Anencefalia escrita por Minori Rose


Capítulo 3
Passado


Notas iniciais do capítulo

Vida sofrida da Marce :/
Boa leitura.



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“E eu me pergunto o que é que eu sou.
Vai ver eu não sou mesmo nada
E eu me pergunto o que é que eu fiz.
Vai ver eu não fiz mesmo nada,
Eu penso tanto em desistir,
Mas afinal, não ganhei nada.”

A Marceline da escola, boa colega, gosta de ajudar, na dela na maioria das vezes, feliz, sorrindo a todo instante não é a Marceline de casa. A que chora toda hora, mal-mal come e dorme quase a tarde inteira. Por quê? Moro praticamente de favor na casa de minha tia por parte de mãe.

Uma daquelas adolescentes inconseqüentes que estão pouco se fodendo para a criança que fez o favor de fazer, ela minha mamãe que nunca conheci e tão pouco quero. De acordo com tia Silvia, minha mãe Anna era uma jovem rebelde. Engravidou de um cara chamado Igor e assim que soube da sua condição de gestante, surtou.

Disse pra meio mundo que me abortaria, e aquela coisa toda. Igor sumiu piorando anda mais a situação. Como boa cristã que era minha avó aceitou me criar, contanto que Anna sumisse do mapa, e não me perturbasse novamente.

Marcelina, minha avó deu algum dinheiro aquela mulher e com um dos seus machos ela foi embora, nunca mais deu as caras novamente. Para o nome não ficar igual mudaram somente um letra, mas que fazia toda a diferença na hora de sair gritando pela casa. Vovó era o meu mundo; eu, ela, minha tia e minha prima morávamos todas juntas. Sempre fui muito mimada pela minha avó, às vezes irritando a minha prima Larissa.

Mesmo não tendo mãe nem pai, eu vivi bem pelo menos até os dez anos, quando aquilo aconteceu. Vovó tinha aquelas doenças que querendo ou não se contraem com o decorrer dos anos, e acabou morrendo pela diabetes. Ela simplesmente morreu. De um dia pro outro, não ficou gravemente doente nem nada; ela tinha oitenta e dois anos na época e eu dez.

A partir daí, comecei a ser criada pela minha tia. E foi uma coisa meio: “Que os jogos comecem”, pois a mulher começou a me odiar. Não sei se era descontando em mim o que minha mãe fez, ou querendo pagar por tudo que ela queria ter feito e não fez pela minha avó sabe, só sei que ela é rude o tempo inteiro comigo.

Larissa é legal, mas se o bicho pega logicamente ela ficará do lado da mãe. Quando não é ela que faz o bicho pegar pro meu lado. As coisas já não estavam ruim, porém ao contrario do que tiririca diz, pior do que ta pode ficar sim.

Ano passado (flashback on)

Eu havia acabado de chegar da escola; Entrei em casa e tinha um cara estranho no sofá. Ai Jesus, casa errada?

– Tia? – falei entrando na cozinha.

Ela veio com uma duas latas de cerveja e me olhou torto. Andou até a sala e deu uma das latas ao homem.

– Marceline. Tenha um pouco de educação e diga oi ao meu namorado, Eduardo.

Quase ri. Coloquei a mão no rosto para abafar o riso e vi o ódio nos olhos dela. Como assim? O cara deve ter uns vinte anos, era bonito até. Com uma velha daquela? Parecia cômico aos meus olhos. Fui até o cara na maior maestria e estendi-lhe a mão.

– Oi Eduardo, eu sou Marceline sobrinha da Silva. – ele apertou minha mão, com um olhar estranho.

– Olá, Marceline. Silvia já havia me falado sobre você, mas bonita do que eu pensei.

Ai para, Silvia vai colocar veneno na minha sopa. Soltei a mão dele.

– Obrigada. – falei com um sorriso docemente falso.

Silvia me fintava, que louca.

– Larissa já chegou? – perguntei bocejando.

– TÔ AQUI! – a escutei gritando lá de cima.

Peguei a minha bolsa e subi. Eduardo continuou me olhando.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Sinto que esse Eduardo não é legal.
Comentem, please.
Até o próximo capitulo.



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