Flor De Apolo escrita por Gus


Capítulo 13
A dama da morte


Notas iniciais do capítulo

Pessoas, estou triste, realmente triste, este é o antepenúltimo capítulo da fanfic. Obrigado a todos que estão acompanhando e que ainda vão acompanhar.

— Um capítulo a cada três dias.

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A dama da morte.

Herdeiro do Submundo. Capítulo Treze.

A sensação de tristeza, o desespero em meu olhar, o furo em meu coração. Estes são os presentes que Marie deixou-me. Minha mão tremia, segurava sua nuca, seus cabelos ruivos prendiam-se em meus dedos. Ela se foi, não a Marie que havia tentado me matar. E sim a Marie que acordava com seu belo sorriso estampado em seu rosto. A Marie que segurava minha mão no momento de desespero. A Marie que me abraçava, fazendo-me sentir especial, fazendo-me sentir vivo. Essa foi a Marie que se foi. Se eu tivesse ajudado ela, a culpa é minha...

 Sinto algo realmente pesado e quente em minha mochila, algo que não estava. Abro-a correndo, uma luz verde iluminava o vazio de minha mochila, o sangue de górgona. Destampo-o e coloco um pouco nos lábios de Marie, e vejo o vejo escorregando até sua garganta. Seu corpo treme. Coloco mais um pouco. Alguns grunhidos saiam de sua boca, ela estava respirando novamente. Pego seu corpo, levando-o comigo até a porta do terceiro andar. Abro-a. Uma espécie de sala de ouro estava a nossa frente, um templo a Apolo talvez. A sala era um complexo redondo de ouro que no qual havia somente um trono no meio. Deito Marie no chão e coloco um pouco do sangue em seus lábios novamente.

 Ajoelho-me em frente ao trono e começo uma oração silenciosa a Apolo. Em pouco tempo um fleche de luz dourada reflete por toda a sala.

- Por mais que não pareça, essa não é um templo. – Ele me encarou com um leve sorriso.

 Levanto-me e o encaro.

- Então o que seria?.

- Isso era a sala de Midas, a sala era completamente de madeira, até que Phobos e Deimos tomou conta do local. Midas não quis discutir com deuses menores e fugiu aquele covarde. Mas isso foi há muitos milênios. – Apolo explicou-me.

- Midas... O do toque de ouro – Apolo afirmou.

- Phobos e Deimos são filhos de Ares. – Assenti com a cabeça. – Mas acredito que você não me chamou para uma aula de Mitologia. – Ele olha em direção de Marie e aproxima-se dela.

 Apolo pegou o corpo de Marie ainda frio do chão e colocou-o no trono. O corpo não ressentiu e ficou em posição, como se ele estivesse vivo. Apolo deu meia volta em direção das costas de Marie.

- O que você está fazendo¿

- Ela não pode ficar mais nesse mundo. - Sua expressão havia mudado, ele estava aflito. A sala começa a tremer, correntes prendem os pulsos de Marie, Apolo já havia se afastado da cadeira. O que estava havendo?. - Isso é para o seu bem. Espero.

 O chão em volta de Marie, começa a despedaçar. Marie em poucos segundos estaria sendo jogada. Pulo em sua direção, a cadeira cai, mas já não existia mais chão. E por fim, Marie e eu estávamos caindo, em direção ao nada.

 Acordo espatifado em pleno chão de obsidiam, Marie estava ao meu lado e a cadeira na qual estava sentada estava intacta ao seu lado. Levanto-me e a encaro. Onde estamos?. Olha ao lado e percebo no mesmo momento na encrenca que havíamos entrado. Gritos sufocantes viam depois do grande portão metálico, almas sendo torturadas. O estalo de chicote ao acertar a pele exposta de uma provável alma perdida. Estávamos no mundo inferior. Desde minha visita nada havia mudado, a onda de tortura, o massacre de almas, tudo continuava o mesmo. Hades provavelmente não notara minha presença em seu estabelecimento, havia dois portões em nossa volta, um que nos guiariam ao seu castelo, e o segundo o campo dos Asfódelos. Marie agora estava viva.  Ela levantou-se e foi em direção ao segundo portão, em direção de sua provável segunda morte. Levanto rapidamente e seguro seu braço.

- Você não pode fazer isso, – Sua pele estava mais pálida de costume, seus cabelos sempre vivos estavam em um grande apagão alaranjado, seus olhos estavam brancos. – Quero dizer... Você não pode fazer isso comigo.

- Olhe para mim. Não sou mais uma humana. Dave, eu não posso mais viver ao seu lado.

- NÃO DIGA ISSO! – Abraço-a. Meus lábios tremiam, meus olhos estavam ardendo, tinha que ter outro jeito. – Você vai ficar bem... Nós vamos ficar bem.

- Dave, - Ela pousa sua mão em minha face, eu seguro-a acariciando a palma de sua mão. – Você não me entende...

- Então me explica. Eu posso entender – Afasto sua mão de minha face e a seguro, pousando minha mão em sua cintura. Sorrio, ela não retruca. – Podemos sair daqui, tenho certeza que meu pai deixaria, é fácil...

- Me escute, – Olho em seus olhos. – Dave eu não posso mais voltar, eu não quero... Eu não quero lhe fazer sofrer. Agora me deixe – Ela se afasta, me empurrando para o lado oposto.

- Não é fácil... Não é fácil te esquecer, esquecer-se da gente.

- Você já fez isso antes, poderá fazer novamente. – Sinto uma pontada atingir minha barriga.

- Eu nunca lhe esqueci, eu sempre estava procurando uma maneira de salva-la, a flor era a única maneira de me libertar da maldição...

- Você vive usando essa desculpa, – Ela me encara com desprezo – O que seria essa tal maldição afinal?.

- Você não vai entender...

- Ótimo – Ela se vira e vai a caminho do portão.

 Encaro seu corpo se despedaçando, e em seu lugar o branco preenchia-se.

- Quando eu havia acabado de obter seis anos... – Não havia outra maneira, teria que contar-lhe a verdade. Marie para e volta seu olhar em minha direção. – Perséfone tentou afogar-me em pleno banho, minha mãe havia saído e a pela primeira vez fiquei sozinho. Perséfone não obtia permissão de entrar em minha casa enquanto tivesse alguém em minha companhia, essa foi à deixa para minha morte. A porta estava trancada, pequenas raízes começaram a brotar pelas rachaduras dos azulejos, não havia percebido nada, e não entendo muito bem até hoje o que acontecera. As pequenas raízes enrolaram-se em meu corpo me puxando para o fundo da banheira, na mesma hora minha mãe entrou novamente em casa, Perséfone não foi embora. Quando minha mãe entrou pela porta, as raízes já havia ido embora, e meu corpo boiava sobre a superfície da água. Naquele mesmo dia jurei vingança contra Perséfone. Quando Hades soube de meus planos contra sua mulher, proibiu qualquer demonstração de desafeto entre nós. Perséfone não gostou muito disso, jogando-me então uma maldição sobre meu corpo, qualquer pessoa, tanto mortal ou semideusa, que eu me apaixonar-se, seria estilhaçada. – Marie suspira. – Esse é o verdadeiro motivo pela busca.

 Marie me encara, nenhuma reação veio da mesma. Ela já não era a mesma, boa parte de seu corpo estava rachado, e no lugar de sua pele habitava o simples branco.

- Dave, – Sua voz era fraca. – Você me abandonou uma vez, – Lagrimas escorriam pela parte que ainda sobrara de sua face. – Você me traiu, - Sua pele era substituída aos poucos pelo tom esbranquiçado. – Mesmo assim eu te amo... Seu grande babaca. – Ela sorri levemente.

- Eu também te amo Marie, eu também te amo – Faço um esboço de sorriso.

 Ela se vira e anda a caminho do portão, ela encosta sua mão levemente no portão e por fim, seu corpo se explode em fumaça. Marie havia ido embora, para um lugar melhor talvez.

Ao voltar à montanha, sentei-me em frente à porta que me levaria ao próximo desafio, o chão atrás de mim estava quebrado, Apolo não estava mais aqui, e tudo havia mudado.

 Levanto-me e abro a porta.

 Esse provavelmente é o fim.


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Notas finais do capítulo

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