Fire With Fire escrita por NKIDDO


Capítulo 7
Um sentimento aprofundado.


Notas iniciais do capítulo

Só quero me desculpar pelo atraso, tive tantas provas! E ainda tem mais, mas consegui postar ICEGIRL e FIRE WITH FIRE.
Espero que gostem, mesmo meus dedos estando tão gelados que eu tive dificuldade de escrever haha



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CAPITULO 7 – Um sentimento aprofundado.

Depois de estarmos oficialmente na REDSTAR, nosso trabalho ficou mais árduo do que quando queríamos entrar. Tínhamos que fazer shows em bares noturnos como desesperados, pois só assim teríamos nossa estreia. Para que tal desejo acontecesse, nosso dever era vender mil copias do nosso CD demo, e então um tipo “abaixo assinado” para a REDSTAR promover um show. Está vendo Cam, logo pisarei no mesmo solo que o seu, mas não me contento, quero mesmo é pisar na sua fuça.

Meio agressivo? Não? Imaginei.

Decayed Fire – minha banda – estava preocupada, o que não era para menos, já que tínhamos um prazo curto. Haru treinava suas cordas vocais juntamente com o restante da banda, para apoio, uma vez que no rock sempre era necessário um apoio vocal. Sting se ajoelhava no milho, o que iniciava uma guerra de pipoca logo em seguida, como um deboche de sua iniciativa. Lembro-me de que Kylari e Haru sempre usavam a escola como um empurrãozinho, e quem sabe um dia fazer um show nas escolas? Precisávamos ficar mais conhecidos antes, ou seja, um show.

Foi ai que, durante um jantar com a minha família – Como meu pai havia me ajudado com as despesas, prometi que compareceria a jantares mais importantes, e como ninguém poderia me reconhecer, tinha que pintar o cabelo de castanho e tirar as lentes todas as vezes – que eu tive a brilhante ideia de falar com Matt. Raramente ele me dava a “honra” de sua presença, uma vez que não tínhamos AQUELA intimidade. Não obstante, acredito que possa convence-lo a cantar comigo.

Sim, uma música com ele me promoveria uma popularidade rapidamente. Mas porque ele faria isso? Se ele não concordasse, eu teria que oferecer tudo pela minha banda, pelos meus amigos. EU TINHA AMIGOS, como eu sou ousada por pensar nisso.

Sendo assim, logo depois do jantar, vou a REDSTAR o mais rápido que posso, sabendo onde ele estaria em uma noite de sábado. Eu sei que é maluquice, entretanto eu era muito curiosa em relação a ele.

Encontrei Matt em uma das salas de prática, tocando um violão enquanto cantava sutilmente uma melodia.

I don't know what I want to be yet But I can show that i need to see this

Entro na sala sem me preocupar se ele se envergonharia ou não e considerando que ele era um ator eu duvidava muito. Mas ao me ver ele não ficou com aquela cara impassível como no usual. Ele estava surpreso; Suas sobrancelhas se uniam em uma dúvida que o fazia perder o controle.

– Huttenlocher? – Indagou Matt.

Ah, era por isso. Sou tão burra!

– Ah... – Passei um segundo pensando se eu deveria ou não contar a ele, e conclui que ele poderia ser de confiança – Sou eu... Mizeria.

Um silencio se agravou por mais de um minuto, com ele sentado com seu violão e eu em pé, encarando ele. Vejo sua expressão mudar para uma mais suave, e sou envolvida por uma aura alegre, mas claramente falsa e forçada.

– Ora, então você, Clarissa – Ele pronuncia meu nome com intimidade, o que me faz arrepiar – É a filha do Huttenlocher – Matt sorri com malicia – O que me faz pensar porque a filha de um bilionário está em um ramo como esse, sem usar o poder do pai.

De fato. Se eu tivesse pedido ajuda ao meu pai, eu já estaria popular, tanto quanto Matt. No entanto, Cam, não contou com esse tipo de ajuda e eu tinha que fazer o mesmo, para pisar sem receio.

– Quero conseguir as coisas por mim mesma – O que não era mentira – Preciso ficar famosa rápido, por mim e pela minha banda. – Engulo a seco – Preciso da sua ajuda.

– Minha ajuda? – Matt estava monótono, como se não representasse muita coisa – E como eu posso ajudar uma Huttenlocher?

Eu via que ele estava se divertindo com tudo isso, aquele imbecil. Mas eu tinha que me manter calma, eu realmente precisava dele. Matt poderia não entender, afinal, ele não me conhecia.

– Cante comigo.

– E porque eu faria isso? – Ele respondeu rapidamente, como se já soubesse o que eu queria com ele o tempo todo, o que tornaria ele o manipulador dessa conversa.

– Na verdade, eu não sei – Admiti – Mas eu faço o que você quiser, não é por mim, é pela minha banda!

Por um momento, eu parecia com antiga eu. Me rebaixando dessa forma. Eu não queria voltar a ser como era, jamais. Matt desliza seus dedos pelo violão e de repente aquela sala – Com um piano, paredes aveludadas de vermelho e um carpete dourado – pareceu mais confortável. Mattriew estava cantando, e eu senti que ele queria ser acompanhado.

Agora é a minha vez

Eu farei o que eu quero, porque esta é minha vida

Aqui, e agora,

Vou permanecer no caminho e nunca recuarei

Eu sei no que eu acredito em meu interior

Estou acordado e estou vivo


Nós paramos, olhando um para o outro, provavelmente com o sentimento da música ainda nos inundando. Minhas causas podiam ser “profanas”, mas eu amava cantar, e ele também. Por um momento senti vontade de abraça-lo, como ele estava – Mais baixo que eu devido ao fato de estar sentado, com os olhos esperançosos e animados como jamais vira.

Mas não o fiz, e provavelmente não o faria jamais.

Ele concordou em cantar comigo, - com a condição que eu faria o que ele quisesse – desde que quando chegasse a hora, eu faria um clip com ele. O que não era ruim, mesmo eu tendo vergonha. Como ele não tinha uma “banda” a minha mesmo me ajudou com a música.

O tempo em que passamos compondo e cantando foi agradável. Misturávamos nossa voz, separávamos, riamos e o nosso tempo passava. Ele ainda tinha seus afazeres como ator, mas achava um tempo para mim. Por vezes jantamos juntos. Houve momentos em que eu pensei que poderia estar apaixonada por ele; Então me lembrei que paixão e amor são coisas para crianças. Eu jamais amaria alguém, depois daquela decepção. Em duas semanas, a música inteira estava pronto e impecável. Muito melhor do que qualquer música que eu já fiz para Cam.

– Viu, - digo cutucando Matt – minha voz é perfeita com a sua – Começo a rir sarcasticamente, e ele apenas sorri sem mostrar os dentes.

Ele para de sorrir para se concentrar na estrada. Suas mãos firmes no volante sincronizados com seus olhos castanhos, os mesmos que me disseram “vamos jantar”. Eu fiquei feliz por nossa relação ter se aprofundando, mesmo que superficialmente.

Gostava de Matt, porque ele não procurava se intrometer na minha vida, apenas fazíamos tudo profissionalmente, mesmo que ocasionalmente ele me pergunte algumas coisas. Até porque, tudo o que eu tinha pra contar, eram acontecimentos recentes, a minha infância e todos os momentos com Cam para mim não existiam mais.

Eu estava com uma blusa branca com botões e em cima uma jaqueta simples preta. Uma saia no estilo colegial preta, botas amarradas em um laço e uma meia calça com renda e um laço que prendia-a junto a coxa – minha coxa não era lá aquelas torneadas, fazer o que.

Meu cabelo já estava azul-esverdeado novamente, e mesmo com todo aquele estilo, graças ao meu rosto eu tinha “ares inocentes”. Meus lábios tingidos com um gloss laranja claro, se apertavam quando eu me virava para ver Matt. Não podia negar que ele era lindo.

Seus cabelos rebeldes e castanhos escuros caiam sobre o rosto, despreocupadamente. Provavelmente ele não fazia ideia do estilo que tinha, maduro e jovial ao mesmo tempo. Estava com uma blusa branca simples, uma jaqueta de couro preta e uma calça jeans escura, que combinavam com seu coturno curto.

– Chegamos – Ele anuncia, já descendo do carro. Ai vocês pensam “ele vai abrir a porta do carro para ela, porque ele e um cavalheiro”. Ao inferno, aquele maldito! – Se apresse.

Quase arrombo a porta ao sair, e passo por ele rapidamente, com o nariz empinado. QUEM ELE PENSA QUE É? Ah sim, Mattriew. Existia uma mesa reservada para nós dois, próxima a parede de vidro, que nos dava uma visão privilegiada da noite estrelada de hoje.

– O que vão querer? – Diz o garçom formalmente, mas vejo que ele se alegra por estar atendendo Mattriew. Já prevejo alguém fazendo copias da assinatura da nota fiscal em.

Matt murmurou algum prato, e quanto eu entendi reparei que era o mesmo que eu pediria. Minha mente entrou em conflito “pedir a mesma coisa ou não pedir” eis a questão. E se ele achar que eu estou copiando ele? Bem, tarde demais, ele falou “para os dois”.

– E para beber? – Indaga, anotando tudo.

Eu nunca entendi nada de vinhos, mesmo que meu pai tentasse muito me ensinar. Para mim, todos estavam vencidos. Mesmo assim, ele responde uma data pré-histórica de vinho e o cara anota. PAREM DE TOMAR COISAS VELHAS. Bem, ele está pagando, então né...

Eu comecei a conduzir uma conversa, uma vez que aquele miserável era incapaz de se interessar em uma jovem como eu, capeta.

– Você não vai comer os vegetais? – Pergunto, olhando para o brócolis coberto de catupiry.

– Não gosto... – Pela primeira vez, ele se mostra infantil para mim. Não comer vegetais com a média de 25 anos? Ele olhava para baixo, sutilmente corado. – Ei, pare de rir.

Mas era tarde, já saiam lagrimas dos meus olhos de tanto rir, ao mesmo tempo que me continha para não gargalhar alto. Depois de um tempo, ele se rende e começa a rir também. O engraçado do sorriso verdadeiro dele, era que seus caninos eram pontudinhos, como se ele fosse um vampiro ou coisa assim. Era bonito e um tanto sensual, como se ele pudesse morder meu pescoço.

– Vou ao toalete – Digo, sem me importar com sua resposta.

O banheiro era elegante como os que eu era acostumada a um tempo atrás. Tinha um ar rustico, mas ao mesmo tempo era bem equipada com coisas “atuais” como flúor, fio dental e secadores de mãos quentinhos. Faço o que tem que ser feito e vou a pia para lavar as mãos, olhando para o espelho iluminado por uma lâmpada amarela. Eu me sentia bonita, digna de estarão lado do grande Matt, ou até ao ponto dele estar digno para mim.

Saio do banheiro satisfeita com meus pensamentos, imaginando uma situação em que eu diria para meus filhos “pois é, sua mãe é um estouro rapazes” quando escuto uma voz familiar dizer.

– Ora, ora, ora – Era quase uma melodia – Se não é a senhorita recusadora.

Com todos os restaurantes no mundo, porque aqui, Cambriel? Mantenho minha frieza aparente, mesmo estando contente a alguns segundos atrás. O banheiro masculino era de frente para o feminino, e um tanto escondido.

– Está me perseguindo? – Provoco, mas com indiferença. Não espero sua resposta – Se me der licença.

Eu não entendo... Em todos os meus anos com ele, Cam jamais pediu por mais atenção minha. Mesmo que eu chorasse, ele jamais olhava para mim. E só porque agora eu pintei meu cabelo e tinha uma vontade enlouquecedora de ver ele atropelado por um monociclo, Cambriel insistia em me quere com ele. Ou só estava insatisfeito por ter uma mulher da minha idade não gostando da música dele, que na verdade eram minhas!

– Te perseguindo? – Diz ele me cercando contra a parede – Não é contrário? Disse que não queria um autografo meu e se arrepende agora?

Como ele podia ser tão nojento e desagradável? Mas mesmo assim, a pergunta que mais me machucava era “como eu nunca vi?”

– Você é meio maluco não é? – Digo o afastando de mim – Vasculhando por fãs suas em todos os lugares. – Digo dando de ombros – Infelizmente não é aqui que vai encontrar.

Eu pude ver um relampejo de raiva passar por seus olhos, mas por fora, ele era o mesmo convencido de sempre. Eu o encarava com o ar de despreocupada e provocação ao mesmo tempo, uma mistura desagradável, em minha opinião. Ele vem em minha direção, na intenção de, provavelmente, me colar com ele na parede; Fico feliz por Matt aparecer bem na hora, e me puxar para si.

Ele? – Cuspiu. – Mattriew levando uma vagabunda dessas para jantar? – Ele ri – O que suas fãs diriam?

– Eu lá vou saber? – Ele começa a se afastar, me conduzindo com as mãos em meus ombros, me envolvendo. Era quente com ele, e seguro. – E tenha mais educação, jovem.

Mesmo eu pude sentir a malicia em “jovem”. Ele teve realmente a intenção de ferir os sentimentos de Cambriel, e os pontos de Mattriew subiram no meu conceito, haha. Ele pediu a conta e logo estávamos no carro, ele me levaria para casa, e amanhã os preparativos da música. Ele não me perguntou nada sobre Cambriel, e eu agradeci em silêncio. Mas silêncio nunca é bom não é?



And this is no case of lust you see

It's not a matter of you versus me

Its fine the way you want me on your own

But in the end its always me alone



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Notas finais do capítulo

Como costumeiro, http://letras.mus.br/the-cardigans/6828/traducao.html

eis a ultima musica do cap;
PERGUNTA!
o que acham que a Mizeria vestiria bem?

http://data.whicdn.com/images/35416290/tumblr_m6yo77FMHw1rxq0e8o1_500_large.png

MATT DENTINHOS!

http://data.whicdn.com/images/58030834/tumblr_mkicurpNjp1qjlrc4o1_400_large.jpg

no proximo posto uma fota da Mizeria castanha!