Sete Dias Para Viver escrita por Cerine


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Outro capítulo bem curtinho ;)Espero que gostem!



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O fotógrafo mantinha seus olhos arregalados e cravados em mim, boquiaberto, com uma expressão incrédula no rosto e a câmera pendurada em seu pescoço.

-Está falando sério? Sério mesmo? –ele perguntou.

-Sim, é por isso que antes de começar a cumprir todos os desejos que eu escrevi na minha lista, decidi que era necessário registrar os meus últimos dias de vida, pois desta forma, quando eu morresse, meus pais poderiam guardar uma boa lembrança de mim e, além disso, minha existência não seria esquecida.

O rapaz continuou me encarando por alguns segundos até que, de repente, soltou uma risada.

-HAHAHAHAHA! Não acredito que caí nessa! Por um momento eu até acreditei que fosse verdade! Como eu sou fácil de enganar! HAHAHAHAHAHA!

Tirei de dentro da minha mochila uma cópia do meu prontuário médico e mostrei para ele.

-Aqui, a prova de que eu não estou mentindo... -falei, enquanto estendia o papel em sua direção.

-O que é isso? –ele perguntou, observando o documento com curiosidade.

-Leia! –ordenei, já ficando sem paciência com toda aquela situação.

Enquanto ele lia meu prontuário, aos poucos o seu sorriso de deboche deu lugar a uma expressão séria e cheia de pena.

-Acidente de trabalho... Você inalou uma toxina letal... –disse ele com uma voz trêmula.

-Foi o que eu acabei de dizer a dois minutos atrás! Mas pelo visto, eu precisei mostrar essa porcaria de papel pra você acreditar em mim! - falei irritada, tirando o documento das mãos dele com brutalidade e guardando-o de volta em minha mochila.

-Desculpe... Sinto-me muito mal por ter rido de uma coisa tão séria... Perdoe-me, por favor... –ele abaixou a cabeça, parecendo abalado.

-Eu vou te perdoar, mas com uma condição...

-Condição? Que condição? –ele levantou a cabeça, voltando a olhar para mim com sua expressão de curiosidade.

-Você tem que aceitar a minha proposta! –respondi, com um olhar de chantagista.

-Então você quer que eu acompanhe você e tire fotos suas enquanto você cumpre seus desejos antes de morrer?

-Isso mesmo! –respondi sorridente. –Eu pago bem! –completei.
 

Os dados foram lançados. Só resta saber se o número da sorte estará ao meu lado.
 

Depois de pensar por alguns minutos, coçar a cabeça e pôr a mão no queixo, o fotógrafo resolveu aceitar minha proposta, pois segundo ele, negar o pedido de uma pessoa que só tinha sete dias de vida poderia lhe render sete anos de azar.

-A propósito, qual é o seu nome? –perguntei, dando-me conta de que depois de toda aquela discussão, eu ainda nem sabia o nome dele.

-Brian... Brian Wenders. –disse ele, estendendo sua mão. –E o seu?

-Kate Stuart, muito prazer. –respondi, dando-lhe um aperto de mão e olhando no fundo de seus olhos azuis. Por algum motivo, ele sorriu, e o seu sorriso foi capaz de me contagiar, fazendo-me sorrir também.
 

Os dados foram lançados. Só resta saber se o número da sorte estará ao meu lado. Pelo visto, esses últimos sete dias serão muito mais interessantes do que eu possa imaginar.


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Notas finais do capítulo

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