Mais Perto Do Sol escrita por ThegleameyesGin


Capítulo 1
Waking Up


Notas iniciais do capítulo

O objetivo da fic é comemorar, até porque muita gente achou que Sasuke nunca mais tomaria jeito.
Então: FINALMENTE.
Pronto, aliviei.
Esse capítulo é comédia pura e romance, claro. Na verdade, o segundo e último cap é um bônus. Não sei quando vou postar, de qualquer forma.

Bem, boa leitura =*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/359020/chapter/1

– Tem certeza de que ele tá acordando ~dattebayo?!

– Cala a boca, Naruto! Isso é um hospital, e não a sua casa!

– Sakura-san, você também tá gritando.

– Shiiii, vocês. Acho que ele já deve estar ouvindo.

Vozes... Malditas vozes. Maldita ressaca. Espera, ele não se lembrava de beber... O que acontecera afinal? Ah, sim. Sasuke tiveram um surto de saudades, tentara visitar a casa dos pais e caíra num buraco no piso. Ah, então ele estava morto, certo? Era essa a próxima vida? Se fosse, então não deveria ser mais silenciosa ou algo assim? Finalmente as vozes se calaram. A claridade tornava a as pálpebras dele avermelhadas, o que significava que doeria se ele abrisse os olhos. Ou talvez ele não sentisse dor, já que já estava morto. A dor de cabeça pulsou, excluindo aquela possibilidade.

–Ah... – Uma voz, sussurrou muito perto. Ouviu uma cadeira se arrastando (urgh!!) alguns passos e o som de um pano se arrastando. O mundo escureceu consideravelmente, e o moreno cogitou a possibilidade de abrir os olhos. A voz voltou a sussurrar, agora um pouco mais longe que antes. – Sasuke-kun, pode abrir os olhos agora.

Tentou, mas não conseguiu. Uma, duas, mais uma vez. Seu coração se apertou. Cego, ele ficaria cego. Moveu os dedos, grato por pelo menos conseguir fazer aquilo. Tocou levemente as pálpebras, mas não achou nada de errado.

–... Não consigo. – Admitir derrota. Primeiro passo para tornar-se uma pessoa melhor. Ridículo.

Alguém bufou, mais cadeiras se arrastaram (!!) e ele conseguiu perceber que as outras vozes se uniram a primeira, discutindo um assunto que ele não sabia qual era.

–... Ah, faça como quiser. – Alguém, a voz que antes repreendera as outras duas, resmungou. Sasuke conseguiu ouvir os passos, dois pares deles, o arrastar silencioso de uma porta, e então novamente quando ela se fechou.

Ele estava sozinho com mais um deles.

–... Sasuke?

Todo seu corpo ficou tenso. A voz era familiar demais. Tentou buscar um nome na memória, mas não conseguiu. Uma súbita ansiedade tomou-lhe. Aquele nome era importante. Como ele ousava não se lembrar, era algo... Algo...

“Eu te amo.”

Isso, ele amava. Amava alguém que nem sabia o nome, ridículo, realmente.

Aqueles passos quase silenciosos se aproximaram dele, e um peso a mais acrescentou-se a cama onde ele estava. Sentiu dedos quentes entrelaçarem-se aos seus, mas não conseguiu reagir a ideia de que poderiam ser inimigos. Era quente, e isso o acalmava.

– Você consegue me ouvir, certo? E sentir? – A voz sussurrou, talvez com medo de assustá-lo.

–... Sim.

Viu-se sussurrando também, apesar de não saber o porque de estar fazendo-o. Um suspiro de alívio soou, e o peso na cama pareceu aumentar. Sentiu algo contra sua testa, e então contra seu nariz, seus olhos firmemente fechados. E então seus lábios. Algo macio e quente, uma sensação da qual ele sabia que deveria se lembrar.

Havia um nome logo ali, que se recusava a ser lembrado.

A invasão prosseguiu um pouco mais, e ele sentiu a língua de quem quer que fosse contra seus lábios. Era uma sensação esquisita, e por um momento ele percebeu que deveria ser ele agindo, e não o contrário. Ainda assim, não reagiu ao contato. Estava quente. O breve contato acabou tão rápido quanto começou, e a mão que segurava a sua já não estava mais ali. Subitamente, o frio pareceu incomodá-lo.

– Você não vai fazer nada?

Apesar de sussurrada, a voz parecia ter se irritado. Laranja. Como a claridade do sol. Sim, o nome tinha algo a ver com aquela cor escandalosa e irritante. Como o sol... E o calor. “Eu te amo” parecia adequado. Apertou os lábios numa linha fina. Se conseguisse lembrar, talvez conseguisse abrir os olhos.

– Eu estava preocupado. – A voz recomeçou a falar. – Você simplesmente desapareceu, e depois... Eu disse que você não deveria ir até aquele lugar. Tem noção de como fiquei? Por um momento eu... Eu achei que tivesse me abandonado de novo.

Abandonar. Sim, ele já tinha machucado aquela pessoa antes. Havia raiva, e mágoa e... Laços. Um laço que nunca se quebraria. “Eu te trarei de volta a qualquer custo, Sasuke.” Alguém irritante e escandaloso, determinado, e quente e laranja como o sol. Alguém forte e corajoso. Ele amava esse tipo de pessoa.

Havia alegria aonde quer que Sasuke buscasse por aquela pessoa.

Um sorriso gigantesco surgiu-lhe na mente, cabelos loiros e olhos azuis. Quente como o sol. “Eu te amo” não era o bastante no fim. Sasuke decidira que seria o bastante? Bobeira, nunca seria o bastante. Amor era um sentimento fraco demais para os sentimentos dos dois. Ele queria vê-lo outra vez. A pessoa que o amou apesar de tudo, que continuou tendo fé nele.

O único que já fora tão sozinho quanto ele, talvez até mais.

Naruto...

Sentiu o coração acelerar. Ótimo, aquilo estava parecendo um romance de colegial. Ouviu um movimento brusco, e alguém caiu no chão. Lerdo como sempre. Sasuke moveu-se na cama empurrando os pés para fora da coberta. Seria ele a estender a mão.

Abriu os olhos para encontrar o azul surpreso e choroso de Naruto. Não precisou de esforço nenhum para se manter de pé, ou para erguer o braço e oferecer ajuda ao loiro que estava caído no chão a sua frente. Abriu um sorriso de lado, divertido.

Naruto ergueu-se sem sua ajuda, e a distância entre eles ficou ainda mais evidente. Isso incomodava-o... Não, isso o deixava irritado. Era para Naruto estar gritando e fazendo um escândalo. Era para ele estar feliz.

Um minuto passou-se, e o silêncio começou a matá-lo por dentro. Ótimo, se não seria Naruto a fazer algo, ele faria.

Deu um passo a frente e passou os dedos pelo cabelo loiro do rapaz. Seus orbes negros encolheram-se levemente em um sorriso, contrastando com a óbvia surpresa do azul. Primeiro ele mordeu os lábios, não o bastante para doer, mas para chamar atenção. Um aviso. Depois passou a língua por eles, não pedindo, mas exigindo a entrada. Não encontrou resistência. Ouviu a mudança na respiração de Naruto, o que só deixou-o ainda mais satisfeito. Sentiu os dedos dele escorregarem por sua espinha por cima da camisa, e arranharem o pescoço alvo.

Era carinhosamente quente. Recuou e abriu os olhos novamente, sem saber quando havia fechado-os. Naruto tremia levemente, e mesmo quando abriu os olhos, parecia inquieto demais. A outra mão passou por sua cintura, e ele foi envolvido num abraço frágil.

– Você se chama de ninja? – Sussurrou, não por querer provocar, mas porque o silêncio o assustava.

– Eu senti sua falta. Um mês naquela maldita cama, sem mover um único músculo... Eu achei que nunca mais conseguiria ouvir sua voz irritante na vida. – Seu ombro se molhava com lágrimas. Diferente dele, Naruto não tinha vergonha de chorar. – Dattebayo, Teme. Eu esperei.

Um pouco tarde ele retribuiu ao abraço, meio sem jeito.

– Eu te amo, Dobe. Não se preocupe.

– Isso não é resposta! – Ouviu ele falar, não gritando mas alto o bastante para chamar a atenção das pessoas lá fora.

– É a minha resposta. De agora em diante e sempre. Eu te amo. Eu te amo, eu te amo, eu te amo...

– Você tá falando demais. – Naruto resmungou e então afastou-se, tentando disfarçar os olhos vermelhos e o rosto inegavelmente corado de vergonha.

O sorriso no rosto de Sasuke aumentou consideravelmente.

A porta atrás deles se abriu, dando entrada para Sakura, Tsunade, Kakashi e provavelmente toda Konoha.

– É o fogo da juventude, eu disse que ele se recuperaria! - Vê? A vila inteira.

Sakura se aproximou correndo e abraçou-o. Ela também chorava, o que ele não sabia se era algo bom ou ruim. Kakashi abriu um sorriso por debaixo da máscara e bagunçou-lhe os cabelos já naturalmente bagunçados. Naruto saltitava de um lado para o outro, dizendo pra quem quer que quisesse ouvir – ou seja, ninguém – que ele jurara trazer Sasuke de volta, nem que tivesse que quebrá-lo pra isso, e conseguira. Claramente incapaz de ficar mais feliz.

Finalmente alguém pareceu disposto a acabar com a festa.

– Agora já chega! TODO MUNDO PRA FORA!

Todos da sala se calaram e viraram o olhar pra Tsunade, obviamente surpresos.

– Ele vai descansar.

Pouco a pouco as pessoas começaram a sair, até que só restavam os componentes da antiga equipe sete na sala, além da Godaime. Por alguma razão, ela lembrava um pouco de Sakura.

– Isso inclui vocês três também, Naruto.

– EEEHH?! Nem pensar! Ele acabou de acordar, dormiu por um mês. Como poderia estar cansado?!

Sasuke revirou os olhos e tentou ignorar o comentário estúpido do loiro, até porque ele não estava com vontade alguma de ficar deitado novamente.

– Naruto, Tsunade-sama está certa, é melhor sairmos e...

– Eu não quero voltar pra cama. – Sasuke resmungou, cortando Sakura. – Não posso sair e caminhar um pouco? – Viu a loira olhá-lo, desconfiada. – Com Dobe e os outros, só um pouco. Soa idiota, mas eu fiquei tempo demais deitado.

Pelo canto dos olhos, percebeu o olhar brilhante de Naruto, como o de um cachorrinho. Kakashi deu de ombros, e Sakura parecia hesitante.

– Olha, se eu não me exercitar, pode ser que algo de ruim aconteça, certo? Ficar muito tempo deitado faz mal para os músculos e etc. Se quiser, pode vir junto.

–... Acho que tudo bem, se for uma caminhada rápida. E se você não se esforçar muito.

– YATTA!

Abriu um sorriso de canto, contagiado pela alegria de Naruto. Sentiu os dedos dele se entrelaçarem aos seus, e o loiro puxou-o para frente. Involuntariamente, soltou um ruído surpreso, sem saber como os outros reagiriam.

– Naruto... – Chamou, tentando soltar-se. Eles já estavam no corredor, e as pessoas lançavam olhares curiosos. Sentiu a face esquentar, apesar de saber que não estava corando. – Será que você pode... Naruto!

Finalmente o loiro parou em frente ao elevador, e voltou-se para olhá-lo.

– O que?

– Solte-minha-mão – Sasuke sussurrou por entre os dentes.

– Por quê?

– Tem gente vendo...

– E?

–... E? Você ainda pergunta...

– Ah, Sasuke-kun relaxe. Todo mundo sabe que você e o Naruto estão juntos, a última coisa que ele é, é discreto. Tinha que ver quando descobrimos que você estava acordando.

Agora sim, Sasuke estava corando.

– Teme! Você tá vermelho! Algo errado?!

– Você.

Mais sussurros. Naruto pareceu não entender absolutamente nada. O elevador abriu-se e Sasuke passou pelo loiro, de cabeça baixa sem conseguir acreditar que tinha se apaixonado pelo ser mais bitolado da face da terra.

– Nee Kakashi-sensei, acha que eu fiz alguma coisa de errado? – Ouviu-o sussurrar logo atrás de si. Realmente...

– Além de tudo? Não.

– Sasuke! O que foi que eu fiz?!

– Não grite num espaço pequeno desses, Dobe! E você não fez, você é!

–... Não entendi.

Segurou-se para não bater com a cabeça na parede do elevador. Sakura e Kakashi pareciam achar toda graça do mundo na discussão dos dois. O elevador continuou descendo, cada vez mais próximo do térreo. Dois... Um...

– Claro que não, já que você é um Dobe.

Naruto pareceu cansar-se da discussão. Aproximou-se com um único passo largo e agarrou Sasuke pelos ombros, beijando-lhe exatamente no momento em que a porta fazia um ‘plim’ baixinho e abria-se.

O salão todo ficou em silêncio. Ele conseguiu ouvir uma risadinha inoportuna vinda de algum lugar. Empurrou o loiro para o lado com um chute desnecessariamente forte. Saiu do elevador tão irritado que nem mesmo viu as pessoas o seguindo com o olhar. Naruto tinha beijado-o na frente de seu Sensei! Pior! Na frente de uma das ex-líderes do seu maldito fanclube!

– Estúpido... Dobe... Mas que droga...

– Sasuke! – Ele ouviu alguém correndo e segurando seu braço. Virou-se para encarar Naruto, o que só deixou-o ainda mais irritado. Ele nem com vergonha estava! – Porque você fez... Cara, você tá muito vermelho, tem certeza de que não é melhor agente voltar pro...

– Calado! Eu não estou vermelho eu... – Um espelho. Tinha um maldito espelho na recepção. Qual era o problema daquele hospital?! Realmente, ele não estava vermelho. Era ainda pior. Ele estava se sentindo um tomate de cabelo preto. Virou o rosto para longe da visão.

– Teme? Quer voltar pro quarto?

– Eu quero desaparecer. – Resmungou. Ouviu mais uma risadinha, mas aquela ele identificou como de Kakashi. Anotou mentalmente a possibilidade de uma visita ao sensei mais tarde.

– Sasuke, o pessoal não se importa, tudo bem. – O maldito abriu um sorriso e passou a mão pelo cabelo do moreno. – Só porque todas as meninas da vila estavam atrás de você, não significa que você seja a única esperança delas, o Lee ainda é solteiro. E o Kiba. – Alguns resmungos femininos foram ouvidos. Atrás de Naruto, Sakura parecia se segurar muito pra não rir. Naruto não parou por aí. – Sei que você tem um complexo de superioridade, e que pra você descobrir que me ama é um golpe no ego, já que você só conseguia amar a si mesmo, mas tudo bem, sabe? Ser gay não é exatamente algo ruim.

Sasuke queria morrer. Desaparecer não seria o bastante pra apagar aquela cena bizarra de sua mente em recuperação.

– E também...

– Naruto, cale a boca.

– Não, calma eu to terminando.

– Naruto, cala a droga da boca. – Foi ignorado.

–... Eles não vão deixar de gostar de você por isso, e mesmo se deixarem...

– Cala a boca!

– Eu ainda vou te amar.

Um “oooowwn” geral soou na mente dele. Sasuke fechou os olhos com força, e por mais que procurasse o ódio que deveria estar sentindo, não achou. Abriu-os para encontrar o sorriso orgulhoso de Naruto, provavelmente se sentindo o tal por ter conseguido terminar seu discurso.

– Você... – Respirou fundo. – É um completo, estúpido, irrevogável e inegável viado. Eu vou voltar pro quarto sozinho, obrigado.

Voltou para perto do elevador e apertou mil e uma vezes o botão, tão furioso quanto quando saíra dele.

–... Então você já desistiu de dizer seu ‘eu te amo’, Sasuke?

A porta se abriu. Sasuke sentiu-se ainda mais irritado ao perceber que não tinha absolutamente vontade nenhuma de entrar ali. Virou-se para voltar a encarar o dobe que agora parecia estar realmente com medo.

Seu dobe.

– Eu ainda estou irritado, sabe?

– Acho que essa não é a resposta certa, Teme.

Avançou seus poucos passos até o infeliz – ele receberia a punição adequada mais tarde, certo? – e deu-lhe um selinho. Ouviu as pessoas ao redor soltando mais risadas e mais alguns “oont”. Alguém – ele descobriria mais tarde quem – gritou um “viado!”. Separou-se de Naruto e cruzou os braços, bufando.

– Homossexual. – Naruto gritou de volta para a platéia. – Não sou covarde, nem to com vergonha. E além de tudo, eu sou o Hokage.

Mais risadas.

É, ele dera o azar de se apaixonar pelo Hokage mais estúpido da história.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, opiniões?!
Comentários, sugestões... Qualquer coisa gente.
Team SasuNaru? -qq
Beijos =*