Tudo estava muito tranquilo naquela manhã de sábado em Londres na Rua Franklin, tranquila até de mais, não tinha uma única pessoa, nem um único carro, mas ali perto na casa de numero dez estava a maior bagunça, mais uma vez Lia e Sara estavam brincando, ou melhor, será que estavam brigando?

Lia e Sara Swants eram gêmeas idênticas, ou melhor, quase idênticas, pois Lia tinha os olhos azuis escuros como o fundo de um oceano tranquilo, já Sara tinha os olhos negros como a noite, as demais características eram semelhantes entre si, tinham os cabelos longos, lisos e negros, pele branca como a neve, mas não era apenas o olho que as diferenciavam e sim suas personalidades que eram completamente o oposto. Lia era uma menina calma e tranquila, era bastante paciente, um pouco tímida, muito inteligente e bastante estudiosa. Sara por outro lado era agitada, impulsiva, nem um pouco paciente, também era muito inteligente, mas não ligava muito para os estudos a não ser quando a matéria era de seu agrado.

Apesar de todas essas diferenças elas têm um amor muito grande que as uni e que as impedi de ficarem brigadas por muito tempo, esse laço de amor é tão forte que quando uma sente algo a outra também sente.

Elas moravam com os Swants, Henrique e Lívia Swants e com a filha deles Carly que era dois anos mais nova que elas. Carly era branca tinha os olhos azuis que nem piscina, cabelos loiros e com pequenas mechas vermelhas, que foram feitas por Sara.

Lia e Sara sempre souberam que eram adotadas, mas a única coisa que sabiam sobre seus verdadeiros pais era que sua mãe sofrerá um acidente de carro que levou a morte e que já faziam nove anos e de alguns momentos de lembranças dela que viam em suas mente e sobre seu pai elas não tinham nenhuma lembrança e nenhuma noticia de quem fosse, nem seu nome elas sabiam porem às vezes elas tinham lembrança de um homem que elas não reconheciam. Seus pais adotivos nunca tocavam no assunto, eles sempre evitavam falar sobre isso, mas as meninas nunca tiveram do que reclamar, pois sempre foram criadas com o mesmo amor que Carly foi criada.

Lia era a filhinha do papai, a queridinha do Henrique, Sara era a filhinha da mamãe, a queridinha dela e Carly era o meio termo a queridinha dos dois, era sempre uma briga quando elas começavam a implicar uma com as outras sobre isso, e nessa manhã de sábado a briga era por conta de um desenho que estava passando na TV, que Sara e Carly queriam assistir, mas que Lia e Henrique não queriam, Lívia era quem sempre acabava com essas briguinhas.

- Lia me dá esse controle agora! – disse Sara puxando o controle da mão de sua irmã.

- Nada disso Sarinha, me dele ele aqui. – dessa vez era Henrique quem puxava o controle e mudava de canal.

- Não papai, coloca lá no desenho! – falou Carly com carinha de choro.

- Vou contar para mamãe que vocês não querem deixar a gente assistir TV. – falou Sara fazendo biquinho.

- Vai filhinha da mamãe! – disse Lia rindo de sua irmã.

- MAMÃEEE! O PAPAI E A LIA NÃO DEIXAM EU E A CARLY ASSISTIR DESENHOOO! – Sara gritava com uma vozinha de bebezinho enquanto Lívia entrava na sala, pegava o controle de Henrique para mudava o canal e coloca no desenho das meninas.

- Não quero mais brigas aqui estão ouvindo? – ela disse enquanto fazia pose de seria. – Estão ouvindo?-

-Sim mamãe! Disseram as meninas.

-Estão ouvindo HENRIQUE? – dessa vez a pergunta foi para Henrique que já pegava o controle para mudar de canal, mas que desistiu no mesmo momento.

- Sim querida!

Após o ocorrido, a manhã passou bem tranquila sem muitas brigas entre as meninas. Já estava na hora do almoço, todos se encontravam na mesa, na ponta estava Henrique, de seu lado direito estava Lívia e Carly e do seu lado esquerdo estava Lia e Sara.

Um grande silêncio, os cercavam até que de repente foi quebrado quando um copo de vidro, na qual Lia mirava quebrou. Todos se assustaram principalmente Lia que não esperava que isso acontecesse. Ela olhou para Henrique que olhava mais assustado ainda para Lívia. Era como se eles soubessem de algo e que não queriam falar.

POV LIA

Estávamos todos sentados à mesa comendo silenciosamente quando de repente eu comecei a mirar meu copo de suco e a lembrar de minha mãe, apesar de já fazer quase nove anos que ela tinha morrido, eu e Sara ainda sentia muita falta dela, com as poucas lembranças dela que viam em minha mente, comecei a sentir uma tristeza crescer dentro de mim, quando do nada o copo a minha frente se quebrou em vários pedacinhos. Aquilo mexeu muito comigo, por que isso tinha acontecido, porque papai olhava com uma cara assusta para mamãe, e por que eu sentia algo estranho dentro de mim.

POV narradora

O resto do dia passou tranquilamente, e logo à noite fria caia, prometendo futuras chuvas para a noite. Lia e Sara já estavam em seu quarto se preparando para dormir quando Sara da sua cama arremessou um travesseiro em Lia, que com muito carinho arremessou de volta, e por alguns segundos elas ficaram ali arremessando os travesseiros uma na outra. Elas sempre brincavam antes de dormir.

Lá fora já começava a chover e o frio começava a aumentar, Sara pegou seu lençol e com uma cara muito marota olhou para Lia, como se acabasse de ter uma ideia para mais uma de suas brincadeiras.

- Lia, tive uma ideia! – disse Sara pegando o lençol e colocando sobre seu corpo. - Vamos assustar a Carly, medrosa como ela é, vai até fazer xixi na cama, quando vê a gente.

Sem sucesso de fazer sua irmã participar da brincadeira, ela saiu sozinha e caminhou para o quarto de Carly. Segundos depois pode escutar os gritos de Carly e ao mesmo tempo os risos de Sara, a qual retornou imediatamente ao seu quarto, batendo a porta furiosamente e assustando Lia, porque Henrique tinha colocado ela de castigo pela brincadeira.

- Como pode, ele nem deixou eu me explicar, e já me colocou de castigo, duvido se fosse a filhinha dele, ele teria colocado de castigo. – Sara falava com uma voz baixa porem carregada de ódio que lembrava muito uma certa pessoa...

_ Se você tivesse me escutado agora não estaria de castigo! – Falou Lia com um sorriso maroto no rosto fazendo a raiva de sua irmã aumentar ainda mais.

- Sua chata e irritante! – A raiva de Sara só aumentou com aquele sorriso de feliz de sua irmã, e de repente a jarra de água que estava em cima do criado mudo se estilhaçou em vários pedacinhos. As meninas se entre olharam assustadas.

- Por que quando a gente sente algum tipo de sentimento, algo se quebra?! – Disse Lia se levantando para limpar os cacos de vidro.

- Eu não sei, mais gostei muito disso! Falou Sara com um sorriso no rosto e indo ajudar sua irmã.

Depois que tudo já estava limpo as meninas se ajeitaram em suas camas e dormiram pensando no ocorrido tanto do almoço como no do que tinha acabado de acontecer.

POV SARA

Estava me preparando para dormir e me deu uma vontade de arremessar um travesseiro na Lia que na mesma hora ela arremessou de volta, ficamos brincando por alguns minutos. Desde pequena sempre implico com ela antes de dormir, isso me deixa feliz. Lá fora já começava a chover e a temperatura dentro do quarto diminuía, peguei meu lençol e antes de me enrola tive uma ideia que seria muito divertida, porem a chata da minha irmã não quis participar comigo. Sai do quarto e me dirigi para o quarto de Carly, ao chega lá, entrei vagarosamente e puxei o pé dela, quando ela me viu deu um imenso grito, eu não aguentei e comecei a achar graça. Henrique logo chegou ao quarto para saber o que havia acontecido, e de imediato entendeu o que havia acontecido ali, logo sua expressão mudou de preocupado para raivoso.

- Sara isso não é coisa que se faça, você sabe muito bem que a Carly tem medo dessas suas brincadeiras bestas.

- Mas papai... – tentei me explicar, mas ele não deixou.

- Não quero saber mocinha volte já pro seu quarto. Você esta de castigo! – Ele falou serio e rígido.

Isso me deixou com muita raiva, adentrei meu quarto e com força fechei a porta. Eu acho que Lia estava quase dormindo porque com o barulho da porta ela se assustou.

- Como pode, ele nem deixou eu me explicar, e já me colocou de castigo, duvido se fosse a filhinha dele, ele teria colocado de castigo. – Eu falei com uma voz baixa, mas carregada de ódio.

- Se você tivesse me escutado agora não estaria de castigo! – Aquela voz com aquele sorriso no rosto, não me ajudou em nada, sou fez minha raiva aumentar, ela poderia ser calma, mas quando queria me irritar sabia muito bem como fazer.

- Sua chata e irritante! – falei com tanta vontade que de repente a jarra de água que estava em cima do criado mudo se estilhaçou em vários pedacinhos. Eu me assustei e olhei para Lia que também estava assustada.

- Por que quando a gente sente algum tipo de sentimento, algo se quebra?! – ela falou se levantado para ir limpa os cacos de vidro e me tirando do transe do susto.

Eu não sabia o porquê daquilo ter acontecido, só sabia que o mesmo acontecera com Lia no almoço, mais de certa forma eu me sentia bem por isso.

- Eu não sei, mais gostei muito disso! – disse com um sorriso no rosto e indo ajudar ela.

Depois que tudo estava limpo, deitei em minha cama pensando, sobre os fatos que tinham acontecido, mesmo sendo assustador para mim e Lia, a gente de certa forma gostava, era estranho e legal ao mesmo tempo. Não fiquei muito tempo acordado, pois o sono já se aproximava e logo eu já dormia tranquilamente.