E Se Eu Não Voltasse, Você Sobreviveria Sem Mim? escrita por GiGihh


Capítulo 7
Será possível...?


Notas iniciais do capítulo

O que dizer...?
Amores, desculpem a minha demora
beijos!!



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SADIE

Cavalgar no fim de tarde é muitooo bom!

Sentir o vento frio na pele, seus cabelos voando e um lindo começo de por do sol na sua frente. Quer coisa melhor?

Cavalguei por alguns quilômetros. Não sei quantos foram, mas foi o bastante para eu perder de vista o sitio.

Desci do cavalo próximo a uma macieira carrega. A julgar pelo som, atrás de muitas arvores na minha frente, havia um pequeno riacho e uma pequena cachoeira. Senti-me tentada a atravessar aquelas matas e me refugiar próximo às águas.

Peguei uma maça e quando ia voltar ao cavalo ouço um estalar, como se um galho tivesse sido quebrado. Se isso já não fosse o bastante para ser estranho, eu vi uma sombra... Uma sombra humana. Meu colar voltou a esquentar, mas não muito.

Fiquei imóvel olhando na direção do ruído. Eu percebi que a sombra estava se aproximando de mim... E cada vez mais próxima meu colar esquentava mais.

Sem pensar duas vezes montei no cavalo e cavalguei até o sitio. Minha maçã ficou esquecida no chão. Foi uma cavalgada muito longa. Não foi mais gostoso. Aquele frio antes amigável, agora castigava minha pele. Eu senti lagrimas arderem em meus olhos e lentamente escorrerem por meu rosto enquanto outras iam embora com o vento.

Não. Não podia ser ele. Imagens e lembranças voltavam como fleches em minha mente. Meu coração ingênuo queria que fosse ele escondido nas sombras. Mas e mesmo se fosse... O que ele fazia ali?

Não. Não era ele.

Eu senti um aperto forte em meu peito e antes que eu me desse conta já estava de volta a casa. Levei o cavalo para o estábulo e rapidamente enxuguei minhas lagrimas. Eu tinha certeza que meu rosto devia ter perdido um pouco da cor que eu recuperara.

Havia um espelho antigo que ia do chão até quase o teto. Nele eu observei o quanto meu corpo parecia esgotado. Minha pele estava pálida, mas não tanto quanto antes. Senti meu maxilar tremer e novas lagrimas se formavam em meus olhos, que começavam a ficar vermelhos.

Algo que eu já disse é que sou uma excelente atriz. Engoli o choro e tratei de colocar em meu rosto um sorriso satisfeito. Chequei a minha imagem no espelho e fiquei surpresa com meu talento. Eu parecia mesmo feliz embora cansada.

Com certeza meus avôs acreditariam em mim.

Caminhei lentamente, mas sem desfazer o sorriso em meu rosto. Dei um suspiro satisfeito. Eu estava ciente que meus avôs me observavam pela janela. Quando cheguei à porta me virei em direção à escuridão. Por mais que eu quisesse negar eu o queria comigo.  Dei outro suspiro, mas dessa vez ele não foi satisfeito.

Girei a maçaneta e assim que entrei no pequeno sobrado fechei a porta. Vovó veio correndo me abraçar.

- Ah querida como você demorou! Estava ficando preocupada.

- É, estávamos mesmo. Não é bom uma menina tão linda sair por ai, sozinha. – vovô disse com um sorriso que me fez sorris também. Dessa vez um sorriso sincero.

- E você esta ficando pálida de novo! – vovó como sempre reparando nos detalhes.

- Bom, eu não sei vocês, mas eu estou morrendo de fome! – eu exclamei feliz fazendo meu avô rir.

- Deve ser por isso que ficou pálida. Venha querida, vamos fazer algo gostoso para comermos – vovô passou o braço sobre meu ombro e nós três fomos para a cozinha.

Confesso que menti para os meus avôs. Eu não estava com fome, muito menos morrendo. Mas eu precisava arranjar uma desculpa para de repente ter ficado pálida. Eu não queria preocupa-los de jeito nenhum. Isso era a ultima coisa que eu queria.

Apesar de o meu estômago estar dando varias voltas eu comi bastante. No fundo tinha um pouco de verdade no que eu disse aos meus avôs. Eu não queria, mas precisava comer. Durante a refeição meus avôs me perguntaram como havia sido o passeio.

- Foi mágico. Até porque sentir o vento na minha pele e ver o por do sol me trazem muita calma. – eu respondi a eles

“E trazem muitas lembranças” - eu completei isso mentalmente sem perder o sorriso em meu rosto.

Assim que acabamos de comer disse aos meus avôs que estava cansada e que iria me deitar. Subi as escadas quase correndo e ainda pude ouvir meu avô dizendo:

- O que será que a deixou tão mal?

Nesse instante fechei a porta do meu quarto e fui em direção à suíte. Tomei um banho longo e bem demorado. Eu queria que a água levasse de mim todo aquele desanimo e aquela angustia que crescia cada vez mais. De fato a água quente melhorou muito meu animo. Senti-me finalmente relaxada.

Vesti apenas um short curto azul marinho e uma regata branca. Ainda com os cabelos úmidos e embaraçados fui até a sacada. Eu abria as portas de vidro e me sentei na muretinha enquanto penteava meus cabelos. Um vento frio me arrepiou a pele e eu deixei de admirar a noite e voltei para o aconchego do meu quarto... Fechei a porta.

Viemos passar apenas um dia no sitio. Na manhã seguinte eu teria aula. Nós, então, iríamos embora de madrugada. Sentei na minha cama e peguei alguns livros. Bom, eu não tinha terminado minha lição de casa. Novidade?

Enquanto eu me perguntava o porquê das letras terem parado na matemática, senti um vento frio. Senti toda a minha pele se arrepiar. Pensei que a porta havia se aberto sozinha então me levantei para fecha-la... Não!

No meio da sacada estava ninguém menos que o único rapaz que eu desejava ao meu lado. Senti toda a pouca cor que existia em meu rosto sumir. Não era possível... Mas é claro que era! Ele estava bem ali!

Tentei perguntar o que ele fazia aqui, mas eu não tinha voz. Ficamos assim durante o que me pareceu horas; um olhando nos olhos do outro. Buscávamos por respostas com perguntas mudas no olhar.

Meu coração pulava descompassado. Eu não compreendia... Walt se aproximou adentrando o quarto... E quebrando a distancia existente entre nós.

- O que faz aqui? – minha voz soou tão fraca... Mas fiquei surpresa que ela ao menos saiu.

Walt a cada passo se aproximava mais de mim. Uma expressão indecifrável em seu rosto.

- Vim ter de volta o que é meu.

Levei um tempo para raciocinar suas palavras. Walt estava a apenas um metro de distancia de mim. Ele dava passos lentos em minha direção... E eu comecei a dar passos lentos para trás.

- Eu vim ter você de volta, Sadie. – Sua voz soou rouca e cheia de desejo.

Eu dei um passo para trás e Walt deu dois passos longos para frente ele conseguiu colar seu corpo ao meu. Ele enlaçou minha cintura com força de modo que eu não conseguisse sair e me olhou fundo nos olhos.

- Chega de jogos.

Ele então voltou seu olhar para os meus lábios... Aproximou seu rosto do meu... E nossos lábios se roçaram. Apenas se encostaram, sem nem ao menos se selarem. Aquele toque, simples e quente, fez com que eu o desejasse. Seus lábios buscaram pelos meus de uma forma suave e doce. Ele me pediu passagem para sua língua e eu cedi. Ele prendia minhas mãos em seu peito, como para que eu pudesse sentir seu coração acelerado.

O beijo foi longo e profundo, sem deixar de ser doce e carinhoso. Ele estava carregado de sentimentos ocultos por tempo de mais e agora voltavam com força. Por instantes nos esquecemos de que precisamos de ar. Separamos-nos ofegantes e Walt colou nossas testas. Ainda de olhos fechados consegui murmurar:

- Chega de jogos.

Walt prensou-me contra a parede e buscou com um desejo voraz meus lábios. Um beijo rico em desejo daqueles que não tinha nada de inocente. Ele possuía minha boca com prazer enquanto nossas línguas travavam uma batalha persistente pelo controle.

 Walt soltou minhas mãos e subiram de seu peito para o seu ombro e do ombro para o seu pescoço. Ele desceu suas mãos até minha cintura e me puxou para ainda mais perto de si. Uma de suas mãos me prendia pela cintura enquanto a outra passeava por debaixo da minha blusa na região da barriga. Eu já estava totalmente sem fôlego.

Quebramos o beijo de novo por culpa do maldito oxigênio.

- Você me ama, Sadie? – Walt perguntou em meio a arfadas.

Ok, eu estava confusa. Minha mente dizia “não” com muita convicção. Meu coração gritava com todas as suas forças que “sim”; um sim apaixonado. E tudo o que saiu da minha boca foi:

-Eu não sei. – minha voz soou impotente.

A quem eu queria enganar? Eu o queria. Sabia que sim. Meu corpo inteiro gritava por ele. Ele era como uma droga pra mim.

-Eu te amo. – a voz de Walt acabou com qualquer conflito interno meu. Aquelas palavras que eu achei que nunca seriam dirigidas a mim.

-Prove. – mas eu não me entregaria a esse sentimento tão fácil assim.

Seus lábios buscaram pelos meus em mais um beijo. Dessa vez curto, mas cheio de paixão e de significados. Ele depositou selinhos em pescoço e sussurrou em meu ouvido:

- Eu te amo.

Senti meu corpo tremer ao som dessas palavras... Um frio se passou pelo meu corpo inteiro. Um vento gelado castigava minha pele.

- Sadie... Sadie... – meu nome era sussurrado ao longe.

Walt me deu um ultimo beijo e assim que abri os olhos... Meu corpo estava sendo sacudido levemente pela minha avó.

Espera ai...

-Vamos querida. Esta na hora de ir.

Levantei minha cabeça e percebi que havia adormecido sobre o livro de matemática. A sacada estava aberta e eu tinha certeza de que era dali que vinha o vento gélido.

Não podia ter sido apenas um sonho. Não podia! Foi real de mais para ser apenas um sonho. Eu me lembrava perfeitamente do gosto dos seus lábios e do seu cheiro inebriante.

De qualquer forma, aquele sonho meu trouxe uma nova disposição; um conforto para o meu coração inquieto.

Juntei minhas coisas rapidamente e me vesti: uma blusa bege, um short jeans, meus coturnos e a clássica jaqueta de couro preta. Peguei meus óculos de sol e dei uma ultima olhada em meu quarto... Fora tão real...


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Notas finais do capítulo

E... preciso de coments!!!