A Menina Morte escrita por Nina


Capítulo 9
O início dos problemas


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas estava viajando e esta sem tempo de escrever. Recuperar as coisas da escola se torna difícil.Espero que gostem e que não me matem por ter demorado tanto.



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Virei vagarosamente para ver de onde vinha aquela voz, que acabara de me surpreender e me tirou daquele universo amoroso, me trazendo a realidade. Tão doce aquele momento que havia passado, tão singelo. Agora tinha certeza de que ela também sentia algo por mim, e que não adiantava esconder. Ela havia deixado eu a beijar e alguém fora testemunha disto, seja lá quem for.

Deparei-me com alguém que nunca imaginaria que me veria naquela situação: Era Harlow, a garota que Akira encontrou nos campos de morangos. Senti um alívio imediato. Não teria como essa garota sair espalhando para todos o acontecido, ninguém acreditaria nela, ainda mais sendo filha de Hermes.

Harlow sentou-se ao lado de Akira e deitou sua cabeça em seu colo. Como um gesto afetivo, Akira começou a passar a mão na cabeça da menina. Isso me lembrou da época em que deitava no colo de Bianca e ela me contava história até que conseguisse pegar no sono. Na verdade, quanto mais tempo passava com Akira, mais se lembrava de Bianca e de meu passado, e nem sempre eram lembranças boas como a de agora.

Pensei em como aquela garota tinha sorte por ter Akira ao seu lado, sempre cuidando dela e se preocupando com ela. Queria poder ter alguém assim, queria ter Bianca de volta.

– Pensei que vocês teriam gritado comigo e me mandado sair para continuarem sozinhos.

– Por quê faríamos isso com você Harlow? – Perguntou Akira olhando para a garota em seu colo.

A menina pareceu pensar um pouco, não parecia ter uma resposta. Deveria estar acostumada a ser ignorada e mandada embora.

– Bem não sei, vocês estavam tão bonitos abraçados. Ali quietinhos depois de um beijo muito fofo. Pensei que havia estragado tudo.

– Você não estragou nada Harlow, só nos pegou de surpresa. Não esperávamos que alguém chegasse por trás. – Disse para tentar fazer com que a menina se sentisse um pouco melhor.

– Na verdade vim aqui para avisar que Quíron está chamando Akira urgentemente em seu escritório, disse que era muito importante e que ela deveria ir o mais rápido possível.

Akira começou a se levantar, mas com uma idéia de qual seria o assunto: A profecia que Rachel havia mencionado. Ela deveria falar com Quíron e este lhe daria sua missão. Gostaria muito de ser um de seus escolhidos, mas como já a conheço sei que irá tentar ir sozinha, e eu não deixarei. Levantei-me também.

– Vou te acompanhar, sei que isso não é fácil para você. Não deixarei você nesta hora, assim como você me ajudou eu irei te ajudar agora.

Estendi minha mão para Akira, mas esta me abraçou novamente.

– Vocês formam um belo casal, mas não tenho coragem de mexer com vocês. Os dois estão ligados a morte e acho que ainda tenho muito que viver.

Rimos do que a Harlow disse, mas ela tinha um pingo de verdade em sua fala. Dois filhos do Submundo juntos trariam muitos problemas, mas isso não importava. Eu gostava de Akira e nada, nem ninguém, faria parar de amá-la e tentaria passar a maior parte do tempo com ela.

Akira passou a mão na cabeça de Harlow e fomos andando até o escritório de Quíron. Passei minha mão por cima de seus ombros e ela me abraçou na altura da cintura.

Chegamos à porta do escritório onde Rachel estava muito pálida e seu rosto estava cheio de suor. Ela estava quase desmaiando, seu corpo estava mole. Fomos ajudá-la.

– Akira, o Quíron mandou você entrar, sozinha.

Akira olhou para mim, suplicando para que desse um jeito de entrar com ela, não deixá-la sozinha no momento em que iria receber seu destino, seu futuro, seu fim.

– Vai ficar tudo bem – Beijei sua cabeça e continuei – Daqui a pouco você sairá e ficará tudo bem. Eu estarei aqui te esperando. Não se preocupe, vai ficar tudo bem.

Ela me abraçou fortemente e se dirigiu para o escritório. Abriu a porta e me lançou um olhar apavorado e fechou a porta.

– Do jeito que o futuro desta garota é não ficará nada bem. – Rachel disse antes de desmaiar e eu ir socorrê-la.

POV Akira

Quando a Rachel me falou que deveria entrar sozinha comecei a ficar com mais angustia e aflição, o medo crescia dentro de meu peito e tomava conta de meu ser. Não sei bem ao certo o por que, mas ainda tenho medo de meu futuro. Ele me assombra, faz meus pensamentos irem ao extremo, me mostrando várias maneira possíveis para minha morte.

Sei que Quíron não me fará mal, mas saber mais sobre meu futuro irá. Não quero escutar mais sobre este assunto. Gostaria de poder me refugiar em algum local do mundo aonde os problemas não chegassem, onde tudo fosse bom e ninguém sofresse. Mas esta não é a realidade do mundo, o mundo é um local estranho, onde todos sofrem, onde ninguém escapa. Ele é o local onde passamos nossa vida, onde temos que aturar os outros, os erros dos outros. A vida não passa de uma prisão onde ninguém escapa, mas todos passam por ela. A única saída é a morte, que é ainda mais temida que a própria vida. A morte pode até ser um aconchego, o fim do sofrimento, mas essa não trás a felicidade.

Apesar de ser filha da morte, temo mais a ela do que qualquer coisa, saber que este será meu fim, que não escaparei dela. Isso me atormenta, me faz perder o sono, me faz entrar em pensamentos profundos.

Todos esses pensamentos vieram a minha cabeça enquanto me dirigia à cadeira que Quíron apontou para me sentar, aquela que ficava na frente a sua mesa. Ele sentou-se em uma cadeira de rodas e suas patas sumiram misteriosamente.

– Como você fez isso?

– É um pouco de magia, nada de mais.

– Então, por quê mandou me chamar com tamanha urgência?

– Akira, as coisas fora do Acampamento não estão nada boas. Vários deuses estão malucos. Seu pai, Thanatos, não está conseguindo dar conta das mortes repentinas de pessoas e monstros. Algo lá fora está acontecendo, e tem a ver com você. Desde que você chegou no Acampamento coisas estranhas aconteceram. O refeitório pegou fogo misteriosamente, Leo não corre mais atrás de Reyna, nem a incomoda. Nico está muito estranho e passando tempo de mais no Acampamento, Rachel recitou uma profecia em grego. Você tem algo a dizer?

– Eu disse que não deveria ficar aqui no Acampamento, disse que minha maldição estragaria tudo. – Comecei a chorar sem parar com raiva de mim mesma pela maldição que carregava – Disse que deveria ir embora, que pessoas iriam sofrer, que coisas estranhas iriam acontecer. Mas ninguém me escutou, não venha jogar a culpa em mim agora, eu sei que deveria ter ido. Não fui, pois aqui me sinto em casa, é o único local que me senti bem. Mas se você quer que eu vá, entenderei.

– Akira, não estou falando que a culpa disso é sua e não quero que você vá, só quero entender o por quê de você ter essa maldição.

– Está bem. Minha maldição é por culpa de um erro que meu pai cometeu no passado, mas não sei ao certo qual, ele nunca me diz.

– Quem é ele? É o seu pai?

– Não, ele é uma pessoa que me persegue, é uma sombra em meus sonhos, é meu maior pesadelo. É meu medo.

– Não entendo como você pode ter medo de algo que nem mesmo conhece.

– Posso não conhecê-lo, mas ele sabe tudo sobre mim, até meus pensamentos mais ocultos.

Comecei a ficar mais nervosa, lembrar dele não me fazia bem. Minhas mãos começaram a tremer e minha visão começou a ficar turva. As lágrimas agora saiam sem problemas nenhum, não conseguia impedi-las.

–Está tudo bem Akira, aqui no Acampamento você estará segura.

– Por enquanto, até sair por ai atrás da missão que receberei.

– Bem isso é verdade, e sua missão deve começar esta noite. Sinto em dizer isso, mas a partir de amanha estará sem a proteção do Acampamento, isso se decidir salvar o mundo e a todos. Era isso que queria falar com você. Sua missão deverá começar esta noite e você deverá escolher seus companheiros de missão. Você será a encarregada de escolher hoje diante da fogueira, então vá para seu quarto e pense, você está dispensada de todas as atividades de hoje, então pense bem em quem irá escolher. Agora você pode ir e boa sorte.
Levantei-me vagarosamente da cadeira e fui dirigindo-me até a porta. Virei-me para Quíron.

– E se eu não escolher ninguém? E se for sozinha? Assim ninguém irá morrer ou se machucar por mim!

– Bom, essa é uma escolha sua.

Saí do escritório pensando no que fazer. Não poderia arriscar a vida de ninguém. Não escolheria aqueles que sabia que iriam morrer. Não sou capaz de fazer isso.

Procurei Nico do lado de fora, mas ele não estava. Nem mesmo Rachel estava, e no estado que ela se encontrava, Nico deveria ter levado ela para a enfermaria. Dirigi-me para lá, e como imaginei, ambos estavam lá. Quando Nico me viu veio me abraçar e beijou minha cabeça novamente. Eu amava receber este beijo, mas odiava ser mais baixa do que ele em certos momentos, já em outros era bom, como o fato de ele poder me envolver em seus braços e me fazer sentir protegida.

– O que o Quíron disse a você?

– Nada de mais, só o fato de a missão começar hoje à noite, após a fogueira e o fato de ter de escolher meus companheiros de missão. Então hoje irá começar meu destino.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.Mereço comentários??Beijos Maah!



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