Titan Attack - O Desespero escrita por Victor Souza


Capítulo 1
Capítulo 1 - Porque Caistes Grande Maria?


Notas iniciais do capítulo

Olá galerinha, venho trazendo essa one shoot de shingeki no kyojin, espero que gostem, não é nada demais, eu só tive essa idéia e resolvi escrever. Talvez se eu tiver mais ideias eu escreva outras com o decorrer do animê, mas por enuanto é só... Divirta-se ^^



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O desespero ganha muitas vezes batalhas.

Voltaire

Era um lindo dia de sol como qualquer outro, ou talvez melhor. Não estava quente, mas também não estava frio. A brisa fresca soprava despenteando os cabelos negros do jovem Leorio. Um menino de pouco mais de dezoito anos que morava em uma casinha as margens da cidade próxima à muralha Maria.

Leorio tinha cabelos negros curtos que balançavam ao vento caindo sobre seus olhos azuis cintilantes. Ele usava uma camiseta xadrez e uma bermuda de tecido. Tinha estatura média e porte físico normal, não era muito forte com músculos salientes, mas não chegava a ser magrelo. Seu sorriso era tão branco quanto sua pele alva.

Ele caminhava rumo ao posto dos soldados levando alguns vegetais e um filete de carne que seria usado para alimenta-los. Leorio não fazia parte das forças armadas da cidade, mas admirava aqueles que sacrificavam suas vidas pra proteger a paz daqueles que ainda precisavam estar trancados a cidade para sobreviver.

Leorio parou por um momento admirando a muralha Maria, uma grande muralha de cinquenta metros de altura que circulava a cidade delimitando o reino dos humanos. Um único lugar onde eles poderiam estar a salvo. A salvo de que? A salvo dos Titãs, criaturas humanoides gigantescas que devorava humanos.

Ninguém sabia dizer de onde vieram ou como mata-los, a única coisa que todos tinham certeza é que, assim como nos últimos cem anos, eles queriam continuar sem ver a face daquelas criaturas terríveis. Os únicos que as via eram os soldados que saiam da muralha para caça-los na tentativa de descobrir como derrota-las.

O apocalipse havia chegado para aquele mundo, mas, até os religiosos se espantaram ao perceber que o fim da humanidade seria tão brutal. Todos os que sobreviveram aos primeiros anos de convívio com os Titãs, antes de a muralha ser construída, viviam trancados ali vivendo uma falsa sensação de liberdade e paz.

Leorio continuou seu caminho, sabia que já estava atrasado. Não devia ter parado para ver os heróis chegando à cidade. Esperava ver um resultado melhor dessa vez, não esperava ver apenas que vários deles foram devorados e uma mãe chorando desesperada pela morte de seu filho.

Algumas meninas cochichavam quando Leorio passava. Ele não era o jovem mais musculoso da cidade, mas com certeza tinha certa popularidade com as mulheres. Já tinha perdido as contas de quantas vezes encontrou alguma em seu quarto ou alguma delas tentou o agarrar.

Leorio estava a uma quadra de seu destino quando sentiu um arrepio subindo-lhe a costela. O clima da cidade parecia ter mudado por completo. Os cochichos pararam, os sons de passos, de rodas de carruagem e qualquer outro mínimo barulho que fosse desapareceu. Leorio se virou lentamente e viu que todos estavam brancos de pavor e logo reconheceu o por que.

Uma grande mão estava agarrada na muralha e em seguida a cena mais aterrorizante que ele já imaginou lhe foi mostrada. Uma face semelhante à de um humano apareceu por trás da muralha, uma face sem pele, assustadora. Todos na cidade estavam paralisados de pavor. Como poderia haver um Titã daquele tamanho? Cinquenta metros eram mais de quatro vezes maior que os Titãs que ele ouvia falar.

Antes mesmo que ele pudesse responder seus questionamentos pessoais sobre a situação o caos se instalou na cidade. O Titã gigantesco começou a chutar a muralha fazendo as paredes trincar e todos se desesperaram. Todos sabiam o que aconteceria se ele conseguisse, mas o que fazer? Todos estavam parados na esperança de que seu amado escudo que os defenderam por anos os protegesse mais uma vez.

Tudo em vão. Com duas ou três joelhadas o monstro abriu um grande buraco na muralha e vários Titãs menores começaram a entrar por ele. Eles pareciam humanos gigantescos, porém seria um insulto comparar aquele monstro vermelho com um ser humano. Aqueles sorrisos maléficos. Aquele olhar. Ver os dois primeiros gigantes entrarem foi o suficiente para espalhar o terror pela cidade.

As pessoas começaram a correr desesperadas em direção ao portão da segunda muralha. O gigante colossal que havia aberto o buraco na grande muralha havia desaparecido, mas entrava cada vez mais Titãs pelo buraco. Os gritos das pessoas ecoavam por toda parte. A correria era grande. Mães arrastavam os filhos. O som dos passos dos Titãs parecia sufocar as pessoas e o barulho de casas sendo destruídas fazia com que todos achassem que o próximo a ser devorado seriam eles.

Leorio saiu correndo soltando as sacolas de legumes, precisava chegar ao grande portão para a muralha. Ele não era muito atlético, mas a vontade de viver lhe fez correr o suficiente para se afastar dos Titãs. Ele já estava a umas três quadras de distancia do lugar onde estava quando tudo começou quando viu duas crianças passaram por ele correndo na direção contraria.

– HEY! O QUE VOCES ESTÃO FAZENDO? NÃO VOLTEM, NÃO VOLTEM! – Leorio gritava desesperado. Esforços em vão.

As crianças continuaram correndo sem dar ouvidos a Leorio. Ele tentou dar mais um passo, mas não podia deixar duas crianças para trás. Sua mente foi tomada por cenas de Titãs devorando-as e isso fez uma nova preocupação surgir em sua mente. Ele tinha que salvá-las, nesse momento, isso era mais importante até que sua vida. Como poderia viver sabendo que deixou duas crianças inocentes morrer desse jeito?

– HEY ESPEREM! – Leorio gritava correndo atrás das crianças. Ele colocou toda a força que tinha nas pernas, mas elas eram mais rápidas. – PAREM ESSAS CRIANÇAS! SEGUREM-AS! – Leorio gritou ao ver alguns soldados passarem correndo por elas, porém nem um deles fez nada.

 

“Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.”

Clarice Lispector

 

Nenhum guarda estava agindo, estavam todos fugindo para salvar sua própria vida. Não ligavam para o que iria acontecer com os outros. Leorio se sentia mais vazio que nunca, incapaz de alcançar simples crianças para salvá-las e agora havia descoberto que nesse tempo todo servindo ao exercito não adiantou de nada, eram apenas porcos que queriam ser alimentados e mais nada.

Leorio continuou correndo, curva após curva sem tirar os olhos das crianças quando um dos guardas bateu de frente com ele e o derrubou. Era Tomaz, um dos soldados que ele admirava, já havia saído em uma caça aos Titãs e voltado vivo e agora servia na defesa da muralha.

Tomaz era alto e extremamente forte, seus braços dariam quatro ou cinco do braço de Leorio. Os cabelos de Tomaz eram loiros e longos, bem cuidados, porém agora estava totalmente bagunçado, algo que ninguém nunca havia visto. Tomaz carregava m olhar de horror de alguém que via um inferno na terra.

– TOMAZ! Que bom que eu te encontrei, há crianças... Indo na direção contraria. Você precisa... Fazer algo. – Leorio disse ofegante, mas feliz por ter encontrado ajuda.

– O que você espera que eu faça? Apenas fuja, salve sua vida! E tudo que você pode fazer! – Tomaz disse causando espanto em Leorio. – Vamos, vamos fugir, corra Leorio, salve-se! Isso que importa.

– Mas... Mas, você deveria nos defender! Você é o herói da cidade! Você lutou contra Titãs e sobreviveu, porque não faz nada? Porque está fugindo? – Leorio disse ainda mais horrorizado do que ao ver o Titã destruindo a muralha. Não conseguia compreender porque um grande herói da cidade estava correndo.

– Você acha mesmo que eu sobrevivi a uma caça aos Titãs lutando? – Tomaz perguntou segurando Leorio pelos ombros. – Eu fiquei assustado, eu nunca havia sentido tanto medo e tudo o que eu fiz foi correr! Eu Fugi Leorio! Eu deixei meus companheiros para a morte e me escondi o Maximo que pude! Eu menti esse tempo todo, eu nunca fui um herói...

– Era... Tudo... Mentira. – Leorio estava em estado de choque. Antes que pudesse continuara a conversa Tomaz saiu correndo.

Aquela área da cidade já estava quase vazia. Leorio virou-se para correr atrás das crianças, mas ele havia perdido muito tempo conversando, elas já tinham sumido do campo de visão. Quem poderia dizer para onde elas foram? Ele não poderia. A única coisa que Leorio viu foi algo que te assustou ainda mais.

Um grande Titã aparecia por trás da casa a sua frente levantando uma mulher que se debatia entre os grandes dedos do monstro. Leorio congelou de medo ao ver aquela grande mão rasgar a mulher ao meio jorrando sangue para todo o lado e em seguida a jogou na boca. Ele virou o rosto lentamente mostrando seus olhos que não piscavam e permaneciam fixos em seu próximo alvo: Leorio.

– Ai, meu Deus. – Foi tudo o que Leorio conseguiu falar antes de sair correndo para dentro de uma casa ao lado.

Ele sabia que não conseguiria vencer uma corrida com um Titã, um passo dele seria o equivalente a uns dez passos dele, talvez até mais. Leorio ouviu os passos do Titã ficando mais próximo, Leorio se aproximou da escada, talvez devesse se esconder no segundo andar.

Péssima ideia, o som do segundo andar sendo varrido veio instantaneamente. Leorio se jogou embaixo de uma mesa ao ver os destroços caindo sobre tudo. Em seguida a mão rosada e sem pele do Titã atravessou o telhado e começou a tatear o chão do primeiro andar em busca da pequena refeição. Leorio tremia de medo.

Leorio começou a rastejar silenciosamente no chão tentando chegar à pequena escada que levava ao subsolo enquanto tentava desviar daquela mão horrível. A mão do Titã bateu em um armário esmagando-o, parecia que ele estava ficando impaciente, pois se movia cada vez mais rápido. Leorio estava a poucos metros da escada quando ouviu o teto se partir de uma vez e cair por completo.

O entulho cobriu Leorio, estava imobilizado. O barulho do exterior parou. Parecia que o Titã tinha desistido de caçar aquela pequena refeição.

– Eu vou sobreviver, eu vou sobreviver, eu vou sobreviver. – Leorio pensava desesperadamente ainda sob o entulho. – Talvez se eu esperar aqui ele desista e vá embora, então eu só vou precisar...

Seus pensamentos foram interrompidos por uma grande mão causando estrondo ao deslizar por entre os entulhos, jogando Leorio longe caindo a dez metros de distancia, no meio da rua. Leorio tentou se levantar para correr, mas a dor foi mais forte que ele. Havia um pedaço de metal grudado a sua perna que sangrava. Ele se arrastou tentando chegar à porta de uma casa que ainda estava inteira. Talvez se chegasse até o porão dela conseguisse se salvar.

– Eu vou sobreviver, eu vou sobreviver, eu sou...

A mão do Titã alcançou Leorio levantando-o no ar. Ele se debateu o Maximo que pode tentando se soltar e fugir, mas não conseguiu. Havia tantos sonhos que ainda queria realizar, tanta coisa para viver. Queria ir além da muralha, queria namorar uma linda jovem, queria ver o mundo livre dos Titãs, queria correr em um cavalo em uma planície por horas. Queria comprar uma casa à beira de um rio, queria ter três filhos e ensinar a cada um como soltar pipa ou jogar bola. Queria viajar de uma muralha a outra, sentar sobre ela e contar aos filhos historia sobre criaturas horríveis que andavam ali, queria abraçar elas no medo da noite e poder dizer que não havia nada a temer. Queria envelhecer com uma só mulher, comer todos os dias da comida dela, beijar seus lábios todos os dias com o mesmo ardor até o dia em que chegasse sua morte. Não queria apenas sobreviver, queria viver.

A mão do Titã o apertava cada vez mais, Leorio já não conseguia sentir suas pernas, talvez já tivessem sido esmagadas. Leorio começou a chorar em desespero. Lagrimas que pareciam arder em seus olhos. Os olhos grandes estavam fixos em Leorio e aquele grande sorriso aos poucos se abriu ficando ainda mais assustador. Leorio engoliu o medo em seco, desceu rasgando sua garganta. Não havia mais jeito, pouco a pouco sua força foi se acabando, e ele parou de se debater. Não tinha mais esperanças.

Tudo que pode ser visto foi Leorio sendo jogado dentro da boca do Titã. O sangue escorreu pelos lábios do monstro e manchou o chão da cidade. E como se nada houvesse acontecido, o Titã continuou caminhado em direção da próxima vitima.

 

“Os covardes morrem várias vezes antes da sua morte, mas o homem corajoso experimenta a morte apenas uma vez.”

William Shakespeare


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido! Como eu disse, dependendo da minha inspiração, talvez tenham mais capítulos depois, então... te vejo breve, ou não, quem sabe. Até mais. Abraço.



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