Ká-bum! escrita por Nobody


Capítulo 7
Capítulo 6 - Ataque




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Após outra dança, eles se despediram e foram embora. No caminho, a garota não disse nada. Ele também não conversou. Talvez ele não deveria ter pedido aquilo, ou pelo menos não naquele lugar. Mas, para ele, aquilo não era um motivo que a deveria atormentar tanto: era apenas uma maneira de demonstrar que queria a companhia dela; mas também serviria para lembrar-lhe que aquela bela criatura com quem dançava iria sempre cumprir suas ordens.
***
No outro dia, Alicia não o acompanhou, nem ao menos o procurou. 
"Será que ela está brava comigo? Creio que ela irá cumprir a ordem que a dei. Ela deve pensar que aqui não preciso de proteção." – Este era o pensamento no qual queria acreditar, torcendo para que assim ela não estivesse magoada com ele.
Ao procurá-la, encontrou-a cuidando do jardim. Aproximou-se dela e ficou parado olhando-a trabalhar. Queria conversar, mas não sabia por onde iniciar.
-Não sei se eu disse isso, mas estavas linda ontem... e dançastes muito bem. - ele disse isso de cabeça abaixada. Os olhos da garota encaravam-no, mas ele não conseguia retribuir o olhar. Queria dizer que ela não estava linda somente no dia anterior e que possuía uma beleza cativante, mas não tinha motivos para dizer e nem sabia como.
- Obrigada senhor. - disse ela indiferente, continuando o seu trabalho.
- Eu irei na cidade agora. Venhas comigo.
- Não posso senhor. Arrumes um guarda que realmente seja forte para te proteger.
- Eu sei que você é forte. Eu não preciso de guardas, apenas de companhia. Irás comigo?
- Se é este o seu desejo senhor.
A garota seguiu-o até o portão e montou em um dos cavalos.
- Sabes cavalgar?
- Sei sim, senhor.
E os dois partiram. Era uma longa cavalgada e ele pôde conversar com ela. Pediu desculpas por fazê-la adquirir este trabalho, mas ela sorriu dizendo que seria bom sair daquela casa e ver outros jardins.
Quando chegaram, enquanto ele fazia algumas compras, ela cuidava dos cavalos. Viu várias pessoas que conhecera no baile e era como se estas não a reconhecessem.
Na volta, a garota que estava sorridente permanecia agora calada. Ele perguntou o que havia acontecido e teve uma respostas um tanto inesperada:
- Pessoas, senhor. Pessoas. Pessoas que o vêem somente quando estás no nível delas.
Ele percebeu que a garota estava realmente irritada.
- Concordo senhorita! Viver em um local onde reparam no seu dinheiro não é agradável a ninguém! E olhas que viveste isso apenas um dia e tens a chance de conhecer quem gosta de ti por quem és!
A volta foi constituída de uma conversa em volta desse assunto.
Inseguranças, raivas, desvaneios da vida... tudo virou assunto.
Por mais que não percebessem, já haviam virados confidentes e amigos.
***
Eles passaram o resto do dia juntos, conversando. Avisou a ela que dali a três dias queria visitar a outra cidade, mas que para chegarem de manhã, eles deveriam partir de madrugada.
Os dias que antecederam a viagem serviram para fortificar a amizade entre os dois, mesmo que permanecesse forte a relação entre senhor e criada.
No dia da viagem, enquanto colocavam algumas bagagens na carruagem, Adelaide apareceu para se despedir e vendo que a garota estava dentro da carruagem pronta para partir, ela chamou Willian para conversar.
- Sinhozinho, o que aquela criada tá fazendo na carruagem?
- Ela irá comigo Adelaide.
- Oxê sinhozinho! O sinhô tá de compromisso acertado e andas para lá e para cá com esta criada!
- Ela faz parte da minha guarda. Eu não gosto de sair com esquadras e ela é bem forte. E além disso, quem poderia dizer que uma moça como esta saberia lutar?
- Óia sinhô, eu sei que esta menina é disgranhenta de boa pra luta, mas mesmo assim, cê' tem que ter na cabeça que ela ainda é só uma mulher.
-Não entendo o que queres dizer Adelaide. Agora deixe-me ir que já estão me esperando para partir.
Era cerca das quatro horas da manhã quando saíram e chegaram na cidade logo ao amanhecer. Era uma cidade repleta de grandes pomares e diversas plantações. A beleza natural daquela cidade impressionava todos que por ali passavam.
O sol já estava forte quando haviam acabado o passeio por toda a cidade, então Willian pediu para que parasse a carruagem pois queria comprar uma lembrança para a velha negra que estava tão preocupada.
Deixou apenas o cocheiro junto com Alicia, dizendo que voltaria logo, e foi ver o que compraria em uma das lojas.
Mas a sua carruagem era de grande valor e um grupo de ladrões, constituído de uns 5 homens, percebendo que arrancariam um bom dinheiro, esperaram Willian sair e foram roubá-la.
Eles pediram para que o cocheiro descesse, pois estavam armados e não queriam confusão. Ele logo obedeceu, mas ao ver o que acontecia, Alicia desceu pronta para atacar.
- O que desejam senhores?
- Ora, ora... Uma moça levantando a voz para mim. - o que falava com ela parecia-lhe o chefe do grupo - Eu é que vos pergunto senhorita, o que queres?
- Quero que saiam daqui.
- Que menina mais mal-educada - dizendo isso ele se aproximou e foi passar a mão no rosto de Alicia, mas ela, agilmente, torceu o pulso dele e chutando-lhe o estômago o derrubou no chão.
Outros dois vieram a atacar enquanto os demais tentavam acordar o chefe deles.
Ela lutou precisamente bem, desviando dos ataques e atacando certeiramente. Mas eram muitos para que ela pudesse deter. Quando já se via livre daqueles com quem lutara e que agora estavam caídos no chão, os que estavam reanimando o líder apareceram e a seguraram por trás. Ela chutava, batia, mas não conseguia sair dor braços daqueles homens. Não vendo outra alternativa, ela começou a gritar o mais alto que pôde, até que calaram-na acertando em seu rosto e dando-lhe um golpe na cabeça que a fez desmaiar.
O líder deles que acabara de levantar, ainda cambaleando, chegou perto do corpo caído da moça e chutou-lhe fortemente.
Willian, que ao ouvir os gritos veio o mais rápido possível, ao vê-la caída no chão sendo espancada por aquele homem, correu em direção dele e lutou contra eles com toda a sua força. Um a um foi sendo derrubado, deixando por último aquele que a mais feriu.
- Viestes defender a namoradinha? - disse o homem com uma voz sarcástica enquanto sacava uma adaga de seu bolso- Vocês dois irão pagar por terem batido em meus homens.
Willian nada falou. Seu olhar demonstrava agora um ódio sem fim.
O homem correu em sua direção, prestes a fincar a adaga em seu pescoço, mas Willian defendeu-se com a mão. Ele soltou um grito de dor. A pequena espada estava transpassada em sua mão. Suportando a dor que sentia, ele deu um soco no estômago do bandido. Arrancou a adaga cravada em sua mão e fincou-a nas costas do homem, que acabou caindo no chão.
- Não acertei em um ponto vital. Talvez irá sobreviver. - e chutou-lhe assim como tal havia chutado Alicia.
Quando todos já estavam caídos por terra, o cocheiro apareceu perguntando se ele estava bem. Willian socou-lhe o rosto a ponto de sangrar-lhe o nariz.
- Miserável homem! Covarde! Deixaste ela lutando sozinha! Não bato mais em vós pois precisarei que nos leve de volta o mais rápido possível!
Willian então olhou para  Alicia que agora estava caída no chão com sangue no rosto. Ele começou a chorar. Pegou o corpo da garota, que ainda estava inconsciente e aos prantos pedia-lhe desculpas.
Agora compreendia o que Adelaide havia dito.


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