Mel Williams & A Guerra entre o Olimpo escrita por Vicky


Capítulo 8
Crepusculo ataca


Notas iniciais do capítulo

Hey people!Olha eu aqui de novo, aproveitem!(por favor leiam as notas finais)



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– Tem certeza que é aqui? – perguntei em meio a calafrios.

– Absoluta – Jonathan confirmou – Quem quer fazer as honras?

Minhas pernas estavam tremendo, tinha um pressentimento ruim sobre aquele lugar. Estávamos parados na frente da Floresta Congelada. Uma parede invisível a dividia, era mais como uma parede de vidro que a cercava, você sabia que tinha algo ali, mas era difícil de ver. A névoa provavelmente escondia aquele lugar dos olhos humanos.

Dei um passo a frente, atravessando a fronteira. Um vento frio passou pela minha coluna, alcançando o meu pescoço, bagunçou meu cabelo e fez meus pelos arrepiarem por baixo da minha jaqueta. Minha cabeça rodou me deixando um pouco tonta, a visão embaçou, e depois de microssegundos tudo voltou ao normal.

– Então... como está o tempo ai do outro lado? – Jonathan perguntou.

– Descubra você – disse o chamando.

Dei mais alguns passos adentro, eu já odiava aquele lugar, e nem sabia o porquê exatamente.

Nós três avançamos floresta a dentro. Passamos por algumas árvores altas, cujo verde era quase impossível de ver. A neve cobria as árvores, o chão que pisávamos e algumas rochas que também estavam ali. Caminhamos por alguns minutos no silencio, até que Travis o quebrou.

– O que você está fazendo? – perguntou olhando indignado para Jonathan, ele fica tão fofo quando faz essa cara... Espera, afasta o pensamento, afasta o pensamento.

– É para não nos perdermos – explicou o sátiro.

Olhei para o chão e entendi a situação. Jonathan estava jogando pedaços de pão no chão, formando uma trilha.

– Isso aqui não é João e Maria! – e Travis reclama de novo.

– Eu sei que não é, mas olhe para essas árvores, todas iguais, como vocês querem voltar depois?

– Mas está desperdiçando a comida!

– É só você roubar alguma coisa depois, você sempre faz isso.

– O que você está insinuando? – ele avançou dois paços na direção de Jonathan.

– Seu pai é o Deus dos Ladrões, idiota!

– Ah – ele balançou a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse acabado de lembrar-se disso – tem razão.

– Não tem nenhum lugar pra assaltar dentro de uma floresta... – comentei, mas depois me arrependi disso.

– Viu? – Travis olhou para Jonathan novamente, arqueando as sobrancelhas.

Jonathan parou, como se estivesse congelado, o que não seria novidade tamanho o frio que fazia. Ele não parecia assustado, estava até sorrindo, feito um bobo.

– Jonathan? – perguntei.

Travis se virou para onde o sátiro estava olhando, e ficou da mesma forma, parado, e sorrindo.

– O que foi? – tentei de novo.

Me virei e vi duas meninas, pareciam ter uns 16 anos. Uma delas tinha cabelos loiros que caiam sobre seus ombros e olhos azuis. A outra era uma afro-americana, cabelos enrolados pouco abaixo dos ombros, com olhos cor de mel. Elas duas eram lindas, mas pareciam estranhas pra mim, não estavam usando casacos, ambas apenas trajavam vestidos floridos e salto alto. Quem anda na neve de salto alto? Pensei .

– Olá meus amores, meu nome é Tammi – disse a loira se aproximando de Jonathan.

– E o meu é Kelli – a outra se aproximou de Travis e passou seu dedo no seu queixo.

Eu não estava gostando daquilo, nem um pouco.

– Nós moramos aqui perto, querem vir conosco? – Tammi perguntou.

– Aham – Travis murmurou, agora babando.

– Venham, sigam-nos – disseram enquanto andavam para fora da trilha.

Os dois meninos começaram a segui-las, segurei o braço de Travis e o sacudi.

– Parem com isso! – gritei, mas eles não respondiam.

– Continue andando querido – Tammi chamou com uma voz doce, doce e enjoada – não ouça essa daí, ela só está com ciúmes.

Eu não estava com ciúmes, não mesmo, e não vou entrar nessa discussão de novo.

Saquei minha espada/chave/colar, que estava presa no cinto da minha calça e gritei, tentando parecer mais confiante do que eu realmente era.

– Só pode levá-los, se passar por mim.

Assim que eu disse isso, pude ver a forma verdadeira delas, sua perna esquerda era marrom e peluda, com um casco de burro, talvez ela fosse parente de Jonathan, pensei. A direita era moldada como uma perna humana, mas feita de bronze.

– Empousa! – Jonathan pulou saindo do transe.

Não tive tempo de perguntar o que era uma Empusa, porque automaticamente Tammi me atacou, mas consegui sair do seu caminho. Investi pela direita, o que foi burrice, pois a perna mais forte era aquela. Ela desviou e colocou sua perna de bronze na frente da minha, se não fosse eu com a cara na neve, eu riria.

Me virei de barriga pra cima, ela deu a volta em mim, esperei o momento certo, cruzei minhas pernas em volta do seu pé e depois girei, ela foi ao chão.
Me levantei depressa e mirei a espada no seu pescoço, a ergui com firmeza e abaixei rapidamente, teria cortado seu pescoço se ela não tivesse rolado.

Do outro lado do nosso campo de batalha vi Travis lutando contra Kelli, e Jonathan jogando amendoins em sua cabeça. Ele acertou mais um, a distração fez com que ela se virasse para atacá-lo, sem perder tempo Travis cortou sua cabeça fora a transformando em uma pilha de pó dourado.

Talvez eu tenha me distraído um pouco, a empousa que ainda estava viva me jogou para trás, atingi uma árvore e cai três metros. Atingi alguns galhos na decida, nada comparado com a dor de torcer meu pé esquerdo ao atingir o chão. Eu gritei algo, aquela dor estava me sufocando, soquei o chão algumas vezes até ver Tammi na sua forma bonita encantando meus amigos de novo, eles não teriam como sair dessa sozinhos.

– Travis! – gritei – Jonathan! – nenhuma resposta obtida.

Me levantei, bloqueei a dor e os meus berros, apoiei meu pé bom no chão fui na direção daquela empousa com minha espada na mão direita. Ela percebeu e se virou, bloqueando meu golpe. Desequilibrei-me e cai no chão. Ela se virou para olhar os meninos novamente, um pouco tarde demais, Travis, com um golpe a transformou pó.

A adrenalina passou, e a dor voltou. Travis veio na minha direção e me segurou.

– Você foi incrível – pude ouvir ele sussurrar no meu ouvido.

Uma dor de cabeça imensa atacou, e eu acabei dormindo, ali, nos braços dele.

***

No meu sonho, eu estava com meu pai, sentada na mesa de jantar, jogando poker como todas as noites na nossa velha casa. Ele estava sentado na minha frente, segurando as cartas com a mão esquerda e a xícara de café na outra. Era difícil ler o que ele pensava, sempre estava com a mesma expressão no rosto marcado com algumas rugas. Parecia pensativo.

Com a mão esquerda, cheia de calos de tanto trabalhar, pegou dez fichas e colocou no meio do monte. Em seguida, deu aquele velho olhar pra mim “É a sua vez, minha pequena”.

– É a sua vez, minha pequena.

Olhei minhas cartas e depois o monte, fiquei intercalando pensativamente, era difícil me concentrar o suficiente, normalmente eu me distraía e pensava em coisas paralelas.

Peguei minhas dez fichas restantes e apostei. Ele deu um sorriso de canto e abaixou suas cartas.

– Sequência – disse dando mais um longo gole em seu café.

– Pai, - ele subiu os olhou e me fitou – acho que já estou grandinha para saber mais sobre minha mãe – ele pareceu surpreso pela pergunta repentina mas respondeu.

– Você sempre será pequena, Mel.

– Talvez pra você, mas no fundo, sabe que eu mereço saber mais.

Ele suspirou.

– Eu achei essa foto – tirei do bolso um papel amassado que tinha a imagem dele com uma mulher – é ela?

– Você mexeu na minha caixa de ferramentas novamente Mel? – continuou com a mesma expressão, mas com a voz mais rígida.

– Desculpe.

– Olhe, eu quero te contar, mas tem algo que me impede, sua mãe me deu você, mas ela... – fez uma pausa, seja lá o que fosse dizer eu não saberia – sei que hoje você não vai entender, mas é o melhor que eu posso fazer agora, vou te levar para o internato da cidade.

Aquela lembrança tremeluziu e meu sonho mudou.

– Mel! Mel! – uma voz rouca chamou.

As imagens estavam embaralhadas, mas logo foram tomando forma. Pude ver Meg e Jake, sentados, com os rostos sujos e com alguns arranhões.

– Mel! – Meg disse – pode me ouvir?

– Meg? Meg, onde você está?

– Isso não importa agora, tenho pouco tempo para falar, mas você precisa entender uma coisa antes de tudo.

– Isso pode ficar pra depois, precisamos te salvar!

– Mel – Jake disse – isso é importante, ouça com atenção.

– Melissa, não importa o que aconteça, não importa o que digam a você, mas não nos salve!

– Como assim não salvar vocês? Como pode me pedir isso? Estou nessa missão justamente para isso.

– Quando você nos vir, não nos ajude! Me prometa isso, algo terrível vai acontecer, você vai ser...

O sonho desapareceu.

Abri meus olhos e me deparei com o rosto de Travis, a centímetros do meu. Corei instantaneamente. Ele estava me carregando nos braços.

– Você acordou! – disse.

– Durante quanto tempo eu dormi? – perguntei com voz de sono, parecendo uma bêbada.

– Não sei, umas quatro, cinco horas talvez.

– E você me carregou todo esse tempo? – só depois de dizer percebi o quanto idiota aquilo soou.

– Sabe, sobre aquela nossa briga hoje...

– Me desculpe, eu não devia ter agido daquele jeito, - o interrompi - você pode paquerar quem você quiser, eu não tenho nada a ver com isso...

– Eu que te devo desculpas, eu não devia ter dado em cima daquela garota enquanto estou interessado em outra pessoa – ele me encarou, com seus olhos castanhos, senti meu rosto corar novamente.

– Eu te amo tanto Romeu – Jonathan disse imitando o segurança da estação de trem – E eu te amo mais Julieta – agora fazendo uma voz grossa, eu e Travis rimos.

– Não me deixe Rose – entrei na brincadeira.

– Nunca te deixarei Jack – Travis continuou com a voz fina.

– Já está melhor? – perguntou o sátiro sem as calças.

– Acho que sim, talvez eu consiga andar – Travis me colocou no chão com cuidado, mas permaneceu ao meu lado.

Apoiei meu pé esquerdo no chão, ainda doía, mas eu conseguiria andar.

– Então?

– Dói um pouco, mas está melhor.

– Quer néctar? Ambrosia? Barrinha de cereal? – Travis perguntou.

– Eu aceito uma, obrigado – Jonathan disse.

– Eu não perguntei pra você.

– Eu sei, era só pra descontrair mais um pouquinho – Jonathan tirou o cantil de néctar da sua mochila e entregou para mim, eu dei alguns goles e logo já devolvi – melhor?

– Sim, podemos continuar – sorri.

– Aquela Empousa nem deu tanto trabalho assim – o sátiro disse se gabando.

– Claro, você não fez nada – Travis rebateu.

– Como assim não fiz nada? Eu joguei meus amendoins nela!

– Então! Qualquer um poderia ter feito isso.

– Não, porque não é todo mundo que carrega amendoins no meio de uma floresta coberta de neve.

– Ta, mas fui eu que cortei o pescoço dela

– Com a minha ajuda, claro.

– Okay, mas a maior parte fui eu que fiz.

– Mas...

– Chega! – gritei – vocês parecem criancinhas discutindo.

– É o que eu penso quando você e Travis estão discutindo – Jonathan disse colocando um amendoim na boca.

Bufei. Eles estavam brigando durante quase todo o trajeto, tudo bem que antes era eu e Travis, mas só brigamos uma vez, e era um assunto razoável.

Olhei para o céu, estava começando a escurecer, tínhamos que achar um abrigo rápido, antes que...

Ouvi um uivo horrendo se prolongando no ar.

– O que é isso? – Jonathan pareceu assustado.

– Eu é que não quero ficar pra descobrir – Travis respondeu.


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Notas finais do capítulo

Por favor, comentem, mesmo se não gostou, criticas são sempre bem vindas ok?bjs bjs bjsLay



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