Sete Dias Para Viver escrita por Cerine


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

No final do capítulo eu postei um link que vai direto para o desenho que eu fiz de Brian e Kate. É uma ilustração simples, como se fosse a capa desse capítulo. Espero que gostem!



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O que diabos ele estava fazendo? Indo embora? Depois de todo o estrago que já fez?

Meu coração doía só em pensar que estava sendo abandonada daquele jeito. Aquilo definitivamente não iria me fazer ficar melhor! Por quê? Por que mesmo depois daquelas palavras que me magoaram tanto, minha vontade era de chamá-lo de volta? Brian era a única pessoa mais próxima que eu poderia considerar como amigo que eu já tive em toda minha vida, talvez mais... Mais do que um amigo... As lágrimas insistiam em cair, e aquela dor era diferente de qualquer outra que eu já havia sentido durante meus 25 anos de existência.

Corri sem pensar. E antes que Brian chegasse ao estacionamento, eu o alcancei e o abracei pelas costas, segurando firme em sua cintura.

-Não vá, por favor... Não me deixa sozinha! –falei com uma voz embargada, entre os soluços do meu choro.

Brian pareceu muito surpreso com a minha atitude, ele ficou estático e em silêncio por alguns minutos. Nesse momento, pude sentir as batidas de seu coração, que estava aos pulos, como se fosse sair do peito. Porém, depois disso, ele gentilmente retirou minhas mãos de sua cintura e virou-se, ficando de frente para mim.

-Você estava tão feliz por ter organizado a festa sozinha... Eu fui um idiota ao dizer aquelas palavras... Desculpe-me! – disse ele, enquanto segurava minhas mãos de um jeito muito carinhoso.

-Eu... Nunca tive amigos de verdade, apenas colegas de escola e de faculdade. Em meu laboratório, trabalho praticamente sozinha, e mesmo que eu convidasse alguém que conheço, teria que explicar para ela o motivo da festa, isso seria complicado demais... Se eu mentisse ou falasse a verdade, de qualquer maneira, alguma coisa acabaria chegando aos ouvidos dos meus pais...

-Seus pais? Não me diga que você não contou nada para eles? –perguntou Brian, preocupado.

-Eles estão na Suíça numa viagem em comemoração aos seus 30 anos de casados... –falei, desviando o olhar para baixo. - Se alguém conhecido ficar sabendo da festa, vai acabar contando para eles e consequentemente, meus pais irão me ligar perguntando qual o motivo da festa... Eu não quero de maneira alguma incomodá-los!

Brian me encarou de um jeito como se estivesse se preparando para me dá um sermão.

-O quê? Isso não faz sentido! Eles são seus pais! Você não quer se despedir deles? –perguntou ele, indignado.

-Eu... Eu quero... Mas ao mesmo tempo, isso seria doloroso demais para nós! –respondi hesitante, enquanto Brian perseguia meus olhos.

-Tudo bem... –disse ele, suspirando logo depois.

O fotógrafo me puxou pelo braço e caminhamos de volta ao Clube. Chegando lá, Brian me levou para o meio salão, onde diversos casais dançavam ao som de uma bela valsa.

-Então... Quer dançar? –perguntou Brian, com um sorriso tímido no canto da boca e evitando olhar nos meus olhos.

Fiz um pequeno gesto com a cabeça em consentimento. Brian segurou minha cintura e eu coloquei minha mão em seu ombro. Quando nossas mãos se encontraram, senti um pequeno arrepio e meu coração acelerou. Mesmo estando tão próximos, nós evitávamos olhar nos olhos um do outro, porém, quando começamos a dançar, pelo fato de ambos sermos desajeitados, pisei no pé dele, e quando pedi desculpas, tive que encará-lo.

O que estava acontecendo comigo? No momento em que tentei pedir desculpas, simplesmente perdi a voz, pois olhá-lo tão de perto inquietava meu coração. Será que ele sentia o mesmo? Ambos parecíamos muito nervosos.

Dançamos por várias horas até que resolvemos parar para comer alguma coisa. Depois de um belo jantar, saímos do salão e Brian me levou de carro até em casa.

-Aonde vamos amanhã? –perguntou ele, enquanto me acompanhava até a portaria do condomínio.

-É melhor você acordar cedo, pois vamos fazer um piquenique pela manhã! –falei, e ele apenas me encarou com uma expressão de deboche, contendo-se para não rir.

-Sério? Esse tipo de coisa é tão retrô! – zombou ele, soltando uma risadinha de deboche.

-Você deveria tomar um pouco mais de cuidado com as coisas que diz! –repliquei irritada.

-Tudo bem, tudo bem, me desculpe, eu só estava sendo sincero... –disse ele, ainda dando risada.

-Idiota! – resmunguei, e abri o portão do condomínio, entrando rapidamente, muito zangada.

-Ei! Desculpa! Eu só estava brincando! A gente se vê amanhã, sim? Eu vou ao piquenique! EU JURO QUE VOU! SEM RECLAMAR! –grasnou ele, enquanto me via desaparecer pela portaria do condomínio.

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