Nico.

Cair, nos primeiros segundos, dava uma sensação boa, como voar. Mas depois, era completamente desesperador e terrível. O vento me atingia como se fosse facas, o chão se aproximava depressa. Fechei os olhos esperando o pior.

Atingi algo macio e meio pontudo. Abri os olhos e me vi em um ninho gigante. ao meu lado, estavam alinhados 3 ovos que pareciam ser de avestruz. algo cutucou meu pé. Olhei para trás e vi a garota suicida apontando freneticamente para min e para a parede em que estava encostada.

_ O quê? - falei confuso

Ela revirou os olhos e me puxou para a parede do penhasco. Bati com a cabeça na pedra.

_ Ai! - reclamei- Por que você....

Ela fez um sinal para que eu ficasse em silêncio e olhou para cima. Segui seu olhar.

No topo do penhasco, estava um nascido da terra com cabelos desgrenhados e um olhar assassino. Ele olhava para baixo, diretamente para nós.

Ele vai nos ver, pensei, já nos viu.

Mas o nascido da terra só bufou frustrado e saiu de vista.

Olhei para a garota, que agora tinha se levantado e estava recuperando a bolsa caída num canto.

_ VOCÊ É MALUCA! - gritei. não consegui me conter. Ela era mesmo.

_ É, muitas pessoas dizem isso. - respondeu ela indiferente.

Ela pôs a bolsa atravessada no corpo e olhou para o topo do penhasco.

_ Vamos ter que escalar. - falou, e depois olhou para min - É melhor você ser rápido. Duvido que demore muito para o grifo dono desse ninho aparecer.

_ Grifo? - perguntei incrédulo

_ É claro. - respondeu ela sem paciencia - Achou que qual outro bicho teria feito este ninho gigante? Você é meio lerdinho, ou oquê?

_ Não sou lerdo! - falei - Mas não acho que meu cérebro trabalhe muito bem depois de eu ser atirado de um penhasco!

_ Que seja.

Ela saltou para a parede do penhasco e começou a escalar. Depois de alguns segundos a segui.

Chegamos no topo do penhasco mais rápido do que esperava. A garota bateu as mãos tirando a poeira e se virou para min.

_ Bem, então nos vemos por aí garoto.

_ Espera! - falei.

Ela parou de andar e olhou para min

_ O que foi?

_Bem... - não sabia o que dizer. Não podia deixar ela ir embora. Eu não sou burro: sabia que era ela que os deuses e gaia estavam procurando. Ou seria uma coincidência muito grande ela estar sendo perseguida por nascidos da terra, e eu encontra-la logo depois de ter sido "alistado" para encontrar uma garota que Gaia perseguia. Mas eu não acreditava em coincidências.

_ Estou esperando. - disse ela impaciente.

_ Ah, bem, - pense Nico, pense - é que, tipo, acabamos de ser seguidos por nascidos da terra e pulamos de um penhasco, - pense - e eu nem sei seu nome!

Ela levantou uma sobrancelha. " e eu nem sei seu nome"? De onde tirei isso?

Estendi minha mão um pouco envergonhado

_ Sou Nico di Angelo - falei - Filho de Hades.

Ela me encarou por um instante, parecendo desconfiada, mas depois apertou a minha mão.

_ Sou Amy. - ela soltou minha mão e começou a se virar - Bem, já que agora sabe meu nome, acho que já posso ir.

_ Não! Espera! - me pus em sua frente, bloqueando a sua passagem para a floresta - Posso fazer uma pergunta?

Ela bufou impaciente.

_ Se eu disser que sim, você me deixa passar?

_ Talvez.

_ Fala logo, então.

_ Por que.... - vamos nico, falta pouco - Por que aqueles nascidos da terra estavam te seguindo?

Ela hesitou por um momento. Mas depois disse:

_ O porque de eu estar sendo perseguida por monstros não é da sua conta filho de Hades. Agora, será que eu posso passar...

Ela tentou ir pela direita, mas eu a bloqueei. Ela tentou ir pela esquerda, mas eu fui mais rápido. Ela tentou dar a volta e a bloqueei de novo.

_ ARGH! - disse Amy com raiva - Você é sempre tão irritante e insistente?

Eu era, pensei, antes de Bianca morrer. Mas só disse:

_ Eu paro, se você deixar eu ir com você.

Ela me olhou incrédula

_ Só pode estar de brincadeira né?

_ Na verdade não.

Ela olhou pra mim por alguns instantes com um olhar assassino, mas só suspirou e disse.

_ Tudo bem filho de Hades, mas se algo acontecer com você não vai ser culpa minha!

Ela deu a volta por mim e entrou na floresta. Eu a segui tentando esconder um sorriso.