JAMES ON: 

Segunda a noite, cheguei em casa depois do trabalho e me joguei no sofá. Finalmente minha vida estava entrando no eixo. Os caras haviam falado comigo hoje de manhã na faculdade, e me perdoaram. Até passamos o intervalo juntos conversando, fico feliz de ser amigos deles novamente. Kendall me pediu um monte de desculpas por ter sido grosso comigo ultimamente. Carlos também pediu desculpas e me contou que ia ser pai, só quero ver ele e a Maggie cuidando de um bebê sem se matarem haha. O Logan foi o que menos se aproximou de mim, mal trocamos duas palavras. Mas pelo menos ele disse que havia me perdoado também.

Lola me ligou hoje na hora do meio dia, ela foi demitida da cafeteria. Eu já esperava por essa, afinal, Victoria não ia deixar que ela continuasse trabalhando lá depois de “trair” sua confiança. Mas prometi a Lola que ajudaria ela a achar outro emprego.

A campainha tocou, minha mãe que estava na cozinha foi atender. 

- Boa noite querida! - escutei minha mãe dizendo - Nossa, como você está linda. Entre.

- Obrigada Sra. Diamond - escutei uma voz familiar dizendo. Me virei, e lá estava ela na porta da minha casa. Kim. Me levantei rapidamente e fui até onde elas estavam.

- Bom, eu vou terminar o jantar. Fique a vontade Kimberly - disse minha mãe saindo.

- Oi - disse coçando a cabeça.

- Oi James - Kim respondeu sorrindo. Ela estava diferente das últimas vezes que a vi. Até parecia a antiga Kim, aquela que eu tinha me apaixonado. Ela estava com um vestido floral, jaqueta jeans, sapatilha e o cabelo ondulado estava solto (porém as pontas ainda estavam rosas). Enfim, linda como sempre.

- Ahh... - tentei falar, mas não achei as palavras. Eu não esperava sua visita nesse momento.

- Será que podemos conversar? - ela perguntou

- Claro, claro - respondi apontando para a sala. Ela se sentou na poltrona e eu no sofá. Ficamos em silêncio por um tempo, eu não sabia o que falar.

- Eu li a sua carta - Ela disse por fim. Então tirou um envelope dobrado do bolso da jaqueta. Era a carta que eu havia pedido para o Kendall lhe entregar.

- Kim, eu... - comecei.

- James - ela me interrompeu. - Eu te perdôo.

- Sério? - perguntei. 

- Sério. Olha, me desculpa por dizer várias coisas horríveis sobre você. Eu não te odeio, e também não me arrependo de ter te conhecido, pelo contrário. Você foi muito importante para mim - ela disse. Então se levantou e sentou no mesmo sofá que eu, a poucos metros de mim - Sinto muito.

- Você não precisa se desculpar. Você tinha motivos para não acreditar em mim. Não fui um exemplo de pessoa nesses últimos dois anos. - respondi. Ela passou a mão no olho como se tivesse se contendo para não chorar.

- Amigos? - ela perguntou. Fui pego de surpresa. Achei que ela só iria me perdoar e deu, mas felizmente me enganei. Fiz que sim com a cabeça, ela sorriu e estendeu a mão para mim.

- Posso te dar um abraço? - perguntei. Ela abaixou o braço, e ficou me olhando. - Tudo bem, um aperto já está bom.

- Ahh... Não. Pode ser um abraço, afinal, é isso que os amigos fazem né? - ela disse dando um sorriso. Sorri também e a abracei. Ela ainda tinha aquele mesmo perfume bom, senti vontade de nunca mais soltá-la. Nos separamos mais ainda estamos um pouco próximos.

- Kim... - disse colocando uma mecha de seu cabelo para trás da orelha. Vários flashes passaram na minha cabeça: quando conheci Kim no dia que fui a sua casa falar com o Kendall, nosso primeiro encontro, nosso primeiro beijo na roda gigante do parque de diversões... Me aproximei mais dela, minha boca a centímetros da dela.

- Eu não posso - disse ela virando o rosto e se distanciando de mim. - Eu... eu estou com outra pessoa.

- Ahh... - disse. Por essa eu não esperava. - Eu não sabia, desculpa. Ele é um cara muito sortudo por estar com você.

- Aham - ela falou sem olhar para mim. 

- Eu o conheço? - perguntei. Kim me olhou rapidamente, mas logo desviou o olhar. De repente me lembrei do jeito que ele me olhou ontem. - É o Logan, não é?

- É sim - ela confessou. - Como você sabe?

- Apenas intuição - respondi. - Fico feliz por vocês. O Logan é um cara super legal. Vocês fazem um casal... Bonito. - eu não acredito que disse isso, agora foi.

- Ah, obrigada - ela disse sem jeito. Ficamos um tempo em silêncio. 

- Então, a fase “Kim toda de preto” passou? - perguntei para quebrar o clima tenso.

- Sim, como você acabou de dizer, foi apenas uma “fase”. - ela respondeu

- Mas, por que você estava andando assim? 

- Não queria mostrar para as pessoas que eu estava sofrendo, então eu comecei a andar assim para me camuflar, para não mostrar o que eu realmente estava sentindo.

- E funcionou?  - perguntei curioso.

- No começo sim. Mas depois eu percebi que não adiantava eu tentar ser outra pessoa por fora, se por dentro eu continuava a mesma. - Kim respondeu

- Eu prefiro você assim - disse - Do jeitinho que você era a dois anos atrás.

- É, eu também prefiro assim - ela respondeu sorrindo. - Bom, eu preciso ir. Tenho aula amanhã.

- Sim, eu também tenho - falei. Nos levantamos e a acompanhei até a porta, vi que ela tinha vindo com o carro do Kendall - Seu irmão sabe que você veio aqui, e com o carro dele?

- Sabe sim, fica tranquilo. Ele que me ofereceu o carro. A partir de agora, não vou mais sair escondida. - ela disse me tranquilizando.

- Que bom. Então... Até mais Kim - disse meio sem jeito.

- Até sexta Jay - ela disse. Olhei para ela com uma cara de que não tinha entendido - Kendall disse que tinha te convidado para “a noite do vídeo game” na sexta a noite. 

- Ahh, claro! - disse batendo com a mão na testa. Putz, já tinha até esquecido disso. - Sim, ele me convidou e eu vou sim. Então, até sexta. 

- Tchau Jay - ela riu, e me deu um beijo na bochecha e foi embora.

Ela andou pelo gramado e parou na frente do carro. Se virou na minha direção, acenou para mim, depois entrou no carro e deu partida. A noite estava fria, o vento fazia meu cabelo ficar bagunçado, mas nem liguei. Fiquei parado na porta por um tempo. Agora sim, eu poderia seguir minha vida normalmente. Provei que era inocente, meus amigos haviam me perdoado, a Kim voltou a falar comigo, eu não podia estar mais feliz.