Femme Fatale escrita por slytherina


Capítulo 5
Capítulo 5: Prostituição parte 2


Notas iniciais do capítulo

2ª parte da missão como escrava sexual



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O sujeito branco, com abdômen saliente, ombros largos, entradas nas laterais da testa, bolsas sob os olhos e um sorrisinho safado permanente, entrou no amplo aposento luxuosamente decorado. Ele abriu uma mini-adega embutida em um armário de madeira maciça. Tirou de lá uma garrafa de bebida. Abriu-a e serviu-se. Não se preocupou em servir sua acompanhante, a jovem arisca de peruca de cabelos curtos espetados, vestida em um traje colante em couro negro.

Ele primeiro bebericou à vontade sua bebida, então puxou uma cadeira confortável e pesada para sentar-se. Inspecionou-a detidamente, embora a jovem em questão estivesse parada no meio do quarto, sem se mover, limitando-se a olhá-lo de soslaio, de vez em quando. Após avaliá-la demoradamente, fez um muxoxo com os lábios. Nikita olhou-o curiosa, mas não falou nada.

- Você não vai me resistir não é? Porque sou o empregador. Se eu quiser violentá-la ou espancá-la, você irá se submeter, tornando tudo muito fácil. Não sei se quero isso. Se ao menos eu a tivesse pegado ontem, teria sido eu a espancá-la e não aquele almofadinha. Uuuuhhhhh! Você foi tão estimulante ontem, e que canseira você deu naquele engomadinho. Mas hoje aí está você, morta, sem personalidade, domada, submissa até causar nojo. Acho que terei que brincar com você de outra maneira.

Gerber levantou-se e foi até outro armário embutido. Retirou de lá alguns apetrechos e objetos estranhos. Puxou uma alavanca na parede e um ruído de correntes rangeu de modo irritante. Do teto despencaram duas correntes com algemas que ficaram balouçando com um guincho metálico. Nikita olhou horrorizada para aquilo. O homem vil segurou as correntes com as mãos e a chamou. Nikita dirigiu-se até ele como um autômato. Sabia que se ele lhe colocasse as algemas estaria perdida. Indefesa e a mercê do sadismo daquele porco assassino. Contudo ela o obedeceu servilmente. Ele colocou os pulsos dela nas algemas e as fechou. Nikita ficou lá de pé, com os braços erguidos e presos em correntes no teto.

O anfitrião a devorava com os olhos. Era tão lascivo e obsceno, que Nikita não suportou encará-lo, desviando os olhos para o chão. Gerber ainda deslizou as mãos asquerosas pelo rosto dela, braços e ventre, mas logo depois se afastou. Foi inspecionar seus apetrechos de diversão. Nikita passou a ter calafrios, seus dentes começaram a bater descontroladamente. Ela tentou se acalmar lembrando seu treinamento na Section 1, de como era ótima em defesa pessoal e impecável em tiro ao alvo. Isso lhe deu um pouco de autoconfiança.

O sujeito asqueroso encontrou algo de seu agrado. Uma espécie de chicote de tiras. Ele o sacudiu no ar antes de testá-lo em Nikita. Ela mordeu os lábios para não gritar. Ele a chicoteou umas seis vezes até que se cansou da brincadeira. Nikita chorava silenciosamente. Fazendo o impossível para não emitir som. Temia que aquele monstro resolvesse amordaçá-la. Gerber trouxe uma faca estilizada. Nikita arregalou os olhos para em seguida fechá-los aceitando seu destino. O sádico limitou-se a deslizar o fio da lâmina em seu corpo. Nikita tremia e recomeçou a chorar. Seus soluços ficaram audíveis.

- Ora não estrague tudo. Eu nem estou lhe ferindo. Ainda. - Gerber reclamou.

Nikita teve vontade de gritar e mandar tudo às favas, mas o bom senso falou mais alto. Ela era uma presa fácil daquele degenerado. Se ao menos ela conseguisse agüentar até o fim, talvez tivesse alguma chance de sair dali com vida. Não apenas das garras daquele homem abjeto, mas da Section 1 também.

Duas horas depois Gerber tinha se cansado de brincar com Nikita e resolveu procurar outra diversão. Ele simplesmente saiu do quarto e foi procurar alguma coisa em outro lugar. Nikita permaneceu ali, com os braços dependurados, as vestes rasgadas e alguns ferimentos e marcas pelo corpo, como conseqüência dos jogos daquele homem. Ela adormeceu naquela posição, como uma prisioneira acorrentada.

Pela manhã despertou com alguns dos empregados da casa libertando-a de suas correntes. Eles a aconselharam a tomar um banho e tentar ficar apresentável para logo mais à noite. Nikita dirigiu-se ao alojamento dos garotos e garotas de programa. Fez como lhe ordenaram. Banhou-se e trocou-se. Procurou alimentar-se e voltou ao alojamento. Apesar de tudo, não fora tão horrível quanto imaginara. Pelo menos não tivera que manter relações sexuais com Gerber, se fosse o caso tinha certeza que não conseguiria segurar a náusea e vomitaria sobre ele. Ele apenas a torturara brandamente por duas horas. Depois saíra. O que será que aquele sujeito asqueroso fizera o resto da noite?


Michael passara a noite em claro. Não conseguia tirar Nikita de seus pensamentos. Teve que usar todo o seu autocontrole para não invadir o quarto de Gerber e libertar Nikita das mãos daquele tarado. Ficou dizendo a si mesmo a cada minuto, que estava em missão e que Nikita era uma agente treinada, que saberia se defender se fosse o caso. Não conseguindo se controlar mais, ele saiu do seu dormitório. Aproximou-se do quarto de seu anfitrião, e quando já estava decidido a invadi-lo, viu Gerber saindo de lá. Esperou que ele se distanciasse e resolveu bisbilhotar o recinto. Abriu a porta só um pouco, o suficiente para ver Nikita dependurada e movendo o pescoço em um exercício para vencer o cansaço. Isso bastou para tranqüilizá-lo. Nikita estava viva.

Ele resolveu seguir Gerber e ver o que o outro iria fazer. Seu anfitrião foi até o alojamento dos jovens prostitutos e pegou um deles. Levou-o para o porão. Michael não o seguiu. Preferiu ficar em uma distância segura, de onde tinha perfeita visão da passagem por onde o outro tinha ido. Ele viu quando muitas horas depois, Gerber saiu sozinho do porão. Ele foi ao seu escritório particular, de onde poderia controlar toda a casa e todos os hóspedes e funcionários. Michael achou melhor voltar para seu dormitório e simular uma noite de sono. Suspeitou que nunca mais veria o jovem que acompanhou Gerber.


Nikita procurou pelo jovem viciado em heroína com quem se preocupara anteriormente. Descreveu-o em detalhes, mas ninguém o tinha visto durante o dia todo. Ela então encontrou a outra jovem drag king do dia anterior.

- Ei, você lembra de mim? - Nikita perguntou esperançosa.

- Sim. O que quer Mona?

- Aquele jovem, que passou o dia de ontem chapado, você lembra-se dele? Eu me deitei no colo dele, lembra?

- Sim Mona, o que você quer saber?

- Onde ele está? Eu já procurei por ele e não o acho.

A drag king encarou-a atrevida e lhe deu as costas.

- Ei, eu estou falando com você. - Nikita tocou no ombro da outra, para impedi-la de ir embora.

A jovem virou-se energicamente dando um tapa na mão de Nikita, que reagiu por instinto passando-lhe uma rasteira e montando na cintura da outra.

- O que há com você? Eu só lhe fiz uma pergunta. Se não sabe a resposta, apenas diga não sei, não precisa apelar pra violência. - Reclamou Nikita.

- Você é burra, é garota? O chapadão já era. O patrão pegou ele. Ele já era. Sacou? - A outra sussurrou com raiva, tentando conter o tom da voz.

Nikita ficou passada. Ela levantou-se e procurou se afastar da drag king. Tinha vontade de sair correndo daquele lugar. Tinha vontade de correr sem parar. Até alcançar sua adolescência despreocupada, quando o seu único problema era não ser apanhada pela polícia porque era menor de idade e estava tomando extasy. O mundo era tão mais simples. Seus amigos eram uns junkies de drogaria, ela vivia alcoolizada e dançando o tempo todo. Conseguir comida era fácil, a diversão era garantida, e depois todos dormiam amontoados pelos cantos, nas casas de uns e de outros, às vezes até mesmo nos inferninhos que freqüentavam, tendo ela mesma pegado um ronco no lounge da casa noturna. Ela era feliz e não sabia. Lágrimas amargas escorreram por sua face. Se ela ao menos não tivesse se envolvido com a morte do homem da faca...


À noite, o salão de festas estava movimentado. Os convidados ilustres e endinheirados se esbaldavam com os comes e bebes, enquanto assediavam os prostitutos e prostitutas. Nikita estava lá novamente, travestida de drag king. Ela estava pálida e com os lábios fortemente cerrados. Tentava conter a inquietação nervosa do seu interior. Lembrava mentalmente do período de treinamento na Section 1. "Dois Seguranças na ala Norte. Um na ala Sul. Um guarda-costas ao Leste, que sempre segue Gerber a uma distância segura. Dois convidados sisudos que sempre ocupam os mesmos sofás a Oeste. São seguranças disfarçados".

Ela observou os serviçais, os convidados e alguns dos garotos de programa. Tentava identificar agentes infiltrados. Quando seu olhar encontrou o de Michael, ela o desviou com desgosto. Michael aproximou-se dela, mas ela esquivou-se se aproximando de um grupo de eslavos. Michael percebendo sua animosidade decidiu guardar distância dela. Nikita estava magoada com Michael. Não sabia exatamente por que, talvez estivesse apaixonada por ele, e não se sentiu valorizada. Na verdade, naquele antro de degradação, Michael foi o único que a teve como prostituta.

Gerber a percebeu e aproximou-se.

- Oi querida! Pronta para outra noite com seu senhor? Tenho uma surpresinha para você. Acompanhe-me. - Gerber a guiou.

Nikita o seguiu até seu quarto. Ele acionou as correntes novamente e a chamou. Nikita aproximou-se de Gerber, mas não lhe ofereceu os pulsos como antes.

- O que foi boneca, não quer brincar comigo? - Gerber perguntou com um sorriso.

- Quero. Só que do meu jeito.

- Ah! Uma dominatrix. Não querida, eu sou o mestre e você é a serva, entendeu?

- Entendi. - Nikita deu uma joelhada nas jóias de Gerber, uma cotovelada no ombro direito e uma cabeçada no plexo solar. Quando Gerber se ajoelhou de dor, ela deu outra joelhada no queixo dele, fazendo-o se arriar no chão. Ela o circundou e deu outro pisão nos documentos dele. A seguir um chute em sua cabeça e outro chute em suas costelas. Ela foi até o armário e o abriu. Procurou por um brinquedo em especial: a faca estilizada ritualística. Ela foi até onde estava Gerber sangrando no chão e colocou um dos joelhos sobre o peito dele. Segurou a faca com as duas mãos e a ergueu sobre a cabeça.

- Largue essa faca Nikita. - uma voz rouca e sensual falou da porta do quarto.

Nikita não soltou a faca, olhou para Michael e viu que ele estava segurando uma pistola apontada para ela. "Gerber é um monstro e eu que mereço morrer?" Ela pensou.

- Você terá que me impedir. Vai ter que atirar em mim para que eu não mate esse animal. - Nikita gritou.

- Você não é uma assassina, Nikita. Você não mata a sangue frio. - Michael lhe falou, ainda apontando a pistola para ela.

Aquela frase despertou alguma coisa em Nikita. Algo relacionado a túmulos, morte por injeção letal, um julgamento por assassinato, um assalto com faca... Nikita distraiu-se por um momento. O suficiente para Gerber derrubá-la no chão e tentar tirar a faca dela. Michael disparou duas vezes. Pegou um celular e falou uma mensagem em código. Os seguranças e guarda-costas de Gerber tentaram arrombar a porta do quarto do patrão, mas ela era reforçada, justamente para evitar que fosse arrombada. Logo mais as sirenes da polícia se fizeram ouvir. Houve um grande alvoroço, no qual todos os jovens prostitutos e prostitutas foram presos. Os figurões foram detidos por poucas horas, e Gerber foi levado a um hospital, pois Michael atirara em suas pernas.


- Michael, eu preciso falar com você. - Nikita falou num fio de voz.

Eles estavam de volta à section1. Nikita e Michael foram parabenizados pelo excelente trabalho, e tiveram direito a alguns dias de folga. Nikita estava agora bem vestida, bem penteada, e a lembrança do que viveu como prostituta já não a oprimia com antes, tudo parecia apenas um sonho ruim. Voltou a falar com Michael e tentava afastar a lembrança do estupro que sofrera. A frase que ele lhe dissera ainda martelava na sua cabeça.

- Sim Nikita, o que é? - Michael falou-lhe solícito.

- Você me disse na casa de Gerber "você não é uma assassina, você não mata a sangue-frio". Você sabe que eu sou inocente, Michael. Sempre soube, não é? - Nikita o interrogou com esperança nos olhos.

- Eu só falei aquilo para que você não matasse o suspeito. E deu certo. - Michael falou o mais friamente possível.

Nikita o olhava incrédula e balançou a cabeça. Subitamente uma visão a paralisou. No hall de entrada da Secton1 acabara de chegar um homem que ela esperou nunca mais ver na vida. Operations e Madeline foram sorridentes lhe dar as boas vindas, e o conduziram a sua sala de reuniões. Era Gerber. Nikita viu mortificada Operations e Madeline oferecerem bebida alcoólica para aquele monstro, como se ele fosse um tio querido. Nikita automaticamente sacou sua pistola e a destravou, mirando na direção de Gerber. Michael colocou a mão sobre a mão armada de Nikita e fez uma leve pressão para que ela a abaixasse.

- Sim Nikita, eu sempre soube que você era inocente.

Nikita baixou a arma e olhou significativamente para Michael.

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Notas finais do capítulo

As pessoas que lêem estes dois últimos capítulos devem se perguntar por que Michael e Nikita estão espionando Gerber. Será por causa da prostituição, ou dos assassinatos? Não. No seriado sempre havia uma boa explicação para as missões, desde Segurança Nacional até contra espionagem e jogo duplo, com espião enganando espião. As justificativas para as missões nunca me pareceram importantes, principalmente com a moral dúbia da Section 1. Eu sempre me interessei mais pela dinâmica entre Nikita e Michael.



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