A Menina Morte escrita por Nina


Capítulo 10
Minha escolha ou a de outros.


Notas iniciais do capítulo

Olá. Eu sei, eu sei. Faz um tempão que eu não escrevo. Vocês devem querer me matar, me linchar, me bater...E eu mereço por não ter terminado a história.
Masssss algumas pessoas me pediram para terminar e ontem estava falando com um amigo meu e me deu saudades de escrever e de ter contato com vocês. Então vou terminar a história o/
Espero que vocês continuem lendo e que gostem do fim.

Aqui está uma frase que tem a ver com o capítulo de hoje: "Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências."



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A conversa com Quíron não havia animado-me. Não queria envolver ninguém em meus problemas, não queria ter de escolher mais pessoas para levar para a morte. Eu não poderia. Não seria melhor que ninguém por escolher aqueles a qual faria sofrer, seria pior de todos os seres por obrigar alguém a fazer aquilo.

Estava decidida a ir sozinha para a missão não importando o que dissessem, eu deveria enfrentar meus problemas sozinha e perecer no fim.

Eu ainda aguardava na enfermaria com Nico, mas essas ideias ficavam martelando em minha mente. Precisava descansar, pensar um pouco e refletir. Falei para ele que iria ir para meu chalé para descansar e ele respondeu:

– É melhor você descansar mesmo, tudo o que tem acontecido deve ter te deixado cansada - Ele sorriu e beijou minha bochecha - Passo lá no seu chalé para te buscar antes do jantar.

Assenti e me dirigi para fora da enfermaria. Tentei não pensar nisso durante o caminho até o chalé então comecei a cantar. O caminho pareceu menor, graças à distração.

O chalé estava vazio, meus irmãos deveriam estar em treinamento neste momento. Agradeci por isso, não queria ser incomodada. Fui para minha cama e tentei dormir. Normalmente a insônia que tinha dificultaria para pegar no sono, mas estava tão cansada que logo que deitei meus olhos pesaram e eu peguei no sono, o que não foi nada bom, pois com o sono vêm os sonhos.


Estava em uma sala escura, era quente e abafada. Não conseguia enxergar a palma de minhas mãos e forcei meus olhos para tentar enxergar algo. Vi uma sombra em minha frente ela se moveu lentamente e disse:

– Oh, minha querida Akira, já estava na hora de você dormir - A voz fez meu corpo estremecer. Era a voz dele. Ele me atormentava - Parece que sua missão irá começar hoje e você nem tem ideia de por onde começar a me procurar. Deixe-me te dar uma dica, comece onde você nasceu, lá irá ter uma pista de onde me encontrar.

A sombra esticou-se para frente no intuito de me tocar e eu recuei.

Não me toque - Minha voz saiu baixa e frágil, não passando nem um pouco de confiança.

Minha criança, não precisa ter medo de mim, não agora. Ainda tenho planos para você - A sobra se aproximou e sussurrou em meus ouvidos - É melhor você acordar, o garoto Di Angelo já esta vindo buscá-la, mas antes terá uma surpresa.


E com um salto sai da cama. Meus sonhos eram estranhos e eu escutava a voz dele, mas não tão próximo assim. O que ele queria dizer com "tenho planos para você"? O que ele ainda queria comigo? Não era só a minha morte que ele queria?

Ouvi um barulho, era alguém batendo na porta. Pedi que entrasse só que não era o Nico como esperado, era Leo. Será que até Ele teria errado?

– O-oi Leo - Respondi esfregando as mãos nos olhos para ver se meus olhos desembaçava.

– Desculpe, eu lhe acordei?

– Não, eu acordei instantes antes de você chegar. O que lhe traz aqui este horário? - Olhei fixamente para o garoto e ele sorriu - Não me vai dizer que tem mais alguma piadinha sobre ser sua namorada, porque eu.

– Não, não é nada disso. Eu soube que você estava no chalé e resolvi passar para lhe entregar um presente.

– Um presente?

Encarei o garoto, ele sorriu sem jeito e estendeu a mão. Nela havia uma pulseira com um pingente de coração. A corrente era prata escuro e o coração era vermelho bordô. O coração era pequeno e parecia frágil. Era lindo.

– É muito bonito Leo, mas eu não posso aceitar.

– Mas é claro que pode, é um presente por me aturar - Ele colocou a pulseira em minha mão e fechou-a com as suas, segurando com firmeza minha mão fechada - Eu achei no Bunker 9, não acho que alguém irá sentir falta. Além do mais, combina com seus olhos.

Coloquei minha outra mão sobre as de Leo e sorri. Era um presente lindo que eu não merecia. Abracei-o e ele pareceu surpreso. Acho que não esperava pelo abraço. Depois coloquei a pulseira em meu pulso direito.

Escutei novamente um barulho vindo da porta que se abriu.

– Akira, como prometido eu vi lhe buscar e... Estou atrapalhando algo? - Nico encarou Leo, depois a mim e pareceu surpreso - Vocês querem que eu saia? - Apontou para fora.

– Não precisa sair Nico, e você não atrapalhou, só estávamos conversando. Eu passei aqui para dar um presente para Akira - Leo sorriu para Nico, um sorriso travesso - Mas se você esta com ciúmes posso dar-lhe um presente também.

Nico ignorou o último comentário de Leo e dirigiu seu olhar para mim.

– Você está pronta? Decidiu o que quer fazer?

– Sim, eu já decidi.

E com isso deixamos o chalé de Thanatos e fomos jantar. A comida estava fantástica, todas as minhas comidas favoritas estavam na mesa: pizza, batatas fritas, peixe, Coca-Cola, brigadeiro, jujubas, algodão-doce e sorvete.

Uma pessoa se aproximou de minha mesa, era o garoto que havia conhecido no incêndio, Percy, o namorado de Annabeth.

– Olá Akira - ele disse e pegou um pouco de algodão-doce - uhm, amo algodão-doce, ainda mais se for azul.

– Percy, você só gosta de comidas azuis - Foi um de meus irmãos que disse - E é melhor deixar um pouco de comida para a garota oferecer aos deuses.

– Ah, tudo bem - Disse e pegou mais um pouco - Mas eles não precisam ficar com tudo.

– Percy, você não deveria estar em nossa mesa - Eu murmurei - Pelo que eu saiba não pode se ficar na mesa de outros chalés.

– Eu sei, mas tenho permissão. Quíron me mandou para lhe alertar que a escolha de seus acompanhantes será feita daqui meia hora e ele quer saber se já tem em mente quem irá escolher.

– Sim, já sei quem irá me acompanhar.

–Ótimo, irei alertá-lo - Ele sorriu e colocou a mão em meu ombro - Você sabe que pode Akira, só acredite.

Eu esbocei um sorriso em meu rosto, mas era falso, estava forçando. Ninguém poderia saber o que eu iria ser capaz fazer.

As horas corriam e todos os campistas haviam terminado de comer e estavam saindo do refeitório e indo em direção à fogueira. Eu acompanhei meus irmãos e sentamos no canto esquerdo de onde Quíron se encontrava.

– Hoje campistas, recebemos mais uma profecia, uma que envolve uma campista recém-chegada, a senhorita Ash. Senhorita Ash, por favor, venha até aqui à frente.

Levantei-me e passei pelos campistas à minha frente. Chegando ao lado de Quíron percebi o olhar de todos os campistas a me encaram, com um olhar desaprovador.

– A senhorita Ash pode escolher dois campistas para levar consigo em sua jornada. Ela já tem sua decisão – Vários campistas pareceram ansiosos com a escolha, como se quisessem que fossem eles. Será que eles queriam mesmo morrer? – Então quem você escolheu?

Encarei-os, todos esperando por o nome de duas pessoas que iriam para a morte. Suspirei e criei coragem e disse:

– Eu fiquei pensando o dia inteiro sobre quem eu deveria levar. Mas percebi que é uma missão suicida e que eu não tinha o direito de arrastar duas pessoas comigo para a morte, então eu não vou escolher ninguém. Eu irei sozinha.

O choque no rosto das pessoas era evidente, até Quíron ficou sem palavras. O silencio era torturante.

– Você não pode ir sozinha – Quem falou foi uma campista do chalé de Ares – Você não pode privar isso de nós. Treinamos a vida toda para sair e lutar, entrar em uma missão e morrer com glória. Você não tem o direito de não escolher alguém para acompanha-la.

Os campistas começaram a concordar. Era isso mesmo que eu estava vendo? Eles realmente queriam ir para a morte? Queriam morrer? Eles eram malucos!

– Se você não quer escolher, então vamos nos candidatar – Quem falou foi Leo. Os olhos dele estavam brilhando – E eu sou um candidato a acompanha-la senhorita Ash.

– Eu também sou um candidato – Nico falou e se levantou – Se for para morrer, que seja em uma missão.

– Então está decidido, os cavalheiros irão acompanhar ela em sua missão, independente de você gostar ou não – Disse Quíron lançando um olhar desaprovador para Akira – Nunca pensei que alguém iria querer ir sozinha para uma missão.

– Eu não tinha o direito de levar ninguém para a morte!

– Bem, a escolha não foi sua no final, não é mesmo? – Quíron olhou para os outros – Rapazes, por favor, venham aqui à frente.

Leo e Nico passaram pelos campistas e pararam ao meu lado. Leo passou seu braço por cima de meus ombros e Nico me deu a mão.

– A missão de vocês começa imediatamente. Vão preparar seus pertences e se arrumar. Já está tarde. E quando terminarem de se arrumar podem ir se desejarem. E que a benção dos deuses desça sobre vocês. Campistas, podem aproveitar a fogueira agora e depois vão dormir. Vou me retirar agora, com licença.

E assim Quíron saiu, e fui para meu chalé arrumar minhas coisas, pegar algumas roupas. Passei no refeitório para pegar algumas coisas para comer depois, para não ter que comprar algo depois. Fui ao chalé de Hermes dar um adeus para Harlow, apesar de ela chorar e fazer meu coração se quebrar em mil pedaços. E fui encontrar os garotos na sala de armas.

– Olha quem apareceu, já estava na hora – Disse Leo com um sorriso no rosto.

– Vocês sabem que estou brava com vocês, não sabem? – Eles assentiram – Então, o que vamos levar?

– Algumas adagas, um arco e flecha e uma espada. – Nico falou trazendo os pertences nas mãos - Quer algo mais?

– Quero que fiquem no Acampamento.

– Isso não será possível – murmurou Leo.

– Odeio vocês por isso! Não quero que se machuquem.

– Isso também não será possível. Agora pare de reclamar e vamos descer a colina, um taxi nos espera – Disse Nico sem o menor animo.

E assim saímos noite adentro, em direção à colina. Ainda pensava em como eles podiam ter feito isso com ela, como os dois iriam morrer por ela. Isso não estava certo. Mas de nada adiantaria reclamar, eles iriam juntos.

Chegaram ao topo da colina e ela parou e olhou atentamente para o Acampamento, queria guardar cada detalhe dele – os campos de morango, o píer, os chalés, as zonas de treinamento, o lago, o refeitório, a floresta – pois queria ter a lembrança da única casa perfeita que havia encontrado, um lugar onde poderia viver em paz.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo =P
Se quiserem me xingar agora, vocês podem, eu deixo.
Bom, um grande beijo pra quem ainda vai ler a fic.
Bjuss Maah!



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