Mel Williams & A Guerra entre o Olimpo escrita por Vicky


Capítulo 9
A Deusa Santa Nos Salva


Notas iniciais do capítulo

Confesso que por um tempo desisti de escrever, mas retornei. Enfim, vou tentar postar até o final, talvez a cada duas semanas.
Boa leitura



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Nós três corremos em direção oposta daquele uivo. Minhas mãos rasparam nas plantas e nas cascas das árvores, machucando-as, as folhas mais baixas batiam no meu rosto, e meu tornozelo, cujo qual eu havia machucado há algumas horas atrás, estava doendo novamente, uma dor aguda e nauseante. Mesmo assim não parei de correr.


Jonathan estava na frente, com aqueles cascos e o porte de bode ele corria até mais rápido que Connor. Travis estava um pouco atrás, mas nada comparado a mim, eu estava a uns quinze metros de distancia de meus amigos.


O uivo, que antes era um só, agora eram vários, e vieram de todos os lados, começamos a ficar confusos. Ouvi um barulho diferente, um estrondo. Olhei para trás, sem sinal algum de nada, olhei para frente novamente e...


– Ai! - eu disse com a cara em uma enorme, escura e coberta de musgo verde, parede de pedra – quem colocou isso aqui? - Olhei para a lateral, Jonathan e Travis caídos e atordoados, com enorme galo na cabeça.


– Puxa! Meus chifres! – Jonathan reclamou.


O céu escureceu, parecia ser de madrugada. Um calafrio passou pela minha coluna, minhas pernas bambearam, minha cabeça revirou, pude sentir minha espada ficar mais pesada. Olho em volta, tentando fixar o olhar na parte escura da floresta, até que vi uma luz, uma enorme jaula de bronze, dentro dela Meg e Jake, um do lado do outro, sujos de lama e com alguns arranhões no rosto.


– Meg! - gritei, mas ela não deu ouvidos.


Corri naquela direção, mas fui interrompida por alguém.


– Patético! - uma áspera, seca e atormentadora voz ecoou na minha mente - uma semideusa que não sabe lutar e que não tem nenhum poder, eu poderia até sentir pena de você, mas tenho mais pena dos meus lobos famintos.


Pude ouvir os rosnados mais próximos, e uma dúzia de lobos apareceu de repente, como se já estivessem ali há muito tempo. Eles nos cercaram, e só agora eu entendi. Eles não estavam atrás de nós, não queriam nos machucar, pelo menos ainda não. Estavam nos empurrando para uma armadilha, estávamos encurralados. Não havia para onde fugir.


– Solte-os! – ordenei.


– Solta-los? Não querida, isso é só uma imagem. Está vendo essas barras de bronze? Elas vão apertando a cada segundo, em dois dias eles estarão como carne moída - a voz gargalhou.


Lobos, de três metros de altura, com olhos profundos e enormes dentes caninos amarelados e cobertos de baba se aproximaram. Suas patas eram do tamanho da minha cabeça. Não teríamos chance, Dioniso tinha razão, Zeus sabia que falharíamos, e eu também lá no fundo sabia que não daria certo.

Eles rosnaram e atacaram, em uma velocidade incrível voaram na nossa direção. Meu sonho, o que eu havia tido no acampamento, estava se realizando, poucos centímetros de distancia, e eu já conseguia sentir o horrível bafo de sátiro estragado. Fechei meus olhos com força, não queria que a última imagem que visse fosse essa.


Algo passou zumbindo pelo meu ouvido, abri meus olhos e vi um dos lobos se transformar em pó. Mais flechas voaram na direção dos lobos, pilhas e mais pilhas de purpurina dourada estavam sobre a neve. Logo os lobos restantes fugiram, junto com a voz.


Uma pequena menina de cachinhos, que aparentava ter menos de doze anos, segurava um arco e uma flecha de prata nas mãos.


– Caçadoras, dividam-se! Metade do grupo siga-os - ela apontou para o local onde estavam os lobos há dois segundos. Era uma criança de doze anos, mas com uma postura madura e rígida - A outra metade monta o acampamento, rápido! - a criança olhou para mim, seus olhos acinzentados e brilhantes, parecia até a própria lua.


– Lady Artemis! - Jonathan curvou-se em uma reverencia.


– Artemis? – perguntei tentando me lembrar quem era Artemis


– Sim, deusa da caça, filha de Zeus, irmã de Apolo... – ela disse como se tivesse lido minha mente.


– Não é muito nova para uma Deusa?


Jonathan me olhou com uma careta e balançou a cabeça com um não.


– Posso ter a forma que quiser, mas prefiro esta.


– Obrigada por nos salvar, acho.


– Venha em minha tenda, quero conversar com você - ela virou-se para as outras meninas e gritou - Thalia, certifique-se de que esse, menino, não fique perto de minhas caçadoras.


– Claro – disse a menina de cabelos negros, olhos azuis que transbordavam energia e pele branca que aparentava ter uns dezesseis anos que se chamava Thalia.


– Thalia, é sempre bom revê-la – Travis disse com um meio sorriso.


– Não posso dizer o mesmo – ela retrucou.


Antes que eu pudesse ver onde aquela conversa iria dar, Ártemis me indicou sua tenda:


– Entre – disse, abrindo uma passagem para mim.


Por dentro parecia algo muito maior, talvez houvesse magia naquele lugar, o que não me surpreenderia. Havia algumas almofadas pratas no chão, uma mesa de madeira escura com diversas armas espalhadas e um mapa com rotas traçadas.


– Sente-se - ela disse.


Sentei-me no chão, em cima de um tecido azul, Ártemis estava na minha frente em pé, ela pediu para que as caçadoras que ali estavam se retirassem para que pudesse conversar comigo a sós.


Ela se sentou ao meu lado e olhou nos meus olhos com um pouco de pena.


– Sei que está doente.


– Eu não... – tentei mentir.


– Sei que está tentando proteger seus amigos, mas a mentira nunca é a melhor maneira de resolver seus problemas, minha querida.


– Não quero preocupá-los - eu disse tristemente.


– “Com fúria a guerra começará” – ela repetiu o verso da profecia - Quando aquela fúria a envenenou, a guerra começou, entre Zeus e Hera, todos estão divididos lá em cima.


- Não há como...


– A forma mais fácil de acabar com tudo seria se tornar uma caçadora, o veneno sumiria do seu corpo e os deuses teriam que aceitar, mas não vou lhe pedir isso. - ela olhou para fora da tenda onde Travis tentava fazer malabarismo como Jonathan e deixava as laranjas cair.


– Eu... eu


– Você o ama - ela disse - o amor adolescente, já me senti assim.


Olhei para ela espantada, Ártemis não parecia com quem já havia tido alguma conversa com algum garoto.


– Mas você odeia os homens.


– Cada momento que passava com ele era incrível, eu estava apaixonada – ela ignorou o que eu disse e olhou para cima como se sentisse saudades.


– E o que aconteceu?


– É uma história complicada, - ela afastou os pensamentos e voltou a postura rígida – mas acabou de uma forma ruim. Para nós, deuses, semideuses, ninfas ou sátiros, não existe um felizes para sempre, os monstros sempre estarão atrás de nós, sempre haverá algo que tirará o seu sono, entenda que isso que você está passando é só o começo.


– Me sinto muito melhor agora - falei com sarcasmo.


A Deusa se levantou, e eu a acompanhei.


– Faça a escolha certa.


– Eu farei! - espero.



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Notas finais do capítulo

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