Garota Dos Lobos escrita por Anna Mafort, Amanda Suellen


Capítulo 4
Capítulo Três - Hora da Verdade


Notas iniciais do capítulo

Dessa vez não demoramos tanto ^^
Gente o nome do último capítulo era apenas "Conhecendo Forks" sem o "e Isabella Swan", já que o contato dela com a irmã foi curtinho e elas nem souberam dele... Foi uma falha minha (Anna), que passei o primeiro nome pra Min e esqueci de dizer que tinha mudado quando mudei o capítulo, sorry :/
Esse está grandinho pra compensar o último com menos de 1.000 palavras.
Let's go, boa leitura :)



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“Charlie Swan” “Esse mesmo” As palavras rodavam em sua mente de uma forma que a deixava tonta. A garota bonita que acabara de conhecer e achar simpática disse que era filha de seu pai.

- Bella? – a chacoalhada de Mike fez com que ela piscasse algumas vezes antes de focalizá-lo. – Você está bem?

- Por quê? – franziu o cenho. Talvez Mike estivesse certo e ela realmente estivesse doente, devido a isso estava tendo pequenas alucinações. Viroses podem causar alucinações?

- Estava estranha. Eu tentei falar com você algumas vezes e você ficou ai, parada, estática. – ele fez uma pequena encenação dramática que quase a fez deixar escapar uma careta.

- Me desculpe, estava distraída. – ela pegou o pouco de dinheiro que havia no caixa e começou a contar. De hora em hora certificava-se de que tudo o que deveria estava ali, era uma mania. – O que estava dizendo?

- Perguntando por que não me contou que tem uma irmã.

E ela estacou novamente. Ele também havia escutado aquilo. E uma alucinação não pega duas pessoas ao mesmo tempo. A garota realmente havia dito que era filha de Charlie Swan.

-... Hoje? – pode ouvir o final da frase de Mike, mas não se deu ao trabalho de responder.

- Mike, eu realmente não estou bem, será que poderia me liberar pelo resto do dia?

- Claro, mas o que você tem? – ela o ignorou, jogando o avental sobre sua mão e saindo em disparada. – Quer que te leve até em casa? – Bella apenas lhe negou com a cabeça já da rua, entrando em sua picape.

Parou abruptamente quando já estava na esquina da delegacia. Se falasse com Charlie naquele estado no mínimo teriam uma briga feia e, a pesar de estar nervosa, não queria isso. Até porque não tinha certeza de nada, estava apenas atordoada com o que uma estranha disse.

Sua mãe e Charlie foram muito apaixonados durante o pouco tempo em que estiveram juntos, e ele era um homem digno e honesto, não a trairia assim. Muito provavelmente a louca da história é a garota. Ela é filha única desde sempre.

Respirou fundo e engatou marcha ré, pegando o caminho de casa. Esperaria Charlie com um bom almoço e conversaria sobre o ocorrido, então ele esclareceria toda a história. Talvez Melissa – como ela ouviu durante a conversa com Mike – devesse ser internada em uma clinica psiquiátrica.

Estacionou em frente à pequena casa onde morava com o pai e, após alguns minutos respirando fundo e terminando de se acalmar, saiu da picape. Dirigiu-se diretamente para os quartos a fim de entreter-se recolhendo a roupa suja. Passou o resto da tarde lavando as roupas, arrumando o quarto e, quando já estava perto do horário de Charlie chegar, preparou o jantar. Peixe com batatas no forno e arroz.

Escutou o barulho da chave na porta ao mesmo tempo em que abria o forno. Sentiu o corpo ficar levemente mais tenso e respirou fundo. Certamente tudo não passava de uma grande loucura da cabeça daquela garota e ela era sim a única filha de Charlie.

- Boa noite, pai – apareceu na porta da cozinha o cumprimentando. Charlie que terminava de guardar as armas a olhou, levemente confuso.

- Boa noite, Bells.

- Como foi no trabalho? – ele estreitou os olhos. Bella não era de puxar assunto assim, os dois quase não conversavam.

- Tudo normal. – esperou que ela perguntasse mais alguma coisa, mas quando ela deu de ombros e se virou para voltar à cozinha decidiu ele mesmo continuar o assunto. – E nos Newton’s?

- O de sempre também. – Bella pegou os pratos enquanto ele se sentava e logo depois se acomodou em uma cadeira de frente ao pai, ambos começaram a se servir – A Senhora Newton fofocando sobre tudo, Mike tagarelando o tempo inteiro e alguns poucos clientes.

- Hum...

O jantar praticamente todo se passou em silencio, apenas o som dos talheres batendo no prato eram ouvidos. Ambos tinham o que dizer, mas não sabiam como começar.

- Pra falar a verdade... – Bella interrompeu o silêncio, atraindo a atenção de Charlie. – Aconteceu algo diferente hoje lá na loja. – ela entendeu o silencio e o olhar atento dele como uma deixa para prosseguir. – Uma cliente chegou comprando várias e várias coisas, ela era bem bonita até, parecia simpática pelo que conversava com Mike e tinha um sotaque engraçado. – Charlie se retesou levemente, ato que não passou despercebido por Bella. – Então, quando ela foi passar lá no caixa, em meio às perguntas que você, sabe que o Mike sempre faz, não é? Então... Ela disse que... Ela disse que é sua filha, pai.

Charlie prendeu a respiração e deixou que os talheres caíssem de sua mão. Sabia que teria que falar desse assunto com Bella hoje, mas tinha todo um discurso preparado para isso, não esperava que ela começasse o assunto assim.

Bella apenas notou a reação do pai e sentiu-se emudecer quando ele simplesmente se levantou da mesa e saiu para fora da casa.

Charlie andava de um lado para o outro, passando a mão pelos cabelos, tentando arranjar uma maneira de amenizar os fatos para conversar com a filha. Isabella estava estática sentada na mesa da cozinha.

- O nome dela é Melissa. – Charlie disse a Bella quando esta apareceu na porta. – E eu não trai Renée.

- A garota tem algum tipo de genética super evoluída, por acaso? – foi irônica, fazendo Charlie parar e a olhar. Ele apontou para dentro da casa e os dois seguiram, se sentando no sofá.

Charlie explicou tudo para Bella, sem ser interrompido. Contou sobre como conheceu Alicia, e sobre quando Renée voltou lhe dizendo que estava grávida e os dois reataram. Disse-lhe que Alicia agora estava doente e por isso Melissa viera morar com ele.

Ele já havia terminado de lhe contar toda a história e Isabella permanecia em silêncio, absorvendo as informações que acabara de receber.

- Por que nunca contou nada a ninguém? – perguntou, sua voz era baixa, porém acusatória.

- Eu não sei. – passou a mão pelos cabelos – Essa cidade, você sabe como é, iriam comentar, iriam dizer que traí Renée e ela não aceitaria. Ela iria embora se eu contasse e, depois já não tinha mais como, já estava tarde.

- Por que nunca contou a mim? – ela se levantou, apontando para si mesma, a voz agora alguns oitavos mais altos. – Mas que droga Charlie, eu poderia saber antes! Quem sabe uns dezessete anos atrás? E não agora com você surgindo com uma completa estranha na minha vida.

- Me desculpe, Bells. – sussurrou.

A conversa foi interrompida pelo telefone tocando. Bella foi atender.

- Residência dos Swan. – uma careta se formou em sua face e ela estendeu o aparelho. – É pra você.

- Charlie Swan. – anunciou com o telefone na orelha. – Olá, querida.

Isabella revirou os olhos com o tom que o pai usou ao falar com Melissa. Estava irritada, podia sentir o carinho que ele tinha por ela. Desligou-se da conversa dos dois quando começou a sentir certo enjôo em ouvi-la.

- Mel está vindo ai, para vocês se conhecerem. – ele anunciou cauteloso. Ela apenas suspirou e afirmou com a cabeça, indo para a cozinha lavar a louça.

Os minutos que Melissa levou para chegar da casa do lado até ali pareceram uma eternidade para ambos que, quando ouviram três leves batidas ritmadas na porta, ficaram automaticamente mais tensos. Charlie foi receber a filha mais nova enquanto Isabella secava as mãos em um pano de prato antes de ir para a sala.

Mel podia sentir as mãos geladas, não devido ao frio, mas ao nervosismo. Estava feliz em finalmente conhecer a irmã, mas sabia que Isabella poderia não ser muito receptiva. O abraço do pai que normalmente a acalmava, dessa vez a deixou ainda mais aflita. Podia sentir o quanto ele estava apreensivo e isso não significava boa coisa.

- Ela está muito nervosa? – não houve tempo do pai responder, os dois ouviram passos leves e então Mel viu surgir pela porta a garota que a atendeu no caixa da loja dos Newton. Sentiu alivio percorrer seu corpo, lembrava-se da garota ter sido simpática.

Ambas estavam finalmente paradas frente a frente. O pai viu o sorriso sincero brotar no rosto da filha mais nova, para logo após morrer ao ver o olhar analítico e sério da outra.

Isabella olhava Melissa da cabeça aos pés. Analisou as roupas, o cabelo, os olhos e até a mania de morder os lábios, que também tinha. Era visível que a irmã tinha mais condições que ela, percebia-se isso já pela maneira que se vestia. E o modo como a mão de seu pai permanecia repousando em sua cintura deixava claro a quem ele estava defendendo ali.

Bella teve que conter a vontade de dar passos para trás ao ver a outra se aproximando. “O que ela pensa que está fazendo? Acha que vai chegar e me abraçar assim?”

- Sou Melissa, prazer. – Mel esticou a mão e viu a mais baixa soltar a respiração. Estava quase recolhendo a mão quando sentiu o toque da irmã, não pode evitar sorrir.

- Isabella. – respondeu seca.

- Vamos nos sentar, temos muito que conversar. – Charlie convidou e ambas se dirigiram para os sofás.

Isabella sentada na poltrona, Charlie e Melissa lado a lado no sofá em frente a ela, como réus em frente ao juiz.

A conversa tomou praticamente toda a noite. Não fora agradável, pelo contrário. Fora uma conversa um tanto delicada, com leves alfinetadas por parte da enciumada Bella e retribuições irônicas da orgulhosa Mel. O pai, como um bom pivô, acalmava toda a situação. Mas, definitivamente, o ponto alto de toda a conversa fora algo que o próprio Charlie causara.

- Os móveis de Melissa chegam amanhã, estava pensando se Jacob e os meninos não podem ajudá-la a montar as coisas. – o pai comentou em voz alta.

- Não, não podem. – Bella respondeu automaticamente, fazendo Mel levantar uma das sobrancelhas. – Eles são ocupados demais.

- Mas estão livres amanhã. Eu já tinha falado com Billy na verdade. – o desatento Charlie comentou e Mel sorriu irônica para Bella, que bufou, se recostando na poltrona. E então a conversa seguiu por outro rumo.

Era pouco mais de onze horas quando Isabella reclamou de cansaço e foi dormir. Melissa dizia que podia ir para casa sozinha, mas o pai insistiu em acompanhá-la.

- Pode me explicar que Melissa era aquela? – ele a perguntou quando chegaram em frente a casa da garota. Ela o olhou com os braços cruzados.

- Pai, você viu como ela estava me tratando. Parecia uma criança de três anos que perdeu um pirulito! – revirou os olhos.

- Isabella está enciumada, Mel. Tende entende-la.

- Se eu tenho maturidade suficiente pra tratar as pessoas bem, mesmo quando estou com ciúmes, ela também tem. Ainda mais nesse caso.

- Mel... - Charlie pediu, mas ela levantou um dedo.

- Você não conseguirá argumentar comigo, pai. – ele suspirou derrotado e ela sorriu.  Boa noite, pai – o deu um beijo estalado na bochecha.

- Boa noite, querida. – lhe deu um beijo na testa e esperou que ela entrasse em casa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Eu particularmente sim, e olha que isso é dificil...
O número de reviews está caindo, quero saber o motivo... estamos caindo na qualidade da escrita? Ou vocês que estão desanimados mesmo? Vamos lá, se estiver ruim nos digam, aceitamos as criticas e tentaremos melhorar! Mas se não disserem, não poderemos saber onde estamos errando...