POV Carly

  Nossa, aquele almoço estava tão gostoso! O Luk faz uma comida maravilhosa. As minhas irmãs e eu aproveitamos para falar sobre o Jon para o papai, e do que ele tinha falado sobre ninguém chegar perto da nossa casa. Eu até entendo porque quando conheci o papai eu morria de medo dele, mas agora ele é muito bonzinho, se as pessoas da rua conhecessem ele assim, talvez não tivessem mais medo. De qualquer forma, papai disse que preferia assim, afastado dos trouxas (ainda não entendi direito o que é isso), e que a gente deveria tomar cuidado para as pessoas não perceberem que éramos bruxos.

 Depois do almoço com a conversa, as meninas ficaram na sala e eu fui pro quarto brincar com as minhas bonecas, elas eram lindas e se comportavam muito bem durante o chá. A Effie era a mais educada, estudou numa escola para moças na França, a Joanne era de Londres mesmo e muito engraçada, e a Mary era da Suíça, amava os biscoitinhos e o chá. Depois de um tempo tomando chá com minhas amiguinhas, ouvi um som que me acostumei a ouvir, o de vidro se quebrando, só podiam ser minhas irmãs novamente. Depois de um tempinho desci as escadas, mas quando cheguei lá papai já havia colocado tudo em ordem e as meninas estavam pedindo desculpas. Queria que elas se controlassem, vão acabar se machucando um dia desses.

 Tudo ficou tranquilo dali pra frente, um pouco mais tarde jantamos e depois me mandaram direto pra banheira, porque eu normalmente demoro um pouquinho brincando com meus bichinhos de borracha. Eu estava tomando banho normalmente quando de repente meu patinho Klaus começou a falar comigo:

- Carly, eu queria ir para um lago maior, você me leva?

Eu levei um susto, claro, mas depois fiquei muito feliz, porque ele estava falando comigo! Então respondi:

- Talvez Klaus, mas vou ter que pensar, você vai ter que prometer não se afastar de mim, senão eu não te levo.

- Prometo sim! - Ele respondeu e então uma outra voz falou:

- Ei, e eu? Como é que eu fico? - Era o Floppy, meu golfinho. Quando eu percebi eu estava conversando com eles dois e também com minha baleia Lola e minha tartaruga Bel. O Floppy e a Lola começaram a nadar e dar saltos muito lindos, já a Bel e o Klaus nadavam mais calmos e conversavam comigo, tava tudo tão tranquilo até que algo estranho começou a acontecer.

POV Sara

 Depois do almoço eu e minha irmã fomos assistir TV, mas não sei de onde ela tirou a ideia de que a gente iria assistir o National Geographic. É claro que eu tomei o controle dela e coloquei na MTV, porque tava passando um programa super legal sobre música. Quando me dei conta a gente já estava discutindo de novo.

- Olha aqui, você não pode ficar tirando o controle da minha mão sua idiota! Pedisse direito, que talvez eu desse.

- Você não ia me dar coisa nenhuma, só quer ficar vendo essas coisas inúteis na TV e acha que pode me obrigar a ver também.

Claro, depois alguns vidro começaram a se quebrar na sala. Se nosso pai não tivesse intervindo logo, acho que a gente teria acabado com tudo na casa e ia acabar se cortando feio. É que aquela garota é ridícula, não sei porque nós somo irmãs, a gente realmente não se dá bem! Ainda bem que quando a Carly chegou do quarto já tava tudo normal na sala, papai já tinha usado reparo em todos os vidros quebrados. Às vezes eu tenho medo que a gente machuque a Carly. Bom, talvez algumas pessoas possam pensar: nossa, a Sara se importa com alguém, mas isso é só com a minha tampinha.

Quando ficou de noite, depois do jantar, a gente levou logo a Carly pro banheiro, porque ela demora uma eternidade pra tomar banho, brincando com aqueles bichinhos de borracha na banheira. Enquanto ela estava lá, eu e a Lia, obrigadas pelo nosso pai, fomos arrumar os brinquedos que a Carly deixou no quarto, e provavelmente as boneca foram obrigadas a tomar chá com ela. Um tempo depois ouvimos a Carly falar algo num tom nervoso, ela parecia preocupada, então fomos para o banheiro ver o que estava acontecendo. 

POV Lia

 Eu sabia que a Sara ia só ficar reclamando de ter que arrumar as coisas da Carly, mas eu não falei nada, preferia não brigar de novo. Bem, quando terminamos de arrumar que chegamos no banheiro para ver o que acontecia, a primeira coisa que eu notei era que tinham pequenos redemoinhos na água da banheira, depois notei que os bichinhos de borracha da minha irmãzinha tinham ganhado vida. Como aquilo era possível? A Carly estava com medo dos bichinhos, pedindo para pararem de brigar. Então nós intervimos, eu peguei um pato e uma baleia e a Sara pegou uma tartaruga e um golfinho, que se mexiam muito, mas ainda eram de borracha e não faziam dano nenhuma a nós. Depois de uns cinco segundos eles voltaram ao normal e os redemoinhos pararam. A Carly estava um pouco assustada, então tiramos ela da banheira e colocamos a toalha em volta dela. Depois fomo chamar o nosso pai.

POV Narradora

 Quando Snape chegou no quarto foi falar com a Carly ela explicou que os bichinhos tinham ganhado vida e que tinham começado a conversar com ela, mas depois os dois que estavam pulando, a baleia e o golfinho, acabaram batendo nos dois que estavam calmos, o pato e a tartaruga, então começaram a discutir e de repente surgiram os redemoinhos. Carly pediu pra pararem com a discussão mas não paravam, então ela começou a ficar preocupada, até que as irmãs apareceram e fizeram tudo acabar. Snape pediu que elas terminassem de secar a Carly e colocassem ela para dormir, porque ele precisava fazer uma coisa.

 Ao sair do quarto, Snape teve de ir falar com Dumbledore. Então aparatou até a entrada da escola. Quando entrou se dirigiu diretamente até a sala de Dumbledore. Ao chegar na sala do diretor, Alvo perguntou-lhe o que havia de errado porque estava um pouco pálido.

- Alvo, preciso falar com você sobre a Carly.

- A jovem bonequinha? O que há de errado com ela? - Perguntou Dumbledore, agora com um pouco de preocupação na voz.

- É que hoje ela descobriu os poderes dela.

- Oh, mas então é isso?! Por que a preocupação Severo? Você deveria estar contente.

- Eu estaria, se ela não tivesse descoberto a magia da forma como foi hoje. – Snape começou a contar a história de Carly e então, ao final Dumbledore falou:

- Entendo! Bom, pelo jeito ela possui uma magia não tão forte quanto as irmãs, mas realmente ela apresenta um traço dos dois lados. Os animais tão amigáveis no início mostram sua tendência para a Luz, mas já quando os tornados começaram, se mostraram do lado das Trevas. Muito bem Severo, você tem que ficar de olho nela, assim como nas gêmeas. Creio que já tenha começado a treinar a concentração das meninas, não é?

- Claro, mas somente das gêmeas, visto que a Carly ainda não tinha descoberto os poderes.

- Então comece a treinar a jovenzinha também, mesmo que ela ainda não possua nem mesmo uma varinha. Ela ainda vai demorar a começar a estudar na escola, mas vai estar segura dentro do castelo, estando sob nossa vigilância.

- Assim espero. Ah, alvo, eu havia me esquecido de comentar antes. As meninas concentraram a magia delas, e bom, como era de se esperar, a Lia tem a magia branca como neve e a Sara uma completamente negra. Elas realmente precisam ser treinadas urgentemente.

- Então está certo, continue fazendo isso diariamente até elas voltarem ao castelo. Quando o ano letivo começar nós vemos o que podemos fazer com a ajuda dos outros professores, caso queiram ajudar. Mais alguma coisa Severo?

-Não, somente isto. Ah, eu creio que algum aluno tenha furtado meu armário de ingredientes novamente, precisa começar a puni-los por isso, Alvo.

- Mas sem provas de quem foi não posso fazer nada, meu caro. Bom, antes de ir, não aceita uma balinha de limão? ou um feijãozinho de todos os sabores?

- Você sabe que eu realmente não aprecio estas coisas. - Disse Snape com um pouco de nojo na voz. - Pois bem, vou indo, espero vê-lo novamente somente no início do ano letivo.

-Até logo, Severo.

 Assim Severo Snape retornou para casa, viu que as três meninas estavam dormindo e aproveitou para ir dormir também, pois no outro dia começaria todo o sacrifício diário.