Emmett PDV

A sala estava cheia de repórteres com câmeras e toda a parafernália que a imprensa possui. Era uma pergunta atrás da outra. Minha cabeça estava cheia, e entrevista não era bem o que eu queria agora nesse momento, minha cabeça estava a mil pensando como Mary Jane estava.

Eu parecia um robô respondendo ao que a imprensa queria saber e depois de uma hora naquele inferno e só faltava uma pergunta. Eu acabei despertando quando uma repórter levantou a mão, eu não havia reparado nela, até aquele momento.

– Se importa em responder a ultima pergunta senhor McCarty? – a morena se pronunciou.

– Claro. Senhorita...?

– Swan. Isabella Swan – assenti com a cabeça, e fiz menção para que ela continuasse. Parecia muito séria. – Senhor McCarty porque deixou os jogos para abrir uma própria linha de Esportes?

Naquela altura esperava por algo mais inapropriado geralmente quando se trata de uma mulher as perguntas nunca são muito boas.

– Me aposentei – respondi sério o que toda a imprensa parou por um instante parando até de respirar – Estou brincando com vocês – disse aos risos o que fez todos ali explodirem em risadas também.

– Então senhor McCarty...? – a senhorita Swan esperava pela resposta.

– Na verdade eu não me aposentei como jogador. Apenas me dei um intervalo no jogo para curtir um pouco mais a minha família, como sabem estou nesse ramo há uns 13 anos sem parar e resolvi dar um tempo a mim mesmo – dei um gole da água que estava a minha frente e continuei – E sobre a linha em meu nome foi a minha própria filha quem deu a idéia. Ela adora esportes e pratica vários deles ao dia comigo. Ela realmente achou que seria uma ótima idéia.

– Ela está ai? Veio com... – senhorita Swan perguntou.

– Oh não, não. Ela não está aqui. Quero dizer... Ela está viajando de férias.

– E quanto a alguém senhor McCarty? Está namorando...? – outro repórter perguntou o que não estava valendo a pergunta, já que a ultima pergunta era para senhorita Swan.

– Não, não tenho ninguém nesse momento – virei o rosto para olhar o meio da comitiva e encontrei a repórter Swan me olhando com intensidade e curiosidade. Era uma sensação bem estranha.

Rosalie PDV

Charles estava desesperado desde o momento em que cruzei a porta de meu escritório ao camarim para troca de roupa.  Minha seção de fotos estava marcada umas duas horas atrás e acabei por me atrasar levando Jolie ao aeroporto.

Terminei de vestir meu maiô vermelho e coloquei meu hobby por cima e sai em disparada ao estúdio. Jéssica veio ao meu encalço com a minha agenda na mão.

– A Jolie ligou Jéssica? – perguntei

– Ainda não senhora Hale, talvez ainda não tenha chegado, além do mais é proibido ligação de celular no avião...

– Está bem.  – respondi em meio a um suspiro.

Jolie nunca havia passado um dia fora de casa, não longe de mim. A não ser quando eu precisava viajar, e ela tinha que ficar em casa com Jasper ou meu pai. Mas eu sabia exatamente onde ela estava e como estava e com quem. Só que isso muda as coisas agora.

Jéssica entrou no estúdio a minha frente e estava o fotógrafo de costas para nós. Assim que ele percebeu que estávamos ali se virou para mim.

– Ah! Ai está à senhora Hale.

Veio até a mim para me cumprimentar. Dei um sorriso leve e ele estendeu sua mão para que pudesse pegar a minha e deu um leve beijo nela.

– Minha secretária me disse que estava bravo senhor Cullen – disse.

– Por favor, me chame de Edward. – disse-me.

– Sabe senhor Cullen, intimidade logo de cara se tratando pelo primeiro nome não é algo que eu goste ou aprove muito – encarei-o que ficou um pouco desconcertado.

– Sincera e direta... Acho que vou gostar disso e quanto ao que sua secretária disse – ele deu uma pausa e suspirou coçando o queixo – Nada que deva se preocupar.

– E deveria? – perguntei atrevidamente.

Ele esboçou um sorriso torto satisfeito. Pegou sua câmera com a mão esquerda e com a que estava livre fez um gesto para que eu fosse em frente me posicionar para ser fotografada.

Assim que retirei meu hobby eu podia sentir seus olhos em mim através das lentes da câmera.

Emmett PDV

Eu tentava a todo custo em vão ligar para Mary Jane no celular, mas de nada adiantava.

– Fora de área. – resmunguei com raiva.

Fechei minhas mãos em volta do celular e pensei como ela estaria. Incrível que isso estava me atormentando.

– De novo filho? – minha mãe estava em minha frente me olhando – Você precisa parar de se preocupar a toa.

– Eu... Eu...

– Mãe é bobagem querer dizer isso ao Emmett, isso é ciúme paterno. É porque a tampinha dele nunca havia ficado longe dele antes. – Alice disse sentada do outro lado da sala. – Um dia maninho os filhos crescem, entenda isso.

– Eu não deveria ter a deixado ir. Sabe se lá o que pode estar acontecendo com ela. Pode haver um tarado naquele cruzeiro, alguém que queira aproveitar-se da minha tampinha. – eu disse entre dente nervoso. – Aproveitar-se da sua inocência.

Alice e minha mãe começaram a rir. Eu não estava achando graça naquilo, o assunto era sério muito sério.

– Só sendo o Emmett para ter uma imaginação dessas – minha mãe disse ainda rindo. –Mas inocente? Acho que há apenas um inocente por aqui. Meu filho é encantador.

Minha mãe veio até a mim, deu um beijo em meu rosto e saiu.

– Não se preocupe Emmett, eu tenho certeza que ela está bem. Você sabe melhor que ninguém que Mary Jane sabe se defender, ela tem um gênio forte.

Encarei Alice que já não ria mais, mas esboçava um sorriso de canto. Eu odiava quando minha irmã lembrava-me dela dessa maneira. Nós dois sabíamos que embora Mary Jane tivesse paixão pelos esportes havia muito da Rosalie em minha filha.

E cada vez mais Mary Jane se interessava no assunto sobre a mãe dela e isso me assustava... Quer dizer, me assusta ainda.

– Sim eu sei disso Alice. – suspirei em derrota.

– Você sabe que não pode esconder isso dela pra sempre não é Emmett? – encarei a baixinha em minha frente.

– Eu sei Alice, mas fizemos um trato e não posso quebrá-lo. Foi o melhor para ambos...

Não tinha certeza se foi realmente bom para ambos, não pela minha parte. Isso ainda doía em mim, e doía ainda mais quando olhava nos olhos da minha filha.

Rosalie PDV

Passei quase a tarde toda no estúdio com senhor Cullen, e a cada momento eu me sentia mais relaxada diante da presença dele, mas ainda sim incomodada com o olhar que ele dirigia diretamente para mim.

Eu ainda tinha alguns compromissos para cumprir hoje, mas pedi a Jéssica que cancelasse para amanhã que eu não estava com paciência para tais atividades, que eu iria para casa.

E Jolie não havia ligado e isso me preocupava, na verdade eu estava entrando em parafusos por causa disso. E podia notar-se de longe como eu estava, tanto que não se passou despercebido pelo Jasper.

Às vezes isso me assustava, ele era meu irmão gêmeo, não me surpreendia que ele notasse esses tipos de sentimentos em mim. Mas ele era muito perspicaz com qualquer pessoa, e era mais ainda com a Jolie.

– Se torturando novamente Rosalie? – ele me encarou.

– Eu estou apenas preocupada, acho isso normal. – respondi.

– Levar o celular para cima e para baixo, plantar do lado do telefone, resmungar a cada toque do celular e saber que não é ela é normal? Meu Deus a menina já não é mais nenhuma criança.

– Mas ainda sim é uma menina e não adulta. – retruquei já zangada. – Me deixa Jazz.

– Papai deveria te receitar um calmante. – disse ignorando a minha raiva.

– Nesse caso nada irá controlar a sua irmã Jasper. – nosso pai apareceu entrando na sala. – Nesse caso o único remédio seria a Jolie de volta em casa.

– Mas ela precisa de mim. Jolie é tão delicada e distraída, às vezes ela é tão inocente que eu...

– Pra quem será que ela deve ter puxado mesmo? – Jasper estava ironizando e eu apenas dei um olhar a ele para que se calasse.  – É ridículo querer fingir que ele não vive aqui presente. Jolie é a prova disso.

– Nós já conversamos sobre isso, eu não posso e não devo. Nós vivemos muito bem até agora sem ele, não vai ser nesse exato momento que eu voltarei atrás. – dei ênfase no ele para que talvez colocasse algo na cabeça de Jasper e meu pai, para que ambos entendessem.

– Você pode mentir dizendo que vive, mas no fundo Rosalie você ainda o ama, e a sua filha? Vai dizer que você não se lembra dela? – meu pai me perguntou.

Mas ele sabia a resposta, os dois já sabiam a resposta. Cada dia, cada momento, cada segundo eu penso nela. Eu nunca poderia esquecer-se da minha filha, embora isso me machucasse tanto eu nunca poderia mentir sobre o que eu ainda sinto.

– Isso é impossível, e vocês sabem. Mas fizemos um trato e não posso quebrá-lo. Foi o melhor para ambos...