– Todos estão se perguntando o por quê de seu pai não falar sobre você com ninguém. – Jéssica completou, querendo saber sobre o fato. – As apostas são bem maldosas. – ela fez uma careta, ato que foi imitado por Melissa.

– Ele tinha seus motivos. A história é longa, eu explico depois, mas garanto que não houve traição nenhuma com a mãe de Bella. – afirmou, chamando a atenção da irmã para a conversa. – Sei que os boatos devem dizer isso. – Jessica assentiu, assim como Lauren.

– Eu vou pegar meu almoço. – Ben anunciou, se levantando e sendo seguido por Eric.

Melissa aproveitou a deixa para ir se servir também. Depois seguiu para a mesa do time de vôlei e em seguida para suas últimas aulas.

O resto da manhã passara normalmente, no final do dia passou na secretaria para devolver a caderneta com as assinaturas dos professores e então pôde ir para casa.

Parou em frente a sua casa e notou a porta aberta, arregalou levemente os olhos e prendeu a respiração. Agradeceu aos céus por sua casa ainda estar vazia e não haver nada além de roupas e joias que um ladrão pudesse querer.

“Será que eles se frustraram e estão esperando por mim para descontar sua raiva?”

Respirou fundo e decidiu entrar. Não importava o que fosse, enfrentaria.

Segurando firmemente sua arma mais poderosa - a bolsa com os livros do colégio - Melissa adentrou sua casa a passos lentos e quietos. Podia ouvir as risadas no andar de cima. Praguejou mentalmente, havia mais de dois homens. Mel observou a sala, havia várias caixas empilhadas. Arqueou uma das sobrancelhas.

“Não era mais fácil simplesmente levar as malas?”

Pegou a bolsa com as duas mãos quando ouviu passos vindos da cozinha, e a levantou ao ver o homem moreno, alto e forte.

– Se afaste. – ordenou com o olhar sério. Ouviu a gargalhada do moreno e sentiu a raiva aumentar. O xingou de todos os nomes que conhecia, em inglês, espanhol e até em alemão.

– Melissa? – ela estreitou os olhos, então ele havia pesquisado sobre sua vida antes de assaltá-la. Provavelmente um maníaco. E estava rindo do fato dela ter chegado no exato horário do roubo.

“Maldito!”

– Abaixa isso. Eu vim só ajudar com a mudança. – mudança? Melissa abaixou a bolsa, havia se esquecido completamente que seus móveis chegariam hoje. – Meu nome é Jacob Black.

– Melissa Swan, prazer. Desculpe-me pela cena, eu achei que estava sendo assaltada. – ela se explicou, coçando a nuca em um ato nervoso e arrancando dele uma risada.

– Venha, os outros estão lá em cima, começamos pelo seu quarto. – Jacob a avisou e foi subindo as escadas. Mel praguejou algumas vezes em voz baixa, xingando a si mesma por ser esquecida, e logo depois o seguiu.

– Olá pessoas. – ela cumprimentou ao entrar em seu quarto.

Sua cama já estava montada, assim como a penteadeira, as mesinhas de cabeceira e uma mesa comprida que usaria para colocar a televisão, e também para estudar.

– Olá querida. – Charlie, que estava ajoelhado montando a cômoda, a cumprimentou. – Então somos ladrões, hã? – perguntou, fazendo com que todos rissem. Melissa sentiu-se corar.

– Havia me esquecido que a mudança chegava hoje. – coçou a nuca novamente, um ato que tinha costume de fazer quando ficava nervosa ou constrangida.

– Não precisa se envergonhar, Mel. – ele consolou a filha. – estes são Billy, Embry, Sarah, e o Jake você já conheceu. – cada um acenou com a cabeça ao ser apresentado.

Billy devia ter a idade de Charlie, mas aparentava ser mais bem cuidado, a pesar de estar em uma cadeira de rodas.

Embry e Jacob eram morenos, ambos fortes e altos – embora Jacob um pouco mais – possuíam olhos castanhos e cabelos negros. Jake era também dono de um sorriso de tirar o fôlego.

Sarah era morena, um pouco mais alta que Melissa, e possuía longos cabelos negros. A pesar de possuir a mesma aparência física que os outros dois Quileutes, seus olhos eram mais claros, em um tom de mel.

– Prazer em conhecer, e obrigada por ajudar. – ela sorriu. Mel andou até a mala e revirou suas roupas, escolhendo algo confortável. – eu vou me trocar e já volto.

Foi até o banheiro e vestiu a roupa escolhida. Calça legging preta, uma camiseta um pouco comprida cinza e um cardigã vermelho. Calçou um tênis, amarrou o cabelo em um rabo de cavalo e voltou para o quarto.

– Ok, o que eu faço? – perguntou. Charlie, Embry e Sarah terminavam de montar a cômoda, enquanto Jacob e Billy montavam o guarda-roupas. O segundo tinha se sentado na cama e, com o móvel apoiado sobre ela, conseguia colocar os parafusos.

– Nos ajuda com o guarda-roupas. – Jacob respondeu, lhe entregando um pacote de parafusos.

Melissa foi para o lado oposto em que o moreno estava e se pôs a trabalhar. Em menos de dez minutos toda a carcaça do móvel já estava montada e ele estava em pé, os três estavam então colocando as prateleiras internas. O outro trio já havia terminado e estava montando uma segunda cômoda, esta era um pouco menor.

– Mas me diziam que eu tinha que me casar com o homem que mais amava no mundo. Então eu o pedi em casamento. – Mel se defendia das brincadeiras.

Havia acabado de contar sobre a vez em que pedira Charlie em casamento, alegando que era ele o homem que mais amava no mundo e com quem queria passar toda sua vida.

– Mas ele é seu pai! – Jacob estava inconformado.

– Eu tinha quatro anos, não entendia essas coisas ainda. – ela colocou o rosto um pouco para o lado, para conseguir vê-lo.

– Mas foi estranho, admita! – ele semicerrou os olhos e ela lhe deu a língua.

– Foi fofo, Jake. – Sarah defendeu a mais nova amiga. As duas estavam se dando muito bem.

...

– Terminamos! – Jacob comemorou. Todo o quarto de Melissa já estava pronto, assim como o closet e os poucos móveis do banheiro. E eles estavam ali há menos de três horas.

– Duas cômodas, dois guarda-roupas. Pra que tudo isso? – Embry perguntou...

– Para guardar as roupas? – Melissa perguntou como se fosse óbvio.

– Mas pra que tantas roupas? – o olhar dele era inconformado.

– Porque eu morava em um lugar onde fazia calor todo o tempo, e me mudei para um lugar que só tem frio. – ela fez um beicinho. – E sou muito apegada as minhas roupas, não me desfiz de quase nada.

– Ui, apegadinha. – ele brincou e ela lhe deu um soco no braço. Ambos desceram para a cozinha, aquele seria o cômodo da vez, já que os meninos estavam reclamando de fome.

...

– Jacob e Embry, voltem aqui! – Melissa corria pela casa com uma garrafa de água na mão. Estava com o cabelo completamente molhado e queria dar o troco nos dois, porém eles eram muito rápidos. – Mas que droga, seus dois covardes! Não tem coragem suficiente de enfrentar a consequência de seus atos, não? – Jacob e Embry perdiam um pouco da velocidade por conta da crise de risos.

– Não molhem o chão da sala, vão pra fora! – Sarah ordenou e os dois saíram pela porta, sendo seguidos por uma vingativa Melissa.

Melissa, incrivelmente, encontrou Jacob parado. Jogou água na cabeça do mesmo e parou ao lado dele.

– Essa belezinha é sua? – ele perguntou.

– Ah, então foi por isso que parou. – ela passou por eles e fez um carinho na Yamaha. – É minha sim. Linda, não é?

– Linda e potente. – o moreno estava maravilhado.

– Linda, potente e perigosa. – Charlie apareceu na porta. – E vocês três, voltem ao trabalho, ainda tem muito o que fazer.

– Qualquer dia me deixa dar uma volta? – pediu, entrando na casa. Mel gargalhou.

– Mas nem que me pague, ela é apenas minha!

– Egoísta. – ele reclamou.

– Ai! – Embry gemeu ao receber dois tapas na nuca.

– Não posso molhar o chão, mas isso não me impede de te bater. – a morena sorriu de lado e voltou para a cozinha.

...

– Estou falando sério, ela é a melhor! – Charlie garantiu enquanto montava o armário. Já haviam terminado a cozinha e, após alguns minutos de descanso enquanto saboreavam a comida preparada por Sarah e conversavam banalidades, agora estavam na sala de dança. Charlie, como um bom pai coruja, falando sobre as habilidades artísticas da filha.

– Quero te ver dançando. – Embry comentou e ela sorriu, um sorriso que não chegou aos olhos.

– Terá que ser um treino, a menos que surja uma competição por aqui este ano. – a tristeza que Mel sentia por não dançar era visível. Adorava aquilo e, mesmo um desconhecido podia sentir isso quando ela falava sobre a dança.

– A gente não se importa. – Sarah garantiu e todos assentiram concordando.

– Eu vou botar todo mundo pra dançar junto, já aviso. – Mel apontou o dedo para eles enquanto falava.

– Eu não sei dançar. – Jacob tentou fugir. Mas Melissa não permitiria isso.

– Eu te ensino.

– Jake dançando? Essa eu quero ver. – Embry brincou, sendo acertado por uma almofada.

...

– Primeira bebedeira? – Embry perguntou a Mel. Os jovens estavam aproveitando que Charlie e Billy colocavam cada móvel em seu devido lugar na sala de dança e faziam perguntas menos inocentes.

– Aos quinze. Estava na festa de uma amiga e o barman desafiou a capacidade feminina de ingerir bebidas fortes, então competi com um amigo para ver quem conseguia virar mais doses da bebida mais potente que havia ali. Acabei vendo dois de tudo e com um enjoo insuportável, além de responder com uma sinceridade desnecessária a tudo o que me perguntavam. – ela fez uma careta e os quatro riram. – Mas venci. Primeiro beijo? – Mel perguntou a Jacob.

– Eu tinha doze anos, no colégio e foi um verdadeiro desastre. Tentei pegar a garota de surpresa, acabei levando um tapa na cara.

– Pior fui eu que pretendia dar um selinho, mas o menino queria beijo de língua e me babou a cara toda. – foi impossível não rir com a cara de indignada que Sarah fez.

– Eu me lembro desse dia, você chegou em casa toda revoltada, e o papai quis dar uma surra no garoto. – Embry comentou.

– Maior mico que já pagou? – Jacob perguntou a Embry.

– Hum... vejamos... Acho que foi quando eu fui trabalhar como estagiário na biblioteca da reserva e tentei vender um livro ao meu chefe, ainda reclamei por ele ser um cliente mal educado. Depois disso conquistei todo o amor dele, só que ao contrário. – o moreno fez uma careta.

– Acho que o meu foi beijar um sapo. – Melissa comentou calmamente, como se comentasse sobre as cores da cortina que estava colocando no momento. Os outros três arregalaram os olhos.

– Metaforicamente você diz, não é? – Jacob perguntou.

– Não, um sapo de verdade, estava procurando meu príncipe. Foi resultado da minha terceira e última bebedeira. – ela pegou o celular e mostrou uma foto onde estava com alguns amigos e beijando um sapo, de tão bêbada era segurada pela cintura por um garoto. Jacob se remexeu, curioso para saber quem a segurava com tanta intimidade, mas se conteve para não perguntar.

A sessão de perguntas se seguiu até que os mais velhos viessem ajudar com os móveis da sala.

...

– Marque um encontro com ele, neste encontro: Se vista impecavelmente; Coma com a boca aberta; O faça passar vergonha; Seja fútil e idiota; Não deixe que ele fale, tagarele; E coma cebola, assim ele não vai querer te beijar. - Melissa dizia a Sarah o que ela deveria fazer para espantar o garoto que a estava importunando a dias. Esta e os outros quatro presentes gargalhavam com as ideias da garota.

– Você sabe mesmo como espantar um homem. – Jacob comentou, ainda rindo. Estava montando, juntamente com o pai, a mesinha de centro, enquanto Charlie e Embry se empenhavam em uma outra mesa, que serviria como apoio para a televisão, e as meninas montavam uma menor que ficaria ao lado do sofá com o telefone.

– Infelizmente já estive nessa situação. – comentou com uma careta, encaixando uma das pernas da mesa. – As ideias são da minha mãe, e deram certo. Fora que a cara dele é impagável. – ela riu.

– Posso pedir uma mesa no mesmo restaurante? Preciso ver isso. – Embry pediu, parafusando a mesa.

– Mas nem pensar! Você vai querer impedir cada investida dele. – a irmã se opôs e ele lhe deu a língua.

– Juro que me comporto. – ele fez beicinho, mas Sarah negou com a cabeça.

...

– Uma vez eu estava no banheiro de uma festa e a torneira não queria fechar. E pra completar minha desgraça a bendita ainda saiu e acabou voando água para todos os lados. Resultado: eu acabei ensopada, tendo que sair para chamar dois amigos para me ajudar. Todos na festa me olhavam como se eu tivesse feito xixi nas calças, além do fato de que eu e meus amigos acabamos presos no banheiro, porque a porta emperrou. Curtimos a festa ali de dentro, pulando e dançando feito loucos e bebendo água. Acho que foi uma das festas mais divertidas que já fui. – Mel contou rindo e sendo acompanhada pelos outros.

– Você tem histórias demais. – Jacob comentou. Estava sentado montando um sofá com Charlie. Embry e Billy se empenhavam no outro, enquanto as duas garotas ajeitavam as almofadas na poltrona que haviam acabado de montar.

– Não gosto de ficar em casa, então acabo tendo bastante coisas pra contar. – deu de ombros, ajeitando a última almofada da poltrona.

– Finalmente alguém pra agitar esse fim de mundo. – Embry comemorou enquanto terminava de parafusar os pés do sofá.

...

– Gosto de Raíra e Nina para meninas. – Jacob comentou. Ele e Mel estavam no quarto de visitas, mais precisamente montando a cama, e conversando sobre nomes.

– Eu gosto de Dakota e Sophia. Acho que daria esses nomes para minhas filhas. – comentou e ele pode ver os olhos dela se iluminarem.

– Quantos filhos gostaria de ter? – perguntou, querendo prolongar o assunto.

– Dois. Um casal, com o menino mais velho. – ela sorriu.

– Só dois? Não sei se seu pai vai concordar com isso. Charlie é daqueles que quer ter um time de futebol correndo pela casa.

– Ele quer isso porque não é ele que terá que parir todos. – comentou e Jake riu, assentindo, embora tivesse o mesmo desejo de Charlie.

– Mal se conheceram e já estão falando de filhos? – Embry perguntou ao entrar no quarto, sendo seguido pelos outros três. Os dois que já estavam no cômodo sentiram a face enrubescer. Charlie sorriu, satisfeito com a possibilidade da filha estar se interessando pelo Quileute, mas não quis demonstrar.

– Cale a boca Embry. – Jacob ralhou.

...

– Eu acho circo incrível, minha mãe sempre me levava quando ainda era viva, não é, pai? – Jacob perguntou e Billy assentiu. Estavam ainda trabalhando no quarto de visitas. Billy, Jacob e Mel montavam a cama, enquanto os outros três trabalhavam na cômoda que haveria ali. – Lembro dos trapezistas, eram muito bons. E o algodão doce era o melhor. – ele fechou os olhos e teve a impressão de sentir o gosto da comida cor-de-rosa.

– Eu adorava os palhaços e a maçã-do-amor. – Mel comentou.

– Eu gostava dos animais. Principalmente dos cavalos. – foi a vez de Sarah relembrar a infância enquanto montava uma das gavetas.

– O leão era melhor. – Embry, que juntamente com Charlie fazia a montagem da carcaça do móvel, contrariou a irmã e foi apoiado por Mel.

E então, um por um eles relembraram suas coisas favoritas no circo. As comidas, os personagens e também os brinquedos que haviam no parque. Charlie ainda lembrou das coisas favoritas de sua filha mais velha, fazendo com que Jacob desviasse a atenção do serviço e acabasse por acertar o dedo com o martelo.

...

– Não acredito que terminamos. – Jacob se jogou no sofá da sala, sendo seguido por Mel que apoiou a cabeça no ombro dele. Embry e Sarah sentaram-se no outro sofá que havia na sala e Charlie na poltrona. Billy permaneceu em sua cadeira.

– Infelizmente não poderemos te ajudar com a arrumação dos detalhes, está ficando tarde e as crianças tem aula amanhã. – Billy comentou.

– Crianças pai? – o moreno fez uma careta.

– Sim, crianças. Vão ser sempre crianças para mim. – ele teimou de sua cadeira de rodas e o filho revirou os olhos.

– E para mim também, nem se anime, Mel. – Charlie comentou e ela riu.

– Não me importo. – Melissa deu de ombros. – Todos os meus amigos passam por essa mesma situação.

– Essa é minha garota. – o pai sorriu orgulhoso da filha e Billy murmurou um “está vendo?” para Jacob.

– Eu sei que meu cheiro é muito bom e meu ombro muito confortável. – Jacob se gabou para Mel, esta sentiu o rosto ficar vermelho e concordou mentalmente com as afirmações do moreno. – Mas nós temos que ir.

– Eu também vou para casa, já estou atrasado para o jantar e Bells deve estar nervosa. – Charlie comentou se levantando e sendo seguido pelos outros.

Os cinco se despediram de Melissa e foram para suas respectivas casas. Sarah prometeu voltar no dia seguinte para ajudar a espanhola com a arrumação dos detalhes e com a decoração. Jacob aproveitou a oportunidade para soltar uma de suas piadinhas e dizer para Mel “não confundir Sarah com um ladrão”, acabou por levar um tapa na nuca, mas arrancou um sorriso da morena.

Quando Mel conseguiu ir dormir já passava da meia noite, estava agitada arrumando suas roupas no closet e pensando nas pessoas que acabara de conhecer. Foi em meio a estes pensamentos que notou mais certo moreno alto e seu sorriso. Aquela foi a primeira noite que acabou sonhando com os Quileutes e imaginando como seria sua famosa reserva.

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Quero aproveitar para agradecer vocês pelos comentários. Sei que não sou eu que escrevo e o mérito é todo da Anna e da Mands e Yasmin, mas realmente fico feliz de ver uma ideia minha dando certo. Obrigada, de coração.

E queria também deixar claro uma coisa, para aquelas pessoas que eu sei que não vão gostar das atitudes que Bella vai tomar: acalmem-se. Tudo isso vai passar, Bella terá suas fases. E a intenção não é dizer que ela é ruim, é só mostrar que ela não é perfeita. A intenção de Garota dos Lobos é mostrar um outro lado dos personagens. Assim como fiz com Mike que, na minha opinião, ficou bem legal nesse capítulo. Porque ninguém é 100% bom, nem 100% ruim, entendem? Nem a Bella, nem o Edward, nem o James, nem a Victoria e nem os Volturi.
O que sempre gostei no Jake e nos Quileutes é que eles não tentavam ser perfeitos. Apenas eram o que eram e ponto, é isso que estamos tentando passar.
Nossa protagonista também terá seus momentos ruins e fará coisas que talvez alguns não gostem, porque ela também não será perfeita.
A intenção geral de Garota dos Lobos é mostrar um lado dos personagens que você não conhecia. É claro que alguns terão que permanecer do jeito que são, mas serão somente alguns. O Mike será diferente, a Jéssica será diferente, a Bella e os Cullen também serão diferentes.

Espero que tenham entendido o meu emaranhado de palavras.

Beijos e prazer em conhecer.

Lady Mel.


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram da escrita da nossa linda Lady Mel? Eu adoro *-* Devo dar os parabéns a ela, porque amei esse capítulo.