The Humans In Aaa escrita por Juniper


Capítulo 1
The enchiridion




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359315/chapter/1

POV - Nikoru


– Nikoru, acorde. – Uma voz familiar chamou.



Ignorei-a, me virei para o canto e voltei a dormir.


– Acorde logo, já são 12:30, até quando pretende dormir? – Reconheci a dona da voz.

– Só mais cinco minutos... – Disse, puxando o cobertor com agressividade, e cobrindo meu rosto.

– Não, você prometeu que iria arrumar o porão. Ande logo, levante. - Disse ela, puxando o cobertor e o travesseiro.

Sem alternativa, me levantei. Mal conseguia reconhecer o meu próprio quarto.

– Mas o que aconteceu aqui? – Falei, observando as roupas que antes estavam dentro do armário, agora espalhadas pelo chão, e as minhas várias caixas reviradas.

– Estava procurando uma coisa. – Disse minha mãe, que agora evitava me olhar nos olhos, pois sabia que eu iria começar uma longa discussão.

– E no meu quarto? – Arqueei uma de minhas sobrancelhas.

– Eu não tenho culpa se tudo que temos na casa vem parar nesse buraco negro. – Nisso, ela se virou e saiu do quarto.

Me levantei, arrastando os pés em direção ao banheiro. Lavei meu rosto e penteei meus cabelos.

Desci para a cozinha e topei com um monte de malas.

– O que é isso tudo? – Perguntei.

– Eu e seu pai vamos viajar, é nossa segunda lua de mel. –Respondeu minha mãe, que surgira por detrás da bancada.

– Então eu vou ficar sozinha? – Disse, dando vida a um sorriso travesso.

– Não, seus avós virão ficar com você.

– Eu não preciso de babá, já tenho 15 anos. – Sentei-me no banco de frente para a bancada e depositei meus cotovelos no mesmo.

– Não importa a sua idade, você não vai ficar sozinha.

– Posso pelo menos chamar a May? – Perguntei, quase que automaticamente, pois essa era a frase que mais saia da minha boca.

May é minha melhor amiga. Nos conhecemos quando tínhamos apenas 5 anos. Sempre fomos muito apegadas, devido às nossas diferenças. Tanto na aparência, quanto na personalidade.

Ela possui curtos cabelos brancos e olhos azuis escuro. Já eu, possuo longos cabelos negros e grandes olhos azuis gelo.

– Sim, desde que não dêem trabalho. – Disse ela, interrompendo meu “blá-blá-blá” mental.

No mesmo instante que essas palavras saíram de sua boca, comecei a mandar diversas mensagens para May. Ela provavelmente ainda deveria estar dormindo.

– Agora vá limpar o porão como prometido, não quero que seus avós durmam naquela bagunça.

– Ok, ok – Levantei-me do banco, e com uma cara nada animadora fui em direção à porta que levava ao porão.

Desci a escada de madeira que devido ao seu barulho, sempre me dava arrepios.

Liguei a luz e comecei o meu trabalho. Várias caixas e coisas velhas envolta da cama que provavelmente seria usada.

Ajoelhei-me e comecei a juntar todas as coisas espalhadas em uma das caixas vazias.

Dentre livros em péssimo estado, deparei-me com um intacto. Estranhei, e comecei a observar o mesmo.

“The enchiridion”. Que título bizarro.

Passei a mão lentamente em sua capa e o abri. Haviam vários símbolos estranhos e algumas frases em outra língua. Apenas por curiosidade, tentei ler uma delas, o que fez com que as páginas do livro tomassem uma cor estranha. Um tom azulado que transmigrava para um belo alaranjado.

– Estranho... – Disse para mim mesma.

Nisso, as letras e símbolos começaram a se mexer. Pareciam dançar. Comecei a sentir como se alguma força estranha me puxasse para dentro do livro. E foi o que aconteceu, mergulhei naquelas páginas como em uma piscina.

Por alguns instantes, pude sentir um vento forte contra mim. Parecia estar... caindo?

Forcei minha visão e consegui ver um lugar desconhecido. E um chão. Um chão que provavelmente me mataria.

Fechei os olhos, e senti a dor do impacto. Meus olhos não queriam abrir e logo perdi a consciência.


POV - May




Meus olhos estavam completamente cegos sob a luz do sol que se infiltrava pelas pequenas frestas da janela. Assim que me acostumei com a iluminação, notei que havia várias mensagens no meu celular e todas elas eram da minha amiga, Nikoru.




“ Está atrasada, venha pra cá logo. Não suporto ficar com meus avós.”


Nikoru era um tanto impaciente, mas ela tinha razão.

Abri meu guarda-roupa e vesti um suéter preto qualquer. Pela quantidade de mensagens de Nikoru eu devia estar realmente muito atrasada. Mas não precisava me preocupar muito com a distância, já que ela morava ao lado de minha casa.

Toquei a companhia e esperei que alguém atendesse, mas provavelmente os avós de Nikoru não queriam visitas àquela hora. Já estava me virando para voltar para casa, mas acabei ouvindo um grito falhado vindo do porão, provavelmente Nikoru havia se ferido.

Sem pensar duas vezes abri a porta e corri até o porão, mas tudo estava tão quieto quanto na hora em que cheguei.

– Nikoru? – Sussurrei para mim mesma, embora soubesse que ela não estava lá.

Tudo parecia em ordem, exceto por um livro que estava caído no chão. Aproximei-me para examinar, mas uma forte luz tomou conta do porão e eu fui obrigada a fechar os olhos.

Quando os abri novamente, pude notar que já não estava no mesmo lugar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? e.e
Pode deixar um review por favor? Vai nos motivar muito :3